Ele encarava somente o chão; ficava andando de um lado para o outro e esfregando as mão. Aquilo estava me deixando mais aflita do que eu já estava. Ele estava muito nervoso, e isso aparentava alem de seus gestos ou na rapidez em que seu coração estava a bater, aquilo estava em seus olhos e chegava a dar medo.

   - Bem, - ele começou a falar um pouco relutante – Ness, você precisa de algumas coisas. – Então ele me encarou, e nos seus olhos eu pude enxergar toda a dor que lhe afligia no momento; minha vontade foi de abraçá-lo, mas eu sabia que se quisesse as respostas para as perguntas que não paravam de vir a minha cabeça, eu não poderia fazer aquilo. Então eu o encarei de volta e ele continuou – Você-não-é-quem-pensa-que-é. – Ele praticamente vomitava as palavras. O que? Do que é que ele estava falando? -  Ness... Você não pertence a família que você acha que pertence; é tudo mentira, uma grande mentira. – Ele só podia estar brincando.

   - Jake – Eu soltei a única palavra que conseguiu passar pela minha garganta na hora. – Do que é que você está falando? – Falei um pouco mais calma juntando as sobrancelhas em confusão.

   - Me perdoe Nessie, eu realmente não queria te contar com desse jeito e principalmente não hoje, - ele parou e olhou para baixo novamente. – e o que eu menos queria era que voe sentisse dor. Porem, você não me deixou muitas escolhas hoje, - então ele me olhou nos olhos fundo e profunda mente me fazendo sentir uma parte de mim que estava dormindo por muito tempo. E embora eu ainda não soubesse o que ele iria dizer, algo em mim já sabia que tudo seria a mais pura verdade. – Ness, Você é uma vampira. – e com essa confirmação meu mundo foi abaixo.

   A única coisa que agora eu consegui sentir era a terra sob as palmas das minhas mãos e me mantendo ali, por que agora nada mais parecia real. Tudo parecia parte daqueles contos de fadas, não, contos de fadas tem finais felizes e isso sem duvidas não me parece nem um pouco um final feliz. Será que isso podia ser possível? Eu, uma v-vampira? Embora meu sub consciente me diga que isso é verdade com todas as forças eu me recusava a aceitar. Nessa hora comecei a sentir lagrimas a descerem pelo meu rosto, e logo caírem no chão.

   Eu sempre soube dentro de mim que eu era diferente, especial, mas aquele tipo de hipótese jamais passara pela minha cabeça, era surreal de mais, até para mim. Meu mundo agora se encontrava de cabeça para baixo e na hora que eu admiti isso, mais lagrimais teimaram em escorrer pelo meu rosto. Pude sentir Jake se ajoelhar ao meu lado, e der repente me abraçar e me puxar com força para ele, me fazendo abraçar sua cintura com força também e esconder meu rosto molhado pelas lagrimas em seu peito. Eu me agarrava com todas as forças a ele tentando achar algo que fosse real no meu de tanta coisa que me parecia somente fantasia; eu inalava seu cheiro amadeirado tentando desesperadamente me acalmar. Seu cheiro era algo que ao meu ponto de vista, era bom e me entorpecia; aquele cheiro amadeirado era suave, sutilmente doce, na medida certa, e naquele momento de confusão, não poderia ser melhor. Eu podia senti-lo cheirando meu cabelo enquanto continuava a me abraçar. Assim que tomei um pouco de coragem, afastei-me dele o suficiente para encará-lo, mas sem sair de seu abraço.

   - Como é que voe pode ter tanta convicção disso? – perguntei enquanto tentava controlar os soluços que ainda queriam sair pela minha boca.

   - Assim como você, eu também sou diferente, Ness – Falou ele, e me encarou de volta. – Sou um lobisomem. – Disse por fim.

   - E como você sabe o que eu sou?

   - Bom, a história é meio longa e alem do mais eu não sou a melhor pessoa para lhe responder isso, mas se você realmente que saber, – eu somente acenti com a cabeça que sim. – então, farei o possível. – Nessa hora ele me pegou no colo e foi em direção á um grande pinheiro, se sentando e encostando as costas nele me fazendo sentar entre suas pernas, enquanto ele tinhas os braços envolvidos em minha cintura e a cabeça apóia em meu ombro direito. – Pois bem, você é filha de uma antiga amiga minha, a Bella, se lembra dela? – eu apenas confirmei com a cabeça, me recordando da belíssima mulher de longos cabelos escuros e olhos dourado com olheiras profundas. – Então, quando ele era mais nova, ela conheceu Edward, que até o momento ela não sabia que era um vampiro, pois ela era somente uma humana; ela acabou se apaixonando por ele e ele por ela; então mais ou menos um ano e meio eles se cassaram  e Bella engravidou de você, o que não foi uma gravidez muito normal, pois humanas não costumavam engravidar de vampiros. Então no dia do seu nascimento, assim que você nasceu, a transformaram em vampira. E hoje ai está você viva e saudável, uma meio-humana e meio-vampira. – ele deu um leve sorriso de canto.

   - Mas, Por que... eu nunca soube disse, nunca soube de você? – perguntei com a voz baixa.

   - Pelo pouco que sei, existe um clã real de vampiros, os Volturi. – ele fez uma careta ao dizer o nome. – Eles achavam perigoso o seu nascimento, então, queriam matá-la – aquela frase me fez sentir um choque passar por minhas espinhas. – Então seus pais acharam melhor afastá-la até que as coisas estivessem mais calmas e realmente mais seguras, e assim a mandaram para Elena. – Ele falou por fim e nessa hora eu quebrei novamente ao sentir a ficha caindo, Elena não era a minha mãe.

   - Por que resolveram me contar só agora, porque só agora querem saber de mim de como eu estou se estou bem... por que agora? – e nessa hora as lagrimas voltaram.

   - Por que só agora, depois de 6 anos, as coisas realmente se aquietaram e os Cullen acharem seguro.

   - Jake, como assim 6 anos?

   - bem, Ness, você tem um crescimento acelerado, quando Bella estava grávida de você acabou fazendo 9 messes em somente um. – Ele respondeu e eu me assustei.

   - Como é que eu não consigo me lembrar de vocês?

   - Elene, assim como seus pais também é uma vampira e assim como seu pai, sua mãe, Alice e até você; ela é dona de um talento muito útil, assim podemos dizer. – Só podia se piada, agora alem de ser uma vampira, eu era uma vampira anormal... – Elena, tem o poder de apagar, mudar ou até criar uma nova memória para suas “vitimas”. E foi isso que ela fez com você. – Agora eu estava realmente confusa, porem sobra tudo eu estava brava, e Jake provavelmente percebeu isso com a alteração da minha respiração. – Ness, por favor não entenda mal, todos queriam apenas a sua segurança. – E ele apertou mais seus braços em minha cintura, porem eu não consegui mexer um músculo se quer. – Vem Ness, Vamos sair daqui. – Ele me levantou no colo e foi me carregando para algum lugar. O caminho era escuro e isso parecia refletir o estado no qual eu me encontrava por dentro, eu estava no escuro, no vazio, sem nada a que eu pudesse me agarrar; até que Jake apertou-me contra ele e eu pude perceber que ele era real. Após alguns poucos minutos de caminhada pude perceber que estávamos no estacionamento, indo em direção ao Jepp. Jake me colocou no banco do carona e foi rapidamente para o banco do motorista.

   - Para onde vamos? – perguntei enquanto ele dava a partida e saia do estacionamento com presa.

   - Para a casa dos Cullen.

   A casa era gelada, e parecia que a cada minuto ficava cada vez pior, embora em tivesse os braços dos meus irmão a minha volta, ou daqueles que eu sempre achei que fossem meus irmãos. Elena estava conversando com os Cullen enquanto eu, Fred, Kaicy, Will e Jake estávamos esperando na sala, noticias sobre a “reunião” que ocorria em plena madrugada.

   1:35 h A.M

   2:48 h A.M

   3:22 h A.M

   E quando dei por mim estava adormecendo e indo em direção ao doce mundo dos sonhos.

   Despertei quando alguém dava pequenos empurrões em meus ombros. Fui abrindo os olhos lentamente, e assim que recupereis a visão do local percebi que todos estavam em volta de mim me olhando ansiosos, e nessa hora sentei-me rapidamente e acabei ficando um pouco tonta com isso.

   - Nessie, nós conversamos muito – Elena se sentou ao meu lado. – e todos concordamos que seria muito bom para você, voltar para Forks jondo com os Cullen. Com a sua família de verdade. – Ela terminou e falar e me abraçou forte. Ir para Forks, erra frase ficou que nem eco em minha cabeça.

   - Iremos partir amanhã a noite, Nessie. – Falou Carlisle.

   - Acho melhor ela dormir em casa hoje, - falou Elena com uma voz de choro. – Assim poderemos arrumar as coisas dela. – Assim que todos concordaram, nós fomos para minha casa, ou melhor antiga casa.

   Quando cheguei em casa, estava exausta, então subi rapidamente as escada e fui para o meu quarto para logo em seguida me jogar na cama. Não queria mais lembrar daquele dia. De tudo que eu acabara de descobrir. Eu queria que pela primeira vez em horas minha mente ficasse completamente vazia. E então tentando não pensar em mais nada, adormeci.

   Assim que a luz do sol entrou pelo meu quarto eu despertei, sentindo o calor do sol sob minhas pálpebras. Abro os olhos e olhei Ra o despertador que estava no criado mudo ao lado da cama. 15:40 h P.M, me surpreendi com o horário, eu realmente estava cansada, pensei tristonha; então batidas vieram da porta de entrada do quarto.

   - Nessie, está acordada? – Perguntou Elena com a voz Suave.

   - Estou sim. – respondi com a voz ainda um pouco roupa por causa de ter acordado a poucos momentos atrás. Então ela abriu a porta lentamente e entrou. Elena trazia consigo um pequeno caderno em suas mãos; assim que se aproximou sentou-se ao meu lado na cama e me entregou o caderno em silencio. Ele era simples, tinha a capa azul e tinha detalhes nas bordas em forma de vinheta, só que era prata; parecia que foi feito a mão e era bem antigo.

   - O que é isso? – resolvi perguntar a pós um tempo em silencio.

   - É um diário, minha querida. Ganhei ele de minha mãe em 1843; porem nunca tive muita paciência para escrever, ou desabafar, então achei que faria melhor proveito dele do que eu. – Ela deu um leve sorriso de canto.

   - Obrigada.

   - Bem, é melhor começarmos a arrumar as suas coisas, - começou ela. – você dormiu a manhã toda mocinha, e boa parte da tarde, - ela tentou brincar, mas era perceptível a dor em sua voz.

   O aeroporto estava cheio, tinha gente para todos os lados. Nós estávamos na fila para o embarque, e quando chegou a nossa vez, algo começou a me apertar dentro do peito. Eu já estava com saudades. Virei-me de costas e olhei para Elena.

   - Vou sentir sua falta. – ela disse com a voz chorosa.

   - Eu também vou, eu também. Acredite. _ falei e ela me abraçou com força e eu retribui o abraço com a mesma intensidade, e por fim ela me soltou. E então eu olhei para os outros 3 que estavam atrás dela. – Vou sentir falta de vocês também. – falei olhando para Fred, Kaicy e Will. Os três me deram um sorriso triste e juntas me abraçaram forte. Aquilo era bom. Reconfortante. Caloroso. Eles me soltaram e Kaiky colocou algo em minha mão.

   - É para você sempre se lembrar de mim, pra sempre. – Eu olhei para minha vão e vi o batom preferido dela, algo que ela nunca largou por nada. Nessa hora senti uma lagrima descer pelo meu rosto, e deu um leve sorriso para ela.

   - Paragens.- ouvi a atendente falar.

   - Bem, acho que é nossa vez de embarcar. – Carlisle falou e eu acenei um adeus enquanto entrava na passarela de embarque para o avião. Fui indo em direção ao avião e depois para as poltronas indicadas e me sentando na janela. Edward sentou ao meu lado e Bella ao lado dele. Jake estava atrás de mim e Carlisle ao seu lado. Isso era algo realmente estranho. Elena havia me precavido de algumas coisas em relação ao Cullen, coisas como, cuidado com as emoções perto do Jasper, e cuidado redobrado com os pensamentos perto de Edward.

   A aeromoça avisou que o avião iria decolar e que devíamos colocar os cintos. Coloquei o meu e esperei. O avião não demorou para decolar. Daqui três horas eu estaria na fria e Chuvosa Forks.