Jasper e mamãe entraram na sala no exato momento em que Scott e Elena sumiram da tela. Corri em direção a minha mãe a abraçando. Depois sorri para Jasper agradecendo. Mamãe passou a mãos em minha cabeça me dando coragem para o próximo desafio, que, diga-se de passagem, será o meu.

- Porque tem um elevador ali? – Jazz perguntou tentando entender o motivo.

- Elena e Scott – Respondeu Elizabeth que brincava com a mão de Anthony tentando se distrair de tudo.

Não se passou mais de 5 minutos quando Scott e Elena entraram na sala com seus lábios roxos de frio e a caixa de insetos em sua mão. Ela mandou a caixa para mesa de Esme enquanto se sentava ao lado do marido e Mia se levantava para acolher o seu.

- Toma, Tony – Esme falou apontando para a caixa – É a vez de vocês – avisou enquanto ele pegava a caixa.

- Vão para a sala ao lado – Carlisle indicou – lá terá alguns répteis bonitinhos.

Olhei para meus pais que me encorajaram com o olhar e vi Anthony fazer algo parecido. Saímos com nossos nervos estourando e sem falar nenhuma palavra. Senti a mão dele encostar-se a meu ombro antes de abrir a porta.

E não senti nenhuma surpresa ao vê-lo parar e congelar enquanto entravamos. Eu já havia cruzado a porta e ele também quando os répteis começaram a entrar em quantidade admiravelmente alta. A caixa que ele segurava caiu se quebrando e liberando insetos por todos os lados. Eu me deixei cair ao chão enquanto os insetos tomavam seus lugares.

Aquela sala estava uma verdadeira floresta. E eu estava em completo apavoramento. Senti o ar que envolvia Bella se mover e olhei para trás. Eu a vi cair no chão cobrindo os olhos na tentativa de não ver os insetos.

- Como isso está uma bagunça! – A voz de Esme se vez em falsa preocupação – E já que vocês estão aí, que tal limparem isso?

Ela não precisava de mais uma palavra sobre isso. Isabella olhou preocupada para os animais que se estendiam a minha frente e me obrigou a fazer o mesmo. Eu não queria, mas tem coisas que são mais fortes do que um simples querer. Me afastei tentando evitar o ataque de uma das cobras. Bella pareceu pensar e se levantou em um salto. Ela subiu em algumas barras de treinamento e se viu na metade da parede antes de começar a falar.

- É a cadeia alimentar – gritou para que eu pudesse escutar – Répteis comem insetos – falou abanando um pano sobre um buraco qualquer.

Uma imensidão insetos saiu de lá e ela se assustou de uma forma que a fez se afastar, caindo, de onde estava. Eu corri desviando de todos que poderia encontrar e não me importei com os répteis que se moviam tentando abocanhar os bichinhos. Eu tinha pressa em chegar perto de onde ela estava e consegui fazer isso. Bella caiu exatamente sobre meus braços.

- Obrigada – murmurou e eu a olhei com “Vamos terminar logo com isso” estampado na cara ela sorriu concordando.

Esme me guiou juntamente com o Emmett para uma sala qualquer e nos trancou lá dentro. Eu estava um pouco preocupada, mas não sabia como aquilo nos guiaria para meu medo.

- O que você está fazendo? – Emmett perguntava sem parar.

- Cala a boca – pedi educadamente – eu não sei o que eu estou fazendo. Mas por que você não para de falar?

- O silêncio me incomoda. – ele disse agitado.

- Me incomoda também, então... – deixei no ar para que ele me desse algum assunto.

- Tem claustrofobia que nem minha mãe? – ele perguntou vendo o local fechado.

- Eu não – respondi atordoada – achei que era você!

- Eu não – falou calmo – eu tenho balisto... Calma aí, qual é o seu medo?

- Profundidade? – eu respondi como uma pergunta, minha voz saiu tremula.

- Droga! – ele bufou nervoso – Isso não é uma sala fechada, é um submarino! – concluiu.

Sem pensar duas vezes ele se sentou numa cadeira que tinha no local e apertou um botão vermelho a sua frente. Não só um painel abriu a sua frente, mas imensas janelas de vidro inquebráveis se fizeram para ver a imersão do submarino na água.

Eu me sentei na cadeira ao lado de Emmett quando vi que não conseguiria mais ficar em pé sobre minhas pernas bambas. Esfreguei meus olhos querendo acreditar que não estava acontecendo isso, mas estava e eu sabia que iria ficar pior logo.

Não precisava ser um gênio para saber disso.

- 500 léguas submarinas – Emmett pronunciou dando uma coordenada a Esme que havia solicitado.

A imagem de profundidade se vez em minha mente e meu cérebro brigava com meu coração entre o medo e a confiança que tinha em Emmett.

- Qual é seu medo mesmo? – Alice perguntou com sua voz tão baixa que se fazia quase inaudível.

- Eu tenho balistofobia, Allie – expliquei a pequena menina que tremia quase inconscientemente ao meu lado. – é o medo por mísseis.

- Isso quer dizer que... – ela tentou falar tão lento que não me contive em interrompê-la.

- Que vão nos bombardear? – perguntei e ela assentiu confirmando seu pensamento – É, isso quer dizer que vamos ser bombardeados.

Por mais que eu não quisesse demonstrar eu estava com medo. Eu sabia que quase todos estariam vendo essa cena e eu não queria falhar, não queria fazer os ouros sofrerem por uma falha minha. Eu continuava conduzindo o submarino para uma área onde ele pudesse se desviar de mísseis facilmente. Mas seria facilmente que conseguiria desviar?

Eu não queria ver meu medo falar mais alto, me ver temendo o pior. Eu só teria que conduzir aquilo enquanto fugia de mísseis e nos levava a salvo para algum lugar.

Mas eles já deviam vir em nossa direção e a pressão do profundo estava bem definida nos medidores, não podia abaixar muito mais então deveria subir? O detector de objetos piscou apontando cinco mísseis. Um a frente, um atrás, um em cima, e dois dos lados. Estávamos encurralados?

A imagem daquela coisa pontiaguda e totalmente destrutiva a minha frente me congelou no lugar. Ele se aproximava tão rapidamente e eu tinha que fazer alguma coisa, rápido!
- Abaixando 300 léguas – A voz de Alice me trouxe de volta a realidade e poucos segundos depois eu vi as luzes de uma explosão sobre nós. – Só vamos sair daqui vivos! – ela disse com um sorriso medroso.

- Eu conduzo. – disse vendo sua boca branca pelo medo.

Os dias passaram lentamente dolorosos. Eu tinha medo do que estava por vir, mas pelo menos sabia que era o meu filho, meu principezinho, que faria a prova comigo. Eu confiava nele. Porém nem toda a minha confiança amenizava o clima tenso que se fez em minha casa nessa última semana.

- Vamos? – Anthony adentrou o nosso quarto com uma feição tranqüila – Eu sei que vocês vão conseguir – ele falou beijando meu rosto de uma forma terna.

- Eu confio no nosso filho, eu sei que ele não irá falhar. – disse com um sorriso falsamente tranqüilo.

- Então vamos – Edward falou da porta enquanto fitava o chão.

Por um momento eu me senti mal de ter pronunciado as minhas últimas palavras. Isso só ia dificultar as coisas pro meu bebê.

 Anthony me puxou pela mão me levando até o carro e eu sorri quando ele fechou a porta do meu lado. Ainda um cavalheiro. O caminho até a antiga AS foi tranqüilo e sem nenhuma palavra. Edward estava no banco de trás e antes mesmo de descermos do carro já havia mãos nos puxando e conduzindo para uma sala dividida por um vidro grosso. Eu fui posicionada de um lado e Edward do outro, onde tinha alguns objetos que formavam ordens variadas.

- Siga as pistas, Edward, pois só assim o sangue vai parar de cair – Carlisle se pronunciou e meu medo pareceu acordar.

Sangue. Meu subconsciente gritou nervoso quando vi o líquido viscoso e vermelho escorrer pelas paredes. Meu estomago se embrulhou, mas não enjoado, e sim medroso.