Depois de um século finalmente consegui que todos entendessem o que estava havendo. John ficou realmente com muita raiva de mim, mas claro que após algumas desculpas básicas ele acabou me enchendo de beijos e dizendo que me amava.

    Tomei banho e fui correndo dormir, estava cansada, muito cansada. Noah me parou no meio do caminho e me levou para o quarto, ele estava serio mesmo.

    − O que ta acontecendo? Mellody depois se tudo que ta acontecendo nas nossas vidas você mudou, você ta terrível! Caramba o que ta acontecendo! Em um dia você era uma menina certa no outro você saí de casa sem nem dxar explicações!!! Mellody nós não estamos em casa, papai deixou a gente e mamãe não ta aqui! Eu sou o responsável por você e isso ta me deixando louco!!!

    Noah estava chorando, foi quando percebi como ele estava se sentindo.

    Agora sim estava confusa, tava me sentindo estranha...

    − Mellody, te peço uma coisa, se vai fugir que ao menos me avise... Isso é frustrante.

    − Te prometo que não farei isso novamente.

    − Agora vai lá dormir.

    Então me deitei na cama.

    Abri os olhos incomodada com uns barulhos. Me sentei e a porta estava aberta, nem John nem Noah estavam no quarto. Saí pela porta e a luz do banheiro estava ligada. Claire estava lá dentro debruçada na pia. John me viu e veio correndo.

    − A Claire ta passando muito mal, ela ta vomitando. − Ele me abraçou.

    Estava caindo de sono e então acabei cochilando abraçada no John.

    Acordei assustada com a droga do despertador, olhei ao redor ainda zonza.

    − Acordem... − Sussurrei para os meninos. Se eles ouvissem seria bem legal. − ACORDA MERDA!!! − Gritei.

    Os dois pularam da cama levando um baita susto. John se assustou tanto que caiu da cama, seria cômico se ele não tivesse tragicamente caído encima do criado-mudo e batido a testa na quina.

    − Porra Mellody!!! − Ele gritou nervoso. − Mas que merda! Porque você não é normal e simplesmente nos acorda como todos fazem!!! − Ele berrou provavelmente acordando a casa toda.

    Olhei para ele assustada, tudo bem que tinha errado mas nunca tinha visto ele tão nervoso, fiquei triste porque parecia realmente que ele me odiava.

    Como se já não bastasse a discussão com Noah ontem...

    Eu era uma idiota, tava destruindo a  vida de todo mundo ali, tava fazendo todos ficarem descontrolados e nervosos. Porque tava fazendo aquilo?

    Porque eu tinha que ser tão idiota?

    − Mellody porque você ta chorando? − John perguntou parecendo assustado.

    Abaixei a cabeça passando a mãe no rosto, era verdade, uma lagrima descia molhando meu rosto.

    Eu estava quase no limite.

    Rapidamente Noah me envolveu nos braços dele perguntando o que estava acontecendo, John foi buscar um copo d’água para mim. Noah ficava perguntando baixinho o que estava havendo.

    Mas a verdade é que nem eu sabia o que estava havendo.

    Depois que um circulo de pessoas se formou ao meu redor enquanto eu chorava Stacy definiu que eu não iria a aula hoje, Noah resolveu ficar comigo durante a manhã. Eu queria na verdade ficar sozinha mas... tanto faz.

    Nunca tinha me sentido assim, eu estava pouco ligando para o que acontecia ao meu redor, eu só queria sair daquilo.

    Olhei no relógio e já era a hora do recreio lá na escola. O telefone tocou e eu corri para atender.

    − Mel?

    − Sim eu.

    − Mel é a Melissa. Olha eu sei que você ta meio triste comigo, triste ou sei lá o que, não sei porque não veio a aula mas tenho que te dar uma notícia. É ruim então senta. − Ela vez um pausa e como ela mandou eu sentei. − O John ta te traindo.

    Quando ela terminou aquela frase eu congelei. Como assim? Como ele faria isso nessa hora? Na hora em que eu estava terrivelmente ruim? Como ele pode fazer isso!?

    − O que?! − Perguntei chorosa

    − Com uma novata da outra sala. Olha espero que você fique bem.

    − Mellody o que foi?! − Noah chegou atrás de mim perguntando assustado.

    − Vou desligar− Disse para Melissa.

    Então desliguei o telefone e olhei para Noah.

    − O John ta me traindo. − Disse com desgosto.Ele arregalou os olhos assustado. Ele já ia perguntar algo quando eu interrompi. − Eu vou sair, se lembra de ontem? Conheci uma pessoa muito legal, essa pessoa talvez vá me ajudar, ele é legal e imagino que consiga entender o que sinto. Vou ver ele, me promete que não ficará chateado? Eu to precisando fugir durante um tempo. Me perdoe...

    Noah abaixou a cabeça.

    − Vai, mas volte antes das oito. Mellody me promete que toma cuidado? − Ele tinha um olhar desesperado estampado no rosto.

    − Prometo que vou tomar cuidado. − Eu disse.

    Então peguei meu celular e saí.

    Procurei o telefone te Tim na agenda e liguei para ele. Marcamos que ele viria me buscar em um shopping. Fiquei esperando e fiquei aliviada quando ele chegou.

    − Você quer ir lá para casa para conversarmos no jardim? − Ele perguntou. − Vejo que é um assunto difícil, vamos?

    − Sim.

    Então ele me abraçou e fomos para a casa dele, finalmente chegamos e eu desabei botando tudo para fora.

    − Shhh sei que isso é terrível, mas fique calma− Ele me abraçou forte, ao lado dele eu sentia segura. − Mellody... não ligue para quem não te ama.

    Então aconteceu o que eu não esperava que acontecesse: ele me beijou.

    Não havia beijo que o John já tivesse que dado que chegasse aos pés desse. Era carinhoso cheio de delicadeza e amor, lento quente... acolhedor. Ele me puxou para mais perto dele, ele me abraçava como que querendo que nós nos fundíssemos só em um. Continuamos em um beijo mais intenso, o mundo ao redor pareceu desaparecer, todos os problemas saíram da minha mente... no momento só algo importava: aquele beijo.

    Lentamente fomos perdendo o fôlego e nos separamos, foi como que derramar um balde de água fria. Agora não éramos só um.

    Ele me abraçou mais um vez.

    − Estou ao seu lado.

    Era só o que ele precisava de dizer. Só isso.

    Então fechei meus olhos e continuei nos braços dele, era só o que precisava.

    Talvez durasse um minuto, uma hora ou a eternidade; mas eu só queria estar com ele, envolvida em seu abraço.

    Magia. Pura magia.

    A noite chegou e ainda estávamos juntos, não abraçados no jardim mas no sofá. Estávamos lanchando e conversando. Não havia nenhuma pessoa que eu conhecesse que fosse mais agradável que Tim, ele era perfeito.

    Meu celular tocou e eu corri para atender.

    − Alô?

    − Mel... Mel! Preciso conversar com você... − Era Claire, ela estava chorando muito.

    − Você ta em casa?

    − Não. Estou na rua, sentada na calçada. Não posso ir para casa, não mais.

    − Porque?

    − Só temos que conversar, onde você ta?

    − Hum... pera ai. Me diga a rua e eu vou ai.

    Então falei com Tim e ele me levou. Até Claire. Ela estava sentada vermelha e chorando muito. Ela nem ligou para Tim, começou a chorar no meu ombro.

    − Mel eu to grávida. − Ela disse chorando.

    − O-o que? − Perguntei desesperada.

    − Do Noah, eu... eu não sei o que fazer.

    Me virei para Tim, ele me olhava com os olhos arregalados. − Mel vamos levá-la lá pra casa? Ai ela te conta tudo. − Ele disse.

    − Sim. Claire vem comigo.

    Ao chegarmos lá ela explicou tudo, eles tinham feito a um mês, ela estava desesperada, e tinha que estar afinal ela era muito nova, isso seria um belo problema.

    − Mellody... ela não quer voltar para casa, se você quiser ela pode ficar aqui na  minha casa, quase nunca minha família vem pra cá. E se ela se sentir mais há vontade eu posso ir dormir lá na casa dos meus pais.

    − Claire você acha que pode voltar pra casa? − Perguntei.

    − Não....

    − Então eu vou ficar com ela aqui, e você pode dormir aqui sim, afinal é sua casa.

    − Ok. Avise para sua família.

    Realmente nunca tinha tido tanto trabalho para convencer Noah a me deixar fazer algo, com toda a confusão eu provavelmente também não iria para a escola amanhã. Ia acabar reprovando.

    Claire estava esgotada então dormiu rapidinho. Pedi para Tim uma roupa emprestada, queria tomar banho. Ele me emprestou uma blusa dele, esta que em mim ficava como um camisão.

    − Quer dormir onde?

    − Tem mais quantos quartos?

    − Só o meu e o que a Claire ta dormindo... Eu durmo no sofá do meu quarto e você na cama.

    − Ok.

    Tomei banho e fui para a cama, Tim já estava acomodado no sofá.

    Me deitei esperando ter uma bela noite, quem dera eu tivesse mesmo dormido, mas fiquei rolando.

    − Mellody, não consegue dormir?

    − Não.

    − Vou fazer um chá para você.

    Eu ficava surpresa com o tanto que Tim era cuidadoso, era um cara tão legal. Ele trouxe um chá de camomila pra mim, se sentou na cama e me abraçou enquanto tomava o chá.

    Quando terminei ele me beijou e disse que esperaria que eu dormisse.

    Poderia ate dormir mas a proximidade com ele me enlouquecia.

    Naquela noite eu fiz pela primeira vez.

    Com o homem que surpreendentemente mais amei em toda minha vida.

    Com Tim naquela noite eu perdi minha virgindade.