O Universo a Nosso Favor escrita por Ledger


Capítulo 19
Dezoito - O batalhão de meninas taradas


Notas iniciais do capítulo

Gente, olá. Estou muito feliz com o andamento da fic, poxa, ela já tem sete recomendações! Poxa, gostaria muito de agradecer a Carola-Chan, Lumii-Chan, Samia-Chan, Sofia_LovatoS2, KawaiHikari, dudinha-tenten e RAY-CHAN! A fic tem sete indicações graças a vocês! Ah, e estou sentindo falta de alguns leitores... To com saudades de vocês, Jenny-Chan e Buneary-Chan! Enfim, no mais, só agradeço aos que estão lendo.



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O Festival Escolar enfim tinha chegado. Nossa apresentação fazia parte da diversão do mesmo. A menina que interpretava o meu par romântico, Miranda, desistiu da peça. Ino entrou em seu lugar. Já não suportava mais ter que ser homem, então adorou o único papel feminino e correu para o mesmo.

Com muita dificuldade arranjamos outros atores. Outras pessoas que já haviam passado pelo grupo de teatro toparam fazer apenas a peça, por falta de gente.

Lee se ofereceu para apresentar. Aceitamos numa boa.

Chihiro e Usui apareceram. Os dois brigavam mais do que o comum, e, quando a peça estava quase para começar, os dois vieram falar comigo no camarim.

-         Boa sorte TenTen-Chan! – disse Chihiro, segurando minha mão. Sorri para a mesma – eu sei que você vai ser um bom Ferdinando... E, aliás... Nossa você fica bonita de homem.

Eu tinha cortado o cabelo com um corte masculino.Estava curtinho, na altura de meu queixo. As pessoas não tinham percebido ainda que eu tinha mesmo o cortado, e achavam que era peruca. Resolvi não falar. Ficava mais divertido.

-         Obrigada, Chihiro.

-         Tome cuidado com essa ai, TenTen – disse-me Usui, e vi uma mão na cara do mesmo. Ele reclamou – aposto que a Chihiro está louca para te pegar e fazer você virar emo que nem ela!

Chihiro pulou em Usui com tudo, e começou a bater em sua cabeça. Ele já a segurava no colo, pois se a soltasse, a mesma caía.

-         Saia de cima de mim, emo desgraçada!

Assim, ele a soltou. Ela caiu com tudo no chão, e bateu a testa no mesmo. Vi que sua testa sangrava um pouco, mas ela não disse nada. Pigarreou. Vi que tinha lágrimas nos olhos, e que ia chorar, mas segurou-se. Olhou para Usui com raiva. O mesmo tinha um certo pavor no rosto. Uma certa culpa.

-         Seu baka – disse ela, levantando-se e virando de costas para o mesmo. Vi que enxugou as lágrimas – não faça mais isso.

Virou-se para mim, e me deu um abraço. Desejou-me boa sorte, e saiu, com um Usui desesperado correndo atrás dela para pedir desculpas.

Cheguei a conclusão que os dois iam mesmo se casar.

Ino veio me chamar. Disse que estava na hora. Ela estava belíssima de Miranda.Eu, rapidamente, olhei-me ao espelho. Eu era bonitão. Bem bonitão.

Enquanto subíamos para o palco – que ficava em cima do camarim – Ino notou que minha peruca parecia real demais.

-         TenTen, não acredito que....

-         Sim – sorri eu, e ela olhou-me espantada – e acredite se quiser, é bem melhor. Cabelo grande da muito trabalho. Esse é bem mais pratico.

-         TenTen, você está parecendo um menino! E bem bonito por sinal.

Eu ri.

-         Acho que isso é bom, não?

Chegamos ao palco. Ficamos na coxia*, enquanto anunciavam o nosso grupo. Respirei fundo. Não havia motivo para ficar nervosa.

Nervosa.

Lembrei-me instantaneamente de Neji, e me perguntei se ele estaria assistindo à peça.

Um tremor percorreu meu corpo.

Não pense no Neji. Não pense no Neji.

As cortinas então se abriram, e preparei-me. No momento, nada mais importava. Era apenas eu e o palco.

 

 

A Tempestade, de William Shakeaspere. Uma ótima peça, meio melosa em seus momentos românticos, mais ótima.

O personagem Ferdinando, que se apaixonava pela bela Miranda, era interpretado por mim, TenTen.

E adorei faze-lo. A peça foi ótima. Todos amaram, inclusive eu.

O pior veio depois do fim.

Ao sair do palco, eu e Ino nos abraçamos. Tudo havia dado certo.

Corri em direção aos meus pais, que assistiram tudo com os olhos brilhando. Eu consegui distinguir os rostos de meus pais do palco.

Mas não pude ir abraça-los.

Uma multidão de meninas me rodeava. Abraçavam-me, e uma até tentou me beijar.

-         Você é lindo! – gritou uma delas, e tive de segurar muito para não rir – você é algum convidado especial? Pois eu sei que aqui, você não estuda!

Elas já estavam quase arrancando minhas roupas. Tentei sair, e disse para se afastarem. Mais isso só fazia as mesmas pularem mais em cima de mim.

-         Qual é o seu nome?

-         Seu telefone?

-         Onde você estuda, gatinho?

Eu estava impressionada. Como menina, eu não fazia sucesso assim. Talvez devesse virar lésbica.

-         E-e-e-eu... – tentei dizer algo, mais nada saiu – quer dizer, eu não...

-         Você não? – perguntou uma, com uma expressão triste. Olhei para o resto das pessoas. O elenco ria de minha cara, e Ino muito mais do que os outros. Vi Usui tentar chegar até mim, mas não conseguir. Eram meninas demais as que me envolviam.

-         Eu não... Gosto de garotas – inventei. Eu não sabia mais o que podia falar. Eu estava nervosa. Não sabia o que podia fazer por essas pobres mentes que nem percebiam que eu era uma menina.

-         Não? Quer dizer... Você é...

-         Gay – completei. Pronto. Foi só falar isso, que elas liberaram o caminho. Uma até chorava. Meu deus, eu não sou tão gostoso assim!

Sai correndo em disparada. A única coisa que eu queria era trocar de roupa, então ignorei Usui quando passei correndo por ele.

Entrei no camarim já arrancando a blusa. Eu tinha uma faixa amarrada ao peito que me sufocava. Não que eu tivesse peito. Mas eu precisava ter menos do que isso.

Mas ao entrar, dei-me de cara com Neji.

O Hyuuga olhava para mim espantado. Fitou-me da cabeça para baixo, enquanto eu tentava esconder meus grandes peitos.

Não que eu não estivesse usando sutiã. Mas você sabe. Não é uma situação muito legal.

-         Neji! – berrei, enquanto o mesmo cobria os olhos com as mãos – o que está fazendo aqui, seu idiota?

Coloquei a blusa rápido, e bufei. Porque isso acontecia comigo?

Neji estava tremendo. Quando terminei de colocar a blusa, fui até ele e tirei suas mãos de seus olhos. Ele olhou para mim, receoso. Mas ao ver que eu estava vestida, soltou um suspiro.

Ficamos nos encarando. Desde o dia da chuva, o dia em que ele quase disse algo importante, mais eu o impedi...Desde o dia que quase nos beijamos, eu agia de modo estranho com ele. Não sabia o porque desse fato. Ficava nervosa quando o via enrubescia, tentava me esconder, fingindo que não estava ali. Itachi disse-me que eu estava gostando dele. E por mais que sempre me falassem isso, quando Itachi disse não consegui negar. Não cheguei a admitir nada, mas pensei no assunto. Quando se gosta de alguém... Você fica idiota como eu fiquei?

Neji não iria quebrar o silêncio que tanto me incomodava. Então resolvi f aze-lo.

-         Hm... Você assistiu a peça?

Ele assentiu.

-         E você... – pigarreei – gostou?

-         Sim.

Ele não ajudava em nada. O Sr. Cubo de Gelo não parecia querer quebrar o silêncio.

-         Você estava ótima – disse ele por fim, ainda que não me olhasse olho no olho.

Enrubesci. Eu estava? Eu tinha sido boa? Ele tinha achado isso?

-         O-o-obrigada – agradeci.

Mais silêncio. Eu sentia-me mal com o silêncio. Ele parecia querer dizer alguma coisa.

Até que Neji bufou.

-         O que foi? – perguntei.

-         Porque... Porque cortou o cabelo?

-         Ah... – cocei a cabeça, pensativa – eu não sei bem. Como reconheceu que eu tinha cortado? Todos acharam que era peruca.

-         Seu cabelo não parece uma peruca.

-         Acho que isso é um elogio.

Rimos. Eu resolvi me sentar, e puxei uma cadeira para o mesmo. Mas ele não aceitou.

-         Eu já estou de saída – disse-me.

-         Porque? – indaguei.

O meu “porque” saiu forte demais, e ele percebeu que eu queria que ficasse ali. Naquela hora, a única coisa que eu queria era me enfiar debaixo de meu travesseiro.

Ele sorriu.

-         Quer que eu fique aqui?

-         Que-quero. – respondi.

Ele sorriu novamente. Um sorriso que eu amava ver em seu rosto. Que era raro, mais que quando vinha, meu coração parecia querer pular. Pareceu querer ficar quando ouviu o meu “Que-quero” Hinata da vida.

Sentou-se ao meu lado. Fiquei olhando para o mesmo. Como nunca tinha reparado que era bonito? O cabelo grande certamente lhe dava um charme.

Senhor, o que quer de mim? Estou falando que o Hyuuga é bonito?

-         Gostei do seu cabelo, apesar de tudo – disse-me.

Eu não conseguia tirar meus olhos dos seus. Ele realmente olhava para mim. Não desviava o olhar. Não se mexia. Naquele momento era apenas eu e ele.

Foi quando percebi.

Eu gostava dele. Gostava como nunca tinha gostado de alguém.

-         TenTen... – começou ele, pegando minha mão. – Eu tenho que...

-         Ei Neji...

-         ... Tenho que ir, mas eu prometo que...

-         Neji, tenho que falar algo...

-         Prometo que depois eu vou te dar aulas e...

-         Neji, seu idiota. Vou ter que calar a sua boca?

E dizendo isso, eu o beijei. Com todo o amor que sentia, com todo o amor que podia dar a ele. Percebi que de início ficou assustado, mas correspondeu ao meu beijo. Envolvi meus braços em seu pescoço, enquanto ele segurava firmemente minha cintura. Eu adorava explorar sua boca, assim como ele fazia com a minha.Apesar de tudo, ele era delicado, e beijava-me como se eu fosse uma boneca de porcelana. Afastei-o, e sorri.

-         Não quero que me de mais aulas, Hyuuga. Não entendeu? Lembra o que eu disse? Ou é tutor, ou é meu amigo.

Certamente ele estava assustado, mais sorria. Sorria com cara de bobo alegre.

E eu também, até ouvir um choro.

Olhei para a porta. As meninas que tinham me assediado estavam lá, e algumas choravam. A que pareceu ser a chefe mor veio até mim, e disse-me:

-         Quando disse que era gay, queríamos acreditar que não fosse realidade. Mas olhe só! Viemos aqui conferir, e vimos você e esse outro gay no maior amasso! Não acredito! Vou mostrar para a escola inteira! Tenho vídeos, fotos, tudo que preciso!

E dizendo isso, o batalhão de meninas taradas foi embora.

Olhei para Neji. Ele franziu o cenho.

-         Elas acharam que você era um menino?

Assenti.

-         Eca – disse ele, tirando-me de seu colo – eu beijei um menino.

Sorri.

-         Quase Hyuuga, quase. Não esqueça de dizer que esse menino que te beijou. Você apenas retribuiu.

Ele soltou um riso abafado, e pegou-me pela cintura. Colocou-me em seu ombro, enquanto eu ria e esperneava para que me colocasse no chão. Voltamos a platéia, e ao chegarmos lá, dei de cara com todos os meus amigos. Kiba, Hinata, Ino, Sakura, Chihiro, Usui, Itachi, papai e mamãe.

Eles olharam para nós, estranhando. Eu olhei rapidamente para Neji, apavorada. O que iríamos inventar?

-         O que... Estão fazendo? – perguntou Ino, maliciosa.

-         Eu...

-         Eu estava dando um troco na mesma por me fazer passar vergonha – respondeu Neji, tornando-se um Cubo de Gelo novamente. Tentei ficar séria também.

-         Troco...? – perguntou Sakura.

-         Vergonha...? – dessa vez foi Kiba.

-         É – começou Neji, bufando – ela... Tirou minha moral na frente das outras meninas.

-         É – completei.

Essa tinha sido a pior mentira que o Hyuuga já tinha inventado, mais eles pareceram acreditar. Neji colocou-me no chão, e eu bufei, encenando.

-         Nunca mais faça isso, Hyuuga.

-         Cale a boca, Mitsashi.

-         Quem você pensa que é? – perguntei. – Não pode sair fazendo isso comigo.

-         Foi você que pediu.

-         P-a-arem de discutir – pediu Hinata. Olhamos para a mesma, e ela lançou-me um sorriso de lado. Um sorriso tímido, mas que queria dizer muita coisa.

Ela havia sacado tudo.

Paramos de discutir. Até que Neji era um bom ator.

Minha mãe e meu pai correram para dar-me um abraço, e me elogiaram muito. Depois disso, foi à vez de Hinata e Kiba. Reparei duas mãos juntas. Sorri.

-         O que significa isso, Inuzuka?

Ele riu.

-         Um... Logo te explico.

Eu ri, e fiz um cafuné em sua cabeça. Logo depois abracei Sakura, Hinata, Chihiro, Usui, e Itachi.

Depois disso, Sakura disse-me que faria uma festa do pijama em sua casa. Convidaria apenas as garotas, inclusive Chihiro, pois as duas tinham ficado bem amigas nesse meio tempo.

Concordei. Poderia ser interessante.

Enquanto saímos, despedi-me de Neji. Tinha de parecer que eu estava brava com o mesmo, então apenas dei um soco em seu ombro. Ele sorriu de lado ao perceber que ninguém nos olhava. Enrubesceu.

Eu também, mas isso não importava no momento. Entrei no carro de Sakura e tive uma ultima visão sua – dando-me tchau, e piscando para mim.

 


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Notas finais do capítulo

*Coxia = Corredores que contornam o palco teatral.

HÁ! Finalmente, finalmente, finalmente! UAHSUASH' Desculpa não fazer um beijo daqueles... como posso dizer? Perfeito! Mas a inspiração tava rolando solta, e eu tive de colocar o beijo nesse momento. Hehe, abraços amorecos! AAAAH... e estou realmente impressionada. A fic chegou aos seus 2OO reviews! Vocês querem me matar, nao é mesmo? MUITO, mais muito obrigada *-*