Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 34
vida 4 capítulo 5




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As notícias corriam o mundo, mas a recepção de rádios e TV’s começava a ficar prejudicada.

A causa imediata foi facilmente identificada: um aumento anormal da atividade solar. Nunca antes havia sido observada atividade de manchas solares tão intensas nem em tantos pontos da superfície solar simultaneamente.

Descobrir os motivos da anomalia não estava sendo tão fácil. Tudo ainda era um grande mistério. A atividade solar segue ciclos bem definidos de 11 anos e 2008 deveria ser um ano de atividade mínima. E era o que estava acontecendo até então. O inesperado aumento de atividade solar começou a ser observado exatamente às 05:03, hora de Greenwich. Exatamente às 21:03, hora de La Grande.

O aumento da atividade solar fora abrupto e estava se acelerando. Já estava quase 35% acima do maior valor já observado desde que medições começaram a ser feitas. Os cientistas estavam alarmados. As conseqüências para o planeta logo se fariam sentir.

Maior radiação solar, maior retenção de calor na superfície do planeta, maior aquecimento da atmosfera circundante. Formação de zonas de baixa pressão. O maior diferencial térmico entre a metade iluminada e a metade escura do planeta começa a mudar por completo o regime de ventos. Ventos fortes são sentidos na Europa e tempestades de areia varrem o Sahara e a Arábia Saudita.

A maior evaporação de água nos oceanos começa a formar grandes nuvens de tempestade. Fortes chuvas de monções começam a cair na Índia, no Paquistão e no Sudeste Asiático. Logo, tempestades se formariam também na região do Caribe.

A maior radiação solar aumenta a temperatura ambiente nas regiões tropicais e equatoriais. Principalmente nas regiões já castigadas pela seca. O dia começa excepcionalmente quente na África subsahariana. Uma seqüência mais longa de dias assim tão quentes e toda a safra, já ameaçada, estaria perdida.

Com a camada de ozônio rarefeita na Antártida, a maior incidência de radiação ultravioleta é uma ameaça real a todas as formas de vida da região. Um aumento maior da atividade solar levaria essa ameaça a todas as regiões do planeta.

Por todo o planeta, equipamentos eletrônicos muito sensíveis começam a apresentar problemas. Atividade solar em um patamar elevado levaria o caos a uma civilização viciada em internet e celular.

 

Mas a atividade solar anormal também trouxe beleza. Uma intensa e extensa aurora boreal ilumina a noite do Canadá e do Alasca, mesmo em áreas mais ao sul, onde raramente ou nunca era observada.

A aurora boreal estava particularmente intensa sobre as áreas do norte do Oregon devastadas pelo terremoto. Toda a região ficara sem energia elétrica. A aurora permitiu o início imediato dos serviços de resgate das vítimas da tragédia. Se tivessem que aguardar o amanhecer, ainda distante, muitos não sobreviveriam.

Mesmo sem dados oficiais confiáveis, dava-se por certo que o número de mortos só na região de La Grande ultrapassaria a casa dos 2000.

 

Na costa da Islândia, um pequeno jato tenta escapar da fúria do vulcão Eyjafjallajökull. Mas, para aumentar a aflição dos aflitos, a atividade solar começa a interferir no sofisticado computador de bordo. A comunicação com a terra fica cada vez mais prejudicada.

As vidas de todos naquele jato vão depender exclusivamente da perícia do piloto, que, na falta de uma pista adequada, inicia os procedimentos para um arriscadíssimo pouso nas águas geladas da Islândia.

 

O radiante deus solar percorre os céus da Terra trazendo destruição e morte.


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Notas finais do capítulo

O dia também começou excepcionalmente quente no Rio de Janeiro. Mas a maioria gostou. A praia estava ótima.