Desci pensando o quão mentirosa estava sendo. Não, eu queria mesmo ligar para Cintia, mas agora sabendo do Junior eu queria ligar para ele. Eu sabia que cedo ou tarde aconteceria alguma coisa, eu só precisava me assegurar de que nada aconteceria com Edu e Kathy.

Escreveria uma carta falando para eles seguirem em frente e que ficaria pior se eles não o fizessem. Eles não fariam o contrário do que eu pedisse, então quanto a isso tudo bem. Mas o problema é que enquanto eles estavam lá em casa tentando bolar um feitiço para reverter tudo, eu estava fazendo tudo acontecer rapidamente.

Disquei o numero que tinha salvo a pouco e contei três toques até que ele atendeu.

- Ash?

- Sim, sou eu.

Queria esconder o medo por trás de minha voz, mas não acredito que tenha conseguido.

- Viu as mensagens agora?

- Sim, e logo pensei em te ligar. Quer ir para onde nesse fim de semana?

- Que tal Newark?

Prendi a respiração. Newark era onde eu o tinha visto falando com Blair na noite em que fui rever minha antiga casa.

- Se não quiser tudo bem, é que lá é bem legal...

- Tudo bem, Newark está ótimo- respondi num impulso.

Ele pareceu um pouco irritado – o que era estranho -  quando disse:

- Fico feliz que vá, mas tem certeza de que pode ir?

O que era isso? Ela era um matador, ele tinha que implorar que fosse e não tentar fazer eu desistir.

- Onde nos encontramos?

- Bem, posso te pegar na escola?

- Não! – gritei

Me arrependi no mesmo instante, agora ele saberia que eu escondia dos meus amigos que estava indo.

- Tudo bem, onde você quer me encontrar?

- Ju, sabe o ponto de ônibus ali na avenida principal?

Silêncio.

- Junior?

- Ah, sei sim. Te encontro lá então, beijo- e desligou.

Olhei para a tela do celular e voltei a colocar na orelha. Mudo. Ele tinha desligado mesmo!

O bom de ser em Newark é que eu não mentiria ao dizer que iria estar lá no final de semana, mas apenas ao dizer onde de Newark. Inspirei o ar da noite e voltei ao apartamento. Mentir para eles era errado, mas para mim parecia ser o mais certo a se fazer agora.

Abri a porta do apartamento e percebi os murmurinhos chatos vindos do quarto. Me aproximei e vi os dois sentados de perna de índios no chão.

- O que é isso?

Eles estavam dentro de um circulo feito por alguma erva bastante cheirosa e tinham uma vela em uma mão e uma agulha na outra.

- Isso daqui em volta é Sândalo- Edu disse apontando para as ervas.

- O que ela faz?

- Protege, purifica, cura... Basicamente isso- explicou ele

- E?

Kathy revirou os olhos.

- Ele é característico da Lua e é do elemento ar- acrescentou ela dando ponto final nas perguntas.

Mas eu realmente precisava saber o que iriam fazer naquele círculo. Antes mesmo de continuar as perguntas o Edu tentou esclarecer o máximo possível.

- Estamos na Lua cheia e o Sândalo é da Lua, o que nos ajuda muito. E quanto ao ar vamos deixar a janela aberta, já vimos que esta ventando o suficiente.

Tá, eu não queria sabe disso, eu queria sabe o porque da vela, mas melhor do que perguntar era ver o que eles fariam.

- Ash, temos aqui três grandes velas brancas. Com a agulha quero que você escreva em uma delas um problema que te aflige e eu e o Edu faremos o mesmo.

Peguei minha vela e com a agulha escrevi “morte”, de um modo que não se entendia nada, porque eu nunca havia escrito em uma vela.

- Ok, não entendemos mas acho que os seres do fogo entenderam- sussurrou ela escrevendo na sua vela.

Seres do fogo? Tipo gnomos e coisas assim? Meu Deus, eu precisava expandir meus horizontes.

Ela ficou um bom tempo, então pensei que seria um grande problema, mas sem me surpreender, a  realidade da demora se dava pela grafia perfeita que ela utilizava.

- Você agora, Edu- disse ela passando a agulha para ele.

Ele começou a escrever e eu peguei a vela de Kathy para ler o que estava escrito e sorri ao ver o que ali estava:

Saudade

Vi o olhar dela pesando sobre mim, e coloquei a vela de lado prestando mais atenção no que Edu escrevia. De onde via parecia vários códigos difíceis de se entender, mas que pra ele deveria fazer algum sentido.

- Depois eu que tenho letra feia- sussurrei entre um riso e outro.

- Não são letras.

- São o que?- perguntei curiosa.

- Não importa- respondeu Kathy no lugar dele.

Isso deveria me fazer ficar muito brava, mas eu tinha meus segredos também, não questionaria aquilo.

Ele terminou de escrever e eu peguei de sua mão a vela, passando a mão nos códigos ali marcados. Não sei o porque, mas independente do que ali estivesse escrito, me reconfortava muito.

-O que fazemos agora?

O Edu tirou a vela de minha mão, fazendo eu tremer. Aquela vela parecia estar sob encanto. Vi ele colocar as velas uma do lado da outra e pegar o fósforo no bolso da calça.

- Diz uma antiga tradição de bruxaria Galesa que se você queimar as velas, com os problemas colocados nela, quando a vela acabar os problemas acabarão.

Olhei entusiasmada para a vela e tentei pegar o fósforo da mão dele, mas ele tirou a mão do caminho e balançou a cabeça.

- Antes precisamos pedir para os seres do fogo queimem esses problemas. Precisamos fazer uma prece silenciosa.

- Ok- respondi

Fechei meus olhos e me deixei levar pelo coração. Algo me dizia que estava no caminho certo. Imaginei como seria os seres do fogo e me imaginei ajoelhada na frente deles.

Me perdoe pelos meus erros e pelas decisões que tomei, só fiz e faço pensando no bem de meus amigos. Queria pedir que, por favor, me ajude com esses problemas. O que me perturba não é minha morte em si, mas a morte de meus amigos depois disso ocorrer. Quando eu não estiver mais aqui isso vai ficar uma bagunça, então queria pedir além de sua proteção, que os ajude a encarar minha morte. Obrigada Seres do fogo.

Abri os olhos e vi Edu e Kathy de mão dadas e olhos fechados. Fiquei admirando os dois relaxados e tranqüilos, aquilo me lembrava o quanto de amor sentiam um pelo outro.

Peguei o fósforo sem ter a menor idéia do que iria fazer, só caindo em si quando me peguei acendendo a vela. Não sabia se estava certo fazer isso, mas senti que era a coisa  certa.

Eles soltaram as mãos e Edu foi o segundo a acender a vela, só que ao invés de acender a sua, ele acendeu a da Kathy. Olhei curiosa para a expressão dele – que era vazia e relaxada – e voltei os olhos para Kathy acendendo a vela dele e sorrindo ao tocar nela. Sim, tinha alguma coisa ali que mexia com a gente.

- Está feito- sussurraram juntos

Olhei ao redor e me perguntei se ficaríamos ali esperando a vela acabar ou se poderíamos dormir um pouco.

- Kathy vai manter noite por uns três dias, que é suficiente para a vela acabar e para descansarmos o suficiente.

- A noite é só pra gente?

- Sim, agora para os outros já é manhã.

Assenti com a cabeça e me preparei para levantar quando ele me segurou pelo pulso.

- Temos que pedir em voz alta agora, proteção da Lua e do ar.

- Você começa- Kathy disse para Edu.

Ele deu de ombros e desceu sua mão do meu pulso até minha mão. Pegou na mão de Kathy e começou a sussurrar:

- Lua, seu brilho me encanta e me fortalece. Quando você nasce, eu nasço e quando você se vai, me sinto vazio. Peço proteção e ajuda espiritual, peço que se mantenha presente para nós aqui presentes.

Ele se calou e apertou minha mão. Era minha vez de falar, mas eu não sabia o que dizer, então apertei de volta a mão dele e ele voltou a falar.

- Ar, leve nessas três noites completas todo o medo e insegurança, tristeza e problemas. Peço que nos guie e nos guarde com sua força.

Mais uma vez apertou minha mão e dessa vez vi que não teria como fugir. Respirei fundo e me concentrei.

- Lua, peço energia e solução para meus problemas. Desejo sua presença conosco nesses três dias então fique- me calei vendo o quão idiota estava sendo-, então é isso.

- Ar- sussurrou Kathy.

- Claro! Ar, eu peço que sopre bons ventos e leve consigo os que não precisamos, os problemas. Obrigada por purificar-me quando preciso e acariciar-me como uma mãe faria com seu filho.

Abri meus olhos e encarei dois pares de olhos indagadores.

- O que foi?

- Nada- responderam juntos.

Sorri e fiz um gesto para que Kathy começasse.

- Não, eu não preciso.

- O que? Precisa sim! – falei apertando mais forte a mão dela.

- Ai Ash, que dor! O Edu já falou por mim.

Olhei para ele e ele sorriu ao ver minha confusão no olhar.

- Porque não falou por mim também?

- Porque você é a grande razão disso aqui e porque eu e Kathy somos ligados de um modo ou de outro.

Ah beleza. Meu namorado era ligado com minha melhor amiga e podia fazer o que quisesse por ela, enquanto ela ficava com aquela bunda magra no sofá.

- Bunda magra?- perguntou ela escancarando a boca

- Co-como? – perguntei curiosa como ela conseguiu ler meu pensamento.

- Ash, não me xingue mentalmente- disse ela fazendo biquinho- e nem em voz alta.

- Como fez isso?

Ela deu de ombros e apontou para Edu.

- Seu bobo da corte passa os pensamentos que deseja pra mim, e por acaso passou esse, e tinha muito sarcasmo no pensamento dele.

- Me desculpe, ciúmes...

Ela se levantou e foi até o banheiro cambaleando.

- Você está bem?

- Tonta, só um pouco tonta- e entrou no banheiro.

Olhei direto para o Edu e me levantei o encarando com o olhar.

- O que fez a ela?

- Nada, é que ela se cansou muito fazendo a noite permanecer presente.

Assenti com a cabeça e sai do circulo de Sândalo sentindo um desconforto enorme. Aquilo era poderoso demais, e eu gostava da sensação de estar dentro.

- Isso vai ficar ai no meio do quarto?- perguntei

- Vai. Você e Kathy são as donas do apartamento e uma vez decidido que o circulo deve ser feito em um lugar, não se deve mover ele.

- Blair também é dona do apartamento! – disse num impulso.

- Não mais, ela nem apareceu por aqui.

- Mas ainda mora aqui- murmurei

- Que é uma grande bosta- falou Kathy saindo do banheiro com o rosto úmido.

- Faz apenas um dia que vi ela aqui, o que significa que logo ela estará aqui.

Ele jogou os mãos para o alto.

- Inocência- sussurrou

- Não sou inocente, não depois de tudo o que aconteceu. Eu vejo tudo com certa malícia agora.

- Não é isso. Você acha mesmo que se passou apenas um dia? Se passaram pelo menos uns três...

- Sério?- perguntei boquiaberta

Ele fez que sim com a cabeça e gesticulou para Kathy. Então ela estar mal envolvia todos esses dias ela estar tentando manter a noite.

- Quando estávamos de mãos dadas no circulo era pra ele me passar alguma energia, eu preciso.

Sorri para ela e agradeci mentalmente ao Edu e ela por terem me dado um tempo de descanso e ter me feito companhia em três dias. E tinha que ter passado um certo tempo, eu descobri que ia morrer, descobri que podia reverter, fiquei relembrando um monte de coisas, revi o Junior... Foram tantas coisas pra só um dia.

- Vocês realmente são os melhores.

 Eles sorriram de volta e sentaram em minha cama.

Vê-los ali me lembrava que teria de falar que no fim de semana iria a Newark.

- No sábado vou a Newark na minha antiga casa- sussurrei

- Não ouvi- gritou Kathy

- Sábado vou a Newark- repeti mais alto.

Eles levantaram as sobrancelhas.

- Sozinha?

- Sim Edu, vou na minha antiga casa.

- Eu vou junto, Edu- Kathy disse colocando sua mão no braço dele.

- Nem pensar Kathy! – gritei

Eles arregalaram os olhos e suavizaram quando eu sorri e pedi que ficassem calmos, tudo ficaria bem.

- Relaxem, só vou estar na casa de Cintia- e dei de ombros- Alias, quando será o fim de semana humano?

Já  tinha me arrependido de usar o termo humano. Diabos, eu também era humana. E eles também eram, só que com super poderes e imortais.

- Amanhã.

- Ah- foi o que disse

Amanha seria o dia em que morreria então? Meu Deus, por que está sendo tão difícil aceitar isso? É só disfarçar e pronto, tudo vai acontecer rapidamente. O que me lembra que eu tinha que carregar veneno nos bolsos. Nada de tortura e dor, se for pra morrer, que seja rápido.

O primeiro veneno que pensei enquanto dormia com Edu numa cama e Kathy na outra, foi o chumbinho de rato, e não pensei em outro tão cedo. Ou era esse ou era tortura e dor sem fim. Decidi que amanhã antes de ir até Newark passaria em uma loja de animais e compraria.

Dormi sem sonho algum me aterrorizando, mas com uma dor no peito insuportável que fez toda a noite de sonho não valer absolutamente nada. Cada respiração pesava mais e mais, fazendo eu sofrer com a dor da partida.

Não era bem um adeus, quem sabe o Junior não estava sendo só Junior e me chamando pra sair dar uma volta? Fiz um prece silenciosa para que  Deus me ouvisse e me guiasse. Quando saia do banho pronta para me trocar e ir para a loja de animais, Edu me chamou de canto para uma conversa.

- Sinto tensão em você, o que ta pegando?

Desviei meu olhar do dele e inventei qualquer mentira boba.

- Tenho medo que não dê certo o lance da vela.

Ela pegou minha mão e a apertou.

- Vai dar certo, eu sinto que vai- sussurrou e levou minha mão a seus lábios.

- Tomara- disse enquanto voltava a atenção de que roupa usar.

Coloquei uma roupa confortável e de total desgosto para Kathy, que era certo pela cara de nojo que ela fez quando me viu saindo do quarto de moletom de cima a baixo e tênis de esportista.

- Vai correr uma maratona?

- Até Newark é praticamente uma...

Ela revirou os olhos.

- Nunca vi maratona em cima de um ônibus!

- Se quisesse ia andando, ok?- disse enquanto riamos juntas.

Logo eu estava com forças o suficiente para ir sozinha até o lugar da tortura- como eu pensava que seria- e assim ajudar meus amigos, de modo que eles nada poderiam fazer e com a carta que deixaria, era certo que não fariam bobagem.

Disse que tinha que ir até a secretaria avisar sobre minha saída, por mais que eles falassem que não precisava. Essa era minha deixa para escrever a carta.

Cheguei a secretaria e agradeci por ser dia para eles e noite para mim. Peguei caneta e papel e me concentrei para escrever algo concreto, algo inteligente.

Oi gente. Sinto muito ter feito isso, me magoa ter que ser assim. Só que arriscar a vida de vocês faz de mim uma total idiota e repulsiva. Me perdoem por isso e saibam que os amo com todo meu coração e alma e que se um dia fui feliz, esse dia eu estava com vocês. Sei que é ser egoísta demais pedir algo, mas queria que vocês cumprissem esse meu ultimo pedido. Por favor, não façam nada de errado, já não bastasse uma vida perdida, não quero que desperdicem a de vocês assim. Não estar ai me deixa terrivelmente triste, mas quero que sigam suas vidas sem minha interferência. Amo vocês, Ashley!

Dobrei o papel com cuidado, falei para a Senhorita Doddly que tinha médico e depois trazia atestado- só se for na outra vida- e sai correndo em direção ao apartamento.

Entrei em casa e só estava Kathy lá, o que me deixou feliz, porque me despedir de Edu não estava em meus planos. Coloquei a carta junto com o saquinho de algodão em meu travesseiro e voltei para a sala.

- Amiga, vou indo. Cintia deve estar me esperando!

Ela se virou pra mim e com o rosto cheio de farelo de bolacha me deu um grande abraço e beijo.

- Volte logo- sussurrou ela em meu ouvido

- Volto antes do Edu chegar – menti

Ela levantou uma sobrancelha.

- Sabe onde Edu está?- perguntou ela

- Não- respondi dando de ombros- Você não sabe?

- Não! – gritou ela rápido de mais, denunciando sua mentira.

Pra mim não importava onde ele estava, desde que estivesse seguro e longe de mim.

- Ok, então vou indo mesmo- e dei mais um abraço nela- Te amo.

- Também te amo, Best.

Fui até a porta piscando varias vezes para que não começasse com uma crise de choro ali mesmo. Abri a porta e quase cai pra trás quando o vi parado ali.

- Edu, o que está fazendo parado ai?- perguntei ignorando o susto que levei.

- Vim te dar um presente- e tirou do bolso um colar com uma linda pedra- Espero que goste!

- E-eu realmente gostei- disse tirando o cabelo do pescoço para que ele colocasse o colar

Ele colocou suavemente em meu pescoço e eu joguei meu cabelo por cima. Fui até o espelho e sorri ao ver o quão linda ficava em mim. Era um cristal caro, mas não que o dinheiro do colar fosse fazer falta para Edu.

- Qual o nome do cristal?- perguntei curiosa

- Quartzo verde, traz equilíbrio, calma, saúde e prosperidade. Eu gravei nele seu nome, a data em que te dei, a fase da lua em que estamos, e sua data de nascimento. Tudo o que me lembro de ter ouvido que um cristal precisa para ser consagrado.

Sorri ao ver que tinha tudo a ver comigo, o abracei com toda minha força e me esnobei para  Kathy.

- Olha o que ganhei – e mostrei o cristal para ela.

Ela tirou do bolso uma pedra muito bonita também e estendeu com a mão.

- Olhe a minha bonitona!

Olhei aquele lindo cristal que emanava boas energias e deixei de lado meu lado esnobe.

- É realmente lindo- sussurrei

- Chama Sodalida, é para a visão e a audição- ela parou tentando lembrar mais alguma coisa e saltou de felicidade quando recordou- Reforça a percepção e a intuição.

- Realmente perfeito- murmurei entregando o cristal de volta e me voltando para o Edu- Você não tem?

Ele abriu um gigante sorriso e me segurou em seus braços.

- Eu tenho você Ash, eu tenho você.

Engoli o choro e retribuí o abraço, talvez o último e mais triste dos abraços.

- Tenho que ir, estou atrasada- falei me soltando dos braços dele e encontrando seus lábios com os meus.

O que era um beijo de despedida se tornou um beijo cinematográfico.

- Eca, que nojo! – gritou Kathy

Paramos de nos beijar e rimos para ela.

- Vai atrás do Beto- falou Edu.

- Mais tarde- disse ela dando de ombros e sentando no sofá- Tchau Ash.

- Tchau Kathy e... Tchau Edu- dei mais um beijo nele e fui em direção à porta.

Meu Deus, despedidas eram horríveis e eu realmente não sabia como fazê-las.

- Ash?

Olhei pelo ombro e vi o rosto dele de frustração. Ele devia ter percebido minha tensão.

- Tem certeza de que não quer que eu vá?

- Ahn... Claro! Não precisa, eu vou ficar bem- respondi e voltei a andar.

- Ash? – chamou ele denovo

- Sim?

- Eu te amo.

Sorri do modo mais convincente que pude e acenei com a cabeça.