From The Inside escrita por lol_mandy_o_o


Capítulo 24
Nada de mais




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    Na manhã seguinte acordei completamente amassada e entediada, meus olhos estavam vermelhos e o relógio marcava onze da manhã. Tédio.

    Sabe o pior de tudo?

    Estava dormindo no sofá. Não reclamem, pois o Luan tinha dormido no tapete. Me virei e logo dei de cara com o que estava procurando: Luan, este que permanecia sentado na poltrona da sala, ele como já era de se esperar estava me olhando.

    − Nem vem que hoje eu to muito feia... − disse nervosa.

    − Você é linda de qualquer jeito! Mas hoje você ta realmente feia. − ele disse serio.

    Olhei pra ele nervosa; e então do nada ele caiu na gargalhada, rindo tão alto que fez meu tio Daniel que estava sentado ao lado cair do sofá e se espatifar no chão; claro que depois dessa então eu também comecei a rir.

    Meu tio Daniel se levantou zonzo parecendo aquele cachorro da cara de segunda feira, ele estava com os olhos vidrados e o cabelo arrepiado para cima, isso era o mais engraçado.

    − Mellody você sabe que eu estava brincando, é claro que você é linda. − então ele veio com aquela carinha de cachorro sem dono, e se sentou ao meu lado tentando tascar um beijo.

    − Não.

    Ele me olhou fixamente com os olhinhos brilhando.

    − Não, você melecou meu cabelo ontem. − então me levantei.

    − Não vou ganhar beijo por isso?

    − É!

    Ele fingiu que chorava.

    − Só um beijinho? Se não eu morro.

    − Foda-se, então é melhor morrer logo.

    Ele me olhou fixamente só que dessa vez tristinho.

    − Ai. Doeu.

    Olhei com desdém.

    − Quem liga.

    Parei de repente, o que estava fazendo? O que deu em mim pra estar tratando Luan daquela forma? Essa era uma pergunta que eu sinceramente não sabia responder...

    − Me desculpa... − disse, lagrimas brotaram de meus olhos sem que percebesse.

    − Ei chorando porque? − Meu tio perguntou.

    Luan se virou assustado percebendo que eu estava chorando.

    − Uau você me tira e começa a chorar? Não te entendo Mel. Mas tudo bem, não sei porque de estar chorando mas não chore...

    Então ele me abraçou, seu abraço era acolhedor, de repente percebi que nunca deveria tentar afastar Luan de mim. Se ele estava ali era para me ajudar; e tudo que é pro nosso bem devemos manter.

    Era um domingo que prometia ser terrível, subimos as escadas e ainda tinha o problema de que os moveis eram rosas, mas que droga de karma! Era a cor que mais odiava e a que mais tinha em meu quarto!!! Tio Daniel sugeriu que nós pintássemos os moveis também, mas disse que estava cansada de tinta e que iríamos acabar estragando todos os moveis. Pelo visto eu teria que continuar com os moveis rosas, que raiva!

    − Calma Mel, não precisa de ficar nervosa, é só rosa.

    − Isso foi paia, e ainda por cima foi paia com rima o que se torna tosco. − disse Noah rindo.

    − Tosco é essa sua cara de merda. − eu devolvi.

    − Ui Mel hoje cê ta cum a macaca. − Luan disse.

    − E hoje você ta como roceiro.

    − TPM. − Luan, Noah e tio Daniel disseram juntos.

    Olhei entediada, tava sentindo falta de alguém.

    − Cadê a Claire?

    Todos olharam ao redor.

    − Sabe que eu não sei. − Noah disse, então ele foi pro quarto dela, ela não tava lá. Ele desceu as escadas a procura dela.

    Tchananá, onde será que Claire foi se meter?

    Desci as escadas e logo revelei o mistério, ela estava no fogão. A imagem de ver ela lá me deu medo, muito medo(PS.:  Uma barata cozinharia melhor que Claire... o sujo falando do mau lavado não?).

    − Ahn, gente a Claire ta no fogão.

    Todos desceram assustados como se eu tivesse informado que os aliens tinham acabado de invadir a Terra.

    − Claire solte essa colher e desligue o forno calmamente. − disse Noah como se ela tivesse segurando uma bomba.

    − Gente pra que tudo isso? − Claire perguntou ingenuamente.

    − Da ultima vez que você mexeu na cozinha o fogão quase explodiu. Afaste-se lentamente e me deixe desligar esse fogão. − Noah disse.

    Claire soltou a colher e levantou os braços em sinal de ser inocente. Noah correu e desligou a chama, todos nós respiramos aliviados.

    − Isso é um absurdo! − Claire gritou.

    Todos nós rimos, era um absurdo, mas um absurdo realmente preciso! Claire era um perigo para a humanidade.

   

    O domingo se passou entediantemente entediante, o dia seguinte chegou radiante.

    O lindo sol se infiltrava por minha janela. Era um novo dia, um lindo e novo dia; naquele momento tive consciência do quanto o mundo era maravilhoso, a cada dia tínhamos a chance de nos levantar e fazer nossos caminhos novamente; a cada dia podíamos concertar os erros anteriores. Era tão maravilhoso.

    Me levantei e penteei os cabelos, Tim gostaria de estar aqui comigo; acordando todas as manhãs ao meu lado. Seria a melhor coisa que me aconteceria. Era estranho o ultimo pedido de Tim, mas eu o fiz com muito honra.

    Me arrumei e meu tio nos levou a escola. Entrei na sala, não estava afim de ver a aula, Matt nem estava lá... que sem graça. Então resolvi fazer algo do qual não sou muito fã: matar aula.

    Sai da sala e procurei o lugar que me informaram ter uma falha no muro. Achei e pulei pra fora da escola.

    Como era maravilhoso o dia longe de uma sala de aula! Fui andando e parei no parque que ficava bem pertinho da escola, era lá que os matadores de aula ficavam, então era um lugar legal e seguro.

    Me sentei e fiquei observando o horizonte, que vida chata.

    Olhei ao redor, essa era sempre a hora em que alguém aparecia pra falar comigo, só que dessa vez ninguém apareceu, isso me deixou mais triste ainda. Me levantei e fiquei andando.

    − Sunday is gloomy, my hours are slumberless

Dearest the shadows I live with are numberless

Little white flowers will never awaken you

Not where the black coach of sorrow has taken you

Angels have no thought of ever returning you

Would they be angry if I thought of joining you?

Gloomy Sunday…− Comecei a cantar, a musica era bem oportuna para o momento.

    − Gloomy Sunday a canção húngara do suicídio na voz de Emilie Autumn, divinamente  linda. − Alguém disse.

    Tava demorando...

    − Olá. − Me virei sorridente.

    − Oi, meu nome é Victorio Claus Dionne. Pode me chamar de Vickery, ou Thor, ou até mesmo Dim ou só Dion. Qual seu nome jovem moça matadora de aula?

    − Meu nome é Mellody, chame-me de Mel. Quantos anos você tem Dion?

    − Dezessete; quase dezoito o que não faz muita diferença para mim.

    − Não acha que faça diferença fazer dezoito?

    − Não faz.

    − Terá sua liberdade!

    − Já tenho minha liberdade, eu nasci livre como você também nasceu. Se cogitar dizer que poderei dirigir ou beber eu nem responderei; fazer dezoito para dirigir é um desperdício, se quisesse dirigir eu já teria começado; e beber? Para que se embriagar com algo que só me deixaria ruim? Não faz meu estilo tentar me matar de pouco em pouco.

    Olhei para ele, era um cara bem legal até o que parecia. Ele tinha o cabelo negro que batia levemente ondulado no ombro; era alto e tinha um expressão seria e sedutora. Ele me lembrava levemente Stuart Townsend em sua atuação como Dorian Gray.

    − Você estuda na mesma escola que eu?

    − Sim estudo, mas sou mais prevenido ao faltar aulas e trago comigo uma roupa para me trocar. − ele vestia uma blusa azul claro sem estampa e uma calça jeans.

    − Ah...

    Então me sentei num banquinho ao lado de uma arvore e começamos a conversar. Seria uma agradável manhã.


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Notas finais do capítulo

como puderam perceber estou renovando nossos personagens!



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