Just My Luck escrita por Daniele Avlis


Capítulo 13
Asian Nation - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dividido em duas partes.
Parte 1



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/8294/chapter/13

Capítulo Seis

Asian Nation

 

 

Inicio das Reminiscências

 

A ruazinha, conhecida como Rua Fechada, ficava alguns quarteirões da casa de Carolina, uma garota de quatorze anos de idade, cabelos castanhos que lhe caiam nos ombros, olhos da mesma cor, brilhantes e intensos, por trás das lentes dos óculos de grau fininhas. Usava jeans, e uma camiseta branca regata onde mostrava seus ombros finos. Ela vinha andando pela calçada, desviando aqui e ali, de algumas pessoas e carregava em mãos uma bolsinha pequena. Estava a caminho da padaria, onde seus pais a mandaram comprar pão àquela tarde ensolarada e quente. Ela dava alguns pulinhos animada, mal esperava a hora de voltar rápido e continuar aquela conversa animada no msn com seus amigos. Cruzou uma ruazinha pequena e lá estava ela, a padaria. Atravessou com cuidado o sinal e adentrou na mesma. Não demorou nem alguns minutos e já estava saindo com uma sacola de pão. Querendo pensar mais sobre o assunto que ela comentava com os amigos no programa de conversação: preferiu ir pelo caminho mais longo para sua casa, para pensar. Há dois anos, quando tinha doze anos de idade, formou com seus três amigos um fórum de música japonesa, que não deu muito certo. Os fóruns tinham perdido muita credibilidade perante o assustador sucesso de sites de relacionamentos, e muitos fóruns faliram. Infelizmente o assunto de música japonesa não era tão falado assim, havia entrado poucos membros no fórum. Foram apenas dois anos, e infelizmente teve que ter um fim. Carolina não havia gostado muito da idéia do fechamento do fórum, gostava daquele lugar, gostava de ficar trocando informações, mas era mais fácil trocá-las pelo msn, já que quase todas as noites e incluindo as tarde de domingo, os poucos amigos que fizera estavam lá, no msn, conversando. O fórum já não atraia mais ninguém e seu amigo, Daniel, resolveu fechá-lo.

         Queria desesperadamente fazer com que o sonho deles, e dela também, se realizasse; chegava a rezar todas as noites para que algo maravilhoso acontecesse, mas parecia ser em vão as suas suplicas. Os outros dois amigos, que moravam fora da cidade, estavam pensando em formar uma banda, com três de seus amigos que moravam na mesma cidade de Carolina: Julhia, Daniel e Guilherme. Eles queriam formar uma banda. Renato conhecia bastante coisa sobre tecnologia e disse que com apenas um gravador poderia fazer maravilhas, e se candidatou a ser baterista da banda, algo que ninguém contestou, já que ele disse que tinha uma bateria velha de segunda mão. Guilherme e Daniel pediram emprestado a sala de música da Faculdade de Música, onde um primo de Guilherme, que era professor, lecionava. Eles conseguiram a licença e o primo de Guilherme ficou para observar. Lá foram Guilherme, Julhia, Daniel e Carolina com um notebook, uma webcan e microfones. Guilherme arrumou os equipamentos com Daniel, e Julhia e Carolina arrumaram o notebook e o resto. Do outro lado do vídeo haviam dois garotos, um loiro chamado Julho e um baixinho e gordinho que era o Renato. Renato ficava dando instruções a Julhia, que sabia mexer melhor no computador que Carolina e ao seguir as instruções, Renato já estava dentro do computador. E todos descobriram que Renato era um hacker, mas ninguém se assustou com isso. Eles conseguiram ligar os aparelhos e os primeiros acordes começaram a surgir. Julhia, que tinha uma bela voz, foi escalada para ser a vocalista e começaram a tocar uma música que já estavam há muito tempo improvisando, uma música de Mika Nakashima, Eyes for the moon. Estava formada a banda.

         Com esses pensamentos de alguns meses atrás, Carolina não percebeu uma pedra a sua frente. Pisou em falso e caiu no chão, mas conseguiu salvar os pães ou sua mãe a mataria. Com o coração aos pulos. Ela se levantou reclamando da própria falta de atenção e quando virou-se para se escorar na parede e limpar-se, viu um grande terreno abandonado. Seus olhos se arregalaram para a construção imponente de dois grandes prédios de quatro andares iguais. Os portões de grade estavam fechados com grossas correntes e cadeado, enferrujado. O pôr-do-sol brilhava no horizonte iluminando todo o local. Carolina se aproximou, devagar, olhando o lugar, estava silencioso ali. Ficou hipnotizada, tamanho o magnetismo e imponência que o lugar exalava. Ela tocou numa das grades que rangeu, ao se aproximar, estava gelada. Ela esboçou um largo sorriso, que apossou-se de seu rosto. Rapidamente ela se afastou e saiu correndo rua abaixo aos pulos e excitação. Correu a toda velocidade pela rua, desviando bruscamente das pessoas que passavam pela calçada. O coração batia acelerado no peito. Ela entrou numa ruazinha pequena e pacata, abriu o portão de uma casa pequena, e adentrou correndo. Um grande cachorro veio saltando em seus calcanhares, animado ao ver a dona. Ela abriu a porta da casa e entrou rapidamente.

         - Carol! – ela escutou a voz de sua mãe chamando-a. – Comprou os pães?

         - Sim! – respondeu ela ao correr para a cozinha, onde estava sua mãe. Depositou a sacola em cima da bancada e correu para a sala. Subiu as escadas de dois em dois, quase arfando quando quase esbarrou num jovem de vinte e três anos.

         - Cuidado! – ele reclamou.

         - Desculpa, Leo! – falou rapidamente ao passar por ele quando adentrou num corredor. Correu para a porta dos fundos, que estava aberta, seu quarto. Mal se sentou na cadeira, a web ligada, ela abriu a janela onde a conversa já ia longe com mais cinco pessoas, desde a última vez que falou que iria sair um instante, quando digitou, apressadamente, errando quase todas as palavras: ENCONTREEI O LUGAR PARA OsNOSSOSONHOS!

         Ela se ajeitou rapidamente na cadeira, aproveitando a brisa leve do vento que adentrava, sem pedir licença no quarto, pela janela escancarada. O quarto de Carolina era pequeno e tinha, ainda, um tom infantil. Era todo pintado de branco, assim como todos os móveis ali dentro. Alguns como o pequeno guarda roupa que ficava num dos cantos do quarto de apenas duas portas, fora pintado de branco – onde a tinta já estava se descascando -, a pequena penteadeira de pernas finas e duas gavetas simples; ficava embaixo da faia da janela aberta. A cama de solteiro, forrada com colchas brancas e de rendas, ocupava grande espaço e sua cabeceira de madeira, também havia sido pintada de branco cujo tempo também já estava a desgastando. A mesa do computador, pequena e apertada estava quase espremida entre a penteadeira e a parede.

 

::Julhia::.. diz:

O que foi que você disse?

Guilherme diz:

Foi na terça feira passada!

Renato | Working diz:

Aqui continua o mesmo preço

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Gente!!!

Julho | Get me some money diz:

Mas não disseram que iria ficar mais caro?

Ichigo Hiiragizawa diz:

Foi o que eu ouvi falar!

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Gente!!! Eu quero falaaaaaaarrrrr....!!!!!!!!!!!!!!!!

Julho | Get me some money diz:

Não tem nem conversa?

Guilherme diz:

Acho que não.

Renato | Working diz:

Pixinxa!

::Julhia::.. diz:

VOCÊS QUEREM CALAR A BOCA UM MINUTO?!!!!

Julho | Get me some money diz:

Uia!

Guilherme diz:

O que foi Ju?!

Ichigo Hiiragizawa diz:

Fala.

::Julhia::.. diz:

Carol tem uma coisa pra nos contar!

Ichigo Hiiragizawa diz:

Fala, Carol!

Guilherme diz:

Fala!

Renato | Working diz:

Somos seus amigos, pode confessar.

Julho | Get me some money xD diz:

Fala logo! O que foi que você aprontou dessa vez?

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Eu não aprontei nada!!

::Julhia::.. diz:

Fica quieto, Naruto!

Guilherme diz:

Naruto! xD

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

UAHUahuHUHa

Renato | Working diz:

Heheheheeee que manda ficar fazendo cosplay de Naruto direto? Dá nisso

Julho | Get me some money diz:

EU TENHO NOME E QUERO QUE O USEM!

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Tah, Naruto, fica quieto que tenho algo pra contar a vocês.

::Julhia::.. diz:

Estamos ouvindo.

Ichigo Hiiragizawa diz:

Estamos lendo.

Julho | Get me some money diz:

xP~~

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

É o seguinte!

Guilherme diz:

Sabia! Tinha aprontado!

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Eu não aprontei nada! Eu achei um lugar!

Julho | Get me some money diz:

Heim?

Renato | Working diz:

Lugar?

::Julhia::.. diz:

Que lugar?

Ichigo Hiiragizawa diz:

Onde fica?

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Fica na rua fechada.

::Julhia::.. diz:

Ta falando sério?!

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Sim^^

Ichigo Hiiragizawa diz:

Os prédios que já foram usados para tratamentos psiquiátricos?

Renato | Working diz:

Pera aee!! Pera um instante aeee!

Guilherme diz:

Mas não dizem que aquele lugar é mal assombrado?

Julho | Get me some money diz:

Não estou entendo nada do que vocês estão falando... ¬¬

::Julhia::.. diz:

Ta com medo Gui?

Guilherme diz:

Medo não, cautela.

::Julhia::.. diz:

Nada a ver. Isso é medo.

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

São os prédios, sim Dan!

Ichigo Hiiragizawa diz:

Mas pra quê iram servi, Carol.

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Pra montar o Asian Nation.

Julho | Get me some money diz:

Ih, bebeu, num disse...

Guilherme diz:

Carol, eu vou bater no seu irmão! Isso é má influencia!

Renato | Working diz:

Tão nova, Carol...

Julho | Get me some money diz:

Carol, ta querendo se mudar pra lá?

::Julhia::.. diz:

DEIXEM ELA FALAR!!!!!! Fala Carol.

Julho | Get me some money diz:

Fala que eu te escuto.

::Julhia::.. diz:

Naruto! >.<

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

O lugar está abandonado. Acho que se fomos à prefeitura pra saber alguma coisa do lugar, talvez possamos tomar posse dele.

Julho | Get me some money diz:

Alguém me diz quantos anos a Carol tem, por favor?

Ichigo Hiiragizawa diz:

14

Renato | Working diz:

Tão nova e já está perdendo o juízo.

::Julhia::.. diz:

Carol, ta em casa?

Guilherme diz:

O que vocês vão fazer?

Julho | Get me some money diz:

Epa! Vocês vão invadir o lugar? Ficaram loucas?!

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Toh sim, Ju, quer ir lá comigo agora?

::Julhia::.. diz:

Vamos!

 

::Julhia::.. sai da conversa

        

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Caramba, ela já foi!!!!

Renato | Working diz:

EEEIII!!!! Vocês esqueceram que eu e o Naruto moramos em cidades diferentes?!

Ichigo Hiiragizawa diz:

Guilherme, você ainda ta com aquela câmera?

Guilherme diz:

Estou sim.

Ichigo Hiiragizawa diz:

Pega ela, vamos tirar umas fotos do lugar. Não dá pra deixar essas duas sozinhas.

Guilherme diz:

flw     

Julho | Get me some money diz:

Deixaram a gente de lado ¬¬

Ichigo Hiiragizawa diz:

Daqui apouco a gente volta.

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

É rápido, Renato. A gente volta em menos de meia hora! Ahhh Dan!!!

Ichigo Hiiragizawa diz:

Oi

*.C.a.R.o.L.* FUI COMPRAR PÃO | dear angel - Olivia diz:

Pega um martelo ou um alicate grande, se tiver!

Guilherme diz:

Meu pai tem um monte de quinquilharias na garagem. Eu pego isso também.

Julho | Get me some money diz:

Nussa! Eles vão mesmo arrombar o lugar!

Renato | Working diz:

E ainda falam que eu sou o criminoso por ser hacker... ¬¬

        

 

         Carol fechou a conversa. Saiu do msn e rapidamente desligou o computador. Pegou a bolsa e saiu do quarto, apressada e desceu as escadas.

         - Aonde vai? – perguntou seu pai que estava mexendo em algo atrás da televisão.

         - Vou passar na casa da Julhia, mas volto logo! – falou já abrindo a porta.

         - Volte logo!

         - Ok! – disse já saindo e correndo pela calçada. Tirou o celular de dentro da bolsa e começou a digitar, rápido, o número da amiga. Estava ocupado. Desligou e colocou dentro da bolsa novamente, e saiu correndo a toda velocidade. Cruzando algumas ruas. E chegou. Lá estava ele, o terreno abandonado. Tinha sido a primeira a chegar já que morava perto do lugar. O sorriso tomou conta de seu rosto mais uma vez. Ela foi até os grandes portões de grade, olhando para dentro do lugar, de olhos arregalados e brilhando intensamente.

         - Carol! – soou uma voz a suas costa. Esta se virou.

         - Ju! – falou animada. Uma garota vinha atravessando a pequena ruazinha silenciosa. – Não é bonito?

         - Ta merendo uma bela duma reforma, mas é bonito. – falou ao se aproximar. Agarrou-se as grades e balançou. – Ta fechado. Não vamos poder entrar.

         - Eu pedi pro Dan trazer um alicate! – falou animada.

         - Mas como tomar posse disso, Carol? É um terreno privado!

         - Quem disse isso? – ela rebateu irônica. Julhia a olhou. – Pode deixar comigo. Eu tomo conta disso.

         - Tenho sérias duvidas de sua sanidade. – suspirou a amiga.

         - Eu também. – soou uma voz greve as costas delas. As duas viraram e viram dois rapazes se aproximando. Os dois tinha uma aparecia de dezessete anos de idade, ambos cabelos negros que caiam sobre os olhos, um deles tinha uma aparecia oriental.

         - O que vai montar aí, Carol? – indagou Guilherme olhando para cima, para os dois prédios. – É alto.

         - O Asian! – ela respondeu ainda animada.

         - Gui, me ajuda aqui! – pediu Daniel ao se aproximar do portão e tirar um grande e pesado alicate de uma sacola. Gui rapidamente deixou a câmera nas mãos de Carol, que começou a mexer na mesma e a tirar fotos da rua, do portão, com os meninos arrombando, de Julhia, que começou a pousar para fotos...

         - E se formos presos por arrombamento? – indagou Gui apreensivo ao ir ajudar o amigo.

         - Calma, ninguém vem por aqui. Não lembra que todo mundo tem medo de se aproximar desse lugar? – disse Carol jogando a câmera nas mãos de Julhia, que recebeu animada e começou a tirar mais fotos.

         - É, mas... – ele pareceu relutante.

         - Abriu! – disse Daniel ao empurrar as grades para trás. O portão rangeu alto. Os quatro ficaram parados. Um ao lado do outro. Observando boquiabertos o terreno abandonado.

         - Uau... – ofegou Carol. – Quem entrar por último é a mulher do padre! – berrou ela feliz ao sair correndo.

         - Espera, Carol! Não sabemos se tem gente! – gritou Gui ao correr atrás dela.

         - É... é grande! – suspirou Julhia.

         - Vamos. – falou Daniel. Os dois entraram. Carol gritava e ria em plenos pulmões.

         - Olha o espaço desse lugar. Olha só pra isso! Não é uma beleza! – gesticulava ela aos risos. – Nossa! Nossa!

         O lugar era grande e espaçoso. Um antigo terreno abandonado, de muro um tanto baixo, estava jogado ao abandono. Havia lixo por quase toda a parte, cartazes de alguma coisa, sacolas espalhadas, garrafas, pneus, pedaços de madeira velha e apodrecida. Eles chegaram ao primeiro prédio e hesitaram ao entrar. O hall estava tão sujo quanto o lado de fora, dava pra ver algumas baratas rondando o lugar e fugindo, desesperadas, dos visitantes. O piso, com alguns azulejos quebrados e lascados, era amarelado e encardido. As paredes rabiscadas e lascadas, as janelas quebradas e opacas. Daniel foi à frente sendo seguido por Gui e Carol e mais atrás vinha Julhia. Havia um sofá negro, velho e das almofadas lhe escapavam tufos de algodão, estava a um canto, empoeirado.

         - Cuidado com o teto. – alertou Daniel. Eles olharam para cima. O forro do lugar ameaçava a despencar, havia grandes buracos em alguns pontos juntamente com rachaduras nas paredes e infiltrações.

– Esse lugar está caindo aos pedaços. – disse Guilherme.

         - Não tem elevador. – comentou desolada Julhia ao ver as escadas. – Quantos anos isso tem?

         - A gente sobe as escadas! – disse Carol entusiasmada ao começar a subir as escadas.

         - Carol, tome cuidado! – brigou Julhia ao seguir a garota.

         - EI! Vocês duas! – chamou Guilherme.

         Carol foi subindo as escadas e parava de quando em quando, num andar. Olhava o atentamente os corredores largos ladeado de portas e janelas, algumas abertas e outras fechadas.

         - Meu Deus, isso é o máximo! – Carol não conseguia segurar a excitação ao olhar para o lugar. E continuou a subir com admiração enquanto seus amigos a seguiam. Chegando ao último andar, que era o mais amplo dos corredores. Ela parou. – Acabou! – falou alto para os que estavam atrás, ainda subindo as escadas e verificando os outros andares. Eles chegaram até o andar onde estava Carolina, parada e animada como uma criança que visitava um parque de diversões pela primeira vez, olhando através de uma grande janela que estava aberta, sem falar nos vidros da mesma que estavam quebrados.

         - Cuidado com os vidros. – disse Daniel ao chegar primeiro já batendo seu olhar crítico em todo o lugar.

         - Sim. – ela consentiu ao olhar bem para a janela. Aproximou-se devagar da janela. Os cacos quebrados dos vidros no chão protestaram com o peso do seu corpo e racharam fazendo barulho pôr baixo dos tênis de Carol. Dava para ver toda a pequena e pacata cidadezinha dali de cima, Carolina se sentia como se pudesse tocar o horizonte com suas próprias mãos pequenas. Não conseguiu ganhar a guerra para uma lágrima que desceu silenciosa por seu rosto, sentiu o gosto da mesma ao tocar em seus lábios. Ela inalou e exalou aquele vendo forte que adentrava ameaçadoramente pela janela, batendo forte em seu rosto fazendo rapidamente secar o rastro da lágrima, o que ela agradeceu, já que estava de costa para Daniel, que estava parado e também olhava a imensidão do lugar. Julhia e Guilherme chegaram e logo soltaram exclamações perante a visão esplendorosa do pôr-do-sol que se tingia de alaranjado e vermelho enquanto o azul claro se misturava a um anil do outro lado. E Carol não pôde deixar de rir quando Guilherme começou a reclamar de que Julhia havia acabado com o cartão de memória da câmera depois de tirar fotos de quase todo o prédio, até dos vidros quebrado no chão ao teto ameaçando a cair; as paredes descascadas e o chão de piso opaco e amarelado, além de tirar fotos deles enquanto nenhum estava vendo.

         - Agora... – começou Julhia tirando o momento de sonho de todos. – Qual é a sua brilhante idéia, Carol?

         Carol precisou de alguns minutos em silêncio para responder, coisa que seus amigos respeitaram; sabiam perfeitamente dos sonhos da garota, e compartilhavam também, e sabiam, mais ainda, de sua grande determinação. De uma forma ou de outra: Carol queria um lugar para juntar todos. Tudo o que ela mais amava: amigos e música. E se tivesse alguém com os mesmos gostos musicais, mas não tivesse aonde ir para buscar isso e como eles: não poderia sair da cidade ou por outra coisa qualquer, ela o acolheria. O Asian Nation abriria as portas.

         - Uma coisa. – ela disse por fim.

         - Que coisa? – indagou Julhia.

         - Depois vocês vão ficar sabendo. – ela terminou com um sorriso maroto no rosto sem olhar para os amigos, apenas fitava o horizonte à frente...

 

 

Fim das Reminiscências

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Just My Luck" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.