Quando Dean voltou ao motel, encontrou Sam olhando as anotações sobre o caso no laptop.

– Sam. Porque não me esperou? Estou vindo do barzinho. Eu não disse que voltava para te apanhar?

– Porque o Sam não esperou? Quem sabe se não foi por medo de apanhar de três brutamontes furiosos. Ou acha que eles não perceberam que chegaram juntos.

– Oh! Desculpa, Sammy. Não pensei nisso.

– Claro que não. Quando foi que você parou para pensar com a cabeça de cima quando existe uma mulher na jogada?

– Foi mal, Sam. Já pedi desculpas.

– Pelo menos ela valia o risco de você perder seu precioso irmãozinho?

– Também não é pra tanto, Sam. Você dava conta fácil daqueles três.

– Bom saber que confia tanto nas habilidades do maninho.

– É impressão minha ou você está falando na terceira pessoa, Sam? Mas, respondendo à sua pergunta anterior, e partindo do princípio que você realmente não correu perigo, eu digo: FOI DEMAIS.

– Demais COMO?

– Você está querendo saber dos detalhes?

– Estou. O Sam aqui merece essa deferência após três horas andando no frio da madrugada fugindo de um barzinho para onde nem queria ir.

– O nome dela é Ashley. Ash. Lindo nome não acha?

– Eu vi quando ela te abordou na mesa de sinuca. Bem atirada, não acha. Só não digo que foi ela quem te seduziu, porque você é facinho, facinho.

– Fique sabendo que não é só com palavras que se ganha uma mulher. Eu ganhei a Ash com um olhar. Eu ganhei. Ela só veio reclamar o prêmio.

– Você realmente se acha, não é Dean?

– Não, Sam. Eu não me acho. Eu sou.

– Eu fico pensando como seria se você não fosse sempre tão metido a machão.

– Metido a machão? Eu não sou metido a machão. Eu sou simplesmente MACHO.

– Voltando à divina Ash ...

– Qual é a sua, Sam? Porque essa ironia toda? É ciúme? Você perdeu a Jess. Sinto muito. Mas a vida não acabou. É muito cedo para se apaixonar por alguém? Talvez. Mas não é muito cedo para fazer sexo com alguém. O corpo pede isso. A prova é esse diálogo que estamos tendo.

– Voltando à divina Ash ...

– Ela queria se vingar do babaca do namorado que não dá a ela a atenção que ela merece.

– Coitada dela se pensa que com você seria diferente.

– Porque esta hostilidade toda, Sam? Já pedi desculpas por você ter sido obrigado a voltar a pé.

– Seria diferente? Depois do sexo você daria toda a atenção que ela merece?

– Porque você acha que não?

– Você não deu TODA A ATENÇÃO QUE ELA MERECE à mãe do seu filho Benjamim.

– Como você ficou sabendo do Ben? Eu não lembro de ter contado nada pra você.

– Dean. Eu sei tudo sobre você. TUDO. Eu sei COMO você pensa. Eu sei O QUE você pensa. Eu sei o que você está pensando AGORA.

– Muito bem. O que eu estou pensando AGORA?

– Está pensando que talvez eu NÃO SEJA o seu Sammy. E sabe de uma coisa, Dean? Você está certo.

Neste instante, a chave gira na fechadura e a porta se abre. Sam, o verdadeiro Sam, entra.

– É um grande prazer revê-los, rapazes.

Sam e Dean vêem a transformação sem ficarem realmente surpresos. A figura deitada recostada na cama muda de Sam para o Trickster.

– Filho da mãe. Como ousa vir aqui e se passar pelo Sam?

– Vim porque soube que você está pensando em quebrar o trato que eu fiz com o Sam.

– Você está MATANDO pessoas.

– E você acha que pode me deter?

– Eu VOU deter você.

– Você me diverte com essa pose toda, Dean. Mas fique tranqüilo. Eu não vou matar mais ninguém nesta cidade. Já encontrei algo bem mais divertido pra fazer. Eu já falei que não gosto desta sua pose de machão, Dean querido? Aproveite, pois isso vai MUDAR.

O Trickster desaparece no ar com um sorrisinho maldoso no rosto.

– O que ele quis dizer com isso, Sam?

– Ele vai aprontar com você, Dean. Vem chumbo grosso por aí.