POV EDWARD

  Depois de um século vivendo como um Meio-Vampiro, as vantagens de ser diferente se perdem. Nada mais te satisfaz, e sua vida começa a se tornar infeliz. Bom... pelo menos para mim.

  Para minha família, é maravilhoso ter todo o tempo do mundo, com a pessoa que você ama.

  Carlisle tem Esme, Alice tem Jasper e Emmett tem Rose. Mas quando você não tem ninguém com quem compartilhar essa eternidade, não faz muito sentido.

  Eu tinha muita sorte de fazer parte da família Cullen, e eu sempre seria grato por isso. Eles eram tudo para mim. Mas sempre faltaria alguma coisa.

  A algumas semanas Alice vinha tendo visões. Esse dom dela era muito proveitoso, mas constantemente irritante. Sem contar o fato de que eu leio mentes, então é como se eu tivesse tendo as visões. Ela não simplesmente me contava por alto, como fazia com os outros. Eu via tudo, cada detalhe.

  E desde que Alice começou a ter visões com “ela”, eu estava mais perturbado que nunca.

  Como se fosse simples, eu não poderia simplesmente aparecer na vida de uma humana, eu não podia fazer isso, por que além de não ser normal, eu era perigoso, e nunca iria querer colocar a vida de ninguém em risco.

  Como eu colocaria alguém nesse mundo perigoso, como arriscar a vida de uma pessoa inocente, como transforma-la em um monstro que é o que eu sou, a priva-la de muita coisa...

  Mas a visão se repetia constantemente, e eu não podia ignorar o fato de que  eu estava me apaixonado por ela, apenas pelas visões.

  A garota de cabelos castanhos e olhos chocolate.

  ...

  O dia todo Alice vinha agindo estranho, me arrastou ate o Shopping, como o pretexto de que não queria ir sozinha, mas o que eu faria lá, eu não seria exatamente uma boa companhia.

  Depois de muito tempo me distraindo para não ler sua mente. Finalmente entendo. Ela estava ali. Exatamente naquele prédio. Não muito longe.

- Alice Cullen. Eu vou te matar.

- Edward, por favor. Pensa como ia ser legal.

- E você pensa como seria perigoso. Poxa Alice, acha que eu não ia gostar? Mas caramba,isso nunca vai poder acontecer.

  Sua expressão ficou triste. Lendo sua mente eu sabia exatamente o que ela pensava sobre mim. Ela não queria me ver triste, ela sabia que eu sofria por ser só. Por viver no meio de um monte de casais apaixonados, e não ter ninguém. E era por isso que ela queria tanto me ajudar.

- Poxa Edward, eu já vi. Ela vai ser minha amiga! Não seja egoísta, isso não é só por você.

- Alice, não seja idiota, isso nunca ia dar certo. – Ela ficou lá, apenas me olhando, suplicando, e na verdade era meio que impossível dizer não a Alice. – Tudo bem, vamos tentar.

- Ah Edward, você é demais. – Disse ela beijando minha bochecha. – Ela esta ai. – Alice foi me empurrando para dentro de uma livraria.

  Olhei um pouco arredor, procurando por ela.

  Então a vejo. Sentada em algumas almofadas lendo um livro. Tento captar algo de seus pensamentos, mas não consigo. Não escuto nada.

  Fico intrigado, ela era tão linda, e fascinante, e eu não podia nem ao menos saber o que ela estava pensando.

  Vou me aproximando dela, ate mesmo sem perceber. E quando estou diante dela só consigo dizer:

- Onde conseguiu esse livro? – Ela demora um pouco então, me observa. Depois de algum tempo, penso que ela não me escutou e resolvo perguntar. – É, você me ouviu?

- O que? – Estava obvio que ela estava confusa.

- O livro. Onde encontrou? – Pergunto já começando a me divertir, não estava sendo tão ruim assim.

- Ah sim... Foi bem ali. – Diz ela apontando para o local.

- Obrigado.

  Me afasto novamente. Alice se aproxima com um olhar de confusa.

- O que foi? – Pergunto sem entender.

- Você foi patético.

- Ah Alice, cala a boca.

- Sério, não sabia que você era péssimo com garotas. Mas estão como se sentiu, o que ela pensou?

- Não sei.

- Como assim não sabe?

- Não sei, eu simplesmente não consegui escutar nada que ela pensava, era como se eu não fosse mais capaz .

- Péssima hora para esse seu dom falhar não é?

- Ele não falhou, escuto o pensamento dos outros normalmente. Foi só o dela.

- Estranho. Ta, então vai sentar ali naquela mesa, que eu vou dar meu jeito.

  Me sento perto dela. E fico a observando e ao mesmo tempo tentando entender o que Alice foi fazer.

  Alice se aproxima da amiga da Bella. Me sinto nervoso. Alice ia aprontar.

- Oi. Você está com aquela menina, não é? O nome dela é Bella?

- Sim. Quem é você? -  ''Quem é essa doida? E como ela conhece a Bella.'' Era o que ela pensava.

- Eu me chamo Alice. Você não vai acreditar eu conheci ela, e faz muito tempo que não a vejo, eu quero fazer uma surpresa pra ela, poderia me dar o telefone dela?

  A garota pensa por um tempo, e Alice percebe que ela não vai ceder.

- Tudo bem, sei que você nem me conhece, poderia pelo menos me dar o E-mail dela?

- Ah, tudo bem.

  ...

- Sou demais, não sou? – Alice começa a se gabar, quando estamos voltando.

- Também não exagera.

- Como assim. Eu consegui o E-mail dela. Eu sou sim demais.

- Isso não me ajuda muito.

- Criamos um E-mail pra você, e você se apresenta pra ela. Relaxa vai ser fácil.

  Relaxa? Falar é fácil.

  Como eu ia ficar calmo.

  Eu já sentia por ela uma coisa que nunca havia sentido por ninguém

  ...