Guilty Love escrita por nicky_swan


Capítulo 18
Capítulo XVIII


Notas iniciais do capítulo

Gente! Pelo amor, não me matem pela demora!
Creio que, vocês não querem explicações, mas sim o capítulo!
Agora a história vai pegar fogo, literalmente!

Espero que gostem desse capítulo SUPER longo e bem, conversamos lá embaixo!

p.s: Leitores novos: BEM VINDOS! ♥



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» TOM POV.¤ «

- Vai ser incrível, quer dizer, é um evento formal, mas, ah! Você vai ver como é diferente! – disse Brenda, visivelmente empolgada.

Dirigir tornou-se algo realmente perigoso para mim. Após aquela tarde chuvosa e confusa, ainda sinto-me inseguro para conduzir todo e qualquer automóvel. Sai do banho as pressas, sendo quase mais rápido que um flash. Desci até a recepção, peguei a chave do carro e aqui estou com Brenda, a caminho da ‘festa’. Tive que pegar um carro do hotel, já que o meu estava com o banco do motorista completamente encharcado.

Analisando: Pista escorregadia e eu dirigindo super rápido. Por um momento, senti-me apagar completamente. Meu coração palpitou alto e minha visão escureceu, me impedindo de visualizar o sinal vermelho.

- Tom, FREIE! – gritou Brenda virando-se para mim. Estava desesperada.

Num impulso, enterrei o pé no freio, ouvindo os pneus cantarem. Minha respiração havia ficado rápida.

- Por Deus, Tom! Preste atenção! – Brenda gesticulava, nervosa.

- Desculpe, eu não vi que o sinal tinha mudado. – afirmei com sinceridade.

- Poxa! – exclamou, encostando-se novamente no banco, agora mais relaxada. Cruzou os braços, olhando pela janela – Você está estranho hoje, Tom. Teve um surto no quarto do hotel. Disse coisas estranhas sobre punição.

Nem gosto de lembrar daquela cena! Imagina se ela sonha que na minha cabeça era uma “demônia”? Daí sim eu realmente seria sentenciado à morte!

- Err... Ah, Brenda! Você estava descontando tudo em mim... Me senti punido – expliquei. É... Era mais ou menos isso.

- Mas também... Pensei que você fosse me dar bolo! – disse. – Seja lá o que deu em você, agradeço por ter voltado, se arrumado e estar me fazendo companhia. – disse, deitando-se em meu ombro. Aproximou-se do meu ouvido e sussurrou: “Eu realmente te amo, não entende?”

Ouvi-la dizer isso me levou novamente para dentro daquela cena perturbadora, onde a garota árabe dirigia essas mesmas palavras para mim. De certo modo, elas não soavam da mesma forma. Por que será? Acho que eu cansei de tentar me entender.

Apenas virei a cabeça em sua direção, esboçando um meio sorriso.

- Ai ai – suspirou Brenda e logo em seguida apontou para a janela - É aqui, Tom.

Não posso deixar de dizer que o lugar era enorme - e olha que isso é só o lado de fora. Fitei o horizonte por trás de tal paisagem e pude ver o sol esforçando-se ao máximo para que seus raios clareassem uma ultima vez, antes que a escuridão tomasse conta de tudo. 

Pessoas eram recebidas por seguranças e entravam aos pares pela imensa porta de vidro do local. Estacionei o carro nos fundos e desci, acompanhado de Brenda. Senti um arrepio. Algo está mal. É como se... Eu não estive no lugar certo.

Preferi ignorar, dando o braço para a garota.

- Pronta? 

- Eu é quem pergunto, está pronto?

Antes mesmo que eu pudesse responder, meu celular começou a tocar. Coloquei a mão no meu bolso apertado e tirei meu iphone para fora. Olhei o visor, meio confuso com o que via.

(ATENDER) B I L L  K A U L I T Z  (DESLIGAR)

- Alô, Bill? – perguntei, incerto. É meio raro meu irmão me telefonar e, geralmente quando diz ‘Bill’, é sempre o Georg, aquele idiota. Ele gosta de me incomodar.

- Tom! Ainda bem que atendeu! – disse meu irmão, provando o contrário da realidade. Estava com um tom de voz meio suspeito. Parecia nervoso.

- Sim – disse normalmente, ignorando o meu espanto (por pouco tempo) - Ainda não entrei no salão, mas já cheguei aqui. Espere... O que houve? – disse, caindo em mim. Era o meu irmão! - Aconteceu alguma coisa? Você está bem? – droga, o Bill sabe como me deixar nervoso!

- Não – suspirou – eu... – hesitou - tive um mau pressentimento.

Realmente, com essa coisa de gêmeos idênticos não se brinca.

- O que... O que você sentiu? – Brenda me olhou, preocupada.

- Nada Tom, não é nada. Apenas tome cuidado. Não beba muito... Se cuide. – aconselhou meu irmão caçula.

- Ok Bill, tudo bem.

- Por favor. – insistiu, desligando logo depois.

O Bill sempre foi super sentimental, mas ultimamente ele tem andado meio estranho. Será que é por causa da Brenda?

- Hey, está tudo bem? – perguntou a mesma, visivelmente preocupada.

- Não se preocupe, está tudo bem. Vamos? – preferi não falar sobre isso.

Enrijeci os ombros e me direcionei até a entrada do local. O saguão era frio e vazio, o que me aliviou um pouco. Agora lembrava que era um evento diplomático e que apenas algumas pessoas compareceriam.

Um segurança abriu a porta do salão e minutos depois todos direcionaram seus olhares para a entrada, ignorando-nos quando notaram que não éramos pessoas tão importantes. Por um momento me senti uma pessoa comum em um mundo normal.

Notei uma mesa enorme mais a frente, com várias cadeiras e bandeiras. Os garçons colocavam cautelosamente taças de água mineral em frente a cada acento. Isso tudo é fino demais.

Perto da mesma mesa, vi alguém fazendo sinal para Brenda.

- Tom, preciso ir. Estão me chamando, mas fique aqui, tudo bem? – disse receosa em me deixar sozinho.

- Que isso, pode ir tranquila. Não vou fugir de você. – disse, sorrindo levemente.

Ela apenas apertou minha mão e se foi em direção aos colegas.

Sentei perto de algumas famílias ricas - com vários velhos, por sinal. Ouvi alguns comentários muito desconfortáveis do tipo “Você viu o vestido dela?” ou “A que horas o embaixador vai chegar?” Realmente esse não é o tipo de ambiente para mim.

Agrrr, Tédio! Eu não consigo ficar assim parado. Nem bebida alcoólica eles servem aqui! Só tem... Água e sucos. Preciso dar um jeito de sair, sei lá... Esticar as pernas. Cogitei todas as possibilidades possíveis e impossíveis, mas nada me encorajou o suficiente. Já sei! Tom, você fuma! É só dar uma saidinha para fumar e pronto! Não vai demorar muito, só alguns minutos. É!

Empurrei-me com a cadeira para trás, preparando-me para levantar quando, de repente, a porta principal do salão se abriu e vários homens usando longas vestes entraram. Eram árabes e o evento estava começando.

Uma boa quantidade de pessoas entrou naquele momento, mas meus olhos os ignoraram completamente, escolhendo apenas uma única figura que vinha perdida junto a eles, bem ao fundo. Estava de salto, roupa marrom escura. Senti meu coração disparar, como se ele quisesse me dizer algo. Ela não me é estranha.

Quando dei por mim, todos estavam de pé e eu imitara o movimento. Meus olhos não a tiravam de vista, mesmo que eu quisesse fazer o contrário. Notei que ela se sentou um pouco mais a frente da minha mesa, juntamente com outra mulher e homem.

Certo. Eu podia fingir que estava assistindo a toda cerimônia, ouvindo todos aqueles discursos incompreensíveis, mas, na verdade, estava com os olhos grudados naquela mulher. Ela cochichava com outra a cada segundo e eu, quando notava que podia ter sido pego, fitava o evento, balançando positivamente a cabeça, em concordância.

Sou um idiota.

» ARIMA POV.¤ «

- O papai está incrível, não é mesmo mamãe? – perguntei orgulhosa de mim e da situação. Eu estava vestindo exatamente o que queria. Exatamente o que vira na semana de moda árabe. Papai estava fechando um acordo importante com a Alemanha e alguns ministros do Brasil. Era um dia memorável.

Olhei para todos os lados, procurando por peças interessantes, mas nada me agradou. Tudo estava tão simples, tão ‘velho’. Insisti mais um pouco, direcionando meu olhar para a mesa com os governantes. Claro que uma peça não tinha como NÃO passar despercebida. Era o daquela mulher vulgar, que agora estava bem ao lado de um ministro.
Foi então que associei tudo: Será que ele, também veio?

Por um momento fiquei imóvel, temendo olhar para os lados, para frente. 

- Arima? – disse Omar, querendo me perguntar algo, o que me forçou a encará-lo de volta. Fitei-o, balançando negativamente a cabeça pra que ele não falasse comigo, quando vi algo. Logo atrás de sua cabeça estava ele, brincando com uma taça cheia de água. Parecia estar longe. 

Por mais que respirar fosse um hábito extremamente natural e necessário, em questão de segundos desaprendi a como fazer isso. Meu coração disparou e minha respiração encurtava cada vez mais. O ar condicionado parecia estar desligado e minha roupa não ajudava em nada, já que agora eu estava suando demais. 

- Arima, o que você tem? – perguntou minha mãe, mexendo no meu braço – Allãh! Você está suando e muito pálida!

Voz ao fundo: "Agora vamos começar a parte das assinaturas".

- Arima, calma! Você precisa se acalmar! – dizia minha mãe – Respire fundo.

- Eu... – hesitei ofegante - não estou me sentindo muito bem, mamãe. Preciso muito... ir ao banheiro – disse, pondo a mão na cabeça.

- Sim minha filha. Vejo que não está bem, mas... Arima, eu não posso ir...

- Eu vou com ela. - disse meu primo Omar, oferecendo-se para me acompanhar.

- Ah, creio então que não tenha problema. Obrigada, Omar. Por favor, a acompanhe.

» TOM POV.¤ «

Deus! Essa situação como um todo está me deixando nervoso. 

Fitei novamente a moça e algo estranho se passava. Ela estava se levantando, acompanhada de um rapaz. Ele saiu na frente, enquanto ela o seguia até uma porta, ao lado. Como num impulso, levantei e fui atrás - discretamente é claro. Eu não posso, eu não quero perde-la de vista. Não sei o que está acontecendo, eu só preciso... conseguir isso.

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Notas finais do capítulo

#omG

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