Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 19
Aterrorizados


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeeee! Viu, dessa vez eu não esqueci hauahuahauahaua Bem, eu não tenho muita coisa para dizer sobre esse capítulo, exceto que teremos um flagra xD Espero que gostem! Se der, posto outro antes do fim de semana.

Música do capítulo: Terrified da Katherine McPhee e Zachary Levi



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Capítulo 19- Aterrorizados

[EPOV]

You by the light

(Você sob a luz)

Is the greatest find

(É um achado magnífico)

In a world full of wrong you're the thing that's right

(Em um mundo cheio de erros você é o correto)

Finally made it through the lonely to the other side

(Finalmente passei através da solidão para o outro lado)

Eu já estava acordado há algum tempo, mas não me dava o trabalho de me levantar da cama. Era uma manhã de sábado, o que me permitia ficar deitado até a hora que eu quisesse.

Eu sabia que uma das razões de eu ainda estar ali, era porque ela estava em casa.

Havia se passado uma semana desde que tudo havia acontecido e eu não tive a chance de conversar com ela.

Eu queria esclarecer as coisas. Definir o que realmente tinha acontecido, e o que aquilo significava.

Eu queria poder rotular o que nós éramos.

Mas mesmo diante de toda aquela incerteza eu não conseguia tirar meu sorriso do rosto, principalmente quando as lembranças daquela tarde povoavam a minha mente.

[Flashcback]

Eu estava na cozinha separando algumas coisas para levar para a minha caminhada. O fato de minha mãe deixar todas as coisas organizadas na cozinha ajudava bastante para que eu não pegasse nada errado.

A casa estava um completo silêncio, exceto pela respiração do cachorro que estava ao meu lado. Ultimamente era cada vez mais difícil ficar sozinho naquela casa, não que eu estivesse reclamando. Ao contrário, eu desejava não estar sozinho naquele momento.

A cada dia que passava aquela garota me supreendia  ainda mais. Peguei o livro que estava em cima da bancada, e passei o dedo pelo relevo da capa.

Como ela podia me conhecer tão bem? Eu lembrava de ter comentado uma vez sobre gostar de Mark Twain, mas eu nunca pensei que ela estivesse prestando atenção.

Coloquei o livro dentro da mochila, e em seguida ouvi a voz que tanto ansiava.

“Edward!” Ela gritou, o que acabou me assustando.

“Você quer me matar do coração?” Eu coloquei minha mão no peito, enquanto tentava regular minha respiração. Eu não sabia se meu coração estava acelerado pelo susto ou pela presença dela.

“Desculpa.”

“O que você está fazendo aqui?” Perguntei surpreso, tentando esconder o quão feliz estava por dentro.

“Nossa, se não me quer aqui é só falar.” Ela disse ofendida. Eu já a conhecia bem o suficiente para distinguir pelo tom de usa voz quando ela estava fingindo ou não.

“Você sabe que não é isso.”

“Meu pai saiu com o Jacob para pescar. E como já tinha lavado todas as roupas e arrumado a casa toda, decidi vir para cá.”

“Parece que seu pai gostou bastante do Jacob.” Comentei desinteressado. Eu esperava que o pai dela detestasse o Jacob, talvez assim dificultaria as coisas para ele. Mas pelo visto nada acontecia do jeito que eu queria.

“Nem me fala. Você acredita que um dia desses ele disse que gostaria que eu namorasse o Jake?”

“E o que você respondeu?”  Perguntei subitamente após ouvir sua risada. “Quer dizer, você quer namorar ele?”

“Não! Ele é como um irmão para mim.” Ela respondeu, e eu contive um sorriso que estava querendo surgir. Ela não sentia nada por ele. Jacob era apenas um irmão para ela, nada mais.. “Por falar em irmão, cadê o seu?” Ela perguntou, me acordando dos meus pensamentos.

“Saiu com a Alice.”

“O Emmett?” Ela continuou seu interrogatório.

“Viajou com a Rose.”

“Seus pais?”

“Meu pai tá trabalhando e minha mãe foi ao shopping. Sinto em te desapontar, mas estamos sozinhos.”

“Eu não estou desapontada, só surpresa em encontrar essa casa tão vazia. Para quê a mochila?”

“Eu estava indo dar uma caminhada.”

“Caminhada? Aonde?” Ela perguntou, surpresa.

“No bosque. Quer vir junto?” Convidei, mesmo sabendo que ela não aceitaria.

“Caminhada no bosque? Tô fora.” Ela recusou exatamente como eu previa.

“Vamos... Eu juro que se o lobo mau aparecer eu defendo você.” Eu brinquei. Embora eu sabia que não era o ataque de um lobo mau que ela deveria temer.

“Não é do lobo mau que eu tenho medo, e sim de ir parar no hospital.”

“Qual é Bella, até eu consigo ir na trilha sem cair.” Tentei oferecer algum conforto para ela.

“Isso não quer dizer muito, já que você faz tudo melhor do que eu.”

“Vamos Bella. Prometo que não te deixo cair.” Insisti mais uma vez. Eu sabia que se ela não fosse eu ficaria ali com ela, mas eu precisava que ela fosse.

“Tudo bem. Mas se eu cair, a culpa vai ser sua.”

Eu ainda não acreditava que ela estava indo comigo. Pelo o que eu conhecia dela, Bella não era exatamente uma amante de caminhadas, mas mesmo assim ela estava indo comigo.

Eu e Jake íamos na frente, enquanto Bella nos seguia. O cachorro seguia o caminho que ele já conhecia há muito tempo, e eu o acompanhava, ouvindo atentamente os passos atrás de mim.

Uma das coisas mais difíceis que tive de fazer depois que perdi a visão foi me adaptar ao cão-guia.

Era difícil para mim ter que depender de um cachorro e ter que confiar no senso de direção dele, principalmente quando eu não conseguia confiar –nem me relacionar- como ninguém ao meu redor.

Mas confiar na Bella foi diferente. No início eu tentei lutar, mas era tão natural. Tão certo. Mesmo se tivesse resistido por mais tempo eu sabia que seria em vão. Aquela garota impulsiva e desastrada já havia feito uma bagunça na minha vida, e não tinha mais volta.

Ouvi um barulho de algo se chocando contra o chão, e mesmo sem ver eu tinha absoluta certeza de que Bella havia caído.

“Que droga!” Ela esbravejou, confirmando minhas suspeitas.

“Você está bem?” Perguntei, preocupado.

“Sim.”

“Você não consegue ficar longe do chão, né?” Provoquei.

“Eu disse que isso iria acontecer.” Ela me relembrou.

“Vem.” Estiquei minha mão para ela, que logo a aceitou. Não era muito, mas era bom estar ligado a ela de alguma forma. Aquele pequeno contato já era o suficiente para aquecer meu coração.

Caminhamos por mais alguns minutos, até que Jake parou, sinalizando que já havíamos chegado ao destino.

“Chegamos.” Avisei, enquanto aguardava ansiosamente saber a opinião dela.

Eu ainda me lembro da primeira vez que vim a esta clareira.

Eu tinha doze anos, e havia decidido explorar o bosque que sempre havia me fascinado desde que meus pais haviam comprado aquela casa, anos atrás.

Eu a havia encontrado por acidente.

E desde aquele dia aquele lugar se tornara meu refúgio. Era para lá que eu corria quando estava triste, estressado, quando precisava de inspiração, ou quando simplesmente queria estar em paz.

Era a minha própria da Fortaleza da Solidão.

Eu nunca havia levado ninguém lá. Até aquele momento.

“Uau! Edward isso é... Lindo.” Ela disse maravilhada.

“Que bom que você gostou... Esse é meu lugar preferido, meu refúgio secreto.” Disse.

“Acho que agora já não é tão secreto.” Ela apontou.

“Na verdade, eu sempre quis dividi-lo com alguém.” Sorri. Era bom ter alguém com quem eu pudesse ser eu mesmo, em qualquer circunstância.

“Obrigada. Esse lugar é maravilhoso.” Ela agradeceu.

“Bella...” Chamei-a.    “Você pode descrevê-la para mim? A clareira.”

“Claro.” Ela parou um momento antes de voltar a falar.   “A grama é bem verde e tem algumas flores rasteiras espalhadas por ela.  Algumas delas são amarelas, mas a maioria são em tons de rosa e lilás. As árvores são altas, e as folhas estão bem verdes, já que o outono ainda está longe. E embora eu possa ouvir o canto dos pássaros, eu não consigo ver nenhum. ” Era tão bom ouvir sua voz doce e calma.

“Parece que nada mudou.” Comentei com um sorriso.    “Obrigado.”

Sentamo-nos na grama, e ficamos algum tempo apenas ouvindo os sons provindos do bosque, até que eu decidi voltar a falar.

“Preparada para o próximo ano? Agora eu serei oficialmente seu parceiro de classe.”

“Acho que eu posso agüentar isso.” Ela respondeu bem-humorada.

“Tem certeza? O Mike pode ficar decepcionado.” Provoquei, sabendo como ela reagia a qualquer menção daquele garoto. Eu tentava esconder, mas era impossível negar o quanto me agradava perceber que ela não o suportava.

“Você é tão engraçadinho.” Ela disse sarcástica. Eu a imaginava revirando os olhos irritada, ou talvez estreitando os olhos em minha direção.

Eu daria tudo para poder vê-la.

Eu precisava vê-la, mesmo que fosse à minha maneira. 

“Eu posso te pedir uma coisa?”

“Sim.”

“Você me deixa te ver?” Perguntei, receando sua rejeição.

“Deixo, mas com uma condição.” Eu já devia imaginar que ela fosse querer algo em troca.

“Tinha que ter uma condição, não é?” Eu ri. Isso era uma coisa que eu estava fazendo frequentemente desde que ela apareceu na minha vida. “O que você quer dessa vez?”

“Quero ver seus olhos.”  Ela pediu, e eu congelei no meu lugar. Por que ela tinha que me pedir logo aquilo?

“Não, Bella.” Neguei com firmeza. “Existe uma razão para eu usar óculos escuros: Eles são feios.”

“Quem decide isso sou eu. Por favor, Edward.”

“Bella...” Eu implorei, esperando que ela mudasse de idéia.

“Por favor, por mim.” Eu me perguntava se ela sabia o poder que ela exercia em mim. Eu não conseguia dizer não a ela. Eu faria tudo por ela, e ela parecia saber disso.

“Tudo bem.”

Senti Bella se aproximando de mim, assim como senti suas mãos inertes em meus óculos, como se ela estivesse esperando que eu a afastasse.

Eu queria, mas não faria.

“Então, é o suficiente para te dar pesadelos à noite?” Perguntei amargamente.

“Seus olhos são bonitos.” Ela elogiou.

“Bella, eu sou cego, mas não sou idiota.”

“Do que você está falando?”

“Eu sei como meu olho ficou. Eu vi o que essa doença faz.” No momento que fui diagnosticado, eu procurei na internet o que a doença podia fazer comigo. Eu vi como meu olho ficaria caso evoluísse para o estágio final. “Você não precisa mentir para mim.”

“Eu não estou mentindo.” Ela disse firmemente. “ E além do mais, você não viu como seu olho ficou.” Pensei por um momento. Nisso ela tinha razão. Eu não tinha visto como meus olhos haviam ficado. “Eu sempre gostei de olhos verdes.” Ela deixou escapar e eu suprimi um sorriso ao ouvir sua confissão.

“Qual a cor dos seus olhos?”

“Castanhos.” Ela respondeu sem dar importância.

“Você não gosta deles?”

“É indiferente para mim. Quer dizer, eles são sem-graça como o restante do meu corpo. Então eu acho que combinam.” Eu não conseguia ver como Bella podia ser sem graça. Eu já a tinha visto,  e já tinha sentido seu corpo junto ao meu em dois breves abraços. Eu tinha certeza que ela era tudo, menos sem-graça.

“Agora eu posso te ver?” Perguntei, ansiando em vê-la novamente.

“Claro.” Ela respondeu num sussurro.

Lentamente me aproximei dela, e dedilhei todos os contornos do seu rosto, assim como havia feito noites atrás.

Como uma criatura podia ser tão perfeita?

“Você é linda.” Sussurrei, ao que Bella riu com escárnio. “É sério.” Como ela não podia enxergar o que até eu via?

Eu retirei minhas mãos de seu rosto, imaginando que poderia estar deixando-a desconfortável sob o meu toque.

Eu não sei como aconteceu, mas segundos depois eu senti os lábios de Bella contra os meus. Senti um choque percorrer o meu corpo, assim como no dia que dançamos juntos. Eu estava tão surpreso com aquilo que simplesmente eu permaneci ali, parado.

Cedo demais, senti Bella se separando de mim.

“Desculpe” Ela murmurou baixinho, e em seguida ouvi barulho de folhas sendo pisadas indicando que ela estava indo embora.

O que eu tinha feito?

Ela havia me beijado e eu não tinha feito nada. Como eu podia ser tão idiota?

You said it again my heart's in motion

(Você diz isso de novo e meu coração salta)

Every word feels like a shooting star

(Cada palavra parece uma estrela cadente)

I'm at the edge of my emotions

(Estou no centro das minhas emoções)

Watching the shadows burning in the dark,

(Assistindo as sombras queimarem na escuridão)

And I'm in love and I'm terrified.

(E eu estou apaixonada e eu estou aterrorizada)

For the first time in the last time

(Pela primeira e última vez)

In my only life.

(Na minha única vida)

Levantei-me, e fui andando apressadamente com Jake em direção a casa, rezando mentalmente para que ela não tivesse ido embora.

Ela não poderia ter ido embora. Se ela não estivesse ali, Deus sabe quando eu teria outra chance, se é que existiria outra.

Eu não sabia se ela realmente queria aquele beijo, ou se simplesmente ela ficou perdida no momento. Mas eu não iria ficar sentado para descobrir.

Subi as escadas o mais rápido que eu pude.

“Bella.” Chamei, quando cheguei a porta do seu quarto.

“Oi.” Ela respondeu num sussurro.

“Por que você saiu correndo?” Perguntei, sério.

“Achei que o motivo fosse meio óbvio.”

“Você não respondeu a minha pergunta.” Insisti. Eu sabia que podia estar fazendo aquilo da maneira errada, mas eu não podia evitar.

“Edward, eu não estou a fim dos seus joguinhos.” Ela disse cortante.

“Eu só quero saber o porquê.” Pedi. Eu precisava sanar tudo naquela hora.

“Você mesmo disse que você é cego, mas não idiota.” A voz dela saiu estrangulada, provavelmente ela devia estar chorando.   “Acho que você sabe muito bem a resposta para a sua pergunta.”

“Você...” Eu comecei, mas hesitei. Dizer o restante daquela sentença me parecia tão absurda, mas com um certo esforço consegui completá-la.“Gosta de mim?”

“Sim.” Ela admitiu, e o choque novamente me atingiu. Ela gostava de mim? Meus pensamentos estavam a mil por hora, e eu nem sabia o que dizer naquele momento. “Eu preciso ir para casa.” Ela disse. Como assim ela iria embora depois de me falar aquilo?

“Não, espera.” Pedi, me colocando na direção da porta, bloqueando sua saída.

“Edward...” Ela disse meu nome como se estivesse implorando.

Permaneci calado, e estiquei minha mão para ela, esperando que mais uma vez ela a aceitasse. Quando senti sua mão na minha, a puxei para mais perto, sentindo o calor do seu corpo próximo ao meu.

Cuidadosamente, peguei seu rosto entre minhas mãos.

“Não chore.” Pedi, enquanto secava as lágrimas que caíam. Me cortava o coração saber que ela estava sofrendo. Pior ainda, que eu havia causado aquele sofrimento.

Lentamente aproximei meu rosto do seu, dando-a tempo o suficiente para me parar se ela assim o quisesse.

Mas ela não o fez.

“Bella” Sussurrei antes de colar nossos lábios.

Eu não sabia descrever o que estava sentindo naquele momento.

Era uma mistura de emoções e sensações que eu não conseguia identificar, ou nomear.

Segurei-a pela cintura, puxando-a para mais perto, no mesmo momento que contornava seu lábio com minha língua.

Será que seu sabor era tão bom quanto seu cheiro?

Quando nossas línguas se encontraram, pude constatar que seu gosto era muito melhor. Morango e Chocolate parecia ser a melhor combinação para descrever seu gosto.

Bella enterrou suas mãos em meus cabelos,  e eu a apertei ainda mais em meus braços, não querendo nenhum espaço entre nós.

Bella suspirou ao que me pareceu ser um suspiro de satisfação, e logo em seguida ouvi um rosnado.

“Acho que seu cachorro não gosta que eu beije você.” Ela disse enquanto ria.

“Acho mais provável o oposto.” Disse, encostando minha testa na dela. “Você parece que conquistou todos nessa casa.”

“Eu só queria conquistar um.” Ela admitiu.

“Já conquistou.” Confessei, antes de beijá-la novamente.

[ Fim do Flashcback]

[BPOV]

This could be good

(Isso poderia ser bom)

It's already better than that

(Já é melhor que a última vez)

And nothing is worse than knowing

(E nada é pior do que saber)

You're holding back

(Que você está hesitando)

I could be all that you needed

(Eu poderia ser tudo que você precisa)

If you let me try

(Se me deixar tentar)

Olhei para o relógio que estava ao lado da minha cama e vi que já eram dez horas da manhã. Ultimamente, parecia que eu passava a maior parte do meu tempo sonhando acordada. Eu ficava sentada, ou deitada, apenas revivendo os acontecimentos da última semana. Acontecimento esse que ainda não havia se repetido. Infelizmente.

Edward e eu ainda não tínhamos conseguido ficar a sós para poder conversar sobre o que tinha acontecido.

Antigamente as coisas eram tão mais simples.

Se um cara beijava você, automaticamente, vocês já era um casal.

Mas, hoje um beijo podia significar tantas coisas, que deixava qualquer garota com os nervos a flor da pele.

Havia sido apenas um beijo, ou era algo mais?

O que éramos agora? Amigos com benefícios, ou algo mais sério?

Namorados, talvez?

Aquilo já estava me matando, eu precisava sair daquele quarto e tentar me distrair com alguma coisa.

“Bom dia.” Jasper me cumprimentou ao me ver entrando na cozinha.

“Bom dia.” Respondi. “Vocês estão de saída?” Perguntei ao notar que os três garotos que estavam na cozinha estavam arrumados.

“Alice inventou um programa de casais.” Jasper respondeu, fazendo uma ruguinha aparecer na minha testa.

“E por que o Jake está indo junto?” Perguntei, confusa.

“Bellinha está com ciúmes, Bellinha está com ciúmes.” Emmett ficou cantarolando, enquanto eu ficava revirando meus olhos.

“Você sabe que eu só tenho olhos para você.” Jacob disse, piscando para mim. Maldito dia que eu fui apresentar o Jacob ao Emmett.

“Só estou cuidando dos interesses da Leah.”

“Quem é Leah?” Jazz perguntou curioso.

“Ninguém.” Jake respondeu de maneira ríspida.

“É a namorada dele” Disse, sabendo que Jacob odiaria que eles soubessem de toda a história.

“Bella, não começa.” Ele pediu, e por alguma razão desconhecida eu acabei atendendo seu pedido.

“E então, para onde vocês vão?”

“Vamos ao Lincoln Park, Alice está levando uma garota para o Jake.” Assim que Jasper respondeu minha pergunta eu comecei a rir. Eu simplesmente não conseguia imaginar Jacob Black num encontro às cegas.

“Qual é a graça?” Emmett perguntou desconfiado.

“Nada, não. Divirtam-se.” Os três me olharam confusos, mas não falaram nada e saíram em direção a garagem.

O que eu não daria para ser uma mosquinha e poder ir junto nesse tal encontro.

Finalmente me voltei para a mesa que ainda estava posta. Era tão bom poder acordar e não ter que fazer seu próprio café.

“Oi.” Ouvi a voz de Edward, e me virei para olhá-lo. A simples visão dele já me fazia corar.

“Oi.”

“Que silêncio!” Ele comentou.

“Eles acabaram de sair.” Respondi. “Vai querer o quê para o café da manhã?”

“Tem cereal?”

“Tem.” Eu peguei a tigela dele que ficava no armário superior, assim como o cereal e o leite.

“Por que você não foi com eles?” Ele perguntou, dando a primeira colherada no cereal.

“Acho que era um programa de casais pelo que o Jazz falou.”

“E o Jacob foi com eles?” Ele perguntou surpreso.

“Ali ia apresentá-lo para alguém.”Respondi.

Nós continuamos a tomar o nosso café no mais absoluto silêncio. Não era de um todo confortável, mas era melhor do que preencher nosso tempo com conversas desnecessárias ou trazer à tona tópicos que claramente estávamos evitando.

“Já acabou?” Perguntei, levantando-me da mesa. Edward fez que sim com a cabeça e eu peguei a sua tigela e fui para a pia lavar a louça.

Eu estava de costas para a mesa da cozinha, mas pude ouvir quando a cadeira rangeu, indicando que ele estava se levantando.

Eu não precisei me virar para saber que ele estava bem próximo a mim.

“Acho que precisamos conversar.” Ele começou hesitante.

“Pensei que tínhamos passado dessa fase.” Disse me virando para ele. Por mais que eu quisesse resolver nossa situação, eu sabia que ter aquela conversa naquele momento seria estranho demais.

“E o que você tem em mente?” Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.

“Que tal assistirmos aquele filme?” Sugeri.

“Claro.”

Ele se sentou no sofá da sala, enquanto eu colocava o DVD no aparelho, para logo em seguida me juntar a ele.

O filme estava passando na tela, e eu fazia um esforço sobre-humano em prestar atenção ao que estava passando na minha frente, ao invés do quão longe eu estava sentada dele. Ou de quanta tensão existia naquela sala.

Eu estava nervosa, e não conseguia ficar parada no sofá. Qualquer posição me parecia desconfortável.

Conscientemente, ou não, a cada movimento que eu fazia, eu ficava mais perto dele.

Olhei para o lado e sorri ao notar que ele parecia estar fazendo a mesma coisa.

Quando parecia não existir mais nenhum espaço entre nós, Edward timidamente passou seu braço em volta dos meus ombros, e eu me aconcheguei em seu peito.

Respirei fundo, e pela primeira vez senti seu cheiro intoxicante invadindo meu corpo: uma mistura de sabonete e almíscar. Como ele podia ser tão...perfeito? Seu gosto, seu cheiro, sua voz,  sua personalidade, tudo nele parecia me atrair de uma maneira que eu não conseguia entender.

You said it again my heart's in motion

(Você diz isso de novo e meu coração salta)

Every word feels like a shooting star

(Cada palavra parece uma estrela cadente)

I'm at the edge of my emotions

(Estou no centro das minhas emoções)

Watching the shadows burning in the dark,

(Assistindo as sombras queimarem na escuridão)

And I'm in love and I'm terrified.

(E eu estou apaixonada e eu estou aterrorizada)

For the first time in the last time

(Pela primeira e última vez)

In my only life.

(Na minha única vida)

De alguma forma eu havia conseguido voltar minha atenção para o filme. Não que eu estivesse entendendo muita coisa, mas ao menos eu estava conseguindo me distrair de toda aquela tensão que ainda estava no ar.

“Ela é tão estranha.” Comentei me referindo a protagonista do filme.

“Quem?” Edward perguntou.

“Essa tal Cherry. No lugar de uma das pernas ela tem uma metralhadora. É bizarro.” Como uma pessoa poderia escrever um filme desses, eu nunca iria saber.

“Sério?” Ele perguntou duvidoso.

“Muito sério!” Respondi, rindo.

“Eu amo sua risada.” Ele disse docemente, e eu desencostei do seu peito para olhar para ele. “Eu quero beijar você de novo.” Ele sussurrou, acariciando meu rosto levemente.

“Eu não vou sair correndo se é isso que você está esperando.” Ele sorriu largamente.

Meu coração já estava batendo forte por antecipação, enquanto ele aproximava seu rosto do meu.

Quando seus lábios se juntaram aos meus, eu me senti no paraíso.

Alguém me diz como eu consegui passar uma semana sem beijá-lo?

“Bella...o...filme” Edward falou entre o beijo. Quem se importaria com o filme agora?

“Esquece.”  Respondi, aprofundando o beijo, sentindo seu gosto maravilhoso mais uma vez. Eu não era uma garota que tinha vícios, mas com certeza eu estava viciada nele.

As mãos de Edward foram para os meus cabelos, enquanto as minhas espelhavam seus movimentos, se perdendo no meio de seus fios bagunçados. Nossas línguas brigavam por controle, e nenhum dos dois dava sinal de que desistiria tão cedo.

“AH. MEU. DEUS” Uma voz estrondosa gritou, fazendo eu e Edward nos separarmos. De todas as pessoas, tinha que ser logo ele? Eu preferia qualquer pessoa, até Carlisle, mas não o Emmett.

“O que você está fazendo aqui?” Edward sibilou. Eu sentia meu rosto pegando fogo, e tudo o que eu queria fazer naquele momento era sair correndo dali e me trancar em algum lugar. Pena que isso não era uma opção.

“O Emm esqueceu a carteira.” Jasper respondeu. Eu preciso falar que ele estava com um sorriso estúpido e malicioso no rosto? Acho que não, né?

“Dá para você tirar esse sorrisinho da cara?” Falei entre os dentes. Ele sabia muito bem que ele me irritava com aquilo.

“Eu te avisei, cunhada. Eu te avisei.” Ele disse, mantendo o sorriso no rosto. Revirei meus olhos, e acabei encontrando o olhar compenetrado do Jacob em mim.

“Edward, eu tô tão orgulhoso de você. Esperou todo mundo sair para agarrar a Bellinha. Eu te ensinei tão bem.” Emmett comentou orgulhoso.

“Emmett!” Edward ralhou com ele.

“Vocês estão namorando?” Jacob perguntou subitamente. A sutileza dele me surpreendia certas vezes.  De todas as coisas para perguntar naquele momento, ele tinha que fazer justamente aquela pergunta?

Os olhares dos três se mantiveram fixos em nós, enquanto aguardavam as nossas respostas.

O que eu ia responder?

“Anh...” Edward começou, sem saber ao certo o que responder.

“É...anh....”Eu estava tão eloqüente quanto ele. Para nossa salvação, o celular de Jasper tocou naquele exato instante.

“Oi amor.” Bendita Alice e seu perfeito timing para ligar para o Jasper. “O Emmett esqueceu a carteira e voltamos para buscar. Se já estamos de saída? Não, ainda não. O por quê?” Jasper fez uma pausa e olhou para mim, questionador. Sacudi a cabeça para os lados, respondendo a sua pergunta muda. Jasper apenas deu um sorrisinho. Ele não iria fazer isso, ou iria? “Nós acabamos de encontrar Edward e Bella se agarrando no sofá. A mais pura verdade. Vou ficar esperando. Tchau.”

“Eu te odeio.” Sibilei para ele. Eu já podia imaginar o interrogatório que Alice e Rose fariam. Sem contar ter que ver aquele mesmo olhar de ‘Eu já sabia’ estampado no rosto da Rosalie.

“Elas estão vindo para cá.” Ele disse, mesmo que isso já estivesse subentendido por todos ali na sala.

“Eu te odeio com todas as minhas forças.”

“Se vocês nos dão licença eu vou conversar com a Bella a sós.” Edward pegou minha mão, levantou do sofá e foi andando comigo em direção a escada.

“Esse garoto é mais rápido que eu. Já tá levando ela para o quarto.” Ouvi Emmett falando, quando alcançamos a escada. Tentei o máximo para não rir, e vi Edward comprimindo os lábios para o mesmo efeito.

“Aqui eles não vão nos perturbar.” Ele disse depois de fechar a porta do seu quarto.

“Eu não quero nem ver quando a Ali e a Rose chegarem...” Choraminguei. “As perguntas que elas vão fazer...Você se importa de virar filho único? Por que eu quero matar o Jasper.” Ele sorriu brevemente, mas logo assumiu uma expressão pensativa.

“Sobre essas perguntas, o que você vai dizer a elas?” Ele perguntou.

“Eu não sei.” Respondi, mordendo meu lábio inferior.

“Eu sei que nós não tivemos tempo para conversar. E também sei que deveria ter dito o que eu sentia antes de te beijar novamente lá embaixo...”

“E o que você sente?” Interrompi-o. Eu não tinha mais o porquê esconder minha ansiedade.

“Bella eu falei sério quando disse que você tinha me conquistado. Você entrou na minha vida, nos meus pensamentos e no meu coração como se fosse um meteoro. Você iluminou a minha vida. Você colidiu com o meu mundo e mudou tudo de lugar.” Senti meus olhos marearem ao ouvir sua declaração. Ainda era difícil aceitar que ele se sentia da mesma maneira que eu. “Você...você me fez me apaixonar por você quando eu julguei que tudo estava acabado...” Edward prosseguiu falando e eu o calei com um beijo. Eu não conseguiria segurar minhas lágrimas se ele continuasse sua declaração.

“Isso quer dizer que você sente o mesmo?” Ele perguntou com seu sorriso torto, o que só me fez beijá-lo outra vez.

“Você não imagina o quanto.” Sussurrei entre o beijo.

“Quer namorar comigo?” Não me dei ao trabalho de responder sua pergunta. Para que perder o meu tempo falando se eu poderia estar beijando aqueles lábios perfeitos? \t\t\t\t\t\t\t\t    “O seu modo de responder as minhas perguntas é bastante eficiente.” Ele murmurou, voltando a me beijar.

I only said it cause i mean it

(Eu só disse isso porque eu quis dizer isso)

I only mean cause it's true

(Eu quis dizer porque é verdade)

So don't you doubt what i've been dreaming

(Então não duvide do que eu sonhei)

Cause it fills me up and holds me close

(Porque isso me completa e me abraça)

Whenever i'm without you

(Qualquer momento eu estou sem você)

“Isabella Marie Swan, venha já aqui.” Alice gritou autoritária, atrapalhando meu doce momento ao lado do meu –agora- namorado.

“Eu tenho medo dela.” Confessei. Edward apenas concordou com a cabeça.

“Acho melhor irmos.” Ele disse, e saímos do quarto.

Me surpreendi ao ver que a baixinha estava no primeiro andar da casa. Pelo visto ela tinha um grito bem potente.

“Oi Ali!” Cumprimentei-a quando chegamos a sala de estar, onde todos ali estavam.

“Por que você não contou nada para gente?” Ela nem se deu o trabalho de me cumprimentar, e já foi me fuzilando com suas perguntas.

“Por que não tinha nada para contar.” Respondi.

“Ah.”  Ela pausou por um momento “Então hoje foi a primeira vez?” Ela continuou numa voz doce.

“Não.”

“Não? E você não me contou?” Ela perguntou, indignada.

“Alice se acalma.” Rosalie pediu.

“Mas Rose, ela não nos contou. Ela escondeu isso da gente. Você nos traiu.” Certas vezes,  Alice era tão dramática!

“Às vezes eu acho que você deveria fazer teatro e não eu.” Rosalie murmurou, e eu concordei com ela em meus pensamentos.

“Vai dizer que você não está revoltada?” Alice arqueou a sobrancelha em direção à amiga

“Não.” Foi a resposta simples de Rosalie. “Eles iriam contar quando se sentissem prontos. Mas pelo visto os três mosqueteiros bisbilhoteiros estragaram tudo.” Ela disse a última frase olhando para os três garotos sentados no sofá.

“Rose, desde quando você virou uma pessoa sensata?” Jasper provocou.

“Isso se chama amadurecimento, Jazz. Um dia você chega lá.” Rosalie devolveu petulante. É isso que se ganha por provocar Rosalie Hale.

“Agora que estamos aqui, diga, qual é a situação de vocês?” Jake perguntou, fazendo todos os olhares voltarem para mim e Edward

“Jacob!” Repreendi-o

“Sou praticamente seu irmão, e como tal eu preciso cuidar de você.”

“Nós estamos namorando.”  Edward respondeu, e eu pude ver cinco carinhas felizes olhando para nós.

“Ohhhh!” Alice suspirou. “Agora podemos sair num encontro triplo. Podemos fazer tantas coisa, tantos lugares que podemos ir...” Eu já devia imaginar que essa seria a primeira reação dela.

“Alice, economize sua energia ou você vai piorar o aquecimento global.” Todos riram da piada do Emmett, enquanto ele era fuzilado pelos olhos da Alice.

“Na verdade, eu acho que ela poderia ser um tipo de energia alternativa. Essa garota dava para iluminar Nova York em pleno Ano Novo.”

“Até você, Jake?” Alice perguntou com um biquinho. “Também não vou mais te desencalhar.”

“Eu não tô encalhado.” Jacob se defendeu.

“Ah, não? Há quanto tempo você não beija na boca?” Alice cruzou os braços, desafiante.

“Isso não é da sua conta.” Ele respondeu, levantando-se do sofá.

“Você já deve estar com teia de aranha.” Aproveitei que todos estavam prestando atenção na briga deles, e saí sorrateiramente da sala, levando Edward comigo.

“Jasper, eu vou esganar sua namorada.” Ouvi Jacob ameaçando.

“Hey, fica longe dela.” A voz dos Jasper foi a última coisa que ouvi antes de chegar a cozinha.

“Acho que o pior já passou.” Disse aliviada.

“Só se for para você.”

“Por quê?” Perguntei. Os nossos amigos não eram nosso maior problema?

“Eu ainda tenho que falar com seu pai.” Ele respondeu.

Acho que esse sim seria um grande problema.

You said it again my heart's in motion

(Você diz isso de novo e meu coração salta)

Every word feels like a shooting star

(Cada palavra parece uma estrela cadente)

I'm at the edge of my emotions

(Estou no centro das minhas emoções)

Watching the shadows burning in the dark,

(Assistindo as sombras queimarem na escuridão)

And I'm in love and I'm terrified.

(E eu estou apaixonada e eu estou aterrorizada)

For the first time in the last time

(Pela primeira e última vez)

In my only life.

(Na minha única vida)


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Notas finais do capítulo

Beijos! Até o próximo!