Dead Radio Fm escrita por DeadTeam, Oyundine, Cargenih


Capítulo 11
Her dead smile.


Notas iniciais do capítulo

BOm! Susumo finalmente! Teheheh Eu sei que sentiam falta dela 8D
Esse capitulo foi escrito na terceira pessoa por que... Bom vocês vão entender.



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Her dead smile.

- Precisamos parar em algum lugar.

Dizia o homem mais velho que tomava o volante. O estrangeiro ao seu lado que cochilava acordou de supetão limpando rapidamente um fio de baba com as costas da mão. Daisuke que estava acordado no banco e trás esticou o pescoço para frente.

- Que tal alguma casa?

- Estamos no meio da estrada, não existem casas por aqui.

Respondeu Mika fria, que estava igualmente acordada observando o mundo pela janela de forma indiferente. O jovem suspirou e coçou a nuca, se sentido um tanto quanto ridículo. Albert riu do comentário da garota balançando a cabeça negativamente.  O estrangeiro apontou um prédio a frente, e em seu japonês horrível comentou.

- E aquele motel?

Todos levaram sua atenção para o prédio, parecia lacrado e livre de infectados... Não custava nada averiguar, considerando que a noite já começava a cair e não parecia haver qualquer outro abrigo por ali. O motorista fez um sinal para o jovem que estava no quadri-ciclo e virou para entrar no local.

Desceram do veiculo apenas Albert e Steven, o jovem Kouta também desceu de seu auto-móvel e foi junto aos dois armado até os dentes. O mais velho observou a porta do lugar, parecia lacrada... Havia um aviso que estaria fechado para o feriado. Com a ajuda do estrangeiro arrombou a porta e observou o local dentro... Era um motel pequeno e parecia vazio. Fez um sinal para Kouta e os três entraram para observar o local.

Daisuke também já descia do Hummer junto de Mika e Anju. Susumo e Hachiko ficaram dormindo confortavelmente no banco de trás. Após alguns minutos tensos e silenciosos o estrangeiro apareceu na porta e foi em direção ao Hummer Fez um sinal para que os outros entrassem no prédio enquanto levava o carro até o estacionamento do lugar.

Stevean deixou o carro na vaga mais protegida e mais perto do motel, caso precisassem fazer uma fuga rápida. A desgosto acordou a menina e a cadela que dormiam, ambas sorriam para o loiro.

- Bom dia! Onde estamos?

A menina de rua perguntou coçando a cabeça, o estrangeiro crispou os lábios. Aquela garota... Seus cabelos eram uma bagunça só, fios negros para todos os lados. Passou os olhos pelos pés da menina, estavam cheios de curativos e cicatrizes... Ela era uma moradora de rua, certo? E mesmo assim aquele sorriso.

- Woof!

Hachiko falava pulando para fora do carro e ficando a esperar os outros dois pacientemente. Steven desceu algumas armas, Susumo levou apenas seu pedaço de cano amassado e os dois mais Hachiko entraram no prédio.

Lá dentro Mika e Daisuke pareciam revistar a sala de recepção, juntavam coisas uteis e procuravam por sinais de infecção. Anju permanecia sentada sobre o sofá quieta, um sorriso de canto parecia fugir-lhe dos lábios sem aviso.

- É... completamente vazio. As luzes funcionam, os chuveiros também.

Dizia Albert voltando para a entrada junto de Kouta, ambos armados. Daisuke mexia nos papeis da recepção, o ultimo check-out fora feito uma semana antes da infecção. Suspirou coçando a nuca. O lugar parecia seguro.

- Vamos ficar aqui então?

Perguntou a pequena funerária que saia de trás do balcão e ia afagar Hachiko. O homem mais velho coçou o queixo, pensativo.

- Sim... Parece seguro, mas vamos todos ficar em quartos próximos. No primeiro andar.

Todos concordaram sem objeções. Trouxeram o veiculo de Kouta para o estacionamento, trancaram bem a porta da entrada e o portão de fora. Daisuke havia inspecionado o sistema de segurança, se algo tentasse entrar ali enquanto tudo estava trancado o alarme tocaria, seria um ótimo aviso.

A divisão de quartos foi feita, Kouta ficaria em um quarto na ponta do corredor com Daisuke. No quarto a frente, ficariam as mulheres, haviam apenas duas camas, mas Susumo não achava ruim dormir no carpete com Hachiko. E no quarto ao lado ficaram Albert e Steven. Preparam-se para tomar banho, fazia dias que não tinham tempo para se acomodar.

- Hm, pode usar o banheiro agora.

Daisuke saia do banheiro usando apenas suas calças com a toalha apoiada nos ombros. Kouta sorriu pra ele dando de ombros.

- Eu saí da minha casa hoje mesmo, já estou bem limpo.

- Entendi...

Daisuke sentou-se sobre a cama jogando a cabeça pra trás, estava exausto. Virou-se para Kouta que agora arrumava algo em suas coisas.

- Acho que nunca nos apresentamos direito, certo?

- Hm... Você é o Daisuke não é?

- É... E você, Kouta?

- Isso.

Daisuke levou a toalha à cabeça enxugando os próprios cabelos depois sorrindo de leve.

- Não foi fácil, foi?

- ... Não.

Kouta murmurou franzindo o cenho, lembrando-se das cenas horríveis que tivera que ver seus amigos passarem. Cerrou os punhos, tentando se acalmar.

- É eu sei... Meus amigos também tiveram o mesmo fim. Estou um pouco mais calmo agora, é bom ter alguém da mesma idade pra conversar.

Kouta tentou forçar um sorriso para o outro.

- É, é sim.

- Steven, pretende mesmo voltar pra lá?

O homem mais velho perguntava acendendo um cigarro usando o cigarro já aceso do estrangeiro. O loiro soltou uma baforada de fumaça pra cima fazendo um aceno positivo com a cabeça, e tossindo logo após, fazia anos que não fumava. Albert riu ao ver a reação do outro ao tabaco, assoprando a fumaça para fora da janela.

- Se pretende voltar, por que saiu de lá?

- Não sei, achei que ela estivesse morta. Mas não consigo acreditar nisso, tenho que voltar.

- Eu acho que ela se cansou de você e fugiu com algum rico.

Steven riu baixinho balançando a cabeça negativamente, apagou o cigarro em um cinzeiro ali fazendo uma cara de desgosto e foi em direção ao banheiro.

- ...Não arde?

Mika perguntava indiferente passando um algodão com desinfetante nos pés da menina, Susumo sorria como sempre deixando seu pé imóvel para facilitar o trabalho da outra.

- Arde! Mas tudo bem, isso vai deixar a Susumo melhor não é?

A menina morena perguntou aumentando um sorriso e virando a cabeça de lado. Mika suspirou passando o algodão por todas as feridas ali, aquilo normalmente ardia tanto que até homens adultos reclamavam. E Susumo permanecia com o mesmo sorriso bobo de sempre. Anju observava a cena do outro canto do quarto, indiferente. Susumo virou seus olhos verdes para a albina, tirando seu sorriso do rosto alguns instantes. A menina ao sentir-se observada abriu um enorme sorriso quase sádico. A menina de rua a ignorou voltando a conversar com Mika.

- Pronto, agora deixe os dois pés longe do chão por um tempo. E não se suje, você acabou de tomar um banho.

Reclamava Mika séria, havia dado um banho em Hachiko e Susumo as duas estavam limpas e alegres agora. A própria funerária também já havia se limpado, virou-se para Anju.

- Você pode usar o banheiro.

- Ah! É mesmo.

A menina disse levantando-se e andando em direção ao banheiro calmamente. Mika franziu o cenho, algo a incomodava naquela garota. A funerária só não notou que Susumo encarava as costas da menina rica com a mesma expressão de desconfiança.

Mais tarde depois que todos já estavam limpos e relaxados foram até a recepção para comer algo, para a sorte deles no fundo do motel Steven havia achado a cozinha, onde a geladeira ainda estava cheia de comida congelada, bastava esquentar tudo. E foi o que fizeram, eram pratos prontos. Albert concluiu que deveria ser a comida para os funcionários. Sentaram-se alguns sobre o os sofás da recepção com os pratos no colo, outros arranjaram cadeiras altas e usaram o balcão do check-out pra comer.

- Não há nenhum sinal de infecção por aqui...

Comentava Albert enquanto comia com seu prato apoiado sobre seu joelho, Daisuke mastigava encarando o teto por alguns instantes, e após engolir respondeu.

- É que aqui é um lugar bem deserto, não? Então não haviam sequer humanos pra infectar eu acho.

- Ah! Onde nos estamos agora?

A animada Susumo que comia sentada no chão ao lado de Hachiko perguntava, primeiramente Daisuke se chocou por ela sequer saber onde estavam, mas lembrou-se que era uma menina de rua além de que dormira todo o caminho.

- Estamos em um tipo de hotel barato, é onde normalmente as pessoas pagam pra passar uma noite.

- Mas por que não dormem na casa delas?

Susumo continua a perguntar, agora dava uma verdura de seu prato para Hachiko que também deixava o vegetal de lado. Mika lançou um olhar para Susumo que rapidamente enfiou outro pedaço do legume na boca. Daisuke suspirou coçando a nuca, Albert ria.

- Bom... É que estamos na estrada Susumo, fora da cidade. As pessoas estão longe de suas casas por aqui.

- Fora da cidade?

- Sim...

- É a primeira vez que eu saio dela!

Susumo dizia sorrindo, mas em sua mente a imagem dos três cães que deixara pra trás estava quente como fogo. Alguns se surpreenderam com esse comentário da garota, mas era obvio. Ela era uma moradora de rua, para onde iria se saísse da cidade? Todos haviam deixado suas casas há dias, Susumo deixara a sua só agora. O homem mais velho deixou seu prato já vazio de lado e acomodou-se no sofá novamente, virando-se para Kouta que até então comia em silencio ao seu lado.

-Kouta-kun, eu e Steven somos conhecidos de seu tio.

O menino lançou um olhar desconfiado para Albert e para o estrangeiro. Seu tio... Lembrou-se da quantidade de armas que aquele grupo tinha ali. Suspirou, era isso então... Esboçou um sorriso.

- Sério? Esse negócio é maior do que parece.

- Sim... Nunca achei que fosse ser tão útil.

O estrangeiro virou-se para Albert e perguntou em inglês mesmo.

- De quem estão falando?

- Lembra-se do Masahiro?

- Ah!... É tio dele?

Kouta entendia inglês, e prestava atenção na conversa de ambos. Daisuke e Mika prestavam atenção, mas não pareciam ter a mesma fluência que Kouta tinha. Anju ignorava-o como sempre e se mantinha a observar o prato intocado com desgosto. Susumo olhava para Steven e Albert completamente confusa... Estavam falando russo? Devia ser isso... Steven era russo não era? O estrangeiro levantou-se animado e deu tapinhas nas costas de Kouta e logo os três começaram a conversar animadamente em inglês. Susumo terminou seu jantar em completo silencio, não entendia russo afinal.

Quando todos terminaram apenas deixaram os pratos ali, não tinham que arrumar nada afinal. Estavam em um motel, no entanto, apesar disso os quartos do corredor onde haviam ficado possuíam duas camas de casal cada. Afinal, alem de casais pessoas querendo se abrigar da noite nas estradas também vinham para motéis atrás de cama e segurança.

Albert e Steven abriram um champanhe que havia dentro do quarto, não havia nada para comemorar, mas tampouco havia por que se privar de beber. Os dois com copos cheio de bebida nas mãos e cigarros na boca passaram largas horas conversando sobre diversas coisas. Mulheres, infecção, seus companheiros sobreviventes, futuro, passado e o trágico presente. Lembravam-se dos dias dourados, onde eles trabalhavam com o Tio de Kouta, e a vida parecia estar livre de preocupações. E pela primeira vez desde que fugira dos estados unidos, Steven riu. E riu por que realmente queria rir, com talvez uma pequena ajuda do álcool. Albert permanecia calmo, rindo junto do colega. Era bom saber que Steven finalmente botava seus sofrimentos para fora. O homem tinha pena do pobre amigo, o loiro estava tão apaixonado... Ele era velho, e entendia qual era o sentimento.

- Quer um?

Kouta estendia um pacote de salgadinhos para o outro, Daisuke sorria fazendo um agradecimento com a cabeça e tirando um dos palitinhos salgados do pacote. Está certo que haviam acabado de jantar, mas quando mais teriam tempo e tranqüilidade para comer porcarias? Alem do que, não teriam que pagar por nada que estivesse no frigobar dali mesmo.

- Tem até champanhe aqui.

Comentou Kouta fechando a porta da minúscula geladeira branca e atirando-se sobre sua cama, mordiscando outro palitinho salgado. Daisuke riu dando de ombros, não havia por que beber ali. Kouta permaneceu em silencio por algum tempo, com o rosto enfiado sobre o travesseiro.

- Ei...  Por que você ainda está tentando viver? Algum objetivo?

Kouta perguntou ao outro, se sentado na cama. Daisuke encarou-o por alguns segundos, jogando o corpo pra trás e observando o teto por algum tempo. Era uma boa pergunta, ele nunca havia pensado muito profundamente sobre isso.

- Primeiramente, pra mim mesmo eu acho. Mas eu prometi algo a alguém.

- Entendi... Eu gostaria de poder ter prometido algo a alguém vivo também.

E então os dois ficaram em silencio, mas não um silêncio desconfortável. Na realidade os dois estavam tão absortos em pensamentos que sequer notaram que haviam se calado, para eles o silencio não estava ali. Pois suas lembranças e as vozes de suas memórias gritavam alto em suas mentes.

- Susumo venha aqui, escove seus dentes.

- Sim!

A menina morena seguiu a mais velha até o banheiro onde pegou a escova que a mesma estendia para ela. A garota odiava o gosto da pasta de dentes, ela nunca havia feito esse tipo de coisas antes de conhecer Mika, quando sentia sua boca muito suja comia frutas. No entanto, se era o que Mika queria deveria cegamente obedecer, e com esses pensamentos na cabeça Susumo levou a escova com a pasta sabor menta a boca. Escovou os dentes demoradamente, imitando cada movimento que a funerária fizesse, mantendo seus grandes olhos verdes fixos em Mika. Terminou com alegria, lavando bem a boca e cuspindo diversas vezes. O mais incomodo era que aquele gosto permanecia em sua boca, pensava com desgosto bebendo um copo d’água.  Quando as duas voltaram para o quarto deram de cara com Anju que encarava a cama de solteiro barata que teria que dormir, Mika suspirou indo direto para a sua. Anju era uma garotinha rica e apesar de não reclamar em voz alta odiava ter que se limitar a costumes tão vulgares. A funerária sabia disso e sinceramente não ligava.

Antes de tirar os óculos Mika observou a felicidade de Susumo te der um carpete só para si e Hachiko.

- É mais confortável que o carro e que onde eu costumava dormir!

Comentou ela para a cadela sorridente, Mika permaneceu séria por alguns instantes e lançou um ultimo olhar para Anju que entrava na cama com desgosto. Elas eram exatamente opostas. Anju era uma menina rica, frágil, albina, um tanto quanto mau caráter e estranha. Já Susumo apesar de também ser estranha fora uma moradora de rua durante toda sua vida, e provavelmente aquela invasão de zumbis e conhecer essas pessoas fora a melhor coisa que lhe acontecera na vida, era morena de pele e cabelos, forte o suficiente para se machucar sem ligar, completamente amigável e inocente. Deixando essas idéias de lado Mika tirou os óculos deixando-os sobre o criado mudo e apagou as luzes esticando os braços. Após isso atirou-se na cama dormindo imediatamente, exausta.

Susumo abria os olhos rapidamente de forma estridente, sem se mover. Paralisada no escuro. Ficou ali, respirando rapidamente por alguns instantes e prestando atenção nos vultos da escuridão e nos sons do quarto. Escutou uma risada abafada. Suas sobrancelhas se juntaram e a menina se sentou no carpete com cuidado para não acordar Hachiko. A pessoa que ria não havia notado que estava acordada, ótimo. Levantou-se ainda em silencio, agora conseguia ver a silueta de Anju em pé a albina não havia notado sua presença ainda. Outra risada, agora mais abafada. Susumo tinha uma expressão diferente de sua habitual, seus olhos tinham um brilho estranho, com algo de frio. Seus lábios estavam indiferentes e suas sobrancelhas franzidas. Aquela expressão era involuntária da garota, era uma expressão que só se criava em situações onde certo sadismo era necessário. Se alguém a visse agora se assustaria, pois nenhum deles conseguiria imaginar esse rosto na garota sorridente. O olhar de uma assassina.

Outra risadinha, agora mais próxima da cama de Mika. Susumo franziu ainda mais o cenho.

- Susumo também gosta de rir, mas se você fazer isso agora vai acordar a Mika.

Ouviu o barulho de algo se virando bruscamente. Susumo abriu um sorriso de canto no rosto e ligou um abajur ao seu lado. Viu então a silueta de Mika que dormia tranquilamente na cama, e de Anju ao lado da mesma com uma expressão surpresa e irritada. Susumo perdeu seu sorriso por alguns instantes ao ver o que a albina tinha em mãos, mas logo o canto de seus lábios se ergueu de forma irônica.

- E isso seria imperdoável.

Anju arregalou ainda mais seus olhos, franzido as sobrancelhas e rangendo os dentes. Quem aquela pirralha pensava que era?! Susumo aumentou ainda mais seu sorriso, e Anju notou um brilho diferente nos seus olhos verdes contra a baixa luz amarelada do abajur. A menina de pele morena pegou o pedaço de ferro que normalmente usava para se proteger de zumbis e deu um passo para frente. Anju engoliu a seco, aquilo não era normal, aquela garota não estava normal.

- Anju você está segurando uma coisa perigosa.

Susumo usou seu pedaço de ferro para apontar o cutelo nas mãos da menina que deu um passo pra trás, aquele ferro era grande de mais e a morena poderia acertá-la de onde estava.

- Solte-o sim? Não quero que ninguém se machuque e não quero ter que te obrigar a soltar...

Susumo fez uma cara emburrada, como de uma criança mimada. A albina por algum motivo estava ficando um tanto quanto assustada, aquela criança não era normal. Logo o sorriso no rosto da menina voltou agora enorme, de orelha a orelha. Só agora Anju notava também o tamanho dos olhos verdes da mesma.

- E se eu tentar, provavelmente a Mika iria acordar e isso não seria legal... Seria?

Anju pensou em soltar seu cutelo e voltar correndo pra cama, até pensar melhor. Aquela garota era só uma criança estranha, não havia por que temê-la. Um sorriso sádico nasceu no rosto pálido da assassina.

- Você tem razão, vamos acabar acordando ela... Então por que não vamos pra fora?

Susumo abriu seu sorriso e em seguida abriu a porta do quarto saindo primeiro. Anju a seguiu com uma expressão de ódio e sadismo no rosto, por que não começar por aquela criança imunda? Pensou, rindo. As duas desceram até a recepção, onde não seriam ouvidas. Mesmo no escuro a luz ligada no corredor criava uma penumbra no local, era possível distinguir vultos e até mesmo ver os pratos sujos que ainda estavam por ali. Anju apertou com mais força o cabo de seu cutelo e abriu ainda mais seu sorriso, estalando o pescoço para o lado esquerdo. Susumo virou-se para ela ainda com o mesmo sorriso, e aquele brilho dourado nos olhos. A menina de rua trocou o ferro de mão girando o mesmo e batendo-o contra o chão, a morena sabia que Anju perdia a razão quando ganhava essa sede de sangue. Nesse exato momento era possível ver na albina. Não havia bom senso em seus olhos. O sorriso animado da criança se abriu ainda mais e botou de leve a língua para fora, idiota.

Com a provocação, Anju abriu ainda mais seu sorriso sádico e franziu ainda mais suas sobrancelhas e começou a correr em direção a Susumo que estava do outro lado da recepção segurando seu cutelo no alto com a mão direita. Os olhos verdes de Susumo se arregalaram, e seu sorriso se multiplicou. A menina morena estendeu o  ferro para frente, o mesmo devia ter quase dois metros e alcançou facilmente a mão de Anju fazendo seu cutelo cair sobre o pé da mesma. A menina albina se dobrou com um grito de dor agachando-se ao chão, ela arrancou o cutelo de seu pé descalço e o sangue começou a escorrer e manchar o chão. Susumo deu cinco passos a frente observando o estado da outra agora sem o sorriso no rosto.

- Viu? Eu disse que essa coisa era perigosa.

E  com esse comentário ela levou o ferro até a mão direita da menina, apertando a  mesma com força contra o chão. Pode sentir os frágeis e delicados ossos quebrarem pela pressão e outro grito saiu dos lábios da albina que lançou um olhar de ódio para a morena, que voltava a sorrir. Ela não havia soltando a mão da mesma, mas parou a pressão.

- Shhh... Se gritar desse jeito vão te escutar. E não queremos isso não é mesmo?

Susumo perguntou voltando a pressionar a mão da mesma com o ferro, sentindo mais ossos cederem à força e ver a pele se cortando. A albina voltou a gritar nesse exato instante o joelho da mais nova se chocou contra o queixo da mesma atirando-a contra o chão.

- Eu disse pra não gritar se lembra?

A menina de rua tinha uma expressão irritada agora. Ela pegou o cutelo da mesma que estava jogado sobre o chão cheio do sangue do pé de sua dona e deixou-o na mão esquerda da menina.

- Vamos, você ainda consegue andar com um pé não? Levante-se.

Anju sentou-se novamente, segurando-se para não chorar. Lágrimas escorriam de seu rosto, mas ela se recusava a soluçar. Seu pé estava completamente cortado, seu queixo deslocado e sua mão quebrada. Susumo levantou o ferro e assustada e impotente a albina se levantou apoiando todo seu peso em seu pé esquerdo. Susumo abriu a porta do hotel, deixando o  vento frio da noite entrar ali.

- Suma. Você consegue andar e tem algo pra se defender. Sei que consegue sair por meio da cerca viva.

Anju lançou um olhar repleto de ódio para a garota, recusando-se a fazer isso. Susumo permanecia séria.

- Eu não pretendia fazer isso, mas eu senti sua sede por sangue... Mas você foi boba Anju.

Susumo agora sorriu, empurrando a garota para fora, que caiu sentada mordendo os lábios para não gritar de dor. O brilho dos olhos de Susumo havia aumentado, e estava agora mais intenso.

- Não deveria ter tentando machucar a Mika.

Susumo dizia brincado com o pedaço de ferro em suas mãos. Anju olhou-a assustada, por que aquela garota esfarrapada protegia tanto aquela funerária sem graça? Não fazia sentido. Essas pessoas não eram normais... Não que ela pudesse falar algo.

- Amanhã de manhã vamos sair daqui, e se cruzarmos com você na estrada eu juro que desço do carro e te mato, entendeu? Por isso suma, e se cuide!

Foram as ultimas palavras da morena para a albina antes de fechar e trancar a porta. Susumo suspirou espreguiçando-se, encarou o chão de forma cansada. Estava cheio de sangue... Foi até a cozinha e arranjou um pano e um balde. Limpou tudo e depois limpou também a ponta de seu ferro. Jogou o pano no lixo de um dos quartos para ninguém encontrar e deixou o balde com sangue por ali também. Bocejou e entrou lentamente no quarto, conferiu se Mika estava bem, ela não havia acordado. Mesmo com a cama livre aconchegou-se ao lado de Hachiko no carpete, onde se sentia mais confortável e não pareceria suspeita.

No dia seguinte todos acordaram normalmente, Mika estranhou a falta de Anju e Susumo disse que ouviu ela saindo do quarto de noite, mas que não ouviu nada depois disso. Todos procuraram Anju pelo hotel, mas infelizmente não a encontraram. Albert coçava a nuca olhando para o relógio preocupado.

- Bom, infelizmente não podemos procurar mais. Temos que seguir viajem antes que esses infectados comam todos na cidade e comecem a procurar nos arredores.

Todos concordaram, alguns com certo peso e certa culpa. Outros mais preocupados com sigo mesmos, outros até aliviados por não terem que agüentar aquela garota estranha com aquele sorriso medonho. Procuraram apenas por mais alguns minutos aos arredores, acharam um pedaço do vestido da mesma na cerca viva e mais nada.

Sem sucesso e com tempo curto subiram mesmo assim no Hummer, e com remorsos partiram, mas não havia jeito. Não havia como esperar alguém que talvez nunca fosse voltar. E com isso, todos deram continuidade a viajem, com destino a Hokkaido e a vida.

- Como ela dorme tanto?

Daisuke suspirava olhando para Susumo, quer dizer ela havia acabado de acordar praticamente, finalmente haviam parado em algum lugar pra dormir... Mika deu de ombros ignorando o mesmo. Kouta riu baixinho, comentando algo em inglês para Steven que suspirou irritado reclamando do cheiro de cachorro, mas logo parou ao levar um olhar fatal de Mika. Enquanto isso, Susumo dormia, tranqüila como um anjinho.


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Notas finais do capítulo

Pronto! Espero que tenham gostado mesmo que o estilo esteja mudando um pouco... Tehehe~ Enfim, comentem! Oyundine cambio e desligo.