De Repente Acontece... escrita por tatyanee


Capítulo 45
Não tão mal assim...


Notas iniciais do capítulo

Teria postado antes, mas fiquei sem internet =/
Espero que gostem



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POV BELLA

Medo?

Não eu não sentia medo. Estava um pouco nervosa por estar perto dele, mas definitivamente não era medo.

- Esta com medo princesa? – Disse sorrindo sem olhar para mim, encarava o livro nas mãos como se estivesse muito concentrado.

Só consegui percebe que ele falava comigo depois de um longo minuto.

- Não, não estou com medo. – Consegui dizer. Respirei fundo tentando me concentrar.

- Já leu? – Disse jogando o livro em cima de mim. Não consegui agarrar o livro que caiu no chão. Me abaixei pegando o livro e lendo o titulo: O morro dos ventos uivantes.

Na verdade eu nunca tinha lido.

- Não. – Falei devolvendo o livro a ele.

- Pode ficar. – Empurrando de volta o livro para mim. – você vai gostar. Ou não. – Disse dando de ombros.

- O que esta fazendo aqui? – Disse colocando o livro na cadeira, e chegando mais perto me sentando no parapeito da varanda.

- Só estou sem sono, ai vim ficar aqui fora um pouco.

- Eu quis dizer, aqui, na casa dos Cullens.

- Também quer me mandar embora como o seu namorado?  - Disse rindo.

- Não é isso, só que eu fiquei curiosa. Você sabe que não é muito bem vindo aqui.

- Por que quer conversar? – Perguntou me olhando curioso.

- Se não quiser falar, não precisa. – Ele continuou me olhando curioso por um tempo.

- É uma longa historia. Mas basicamente eu preciso de um lugar para ficar. De preferencia longe do meu irmão. Tenho quase certeza de que ele não vai se atrever a vir aqui.

- E qual o problema, com seu irmão, por que quer ficar longe dele?

- Como eu já disse é uma longa historia. Fala serio, o que você esta fazendo aqui, Edward deve ter te contado sobre mim, era para estar bem longe de mim.

- Não tenho medo de você.

De repente ele pulou na varanda do quarto de Edward, parando bem perto de mim.

- Mas deveria ter. – Disse com o rosto bem próximo ao meu.

Me assustei, mas não disse nada, não me movi, não fiz nada.

- Então o que acha que Edward me contou? – disse me afastando disfarçadamente.

- Fica longe dele, ele é mal e blá blá blá. – Disse dando de ombros.

- É serio, o que você fez de tão mal assim?

- Muita coisa, eu já matei muito gente. Já fiz bastante besteira.

- Se arrepende?

- Não. Eu não to nem ai para a opinião dos outros. Fiz o que quis, não vivi sendo mandado pelos outros.

- Mas porque fez tanta maldade, por que quis ser assim?

- Meu pai... – Disse dando uma longa pausa. Esperei que ele continuasse, então ele prosseguiu - Willian Smith, ele era bem diferente de Carlisle, em tudo, desde personalidade, ate o jeito de se alimentar. Mas ele conheceu alguém, o nome dela era Lucy, Lucy Bonnet – Disse o nome dela fechando os olhos, como se sentisse uma dor ao se lembrar dela. - Ela era de uma família rica da França, meu pai estava passando um tempo por lá, e acabou a conhecendo. Ele disse que ela era perfeita. E que eu me pareço muito com ela. – Disse sorrindo, como se estivesse tendo uma boa lembrança. – Ele contou a ela o que era, e disse que queria que ela fosse como ele, mas ela tinha medo, medo de deixar a família, medo do nosso mundo, medo de tudo. Ela também gostava dele, só que não compreendia muito bem o nosso mundo. Os dois sempre se encontravam escondidos, pois a família dela nunca aceitaria, ela já estava prometida a um conde, ou marques, sei lá.

"Só que ela ficou gravida e teve que fugir com meu pai abandonando tudo."

"Eles vieram ate Carlisle. Para que ele ajudasse, mas ele não podia fazer muito. Não tinha o que fazer, ela era uma humana fraca e estava gravida de dois monstros que a devoravam de dentro para fora. Ela não conseguiu aguentar, assim que nascemos ela morreu. Carlisle nem estava perto, quando isso aconteceu, estava caçando. Talvez se ele estivesse lá pudesse ter salvado ela."

"Sabe, ela morreu para que eu vivesse, eu e meu irmão, ela morreu para nos dar a vida, e vivemos para tirar as de outras pessoas. Não é um tanto irônico? – Disse com um olhar amargo, aquele sorriso debochado no rosto, não como antes, o sorriso estava meio morto, e eu sabia que ele não achava nada daquilo irônico. – Quando ela morreu, eu e meu irmão conseguimos ser monstros o suficiente para beber o sangue da nossa própria mãe. Eu não queria, eu não queria beber o sangue dela, destruir a mulher que me deu a vida, mas... Eu não sei se é um sonho, ou sei lá, uma lembrança, mas eu a imagino deitada no chão, de uma floresta qualquer, morta, gelada, pálida como nós. Os cabelos loiros, e não sei por que, mais os lábios dela estão curvados em um sorriso. E quando essa imagem vem a minha cabeça.. Eu só tenho a impressão, que ela me amava sabe..."

- É claro que ela te amava, mesmo não tendo te conhecido. Mas... tenho a certeza que assim que descobriu que estava gravida ela já te amava.

- Sabe o que é pior, ele não fez nada. Ele apenas olhou, enquanto eu e Ian nos alimentávamos dela, ele não fez nada. Por que ele era egoísta, talvez ele nem a amasse de verdade. E depois disso, era um humano atrás do outro. Ele queria que fossemos como ele. Me senti livre quando ele morreu. Mas no fim, foi isso que nos tornamos, egoístas como ele. E agora não da mais para mudar, sou assim.

"De verdade sinto por tudo que causei a essa família. Sinto por ter magoado eles. Por que sei, que tudo o que Carlisle fez por mim e por meu irmão, foi de coração, era o que um pai de verdade faria. Só que eu e meu irmão não sabemos retribuir, não sabemos enxergar o tanto que ele fez por nós. E é só por isso que sinto, por causa de Carlisle."

- Mais ainda da para mudar, como você disse, por Carlisle.

- Eu não vou mudar. – Disse convicto, já assumindo novamente a expressão seria.

- Mas se você pedir ajuda a Carlisle, tenho a certeza que ele vai ajudar, tenho certeza que...

- Eu. Não. Vou. Mudar. – Disse calmo e pausadamente.

- Me desculpe, eu só achei que...

- Garota se toca, não é uma humana qualquer que vai chegar e me fazer mudar, eu sou assim. Sempre vou ser esse monstro de sempre. Você não entende por que é uma humana, e humanos são tolos.

- Você não é um monstro. Eu só queria te mostrar que você tem outras escolhas e que...

- Eu sei, já sei de tudo isso, posso mudar, ser uma pessoa melhor, e ser o mocinho assim como Edward. Mas eu não quero isso. Eu não quero ser melhor. Eu quero continuar do jeito que estou. Sou mal e ninguém vai mudar isso. É por isso que o meu irmão fala para não se ficar perto de humanos. Se ele soubesse dessa nossa conversa, ele provavelmente estaria jogando na minha cara o quanto sou fraco, fraco como um humano, fraco como Lucy. Ele sempre diz isso.

- O que ele diz?

- Que ele é como papai, forte, um vampiro de verdade. Já eu tenho muito da Lucy, tanto nas características físicas como na personalidade. Sou fraco.

- Por que a chama de Lucy?

- Por que é esse o nome dela. - Disse dando de ombros.

- Ela é sua mãe. E você mesmo disse que tem muito dela. Aposto que os cabelos loiros e esse jeito de se sentir culpado, mas você quer parecer não se importar. Mas enfim, ela é sua mãe.

- Não importa, ela já morreu há muito tempo. E nada vai mudar isso. Agora por favor, vamos mudar de assunto por que isso já esta me dando tedio.

 Não aguentei e acabei rindo, eu sabia que ele falava isso para mostrar que não se importava com nada, nem com humanos, nem com sentimentos, o que não era verdade. Pude ter a certeza quando ele contou sua historia. Eu estava certa.

Ele levantou uma sobrancelha quando me viu rindo.

- Você esta rindo da minha cara? – Disse um pouco.. um pouco nada, ele estava furioso.

- Talvez. – Disse sem me importar. Ainda rindo.

- Você não sabe do que eu sou capaz.

Chegou perto de mim, e quanto mais ele se aproximava eu me movia para trás. Ate que me encostei na parede. E quando ele percebeu que eu estava encurralada, colocou um braço de cada lado do meu corpo com as mãos apoiadas na parede atrás de mim.

De repente não me sentia, mas tão segura assim. Não que eu pensasse que ele iria me machucar ou ate mesmo me matar. Mas não estava, mas a uma distancia segura. Seu corpo estava bem próximo ao meu, assim como seu rosto.

Minha respiração estava acelerada por causa da proximidade. Ele me olhava curioso, e ao mesmo tempo com seu sorriso debochado de sempre, nada comum, era único. Só aquela boca era capaz de produzi-lo. Uma linda boca por sinal, tão bem desenhada, e vermelha, parecia ser bem macia. Sacudi a cabeça confusa.

Por que eu estava tendo pensamentos sobre a boca de Dimitre?

Então ele segurou na ponta do lençol que me cobria.

- Bela roupa princesa. – Disse rindo.

Segurei mais forte o lençol contra meu corpo.

- Esta nervosa? Me aproximei muito de você? – Não consegui pronunciar nada, o que só o fez rir mais.

Droga onde minha voz se escondera agora. Estava parecendo um idiota sem conseguir responder as perguntas que me eram feitas.

- Sabe princesa, tenho a impressão de que você se sente um tanto incomodada com essa nossa proximidade. O que foi, pensei que queria que fossemos amigos.

- Não estou com medo de você – Foi só o que consegui dizer.

- Mas quem foi que falou em medo. Eu disse incomodo, não medo. Você é linda princesa, e também tem uma boquinha linda. – Disse passando os dedos pelo meu rosto ate chegar em minha boca. – Esta na hora de usa-la.

- O que? – Falei sem entender o que ele estava dizendo. Como assim usar a minha boca, do que ele estava falando.

- Finalmente. Sabia que você entenderia que a boca é feita para falar, e não para ficar paradinha. Você muda, não é nada divertido. Você é bem mais engraçada quando esta gaguejando sem graça.

Consegui reunir um pouco de forças para empurra-lo. Minha mão esbarrou desajeitada em seu peito, sem fazer com que ele pelo menos se movesse.

- Vai embora. – Consegui pronunciar sem gaguejar ou tremer nenhuma vez.

- Claro, eu já estava de saída mesmo. – Disse se afastando, já que o meu empurrou não surtiu nem um efeito sequer sobre ele. – Não queremos que o príncipe encantado acorde e eu esteja aqui falando com a princesa dele. Não vai ser nada legal. Acho que ele iria ficar um tanto irritado, para não dizer surtado. Então acho que essa nossa conversinha é um segredo. Espero que saiba guardar segredos.

Então ele foi embora, tão rápido que eu não consegui vê-lo. Apenas fiquei sozinha na varanda. E finalmente consegui respirar.

Entrei no quarto fechando a porta da varanda.

Corri para o banheiro, me apoiei na pia sem saber o que fazer.

O que eu tinha acabado de fazer, onde eu estava com a cabeça?

Edward me mataria se soubesse o que aconteceu.

Liguei a torneira e comecei a jogar água no rosto.

- Você esta bem?

Me levanto de uma vez e um pequeno grito escapa quando vejo pelo espelho Edward atrás de mim.

- O que foi? – Disse ele assustado.

- Nada.. é só que você me assustou. – Digo me virando para ele me apoiando na pia.

- Mas você esta bem? – Falou chegando perto de mim, parando bem a minha frente segurando minhas mãos entre as suas mãos geladas. Me acalmei um pouco.

- Estou.

- Vamos voltar para a cama?

- Vamos.

Fomos para a cama novamente, e nos deitamos, dessa vez ele não dormiu. Ficou passando a mãos pelos meus cabelos, assim como eu fizera com ele antes, enquanto minha cabeça descansava em seu peito. E o sono começou a me invadir, e depois de alguns minutos não estava, mas conseguindo controlar meus olhos

...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim. Deixem reviewns são muito importantes..
Grande parte do próximo capitulo já esta pronto, então não demoro a postar.
Obrigado pelos reviewns anteriores, fico muito feliz quando os leio, e os respondo com muito carinho.
Beijoo ;*



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