Mais uma vez perdido no tempo.

-Onde estou? – Exclamei desesperado a procura de alguém, pelo menos agora sei onde estou, um lugar sombrio, escuro e grotesco, um cemitério, que por sinal eu jamais havia visto antes.

Ao meu redor diversos túmulos, eriçando cada pêlo de meu corpo juntamente com o frio que pairava no ar, caminhei em passos pesados e lentos a procura de alguém, atento para todos os lados e tentando manter a calma, mal conseguia sentir minhas pernas, mas mesmo assim continuei caminhando até ouvir aquela apavorante.

-Troy, que bom revelo.  – Sussurrou a voz atrás de algum lugar perto de mim, tentei achá-lo observando a cada lado que me cercava, mas nada encontrei. Continuei andando tentando ignorar o que havia ouvido, mas era impossível, aquele tom que uma vez invadiu meus ouvidos ficou gravado em minha mente me assombrando a cada vez que eu o ouvia novamente.

-Me deixe em paz!- Gritei num tom misturando pavor e raiva, nada ele respondeu, provavelmente estara escondido, apenas escondido esperando o momento para aparecer. Aquilo me deixava mais aflito, foi então que esqueci da dormência nas pernas e corri o mais rápido que pude, até deixar o sombrio lugar para trás seguindo até uma floresta mais obscura onde eu estava anteriormente, a pouca luminosidade que a lua me oferecia era bloqueada pelas diversas árvores ao meu redor.

O silêncio predominava no local, dava-se apenas para ouvir meus rápidos passos desviando das inúmeras pedras em meu percurso, distraído e preocupado com o que poderia estar me seguindo acabei tropeçando em um tronco oco e caído de árvore a minha frente, bastou isso para que aquelas mãos geladas alcançasse meu braço esquerdo, prendendo-me automaticamente.

-Te peguei! – Falou ele com um tom excitante em sua voz, logo após puxando meus cabelos, causando-me uma dor latejante.

-Ai, solte-me! – Gritei tentando esquivar-me de suas mãos.

-Não adianta gritar, ninguém poderá te ouvir. – Sussurrou ele, beijando nuca, me causando náuseas.

-Não, pare! – Supliquei, o fazendo rir.

-Seu medo me excita. – Aquelas palavras não só me deixaram com medo, mas também aumentou completamente meu desespero.

-Não, por favor! – implorei, deixando lágrimas silenciosas. Sua mão que estava livre foi deslizando lentamente por minhas costas até retirar lentamente meu short. Meu estado não deixava com que nada saísse de minha boca, meus movimentos eram inúteis, com apenas uma mão ele me imobilizou sem dificuldades.

-Tente não resistir, pois assim será pior. – Disse ele, abrindo seu zíper, abaixando sua calça e cueca juntamente com a minha.

Não demorou muito e logo senti aquela coisa entre minhas pernas invadir-me aos poucos, provocando-me dores insuportáveis, ele segurava meu quadril tornando impossível a chance de escapar, seus movimentos eram rápidos, mas dolorosos, seus gemidos de prazer faziam me sentir pior ainda, a força aplicada em meu corpo fazia com que a terra fria entrasse pelos poucos buracos de minha blusa.

Aquilo não poderia estar acontecendo comigo.  Depois de algum tempo a dor foi cessando e então senti-me invadido por aquele liquido quente, e naquele exato momento aproveitei de seu estado de êxtase e conseguir soltar minhas mãos e recolher uma enorme pedra ao meu lado, e em seguida a arremessando em seu rosto.

-Filho da Puta! – Gritou ele, enquanto eu recuperava minhas forças para me levantar e sair correndo dali, e foi isso que fiz, totalmente humilhado e “sujo” sumi pelas árvores a frente, até tropeçar novamente e bater minha cabeça em uma pedra, entregando-me a inconsciência.

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A água caindo em meu rosto fez com que eu despertasse daquele pesadelo, seguida da dor que logo me atingiu, terra, sangue e água misturados e sumindo pelo ralo, foi então que percebi que aquilo não havia sido apenas um pesadelo.  Não obtive forças para levantar-me, devido a forte dor que vinha de minha cabeça e meu traseiro.

 Entreguei-me as lágrimas que se perdiam nas gotas de água que deslizavam em meu rosto, e durante algum tempo continuei ali imóvel apenas sendo banhado por aquele liquido transparente que me “limpava” e me aliviava daquela dor, a expressão  daquele rosto jamais será esquecida por mim, como um grande trauma em minha vida.