Eu não consegui. O enjoô foi mais forte.

Eu deixei Josh na cama, e sai correndo.

Entrei no banheiro e me tranquei lá. A ansia veio e eu não aguentei.

O que estava acontecendo comigo ?

Eu devia estar muito nervosa, com tudo acontecendo ao mesmo tempo. Com essas coisas, loucas aqui.

- Hayles. O que houve ? - Ouvi Josh gritar do outro lado da porta.

- Nada. - Eu falei tentando manter a calma.

- Abra a porta. - Ele falou tentando abri-la.

- Não, me deixa Josh. - Eu falei lavando o rosto, mais palido do que é.

- Hayley, o que está acontecendo ? - Ele perguntou calmo.

- Eu não sei Josh. - Eu falei enxugando o rosto.

Eu me sentia fraca, e um pouco tonta. O enjoô não passava.

Eu não podia lembrar de comida, que eu piorava.

Estava tudo tão ... confuso.

- Hayles. - Josh falou suspirando. - Vou te levar ao médico. -Ele falou decidido.

- Não. - Eu berrei.

- Vamos Hayles !- Ele falou como se fosse meu pai.

Eu sai do banheiro.

Ele estava sentado, plantado na frente da porta do banheiro.

Ele olhou para mim, com uma cara de criança.

- Não vou sair daqui. Essa cidade me da arrepios. Meu enjoo deve ser isso. - Eu falei tentando me livrar dele, tentando ser forte. Ou pelo menos parecer. Mas ele me conhecia, e não dava certo isso.

- Hayles, eu não vou deixar você assim. - Ele falou se levantando e me pegando pela cintura.

- Eu estou bem. - Eu falei dando um meio sorriso falso.

- Não está. Você não sabe mentir Hayley. - Ele falou rindo para mim e me levando para fora do onibus.

Eu podia jurar, que ele era meu pai. Me conhecia tão bem, e cuidava de mim, como se eu fosse uma criança.

Ele me tratava como a criança da banda. Como se eu fosse uma boneca de porcelana. Ninguém me tocava.

Ele me levou até uma praça, onde tinha um ponto de taxi.

O taxista nos levou para um hospital mais proximo.

Eu me sentia enjoada no carro.

Assim que entramos nos hospital, vi todos nos olhar.

Josh nao desgrudava a mão da minha cintura.

Vi uma menina, que tinha aproximadamente, a minha idade ou a de Josh, me fitando, mas era realmente me fitando malignamente. Eu fiquei ate com medo dela.

Ele virou, e começou a falar bem baixo com o namorado, ou irmão. Não sei bem.

Me encolhi perto do Josh. Me senti desconfortavél com aquela menina.

Josh me levou para um banco, na fileira de trás da menina. Eu me senti mais desconfortavél ainda. Me encolhi de novo perto de Josh.

- O que foi ?- Josh me perguntou confuso. Sussurando em meu ouvido.

- Essa menina da minha frente. Fica me fitando. Me olhando toda hora. - Eu falei tentando não encara-la.

- Essa da nossa frente ? - Ele perguntou sorrindo para mim.

- Sim. - Falei apoiando a cabeça no ombro dele.

Ele encarou a menina, com um suspense. Como se soubesse quem era. E eu tinha certeza que sabia.

- Conhece ela ? - Eu perguntei confusa.

- É a prima de Jenna. - Ele falou espantado. Com um ar de " droga, que merda !"

- Quer ir embora ? - Eu perguntei, tentando entender seu lado na história.

- Não, você tem que ser consultada. - Ele falou me dando um beijo, no topo da cabeça.

Não demorou muito para eu ser chamada, e eu podia ouvir o coro de aleluia, só de ficar londe da prima de Jenna, que concerteza, iria contar algo a ela, quando chegasse na sua casa.

Nos ficamos sozinhos no consultório, enquanto o médico não chegava.

Josh ainda assim, parecia meu pai. Tão preocupado.

- Você vai ser um bom pai Joshua. - Eu falei formal. Brincando com ele, claro.

- Obrigada, senhora Williams. - Ele falou brincando, mas ficando chateado em seguida.

- Tá, porque ficou triste ? - Eu perguntei tentando manter um sorriso.

- Sei lá. - Ele falou com a cabeça baixa.

- Imagine, um monte de pentelhos, correndo pela sua casa, brincando com a sua guitarra, batendo em você, gritando, comendo seus biscoitos ...

- Hayles, isso não ajuda muito. - Ele falou rindo para mim, e ficando de novo triste.

- Eu tentei. - Eu falei rindo para ele. - Mas ainda não sei porque está tão triste cara. - Eu falei tentando fazer cara de pensativa.

- Porque ela não é você. - Ele falou mordendo o canto da boca.

Eu fiquei sem reação e sem palavras. Eu não tinha como descrever a felicidade por ouvir isso, e a infelicidade, de saber que tudo isso estava por um fim. Como uma passagem só de ida para o inferno. Sem volta. Apesar de tudo, eu já estava no inferno.

Eu bufei e tentei não pensar em nada.

O médico chegou todo feliz. Era um senhor de uns 50 anos. Não era tão velho.

Ele olhou para mim e me deu um sorriso.

- Senhora Williams. É um prazer conhece-la. - Ele falou todo feliz, me dando a mão para comprimenta-lo.

- Obrigada. - Eu falei ficando sem graça.

- O senhor Farro também. - Ele falou dando a mão para Josh, que a pegou com a maior firmeza.

- Então, que lugar mais infeliz de ve-la. - Ele falou se sentando na cadeira.- Conte-me, o que está havendo. -Ele falou agradavelmente.

- Hayles, anda tendo muito enjoôs. Até demais. -Josh falou passando a palavra dele a minha frente.

- Interessante, continue. - Ele falou escrevendo em um papel.

- Ela nao consegue sentir cheiro de comida, nem pensar nelas. - Josh falou tentando dar algumas olhadas na folha onde o médico escrevia.

- Ah, bem. Pensei que era algo sério. - O médico falou rindo.

- Sorte que não é. Se o senhor diz. - Eu falei sorrindo para ele sem graça.

- Claro que não. - O médico falou procurando algo na gaveta dele. - Aqui está. - Ele falou me entregando um exame de gravidez.

- Acho que isso não é meu problema. - Eu falei pegando o exame de gravidez.

- Senhora Williams. Você está grávida. - Ele falou sorrindo.

- Como é que é, tio sorridente ? - Eu falei indignada.

- Claro, a senhora vai ter absoluta certeza fazendo o teste. Se não confia em mim, faça-o. - Ele falou mais sorridente ainda.

- Ah não. Você não entendeu. Eu não estou grávida. - Eu falei tentando fazer o médico acordar.

- Claro que está. - Ele falou contente, pensando que eu estava brincando com ele.

Josh estava pasmo no canto da sala. Ele não se mexia, nem piscava. Estava totalmente paralisado.

- Então parabéns papai. - O médico falou dando os comprimentos a Josh. Mas Josh não se mexeu. - Quando vai ser o casamento ?

- Ah não estamos noivos, não estamos juntos, ele é casado, a mulher dele vai ter um bebê, e eu não estou grávida. - Eu falei pirando.

- Acho melhor a senhora cuidar, do senhor Farro, ele não parece bem. - O próprio médico falou. Se ele não vai cuidar, já que é médico, como eu cuido?