[侵略]

Capítulo 16 – Invasão

 Nishi andava pela mini-cidade subterrânea da O.H.D enquanto empurrava uma pessoa que estava em uma cadeira de rodas, aparentemente doente e usando um tapa-olho. A tarde se mostrava extremamente agradável. As árvores secas tinham alguma beleza e mesmo no inverno o céu azul falso era lindo.

 A pessoa esboçava um sorriso adorável enquanto olhava para ele.

— Ei Hikata-kun... Esse é o seu nome não é? Então, por que ele é invertido? Hikata Nishimoto, que engraçado...

— Até você, Aki-chan? Todo mundo pergunta isso e sempre riam de mim quando eu era pequeno. Disse ele, com um sorriso forçado no rosto.

— Poderia me contar por quê?

 Ele suspirou, havia tentado esquecer aquelas lembranças.

— No dia que eu nasci, meu pai havia sido despedido de um emprego e veio bêbado para o hospital.  — O certo seria Nishimoto Hikata, mas acho que está tudo bem agora, não importa mais...

 O pai de Nishi havia morrido de ataque cardíaco por causa da extrema pressão que tinha no trabalho. Chefes hipócritas e várias horas de trabalho foram os resultados disso. Sua mãe recebeu toda a carga e teve que trabalhar e cuidar do filho. Meses depois, ela entrou em depressão e tristemente se suicidou, deixando-o órfão e dependente do dinheiro que recebia dos tios que moravam em Osaka. Isso havia afetado sua personalidade e ele se tornou o que é agora, mesmo tendo melhorado nos últimos tempos.

 Aquele cenário subterrâneo fazia qualquer um se esquecer da cruel realidade, e era assim como ele estava se sentindo.

 Estavam nos primeiros dias de Dezembro e o aviso de Sano latejava em sua cabeça.  “No final do ano, irei largar a divisão”. Teria que se tornar o novo capitão, mesmo não tendo aptidão e nem vontade para aquilo.

 De repente, ele esbarrou em uma pessoa e a fez cair. Largou a cadeira de rodas e a ajudou a levantar.

— D-desculpe mesmo, eu estava tão distraído e...

— Sem problemas. Respondeu ela em tom baixo, não deixando ele continuar.

 Quando notou direito, viu que era Mitsu e avermelhou instantaneamente. A última vez que ele tinha a visto, tinham se beijado sem querer. Desde então, a O.H.D tem dispensado ele e logo, se verem foi apenas uma coincidência.

 — Eu tenho que ir, só vim entregar uns papéis e fazer um teste de sincronização, então, até mais.

— Espere! Disse ele e quando ela ia se retirar, segurou sua mão. Os dois ficaram ali parados, sem dizer nada e esperando que algo acontecesse.

 — Ora, ora, parece que vou me retirar. Disse Aki-chan, com um sorriso malicioso no rosto. Realmente depois de ter perdido suas memórias, sua personalidade mudou totalmente. Ela começou a se retirar, conseguindo se locomover com destreza na cadeira d e rodas, deixando os dois a sós.

 Perceberam que estavam com as mãos dadas e soltaram, continuando andando lentamente.

 — Como reagiram ao seu desaparecimento na escola? Perguntou ela, sempre inexpressivamente e com a voz baixa.

— Deram uma desculpa de que ela foi estudar no exterior e se deixou por isso mesmo. Ninguém hoje em dia liga para os outros. Respondeu ele, olhando para baixo.

 Ela assentiu com a cabeça e continuou andando ao seu lado.

Os dois com os rostos corados e andando um do lado do outro realmente pareciam ter algum relacionamento. Nishi era realmente apaixonado por Aki, mas desde o acontecimento, ela havia se tornado como uma irmã ou alguém que ele deveria cuidar. Lembrou-se da sensação dos lábios macios de Mitsu e ficou pensando se aquilo que sentia era amor. Todo mundo parecia não notá-la, mas ele sempre a achou atraente e uma pessoa que mesmo não parecendo, se podia contar.

 Ele ia continuar andando, quando foi segurado por ela no ombro. Olhou para trás e a viu com as mãos fechadas, tentando falar algo. Nunca havia visto ela assim, suas pernas tremiam e ela estava olhando diretamente para ele. Usava um sobretudo marrom enquanto usava uma curta camiseta por dentro, uma saia e botas. Hesitou àquela hora e se controlou para não agarra-la, estava tão linda.

— Eu... Eu... Ele esperava as palavras vir da boca dela, não esperava que fosse aquilo, mas tinha esperanças. — Te...Te..Te.. No momento que ela falou, uma sirene se ouviu e a central virou um caos, fazendo Nishi não ouvir nada.

Centenas de pessoas se dirigiriam aos portões. Explosões eram ouvidas e gigantes nuvens de poeira se erguiam no ar. Nishi pegou Mitsu pela mão, ignorando tudo naquele momento e pensando no perigo que Aki corria. Ela se deixou levar e continuou correndo.

 As divisões saiam dos prédios como formigas saem de suas colônias procurando comida, foram treinados para defender seu patrimônio, mas pareciam ser inúteis contra a incrível ameaça que vinha dos portões. À frente de Nishi, Haruki gritava e gesticulava para duas dezenas de soldados. Sabia que ela era uma das melhores atiradoras da O.H.D e que já havia feitos missões para a central americana, mas não imaginava que ela tinha tanto poder assim. Ela o viu e gritou para eles algumas palavras, dentre elas, Nishi só ouviu:

— Sano... Preso... Sakurai... Invasão... Eu... Não... Traidora.

 E a perdeu de vista no mar de fardas pretas.

Não achou Aki em nenhum lugar, nenhum rastro, nada. Era surreal que uma das melhores defesas do mundo estava sendo invadida tão repentinamente e facilmente. Um dos prédios a sua frente foi atingido por um tipo de míssil e começou a ruir. Eles não tiveram tempo de se desviar ou correr, o prédio desabou encima deles.

  Nishi verificou se sentia suas pernas e braços, estava vivo! Olhou para Mitsu e a viu caída enquanto uma silhueta a sua frente estava parado. Se não fosse por esta silhueta, a viga que segurava iria cair e espatifar contra eles. Ela limpou a poeira e se aproximou dele. Sakurai mantinha a mesma expressão e sorriso de sempre. De repente, as sombras começaram a surgir. Kurohime-san, Myazaki-san, Bakuretsu-san, com um lança míssil na mão, a Motoqueira Negra, Aki-chan e outras duas figuras desconhecidas se encontravam atrás dele.

— Ora, ora, desculpe-nos por invadir. Disse uma delas.

Sakurai se aproximou de Nishi e disse: — O idiota do Sano foi pego, então acho que posso dizer isso... Como vai? Capitão...

Capítulo 16 – Invasão: Fim.