Já era dia 22 de Dezembro, faltava muito pouco pra sairmos em viajem até a Praia... Eu estava verdadeiramente ansioso, Natal na praia, com a Le e com os meninos... Só poderia ser o melhor de todos.

         - Pedro, você já terminou de arrumar suas coisas? – o Koba me pergunta saindo do banho.

         - Já, e você?

         - Também, a Niccole já ta vindo pra cá.

         - Ela vai vir sozinha?

         - Não, parece que as outras também virão com ela.

         - A sim, então tudo bem. Eu vou lá em cima falar com a minha mãe, quero ver que horas ela vai sair daqui.

         - Ta – ele disse se virando e indo pra cozinha.

MAIS TARDE

         Já estávamos na van, eu e os meninos, e suas respectivas namoradas, eu estava inquieto, não sabia o motivo, mais algo me incomodava, resolvi deixar essa historia pra depois, afinal, não conseguiria resolve-la mesmo. E por um mero segundo eu peguei no sono, dormi.

Sonho On

Sonhei que estava em um jardim, sentado na grama, e de longe eu ouvia Remembering Sunday do All Time Low, a minha musica e da Le. Eu estava gostando, era bom não pensar em nada, somente ouvir a musica. Derrepente, uma vós que eu não conhecia, era masculina. Parecia até a vós do Dumbledore, de Harry Potter, falou:

         - Pedro? Já escolheu o que deve fazer?

         - Do que está falando? Onde você esta?

         - Estou falando do assunto que tanto vem te pertubando, estou falando da tal moça que saiu apressada quando te viu, estou falando dos pensamentos e culpas que você vem sentindo ao pensar nela, sabendo que é a prima de sua namorada.

         - Hei, como é que você sabe disso?

         - Isso não importa agora Pedro.

         - Importa sim, eu quero saber.

         - Só um recado Pedro, não limite o seu coração a fazer o que você acha que é o certo, aprenda com os seus erros do passado e aja por impulso pelo menos uma vez.

Sonho Off

         - Pe? Acorda amor, já chegamos – ouvi a vós doce da Le falando próximo ao meu ouvido, que me fez arrepiar todinho.

         - Oh, me desculpe, acabei pegando no sono – falei sorrindo constrangido, e ele me retribuiu com um sorriso doce, no canto dos lábios.

         - Não se preocupe – ela disse me dando um selinho.

Fui calado até a porta da casa, o problema era que eu amava a Le, amava muito. Mais o que eu estou sentindo pela prima dela, não é bem amor, eu acho. É uma coisa estranha, atração, acho que é mais que atração, é como se eu visse a fonte de todos os meus desejos em minha frente. Mais a Le, ela era tão importante na minha vida, não sei como viveria sem sua presença, porque ela além de ser minha namorada e amante, era também a minha melhor amiga, aquela que com toda a certeza eu poderia contar nos momentos mais críticos e difíceis, ela era a minha confidente, o meu diário, a minha flor, meu anjo, a menininha que eu tanto amo.

         - Lê, ou vou dormir um pouquinho ta amor? To com muito sono – falei olhando pra ela, que retribuiu com um sorriso enorme e um selinho.

         - Tudo bem amor, pode ir – e se virou pra falar com o Koba. Entrei no quarto e deitei, mais eu não estava com sono, queria na verdade pensar um pouco mais sobre o que acontecera nesses últimos dias. Mais a verdade era que eu não queria pensar muito nesse assunto, não queria que nada acontecesse pra mudar o que realmente estava perfeito. Pensei tanto que acabei dormindo, mais dessa vez não sonhei nada, o que agradeci mesmo inconscientemente.

POV LE

         A verdade era que o Pedro estava muito estranho, não sei bem, mais acho que desde a vez que ele viu a minha prima... Não que eu estivesse desconfiando de algo, até porque eu confiava verdadeiramente nos dois, no Pedro e na Marina, ela era a imagem de uma prima dos sonhos. Minha amiga, companheira de palhaçadas, minha confidente, eu acho que ela nunca, mais nunca mesmo faria uma coisa dessas comigo.

         Mais eu poderia dizer que eu estava normal também? Não, eu não estava mesmo normal. Não sei o que estava acontecendo comigo, não sei mesmo. Não sabia o motivo, e algo estava me indicando que não era muito bom eu saber...

         - Thominhas? – falei olhando para a cozinha.

         - Oi Le.

         - Eu vou na praia ta?

         - Sem o Pe? – ele me olhou confuso, achei tão bonitinho.

         - Ele ta dormindo, coisa fofa – falei apertando as bochechas dele.

         - Ai, ai – ele disse massageando o local – tudo bem, se ele acordar eu aviso.

         - Obrigado amorzinho – falei beijando sua bochecha.

         - Nada não – ele falou com aquele sorrisão colgate.

         - Tchau – falei abrindo a porta e saindo.

         Eu andava despreocupada pela rua, olhando para o nada. Na verdade eu não prestava atenção em nada, meus pés andavam por si próprios. Eu estava atravessando a rua, a praia estava do outro lado. De repente, na minha máxima falta de atenção eu vi uma bicicleta freiando bruscamente, com o susto cai pra trás, de bunda no chão.

         - Oh, me desculp... – era um menino, devia ter mais ou menos a minha idade. Ele me encarou intensamente, depois balançou a cabeça negativamente – deixe-me ajuda-la – ele falou esticando o braço para me alcançar.

         - Obrigado – eu disse fitando aquelas orbes castanhas que tanto haviam chamado a minha atenção.

         - Bom, como eu ia dizendo, me desculpe, não havia visto que você ia atravessar.

         - Me desculpe também, eu estava distraída – eu reconheci aquela vós, ela era muito familiar pra mim, e por uma fração de segundos eu me lembrei há quem ela me associava.

         - Prazer, pode me chamar de Enzo – ele falou me olhando com um sorriso de canto.

         - Acho que já ouvi isso antes – eu disse com o coração a mil.

         - Como assim? – ele perguntou fazendo um carinha de confuso que era mais fofa que a do Thomas.

         - Você, por acaso, é o baterista da banda Kamikazze? – falei já sabendo a resposta.

         - Como você sabe? – ele disse dando um passo pra trás, achei ilário, comecei a rir, e ele riu também.

         - Prazer também, pode me chamar de Letícia – eu falei estendendo a mão.

         - Eu sabia que conhecia sua vós, você é a Le, namorada do Pe Lu não é? – ele falou com a cabeça baixa.

         - Sou – disse com a cabeça baixa, me senti muito envergonha, porque por um momento, havia me esquecido de que eu tinha um namorado.