Coração Imortal escrita por isabellatmassei


Capítulo 23
It's now


Notas iniciais do capítulo

Gente, vocês pediram e TIVE que postar, espero que gostem. Amo vocês. 7 pro fim g.g



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Sai desesperada do campus da escola e fui para o ponto de ônibus. Não, eu não estava ansiosa ou coisa do tipo, eu só estava desesperada pra comprar o veneno, pra evitar uma morte tão horrível da qual eu imaginava se tratar.

- Srta. Weber?

Olhei assustada para trás respirando com dificuldade.

- Meu Deus, que susto diretor- gritei

- Me desculpe, não foi minha intenção assustá-la.

- Tudo bem diretor.

Ele ficou olhando pra mim esperando uma conversa, mas meu ônibus não tardava chegar e eu precisava correr.

- Onde vai?

- Eu vou na minha antiga casa, conheci a nova moradora de lá.

Ele me mediu de cima a baixo e balançou a cabeça.

- Conhece bem essa pessoa?

- Claro diretor, ela sempre fala comigo.

-  Senhorita... Se me permite, acho correto  te levar até lá.

O que? Que história era essa agora? Não, ele não podia me levar pra lugar nenhum.

- Obrigada, meu ônibus já chegou- e fiz sinal para que o ônibus parasse.

- Seu namorado não vai gostar de saber que não te levei.

Olhei pra ele me perguntando se tinha ouvido bem.

- Edu?

- Sim, ele foi claro quando disse que queria que te levasse.

Sorri ao ver o quão teimoso o Edu era, mexendo com a cabeça desse coitado. Mas me apavorei em outro instante ao ver que poderia dar tudo errado. Com o Edu na minha cola, eu não ia conseguir fazer nada.

- Tchau diretor Math- e acenei entrando no ônibus.

A cara que ele me fez foi hilária, e eu riria se não estivesse amedrontada pensando em o que exatamente fazer. Comprar veneno estava fora de cogitação, eu teria de ligar para o Junior e pedir que ele me buscasse em outro lugar.

Peguei meu celular e disquei o numero. No segundo toque ele atendeu.

- Oi Ash, ta chegando?

Quer dizer que ele já estava lá?

- Não, quer dizer, você pode me buscar em outro lugar?

- Claro, onde?

Pensei no melhor lugar e não achei nenhum. Eu tinha que desesperadamente fugir do Edu e não sabia como.

- Que tal no Robert Treat Hotel, to aqui perto- disse por um impulso.

Apertei o botão para que o motorista parasse e esperei.

- Ok Ash, logo estarei ai.

- Obrigada Ju.

- Acredite em mim, odeio quando me agradece por isso – e desligou.

Acreditar nele era um pouco impossível depois de sacar que ele me queria morta. Depois de tantos os anos de amizade era ruim saber que a pessoa queria te ver morta.

Meu celular começou a tocar e corei ao ver que o ringtone não agradava o pessoal do ônibus. Sai de lá rindo e corando, que mico.

- Alô?

- Onde você está Ash?- perguntou Edu

- Eu, bem... Estou no ônibus indo para minha casa- respondi perdida.

- Vou repetir a pergunta. Onde. Você. Está?

Engoli em seco. Ele sabia que eu não estava exatamente onde deveria estar e sabia que eu estava o enganando.

- Estou. No. Ônibus – respondi com a mesma intensidade.

- Não minta para mim Ash, por favor.

- Não estou mentindo e por favor pare de fazer isso.

- Isso o que?

- Me perseguir.

O silêncio tomou conta do telefonema.

- Não estou...

- Esta sim, e eu agradeço, mas não quero que o faça. Não hoje!

- Porque...

- Me desculpe, não dá pra te explicar agora- e desliguei.

Se me magoa ter sido cruel, fria e rude com ele? Sim, magoava muito, mas tinha de ser assim. A carta ia descartar qualquer possibilidade de ele estar pensando que eu não o amava, ou estava muito brava com ele. Se despedidas eram horríveis com todos aqueles beijos e abraços, uma não-despedida igual a essa era bem pior.

- Ash?

A voz de Junior congelou meus ossos e fez os pêlos de meu pescoço se eriçarem.

- Ash, é você?

Virei-me para ele e sorri ao ver o quão lindo e diabólico ele era.

- Que rápido- disse indo até ele e o beijando no rosto.

- Estava aqui perto também.

Olhei-o de cima a baixo e percebi que mesmo que quisesse esse não era meu amigo. Não aquele que dividia comigo os segredos e que me defendia dos meninos idiotas do colégio. Respirei fundo e entrei no carro, decretando o fim.

- Você está tensa.

Acenei com a cabeça. Tensa era a palavra correta, eu estava tão nervosa com o que estava por vir que nada me faria sentir melhor.

- Eu quero que me perdoe desde já – sussurrou ele

- Porque te perdoar?

- As vezes fazemos coisas que não deveriam ser feitas, e por motivos que fogem da realidade.

Vi que aquela frieza que tinha em seu rosto se suavizou.

- Quais serão as conseqüências se você não fizer?

Ele desviou o olhar do painel e voltou os olhos para mim.

- Minha família- sussurrou

Empalideci. Então esse era o motivo dele estar nessa roubada.

- Escute Ju, eu posso te ajudar.

- Se quiser morrer, é claro.

Vi ele engolir em seco e olhar pra mim como quem pede mil desculpas, mas já estava exposto o grande problema.

- Promete me responder com sinceridade?

Ele balançou a cabeça e eu continuei.

- É você quem me mata?

- O que?

Levantei as sobrancelhas me perguntando se estávamos falando da mesma coisa. Mas que diabos ele estava pensando?

- Quem disse que vai morrer?

- A Kathy falou que... – parei quando percebi que estava contando que a Kathy sabia de tudo.

- Eu só preciso que fique comigo, não tem essa de morte. O que a Kathy sabe disso?

- Nada, só que...

Pensei na melhor forma de explicar e cadê a ajuda dos céus? Se eu contasse a ele que sabia de minha morte, estaria contando que a Kathy era sobrenatural. Mas na gangue deles tinha uma sobrenatural também, o que me fez ter uma idéia.

- Porque me querem tanto?

Ju revirou os olhos.

- Não te queremos!

Prendi a respiração. Se eles não me queriam, o que queriam então? Eu não tinha dinheiro, não tinha nada que pudessem ter, então não fazia total sentido.

- O que querem de mim então? – reformulei minha pergunta.

- Não queremos você e nem nada relacionado... Se é que se pode dizer que seus amigos são relacionados a você.

Senti que o assento do carro se afundou e eu fui para um buraco escuro. Fiz uma prece desesperada para que o Edu não estivesse me perseguindo e que a Kathy estivesse a salvo na casa do Beto.

- Você é a isca delas - sussurrou ele

- Delas quem?

A tensão voltou para seu corpo quando ele se deu conta do erro de ter começado esse assunto.

- Acho que não tem problema você me contar, eu praticamente sei de tudo- gritei jogando as mãos pro alto.

- Sua tia e a Paola. Sabe, aquela menina que você pegou uma vez na cama com o Edu...

- Tá, eu sei – gritei mais uma vez e me coloquei a pensar.

O que a Paola queria? Claro que a resposta era só uma, Edu. Mas não acredito que ela me queira lá só como isca, ela vai me querer morta, o que faz a visão da Kathy se realizar.

- Tem uma menina amarrada na cama... – sussurrei entre soluços e lagrimas. Meu Deus, eu estava chorando.

- Tem, mas não posso te contar quem é. Mesmo que queira.

Estranho, ele nem ligou por saber que eu sabia que tinha alguém amarrada na cama. Deve ser a sobrenatural deles que consegue descobrir essas coisas.

- A Paola quer meu namorado, mas o que minha tia quer? E o que querem com a Kathy?

Ele fingiu não me ouvir e eu continuei.

- Porque você quer a Kathy?

- Como você pode ser tão estúpida?

- O que? Eu estúpida?

- Você pensa que eu iria fazer tudo isso pra ter a Kathy de volta?

Me lembrei de ele ter dito que a família dele foi ameaçada, o que não fazia sentido.

- Eu estou tão confusa – sussurrei

- Sei que está, e sinto muito.

Apoiei minha cabeça contra o vidro frio da janela e me deixei levar pela imaginação. Me imaginei lutando contra tia Vera e atirando contra Paola. Ok, eu sabia que isso nunca aconteceria, mesmo porque eu tinha um medo danado de arma. Se via uma saía gritando e correndo por todo lado.

- Onde a Blair entra nessa história? – me vi dizendo isso, mas não tinha nem sequer pensando em falar.

- Ela é conhecida da sua tia, pelo menos é o que eu sei.

- Como se envolveu nisso tudo? – perguntei com uma dor horrível na garganta. As palavras pareciam ásperas.

- Lembra do Celso?

Assenti com a cabeça.

- Ele era a Blair.

Comecei a suar frio. É lógico que a Blair sabendo que ele era próximo da gente tentou chantageá-lo. E o Junior sendo taxado como o idiota que largou a namorada.

- Me desculpe...

- Não se desculpe Ash. Lembre-se que eu posso te machucar, sendo assim não se desculpe...

Sorri para ele e vi ele revirar os olhos.

- Porque sorri?

- Porque agora sei que você não fez por mal.

- Machucar seu namorado e minha ex não é fazer por mal?

- Fugir de nós sem um motivo como o que tem seria...

Agora foi a vez dele de sorrir para mim.

- Eu não tinha outra escolha.

Concordei e me virei para encarar o painel. Não, não tínhamos outra escolha. E se por acaso Kathy e Edu não nos seguisse, no fim eu morreria e a outra pessoa também.

- Não pode me contar mesmo?

- Contar o que?- perguntou-me ele

- Quem está amarrada na cama?

Ele respirou fundo  e disse:

- Não preciso te contar, você verá agora- e apontou para o salão que tinha o visto uma vez com a Blair.

- Deus...

O salão parecia ter mudado. As janelas estavam mais velhas e escuras. As luzes que antes chamavam nossa atenção, hoje apagadas parecia dizer ‘Fique longe’.

- Me desculpe por isso Ash- disse ele ao abrir a porta para mim.

Gesticulei para que ele não se preocupasse e me foquei nas coisas que não poderia dizer. É claro que dar uma de poderosa fugia do contexto, então era melhor calar a boca e deixar me amarrarem na cama.

Ok, pode parecer loucura, mas estava ansiosa para ver a pessoa que estava amarrada na cama. Era como se eu a conhecesse e precisasse mais do que tudo vê-la.

- O que me espera lá em cima? – perguntei entrando no salão vazio.

- Pessoas gananciosas e estúpidas- sussurrou ele apertando meu braço.

- Ai, ta doendo- gritei e puxei meu braço.

- Vou tentar ficar perto de você, mas é quase certo que vão te amarrar na cama também.

Engoli em seco e peguei na mão dele.

- Não saia de perto- sussurrei.

- Como se pudesse fazer isso.

Subimos pela escada feita de madeira e que não tinha uma luz que nos ajudasse a subir com mais cuidado. A cada passo que dava sentia como se um minuto de vida fosse tirado de mim. O corrimão era gelado como se uma nevasca me esperasse lá em cima. Forcei meus ouvidos a ouvirem qualquer ruído, mas elas eram mais espertas do que eu mesma.

Pensei no Edu e na Kathy que uma hora dessas deveriam estar atrás de mim, e pensei o quão idiota eu tinha sido. Senti meu ombros pesarem e olhei em volta procurando por uma silhueta no escuro ou algum olho brilhante. Nada a não ser minha respiração pesada e cansada.

- Se acalme, você está me deixando nervoso- Ju murmurou

Voltei os olhos para ele e vi que ele realmente estava tenso.

- Como acha que eu deveria me comportar?

- Só não fique tão feliz ou tão triste, tente estabilizar suas emoções.

Nem mesmo perguntei o porque ficaria feliz em tal situação, porque na porta de um suposto quarto estava Paola, parada como uma deusa, com os cabelos loiros esvoaçantes. Ela realmente estava mais bonita e pensei o que ela teria feito para tal coisa. Plástica e botox? Porque me preocupar com isso agora, sendo que ela era a pessoa que iria me querer morta nesse instante, não importava. A beleza sobrenatural dela, ou os lindos e tingidos cabelos loiros que combinavam com seus olhos esverdeados. Agora importava o que ela faria comigo. E eu sabia que coisa boa não era.

- Que saudades Ashley- disse ela, fazendo sua voz ecoar por todo o cômodo.

Meu corpo se paralisou ao som da voz dela. Aquela não era ela, não a mesma que foi expulsa do colégio. A voz dela estava envolvente, sensual. Não era algo que alguém possa fingir, era realmente a nova voz dela.

- O gato comeu sua língua?

Forcei-me a sorrir e dei um passo para a frente me limitando a olhar nos olhos frios e penetrantes de uma pessoa que agora era totalmente desconhecida.

- Acredito que não- sorri ao ver que minha voz estava estável e parecia bastante confiante.

- Não quer entrar tomar uma xícara de café?- disse ela gesticulando para a porta de onde vinha uma forte luz.

- Obrigada.

Entrei pela porta e varri o cômodo com meus olhos procurando por problema. Nenhum a vista. Inclusive, onde estaria a pessoa amarrada na cama?

- Meu amigos não estão aqui agora, mas os seus também não... – sussurrou ela melosamente em meu ouvido.

Me desviei dela e fui em direção a um quadro que tinha na parede do suposto quarto. Era uma foto linda de uma gata preta de olhos azuis. Os olhos brilhavam vivamente e para mim era estranhamente familiar.

- O que ela te lembra?- perguntou-me ela.

- Absolutamente nada- menti

Ela balançou a cabeça e estalou a língua.

- Você brinca com fogo, não tem medo de se queimar?

Refiz o sorriso forçado e voltei os olhos para ela.

- Não sou eu que brinco com o fogo. Quem esta arriscando tudo me trazendo pra cá?

Vi ela endurecer a feição e se aproximar uns dois passos. Os olhos dela eram de um vermelho vivo, e eu juro que ouvi um rosnado do fundo de sua garganta.

- Você é minha isca para ter o que quero- gritou ela.

Franzi o cenho e me aproximei ainda mais daquele ser horrível que ela tinha se tornado. Empinei o queixo e olhei dentro de seus olhos.

- Porque não deixa ele escolher com quem quer ficar?

Vi os ombros dela se abaixarem e ela olhar confusa para mim. Tinha dito a coisa certa então? Ela sabia que ele nunca escolheria ela, e sim a mim.

- Do que você esta falando?

Soltei uma risada histérica e me virei pra continuar a olhar o quadro. Vi o quão interessante era o fato de o gato preto estar focado em algo, sendo que gatos geralmente não são tão atentos a uma coisa só. Sempre atentos a tudo em sua volta. Percebi também que nunca tinha visto um gato com um olho tão bonito. E a foto era real, não era uma coisa que um pintor qualquer inventa e pinta, era uma foto tirada em... 1998. Não fazia tanto tempo, o que me deixava feliz, imaginando se um dia veria essa gata.

Deus, o que eu queria com uma gata, sendo que a morte estava aqui comigo? É verdade que ela era realmente bonita, mas nada que realmente fugisse da realidade. Era uma gata cativante, e eu digo isso porque realmente não gosto de gatos. O que me fazia gostar tanto de uma que nunca vi pessoalmente?

- Do Eduardo, é claro- respondi depois de um certo tempo.

- Achei que nunca fosse responder- disse ela empurrando uma cadeira contra a parede.

Vi a agressividade dela e percebi que o que ela tinha era dor de cotovelo. Não ter algo o qual sempre sonhou deveria ser horrível. Mas para ela, não para mim.

- Você é ridícula, acha que eu iria me apegar ao Eduardo sendo que poderia ter quantos quisesse?

Suspirei. Não que ela não pudesse ter o que quisesse, mas a única razão de me querer aqui era essa.

- Você não vai ter ele, isso é só um lembrete – rosnei para ela.

- Ok, você não me assusta com essa tentativa de ser agressiva. Mas fique sabendo que se quisesse, eu teria.

- O que não é o seu caso!

Ela revirou os olhos e chegou tão perto de meu corpo que senti seu peito ir e vir com a respiração tensa de seu corpo.

- Sim, agora não é esse o caso. Mas se um dia, qualquer dia eu quiser, vou ter.

- Você já disse isso... – disse sentando na cadeira que ela tinha deixado jogada.

Ela se sentou na cadeira ao lado e ficou brincando com os botões da camisa. Se não conhecesse a outra Paola, até diria que ela ficou assim nesse tempo, mas ela sempre foi desse jeito. Insinuante e provocadora, achava que me afetava com toda essa graça.

- Não está curiosa?- começou ela

- Não.

- Não quer saber o que quero de você?

- Não.

- Não quer sair daqui o mais rápido possível?

- Não- respondi automaticamente, então tentei consertar a resposta – Não quero sair daqui sem que tenha a certeza de que mal nenhum vai acontecer com meus amigos.

A risada gutural que ouvi sair dela me enviava avisos dizendo que tinha que sair dali o mais rápido possível, mas ignorei o medo e a insegurança e me foquei na conversa.

- Você não pode ajudar eles- disse ela ainda se divertindo.

- Como pode ter tanta certeza?

- Eu sou a dona do jogo- gritou ela – Eu dou as cartas e eu faço as regras.

Dei de ombros e continuei a olhar de longe o quadro com a fotografia do gato. Era impressão minha ou aquilo me interessava mais do que essa pessoa idiota? Não, não era impressão.

- Você é mais uma peça do jogo – uma voz doce e cálida surgiu dentro do quarto e me virei para a porta para ver tia Vera com sua capanga Blair. Ela se virou para mim e sorriu – Sobrinha querida, que saudades senti.

Revirei os olhos e me levantei da cadeira. Aquela situação você - é – minha- prisioneira me deixava desconfortável.

- Tenho uma surpresa para você!

Fui até ela e levantei a mão para que ela apertasse-a.

- Que ingênua é você de pensar que de alguma forma eu apertaria sua mão- disse ela empurrando minha mão com toda força para o lado.

Segurei o grito de dor que estava por vir e prendi com a outra mão o pulso que estava aberto.

- Qual surpresa? – sussurrei olhando através dos fios de cabelo que caíram em minha face.

- Se eu te contar não seria surpresa – pegou em meu braço bom e me puxou para o outro lado do corredor onde se via uma porta.

Do vão da porta se via claridade, então as janelas que deviam ter ali estavam abertas. O que significava que alguém estava ali. Alguém amarrada numa cama. Alguém que eu queria muito ver, mas não tinha a menor idéia se isso era certo.

- Quero que se comporte e sem muitas perguntas, não estou com paciência- disse ela procurando as chaves em seu pulôver branco.

- Você nunca tem paciência- retruquei

Os olhos dela se voltaram para os meus e pelo tempo que fiquei em pé a olhando, não pude enxergar brincadeiras ou carinho, raiva seria a palavra certa. Sua mão acertou em cheio minha bochecha e cai de bunda no chão com o tamanho do tapa. Acariciei meu rosto e me levantei voltando para o lugar de antes, diante da porta.

- Quero que se comporte e sem muitas perguntas – repetiu ela destrancando a porta e me colocando para dentro.

Olhei através da claridade intensificada do lugar. Aquela luz era emanada de um lugar em especifico. Da cama. Fui até ela com um certo receio. Não digo medo, porque sabia que aquela pessoa estava do meu lado e não com tia Vera e capangas. Esse era o único motivo de estar presa.

- Ashhhh... – uma voz cansada e rouca assombrou o quarto e me fez dar uns três passos para trás.


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Notas finais do capítulo

Na foto está a blair, paola e Vera.
Quem será essa da voz? CAPITULO QUE VEM DESCOBRIRÃO.. Coleborem com os reviews que eu posto. Sério, estou amando o carinho de vocês.... bjs