Fúria dos Deuses escrita por Neline


Capítulo 32
Casa, do latim "que merda é essa?"


Notas iniciais do capítulo

Enjoy :*



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Argos estava me levando até Nova York na van do acampamento. Não considereva aquele o meio de transporte mais discreto, considerando a situação, mas Quíron me garantiu que nenhum monstro desconfiaria de um veículo com a escrita "Morangos do Vale" na parte de trás. Me sentia um pouco intimidada pelas centenas de olhos de Argos, que se alternavam entre a estrada e eu. Felizmente, ou não, tinha coisas demais para me preocupar, e o constrangimento pareceu descartável quando comecei a pensar no que eu estava prestes a fazer.

Eu ia participar da linha de defesa do Olimpo. Ia lutar contra um Titã imortal. É claro que eu tinha os Deuses do meu lado, mas Cronos era apenas o ínicio dos problemas. Haviam monstros enormes contra mim, soldados qualificados, e é claro, Chuck. Tentei manter meu pensamento racional por alguns momentos. Não conhecia as qualidades de luta de Dan, mas é provável que sejam maravilhosas. Levando em consideração que o lugar de Chuck é de tanta ou mais importancia que o dele, é claro que as habilidades tem o mesmo nível. Eu já havia visto os poderes de Chuck, assim como o vi em combate. Que chance eu tinha contra alguém como ele?

Minha inteligência era minha única vantagem. Ninguém do exército de Cronos deve ser negligente, mas eu tenho raciocínio mais rápido do que a população em geral. Acredito que isso se aplique a monstros também. O que eu posso não fazer em um combate corpo a corpo, supero em estratégia. Tinha que usar isso a meu favor.



Argos me deixou na entrada de Nova York, sabendo que alguém do Olimpo estava me esperando. Era perigoso entrar na cidade agora. Olhei em volta, procurando algum rosto conhecido, sem sucesso.

– Olá. - Arfei, olhando para o lado.

– Zeus? - Me senti idiota por pergutnar aquilo. O congestinamento e frenêsi das pessoas não parecia chegar ao belo homem que usava terno risca de giz na minha frente. Ele usava sapatos perfeitamente polidos, e os cabelos eram imunes ao vento. Se não fosse Zeus, eu realmente não sabia mais nada nessa vida.

– Achei melhor garantir que você chegasse ao Olimpo em segurança. Os ataques não começaram ainda, mas acredito que tenho que te proteger dos meus aliados também. - Franzi o cenho, sentindo meu coração disparar de repente.

– Quer dizer...

– Nem todo mundo aceitou sua vinda aqui como ajuda, se é que me entende. - Não, eu não conseguia entender. Mas me sentia confusa demais para dizer qualquer coisa, nervosa demais. - Eles pensam que estou te protegendo e acreditando em você, pois tenho esperanças de salvar Chuck. Dizem que estou cego. Que você é uma aliada do meu filho e consequentemente de Cronos. Infiltrada, pronta para guiar a destruíção do Olimpo.

– O senhor sabe que não é verdade! - Praticamente berrei. Logo, respirei fundo, tentando me acalmar. Pelo menos dessa vez eu tinha Zeus ao meu lado, algo que não acontece todos os dias.

– Sim, sei. Não posso negar que um dos principais motivos pelo qual pedi que você viesse aqui foi acreditar que você pode salvar meu filho. Mesmo assim, sei que merece estar aqui. A verdadeira razão pela qual alguns Deuses não te querem aqui é... porque eles te temem. - Gargalhei. Aquilo era surreal.

– Temem? Eu só só uma adolescente de 16 anos que tem medo de baratas. Vocês são Deuses imortais.

– E você, Blair, pode ser uma de nós. Agora, pegue minha mão. Não existe a mínima chance de chegar ao Empire State por esse congestionamento. - Foi uma sensação entranha, pegar na mão de Zeus. Imaginei como fosse ser o toque. Se fosse parecido com o de Chuck, eu sabia que desmoronaria. Mas sequer tive tempo de descobrir. Assim que enlacei meus dedos envolta da mão enorme de Zeus, eu estava afundando.



"Tinha que salvá-lo. Pensava nisso enquanto mergulhava mais e mais fundo em um rio aleatório. Não, eu lembro agora. Não é um rio aleatório. Estamos indo para São Franscisco encontrar Atena, eu e Chuck. Fomos atacados por uma Hidra, que destruiu nosso carro. Chuck caiu no mar, e agora eu tenho que salva-lo. Vejoas bolhas de óxigênio abaixo de mim, e estico a mão, pegando o corpo enorme que afundava como uma pedra. Puxei-o para cima com dificuldade, mesmo depois de criar uma bolha de ar para ele. Assim que chegamos a superfície, apertei o estomago dele, o fazendo cuspir água. Ele tossiu um pouco, ficando vermelho enquanto puxava o ar com força.

– Seu cabeça de águia! - Gritei, socando-o no ombro. Logo depois, o abracei. - Quase me matou do coração!

– Esse quase é certamente uma pena. - Revirei os olhos, me afastando.

– Salvo sua vida e você me retribuí assim. Legal, ein Chuck. - Ele sorri e chega perto de mim. Sinto uma energia poderosa irradiando dele, ainda maior do que a que ele geralmente carrega. Sua pele está vermelha, e olhos lacrimejam um pouco. Deve ter sido a pressão da água.

– Obrigada, mulher-peixe. - Ele me beija, suavemente, com as mãos tão quentes que nem parece que mergulhou a uma temperatura gelada como a do fundo do mar. Sinto meu corpo inteiro formigar, e uma dorzinha no coração. - Te amo.

– Eu também te amo."



Estou na frente do Empire State Building. Não tem nenhum mar. Nem Chuck. Suspiro, porque só há uma explicação para o que acabou de acontecer. Eu estou enlouquecendo.

– O Elevador para o Olimpo está fechado por medidas de segurança. Suba até a cobertura. Você parece cansada. Eu deixei uma sofá confortável e um aparelho de som lá encima. Descanse enquanto eu converso com os outros Deuses. - Queria argumentar e dizer que fazia questão de falar com os Deuses que querem me matar por eu estar tentano ajudar. Arrisco minha vida para defender o lar deles e eles querem acabar comigo. E foda-se a lógica. Só que me sentia cansada mesmo, e alguns minutos de descanso pareciam uma oportunidade irrecusável, portanto, assenti, entrando no prédio.



Várias pessoas se encontravam no hall de entrada. Elas me encararam cheias de desconfiança e curiosidade, mas preferi ignora-las. Peguei o elevador comum, indo até o topo. O lugar era repleto de telescópios. Ia ser ótimo durante a guerra. Abri minha mochila e a revirei até encontrar uma moeda. A coloquei no telescópio do meio e observei a cidade. Conseguia ver o prédio onde eu havia morado e a boate na qual Chuck e eu nos beijamos. Ao pensar naquilo, minha mochila pesou mais do que o normal. Sai dali e me sentei em um sofá, provavelmente o que Zeus mencionara. Tirei o pequeno livreto negro da mochila e olhei minhas fotos com Chuck. Estava angústiada, ainda. Porém, pelo menos agora eu sabia que era tudo real. Tudo meu. E ninguém conseguiria me tirar aquilo. Voltei a guarda o álbum na minha bolsa. E nem percebi quando peguei no sono.

– Blair? - O barulho da porta se abrindo mais a menção do meu nome fez com que eu me despertasse em um pulo. Reconheci Apolo na porta. Ele parecia lindo como sempre, mas um pouco cansado. - Zeus pediu que eu lhe avisasse que os inimigos estão na fronteira da cidade. Levarão cerca de duas horas para chegarem aqui. - Assenti, me levantando, ainda um pouco tonta.

– Já estou descendo, vou apenas...

– Não. Zeus quer você no Olimpo.

– O que? - Quase gritei, com meu coração ameaçando sair pela garganta.

– Ele quer você defendendo o raio mestre. - Ri. Porque era a ideia mais rídicula que eu já havia escutado.

– Zeus enlouqueceu? Ele precisa usar o Raio Mestre para ganhar isso. E mesmo se não usasse, deveria ficar sob a guarda de algum deus, não de uma semideusa! Não sei que tipo de brincadeira é essa mas você tem que...

– É perigoso usar o Raio Mestre onde Zeus vai estar, enfrentando Cronos. Qualquer movimento mal calculado pode jogar a arma mais poderosa do Olimpo nas mãos do Titã. O Raio é tão imprevisível quanto Zeus. Ele foi sensato ao optar deixa-lo. As chances de alguém subir par ao Olimpo são praticamente nulas. E lá embaixo você vai ser como um alvo humano, tanto de inimigos quanto de aliados. Eu posso inclusive fazer um poema sobre isso. - Tremi. Fazia sentido. Eu inclusive me familiarizei com a teoria, com o plano.

– Isso foi ideia de Atena, não foi? - Apolo apenas assentiu com a cabeça. Eu deveria fugir, mas algo me segurou. Atena é a Deusa da Estratégia. Se ela diz que eu vou ser útil no Olimpo, eu serei.- Tudo bem. E como eu chego lá? Quer dizer, o elevador está quebrado.

– Diga: Ad me, Olympus. Venio tibi Olympo. Domum Olympians. Domi.– Era latim. Eu conseguia pronunciar sem nenhum dificuldade, era como minha língua mãe.

Ad me, Olympus. Venio tibi Olympo. Domum Olympians. Domi. - Eu já estava na Sala dos Tronos quando terminei. Apolo estava ao meu lado, me encarando, sem nenhuma expressão considerável. - Os inimigos não sabem dessas palavras mágicas ou sei lá o que? Parece fácil. Quer dizer, não é perigoso? - Apolo continuou me encarando enquanto respondia.

– Sim, eles conhecem a frase. Significa "Venha a mim, Olimpo. Que eu vá a ti, Olimpo. O lar dos Olimpianos. O meu lar.". Mas eles não podem usa-la. - Curvei minha cabeça para o lado, sem entender.

– Por que?

– Porque apenas os Deuses podem usar essa frase para voltar ao seu lar. O Olimpo. - E ao dizer isso, Apolo sumiu, e eu senti que ia desmaiar.



Eu sou uma deusa.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Haha. Mereço minhas reviews, huh? Acho que sim!
Até o próx. cap!
XOXO, Neli :*