A Minha Maneira escrita por angelicola


Capítulo 29
Simplesmente cruel


Notas iniciais do capítulo

DEIXEM REVIEWS NO FIM DE TODO CAPÍTULO, POR FAVOR. QUERO SABER SE VOCÊS TÃO GOSTANDO E TAMBÉM TER NOÇÃO DE QUANTAS PESSOAS ANDAM ACOMPANHANDO A HISTÓRIA.
BEIJOS E OBRIGADA!!



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Rafa e Bia passaram em casa quase 15h10, a hora combinada. Chegando no ginásio, encostamos nossas bicicletas em uma parede e fomos beber água. Depois disso, dei uma leve visualizada pela quadra, para ver se meus olhos encontravam Rodrigo e de repente... lá encontro ele com os lábios grudados nos de Luana, no fundo da quadra. Eu mal acreditei no que vira. O meu Rodrigo me traindo mesmo?

Somente virei-me de volta para Bia e Rafa, que observavam a cena boquiabertas. Meus olhos encheram-se de lágrimas rapidamente e meus punhos num instante fecharam-se... eu nem conseguia raciocinar direito...

 

— Calma amiga. - Bia tentou acalmar-me - Foi aquela vagabunda quem se jogou pra cima dele, assim que te viu. Juro que foi isso o que eu vi!

 

Nem liguei pro que Bia disse e na hora, uma raiva gigantesca me dominou. E com a fúria que eu estava, era bem capaz que eu cometesse um assassinato.

Andei o mais rápido possível para chegar naqueles filhos da puta e sem pensar duas vezes, claro, puxei a desgraçada pelos longos cabelos negros, a afastando dos lábios dele.

 

— Débby... não é nada disso que você tá pensando...

— Desgraçado... eu vi.

 

Sempre falam a mesma merda: "não é nada disso que você tá pensando!"

Uma coragem descontrolada, me fez erguer meu punho e meti um soco no queixo dele. Pouco me importei com a dor que ele aparentava sentir ou com minha mão que doía pra caralho. E também pouco me importei com a cadela da Luana, que parecia querer ir pra cima de mim, me batendo ou sei lá... eu não conseguia pensar em mais nada e saí correndo dali, ginásio à fora. Minha visão estava beeeeem embaçada, mas mesmo assim corri pro outro quarteirão onde tinha um ponto de ônibus, e sentei. Vi que um ônibus estava aproximando-se de mim e resolvi esticar o braço, fazendo sinal e o motorista parou. Somente entreguei o dinheiro - que eu havia levado para comprar um lanche, no fim do treino - para o cobrador, cabisbaixa e sentei-me nos fundos, onde não havia muita gente. E as poucas pessoas que estavam próximas de mim, observavam-me. Mas pouco liguei para isso, mesmo odiando chorar na frente dos outros.

Meus dedos ainda ardiam por conta do soco em Rodrigo e meu rosto, latejava de ódio. Mas ódio dos dois miseráveis...

Só não esqueci a cabeça naquela porra de ginásio porque tava grudada em mim, pois esqueci a merda da bicicleta. Mas acho que Rafa e Bia podem até levá-la em casa...

O ônibus logo parou perto de casa, para uma senhora, e desci junto com ela. Chegando em casa, mal consegui abrir a porta da sala direito, de tanto nervosismo. E quando em fim ela se abriu, subi as escadas praticamente tropeçando, e no meu quarto, joguei-me na cama agarrando o travesseiro.

 

Mas... porque ele fez isso comigo? Afinal... os garotos são todos iguais: parece que adoram pisar no coração das garotas. Pra mim, perdi meu chão, meu rumo... Mesmo o amando tanto, nunca imaginei que ele poderia fazer o que fez.



Depois e um bom tempo jogada na cama, quase sem forças de tanto chorar, resolvi ir pro banheiro tomar uma ducha bem gelada e tentar esquecer esse garoto que me fez tão bem e ultimamente me fez tão mal. Só me machucou. Mas tentar esquecê-lo seria impossível, já que ele não saia da minha cabeça.

Acho que fiquei muuuuuitos minutos - ou sei lá o tempo - debaixo do chuveiro e quando em fim acabei, vesti um roupão de banho e fui até o quarto da minha mãe. Ela ainda não tinha chegado e nem me preocupei em procurar em suas gavetas, uma maço de cigarro e o isqueiro. É isso mesmo, eu queria fumar nessa hora e mesmo minha mãe sendo enfermeira, ela fuma de vez em quando.

Sei que o cigarro pode acabar comigo, me viciar, estragar meu pulmão e outras coisas mais, mas que se foda essa minha vida de merda. Eu só queria experimentar algo diferente e sentir algo diferente.

Quando suguei pouca coisa da fumaça daquela substância, quase engoli e comecei a tossir, enquanto eu descia aos poucos a escada e sentei-me mais ou menos no meio dela. Mesmo essa porra sendo ruim pra caralho, continuei... Não sei como tem gente que não vive sem isso...

Também pouco me importei se minha mãe poderia descobrir que peguei um de seus cigarros. Se ela descobriu que Rodrigo e eu transamos, mais uma coisinha na minha lista nada boa, não irá mudar nada...

 

Depois de alguns minutos - ou segundos -, Rodrigo apareceu todo afobado e cansado na porta da sala. Isso poderia ser ilusão minha, mas me liguei que era real ao ouvir sua voz.

 

— Débby... - encarou-me assustado, vendo o cigarro em minha mão - O quê você tá fazendo contigo, sua louca? - subiu os degraus rapidamente e tirou o cigarro da minha mão, jogando-o na escada e pisando.

— Some daqui... Eu não quero mais te ver...

— Não fala assim... Me deixa te explicar...

— Explicar o quê? - o interrompi - Por que você tava me traindo, é isso? - lágrimas começaram a correr no meu rosto.

— Eu NUNCA te traí...

— Ahh... conta outra vai. Eu só acredito no que eu vi.

— Você sabe que te amo.

— Se me amasse, não faria o que fez. - resolvi levantar-me - Vai embora agora.

— Eu não vou embora. - pausou, levantando-se - Eu não vim até aqui correndo e à toa.

— Isso é problema seu...

— Me deixa te contar tudo... tudo o que eu não conseguia te contar nesse tempo todo... sobre elas.

— Não quero mais saber.

— Eu sei que você quer sim. Também sei que você ficou toda diferente comigo desde sábado, por causa delas...

— E mesmo assim você continuou escondendo tudo de mim. - pausei - E é desse jeito que você me ama?

— Eu tive medo de te perder... - murmurou.

— Continue nessa que você vai longe, meu querido - falei sarcástica - Agora vai embora.

— Me escuta garota.

— Então me convence garoto. - desafiei,e percebi que nossos rostos estavam praticamente colados, então resolvi sentar-me de volta no degrau.

— Tá ficando mais calma agora? - sentou-se ao meu lado.

— Pára de enrolar. - distanciei-me dele, limpando meu rosto.

— Então... - pausou - antes da gente começar a namorar, quando entrei no vôlei há uns 3 meses atrás... eu fiquei com a Luana... daí ela e a Jayne não saíram mais do meu pé e no sábado no treino... elas ficaram reclamando de você pra mim. - pausou, cabisbaixo - E hoje... hoje de repente ela me beijou à força...

— Mas bem que você continuou beijando ela, né seu vagabundo?! - o interrompi, frustrada.

— Ela quem chegou por trás já me beijando, Débby. Até pensei que era você...

— E desde quando eu tenho olho azul e franja, hein?

— Me perdoa.

— Você não merece o meu perdão. - meus olhos novamente encheram-se de lágrimas.

— Juro que não tive culpa Déborah.

— Ruum... - revirei os olhos - Você ainda não me convenceu Rodrigo.

— Débby... - murmurou meu nome, ainda cabisbaixo, e também percebi que seus olhos encheram-se de lágrimas e elas logo correram no seu rosto.



Eu nunca o vira chorar antes. Não na minha frente.

 

(...)


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Notas finais do capítulo

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