- É tudo muito simples: Seu projeto foi aceito.

- Isso eu já entendi.

- Ótimo. E teve ter percebido,também que a empresa já enviou  a verba para  desenvolvimento da cidade.

- Sim – assenti. Estava começando a me dar conta da terrível situação em que se encontrava – Li nos documento que a verba já foi depositada...

- E sacada. – ele disse

- Por você?

- Naturalmente.

- Isso é roubo – disse revoltado.

- Puxa, você demora a compreender as coisas. Bem, agora que esta tudo claro ..

- Claro? – repeti, avançando pra o prefeito.

George fez menção de me segurar, mas o prefeito ordenou:

- Deixe-o George. Esse idiota não tem forças nem para sustentar as próprias pernas..Quando mais pra me agredir!

- Como pôde? – perguntei com desprezo. – Como pôde fazer isso com as pessoas que votaram em você? Elas confiaram em você sabia?

- Ah, por favor, não me venha com aulas de moral  nessas circunstâncias.Agora me escute com atenção..Vou lhe dar  uma chance de se salvar! – ele fez uma pausa e fez a proposta: - Voce quer ficar com dez por cento do dinheiro?

- O que? – perguntei surpreso.

- Bom, detesto ter que repartir as coisas. Mas acho que o seu silencio vale dez por cento.E então? O que me diz?

Estreitei meus olhos, afinal era a única coisa que podia fazer e também estava sem palavras.

- É pegar ou largar – ele disse com um sorriso- E trate logo de responder, não gosto de esperar.

- Você é louco e canalha – desabafei – Como pode achar que podia comprar o meu silencio?

- Ora, todo homem tem seu preço.

- Nem todos, e eu não faço acordos com corruptos como você

- É a sua ultima palavra?

- Sim

- Bom, já imaginava que iria dizer isso. Então neste caso,não resta outra alternativa senão mantê-lo você aqui pelo tempo que for necessário.

- Vou denunciá-lo – gritei

- Estou morrendo de medo – retrucou, com um sorriso e com uma cara de diversão. Depois virou-se pra George e disse: - Você já sabe o que fazer,não é?

- Pode deixar comigo.