- Amor, vamos pra casa?

         - Pra qual das duas casas? – ela falou rindo e secando as lagrimas que ainda molhavam seu rosto.

         - Ah, você que sabe... Seus pais estão na sua casa hoje?

         - Sim, e eles ainda falaram que eu não precisava voltar cedo, acho que eles queriam um tempinho sizinhos se é que você me entende. – ela falou com um sorrisinho de canto que me encantou.

         - É, acho que entendo sim... Então vamos lá pra casa, acho que os meninos não iram voltar tão cedo, eles podem até não voltar.

         - Tudo bem, só vamos voltar pra avisar que fomos embora okay?

         - Ta bom amorzinho.

Voltamos pra onde os meninos estavam e tava tocando uma musica que eu adoro Yolanda Be Cool - We No Speak Americano, essa musica é muito loca... Quando eu cheguei perto dos meninos o Thomas olhou pra mim e começou a cantar e dançar.

         - Papara América, pã pã pã – eu dei risada quando vi a cena.

         - Canta comigo Pe?

         - Ta bom, Papara Americano. – e começamos a dançar juntos... As meninas deram muita risada, e eu fiquei feliz pela Lê ter se reaproximado das suas velhas amigas, eu tava me sentindo meio culpado pelo distanciamento delas.

         - Vamos amor? – eu falei saindo da dança quando a musica acabou.

         - Vamos. –a Lê falou olhando pras meninas com um sorriso enorme.

         - Hum, aonde os mocinhos vão em? – o Thomas falou com uma cara de malicioso.

         - Acho que você não tem a obrigação de saber né Thomas? – eu falei dando uma risada enorme e escutando os meninos falarem “BOTA O CAVALINHO NA TELA PE”.

         - Ain, seu malcriado – o Thomas falou fazendo uma carinha de falsa magoa.

         - Sabe que eu te amo né loiro? – eu falei passando o braço pelo ombro dele.

         - Eu te amo também meu negro.

         - Seu não, meu – a Lê falou empurrando o Thomas de leve e tomando seu lugar.

         - Olha loiro, sinto em lhe informar que você vai ser trocado. – eu falei sorrindo e olhando pra Lê – Vamos Tchuca?

         - Vamos Tchuco.

         - Ain que bonitinho tudo voltou a ser como era antes. – o Pe Lanza olhou e falou abrindo um sorriso enorme e abraçando a Jô.

         - To indo gente, e, por favor, demorem pra voltar okay? Ou melhor, porque vocês não vão dormir na casa das meninas em?

         - Boa idéia Pe, tudo bem pra você amor? – a Bih falou olhando pro Thomas.

         - Arrãn.

         - Então ta bom, tchau pra vocês.

         - Tchau Pe, e usa camisinha em danado – o Koba falou fazendo todo mundo rir.

         - Sem graça.

         - Não sou não.

         - Não é mesmo, porque foi engraçado – o Lanza falou terminando a gargalhada.

         - Ta bom, ta bom, eu to indo seus bobões.

         - Tchau seu negro.

         Saímos da boate e entramos no carro, eu iria dirigir, porque o Gomes estava de férias.

         - Pe, você sabe dirigir?

         - Acho que sim...

         - Ai meu Deus, como assim você acha Pedro, ou você sabe ou você não sabe não me assusta, por favor – a Lê disse segurando na maçaneta em cima da janela do passageiro.

         - Calma vida, eu to brincando, eu sei dirigir sim...

         - Ata então ta bom, vamos?

         - Vamos.

Quando chegamos ao meu apartamento, eu fui direto pra cozinha, peguei algumas coisas pra nós comermos e depois sentei no sofá, ficamos assistindo um filme que estava passando na Fox, e depois mudamos pra Globo, que tava passando corujão.

         - Esse filme é tão legal - eu falei com ironia e um desanimo enorme na vós.

         - É mesmo, ele tem que ganhar o Oscar de melhor filme pra pessoas dormirem – a Lê falou seria, tentando não demonstrar que estava brincando, e eu dei risada do que ela falou.

         - Pow, quem será o diretor dessa birosca?

         - Algum maníaco internado no manicômio que achou um jeito de fazer terapia, criando filmes idiotas – dei mais risada ainda.

         - Verdade. Mais já que você ta tão entediada assim, vamos fazer alguma coisa mais interessante.

         - Hum, como o que, por exemplo – ela falou com um olhar tão sedutor que não consegui resistir por mais nem um segundo. Voei pra cima dela e comecei a beijá-la, não conseguíamos nos separar, ela ia apertando nossos corpos cada vez mais, e o clima ficava cada vez mais hot! Ela sabia exatamente como me deixar louco, e parecia que a saudade que eu estava dela só aumentava essa sensação.

         A noite foi completamente maravilhosa, depois que ela dormiu no sofá ao meu lado, com a cabeça encostada em meu peito, eu a peguei no colo e a levei pra minha cama, depois deitei ao seu lado, e fiquei apreciando a imagem da minha menininha dormindo calmamente e de vez em quando dando umas ressonadas e me abraçando. Depois de muito tempo a observando eu peguei no sono. No dia seguinte, acordei e ela não estava ao meu lado, levantei assustado e coloquei uma bermuda qualquer, procurei pela casa toda e ela não estava lá, me deu um aperto enorme no coração, quando olhei pela janela do meu quarto vi que ela estava na beira da piscina, com seu fone de ouvido e observando a água se movimentar com o vento gelado. Tranqüilizei-me, coloquei uma roupa mais quente, fiz minha higiene matinal e depois me perfumei todo, desci ao seu encontro, ela não ouviu meus passos ao me aproximar dela, quando eu estava a um palmo de distancia me ajoelhei e coloquei as mãos em seus ombros.

         - Meu Deus, você quer me matar do coração menino – ela falou ofegante e com a mão no peito, que descia e subia em um ritmo acelerado, acho que a assustei de verdade.

         - Me desculpe, só quis te fazer uma surpresa – falei fazendo meu sorrisinho torto que sei que ela tanto gostava.

         - Você pedindo desse jeito não há como resistir. – ela falou me abraçando e me dando um selinho.

         - Bom dia meu amor. – eu falei sentindo seu perfume perto de mim.

         - Bom dia vida.

         - O que você ta escutando ai? – perguntei com carinha de criança curiosa. Assim que terminei a pergunta peguei o seu celular e tirei o fone de ouvido, a musica soou alto e logo eu reconheci, era Remembering Sunday – All Time Low, eu amava essa musica, pois ela me lembrava dos momentos que eu passei com a Lê. Estava bem na parte que eu mais gostava a que eu mais me identificava,

“I don't mean to be a bother, but have you seen this girl? She's been running through my dreams And it's driving me crazy, it seems I'm gonna ask her to marry me”

(tradução)

“Não queria incomodar, mas você tem visto essa garota? Ela tem corrido através dos meus sonhos E ela está me deixando louco, e parece Que eu vou pedir para ela se casar comigo.”

- Essa musica é tão perfeita não é? – ela disse me olhando com um brilho desconhecido nos olhos.

         - É ela me lembra você.

         - Também me lembra você. Principalmente essa parte, me lembra o que eu senti quando você me chamou no sinal, a primeira vez que nos vimos pessoalmente.

“ho could deny these butterflies? They're filling his gut”

(tradução)

“Quem pode negar, essas borboletas? Estão preenchendo meu estomago.

         - Você ficou com borboletas no estomago?

         - Bastante – ela falou corando.

E eu, ao perceber que ela havia ficado com vergonha me sentei ao seu lado, e passei um dos braços em volta de seu ombro, e ela automaticamente encostou a cabeça no mesmo.

         - Eu te amo tanto, não sei como eu consegui ficar esse tempo todo sem você, foi uma tortura

 lembrar de você e não poder te lig...

         - Não vamos nos lembrar disso agora – ela falou com pequenas lagrimas formando em seus olhos e colocando um dedo em meus labios – está tudo bom de mais, e eu não quero estragar esse momento tão perfeito.