The Magic Tree escrita por Karlos


Capítulo 2
Surprise




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             Andei até o banheiro, onde havia um pano para que eu pudesse limpar a sujeira resultante da bebida derramada. A incrível cena não saía de minha cabeça e meus pensamentos rodavam sem conseguir chegar a uma conclusão plausível. Sempre fui muito cético em relação a tudo que o que fosse considerado fantástico, mas então como poderia explicar aquilo?

             A campainha tocou novamente, relembrando-me que havia alguém em minha porta. Joguei o pano úmido sobre o local, que nesse momento deixava toda a cozinha com um cheiro forte de cerveja, e fui abrir a porta.

Quando abri, pude observar que se tratava de meu tio Joe. Ele morava por perto e havia aparecido todos os dias nessa primeira semana que fiquei sozinho no local. Com certeza minha mãe tinha alguma influência nisso.

             Meu tio tinha aproximadamente cinquenta anos, porém seus vastos cabelos pretos como a noite e sua altura faziam-no aparentar no máximo uns trinta e cinco. Apesar da relativa pouca idade, ele era uma das pessoas mais sábias que eu conhecia e possuía uma inestimável paixão por livros de todos os gêneros.

              - Olá Joe, entre. – Apesar de ser meu tio, nós dois mantínhamos uma relação de amizade que dispensava as formalidades familiares comuns. – Já disse que não precisava vir aqui todos os dias, eu vou ficar bem. – Nesse momento, eu já não tinha tanta certeza sobre aquela afirmação.

              Ele entrou e sentou-se no sofá, esboçando um sorriso. – Qual é Rob, você sabe que sua mãe não soltaria você assim, tão facilmente.

              - É verdade. – Realmente minha mãe tinha sido contra a mudança desde o início. Para ela, meus dezenove anos representavam uma total falta responsabilidade, e eu com certeza não conseguiria me virar sozinho naquela casa.

              Meu tio sentou-se no sofá, observando o ambiente ao redor como sempre fazia. – Você andou bebendo? – O forte odor estava infestando toda a casa àquela altura.

              - Na verdade, não. Não tive a oportunidade, pois derrubei tudo quando... – O quê eu iria dizer? Com certeza não seria a verdade. – quando tropecei naquele balcão.

              - Preste mais atenção nas coisas que está fazendo. – Apesar deste comentário, ele pareceu desconfiar da minha indecisão no momento em que falei. – Tem certeza de que foi assim que derrubou?

              - Sim, claro. Por que eu mentiria sobre isso? – Minha testa se umedeceu com algumas gotas de suor. Joe pareceu perceber, mas decidiu deixar o assunto de lado. Ele levantou-se e caminhou até a árvore, onde parou e observou por alguns instantes. Desde o dia em que me mudei e ele viu a árvore, pareceu ficar encantado com ela. Mais encantado do que deveria apesar de toda a sua beleza. Será que ele sabia de algo?

              - Ela é realmente linda, não é?

              - Concordo – respondi -, mas porque todo este interesse nessa árvore Joe? O que você viu de tão interessante nela?

              Ele pareceu ficar meio nervoso e vacilou em um primeiro momento antes de me encarar. Ao se encontrarem, foi como se nossos olhos falassem por si só. Ele desviou o olhar para minha cozinha e pareceu juntar os pontos, em sua expressão era possível ver todas as peças se juntando para formar um grande quebra-cabeça. Depois de dar um sorriso de compreensão ele começou a falar.

              - Foi no primeiro dia. Enquanto você estava no quarto e eu vim para a cozinha buscar a caixa de ferramentas para terminarmos de montar a cama. Foi bem rápido, em um momento ela estava totalmente em chamas e no outro era como se nada houvesse acontecido. O fogo era de um azul brilhante do qual eu nunca vi parecido em minha vida.

              - Foi exatamente o que eu vi pouco antes de você chegar. Mas o que pode ser isso?

              - Sinceramente, eu pesquisei em todos os livros que encontrei, mas não obtive nenhuma informação que pudesse ajudar. A única ideia que me pareceu cabível foi a de procurar o antigo proprietário desta casa. Neste primeiro momento, a única coisa que sei é que seu nome é Roberto Esteves. Atualmente ele tem sessenta anos e residiu aqui nos últimos vinte. Se ele não souber algo a respeito, ninguém o saberá.

              Voltamos a observar a árvore. Olhando-a assim parecia perfeitamente comum, uma árvore como todas as outras. Absolutamente nada indicava que pouco antes ela estava em chamas.

              Neste momento o celular de Joe tocou e ele o atendeu. Após alguns instantes conversando, ele desligou o aparelho e se voltou para mim.

              - Boas notícias – ele disse – consegui o endereço de Roberto. Cobrei um favor de um velho amigo meu que trabalha na imobiliária. Ele mora a algumas quadras de distância daqui, não deve ser muito longe. Podemos ir até lá agora, para tentar conversar com ele.

              Concordei com a ideia. Assim ao menos poderíamos tentar obter alguma informação ou algum esclarecimento sobre o ocorrido. Se bem que eu não tinha tanta esperança sobre uma explicação plausível para o que eu havia visto.


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Notas finais do capítulo

Espero q continuem gostando! Reviews?!