Utopia escrita por dastysama


Capítulo 37
Capítulo 37 - Fogo e Água


Notas iniciais do capítulo

MILHÕES DE DESCULPAS PELA DEMORA. Essa semana foi de provas, então não tive muito tempo para escrever, mas aqui está um novo capítulo.



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O carro alugado arrancou no cascalho, deixando a biblioteca ao longe, com uma bibliotecária atônita. Bill só precisava se certificar que estava tudo bem com Biene, que aquela loucura que ela descobrira não passava de imaginação. O primeiro local que ele precisava checar era a casa dela, havia uma grande chance de que ela estivesse lá, então poderia convencê-la do que estava acontecendo, se ela acreditasse.

Quando chegou a casa de Biene, Bill notou que havia um carro estacionado na frente que não tinha visto da última vez. Ele desceu do seu próprio e foi até a casa que estava com a porta aberta, onde se via uma mulher morena carregando uma caixa de papelão enorme. Ela foi vacilar quando pisou na sarjeta, Bill conseguiu chegar a tempo de ajudá-la antes que fosse esmagada pela caixa quando caísse.

– Muito obrigada! – ela disse colocando a caixa no chão e bufando. Os olhos azuis dela fitaram Bill, como se visse algo surreal – Não vai me dizer que Gustav está aqui?

– O que? – Bill exclamou atônito.

– Você é Bill Kaulitz, vocalista daquela banda do Gustav. Se você está aqui, quer dizer que ele está também. Preciso ver meu sobrinho! – ela disse sorrindo de um jeito que lembrava vagamente alguém.

– Você é a mãe da Biene! – ele exclamou finalmente percebendo a semelhança entre elas.

– Sou, me chamo Ellise.

– Pensei que estivessem viajando, ela falou sobre uma peça que estavam escrevendo.

– Já estamos de volta, finalmente! Cidades grandes são terríveis para se escrever algo, prefiro a calma daqui – ela disse pegando a caixa novamente e levando para dentro da casa – Mas o que está fazendo por aqui?

– Eu estou procurando Biene, ela que está nos ajudando a ficar escondido na cidade – Bill prosseguiu, a seguindo – Ela está por aqui?

– Acabamos de chegar, mas acho que ela não está em casa. Deve estar na biblioteca, com Eleazar ou em qualquer lugar. Ela é tão imprevisível, não me lembro de tê-la educado dessa forma – ela disse colocando a caixa no chão e assoprando a franja que lhe caíra no rosto – Basta ver que nem precisamos de decorador quando nos mudamos, ela que decorou a casa inteira. 

Bill sorriu ao ver novamente as máscaras africanas na parede. Com certeza Biene gostava de fazer transformações por onde passava.

– Já que Biene ama passado, espera ela ver o que eu descobri – Ellise disse, abrindo a caixa e tirando uma boneca de porcelana com um vestido branco, um pouco amarelado nas pontas – Era dela quando tinha uns dois anos, depois acabou se esquecendo da boneca e se interessou por outros tipos de brinquedos. Acho que ela nem se lembra da pequena Johanna.

– O que? – Bill exclamou pasmado.

– É o nome da boneca – ela disse sorrindo – Quando Biene era pequena, a chamava de Johanna. Ela nem deve se lembrar disso, mas achei interessante trazer a boneca, por que a achei no sótão da nossa antiga casa. Você está bem?

Bill ficou lívido enquanto encarava a boneca. Por um momento ele realmente acreditava que Biene poderia ser Johanna, em outro momento que ela era Meredith e ás vezes que ela apenas entrou na história de pára-quedas. Agora estava a prova final de que o tempo todo Johanna estava em perigo, de que ele iria perdê-la novamente.

– Bill? – Ellise o chamou, tirando-o daquele transe – Está tudo bem?

Quando ele ia responder, ouviu passos na escada da sala, por um momento, pensou que fosse Biene segura em seu quarto, mas era o pai dela. Bill o reconheceu pelo simples fato de que enquanto Biene parecia com os genes de Meredith, ele lembrava uma mistura de Baumgärtner com Gottwald. Os olhos eram azuis límpidos, mas o cabelo era preto azeviche, sem falar na estatura que era praticamente do tamanho de Bill.

– Albert, adivinha quem ele é! – Ellise exclamou soltando a boneca no sofá.

– Não é o vocalista daquela banda que o seu sobrinho toca? – ele perguntou analisando Bill de cima a baixo.

– Esse mesmo! É Bill Kaulitz, ele está aqui também para conseguir inspiração. Biene está ajudando ele e a banda a ficarem escondidos.

– Queria saber se viu a Biene – Bill perguntou rapidamente, ele não tinha tempo a perder.

– Ela não está em casa, chequei todos os cômodos. Fiquei com medo de que ela estivesse transformado nossa casa em um antiquário, mas tudo está quase em perfeita ordem – ele disse rindo e ajeitando os seus óculos. Bill achava que eles davam mais calma naquele jeito Baumgärtner dele.

– Então vou procurá-la na casa de Eleazar – Bill disse se distanciando, ele não queria parecer mal educado, mas já estava ficando desesperado, precisava se certificar de que Biene estava segura – Foi um prazer conhecê-los.

Ele acenou e saiu correndo de volta para o carro, tomando cuidado para não tropeçar nas caixas que os pais de Biene haviam trazido. Tanto Albert quanto Ellise ficaram parados atônitos sem entender o que estava acontecendo.

– Ele é estranho – Albert comentou.

– Mais normal do que Biene – Ellise disse.

– Verdade. Acredita que achei uma planta carnívora no banheiro? Vou jogá-la fora antes que fique igual aquele filme A Pequena Loja dos Horrores.

 

O carro foi estacionado na frente da casa de Eleazar. Sempre que Bill se aproximava daquele local ele se sentia estranho, pelo simples motivo de que em algum lugar do passado aquilo fora um cabaré. E não era nem pelo local, mas pelas pessoas que já viveram lá. Havia aquela nostalgia inebriante que tomava conta do ar e deixava seu estômago revirado. Ele não sabia distinguir se aquilo lhe lembrava incenso ou sangue. Eleazar estava na varanda fumando calmamente enquanto via Bill se aproximar. Havia também uma xícara de café ao seu lado, será que ele já sabia de tudo que estava acontecendo?

– Ah, então é você – ele disse fumando o cigarro longamente – O café me disse que eu teria um encontro com um homem.

– A Biene está? – Bill perguntou rapidamente – Eu realmente preciso saber.

– Ela não está, deve estar na biblioteca ou na casa dela – ele disse lançando um olhar bravo para Bill.

– Droga! Ou ela está a caminho da morte. Seu café não disse isso? – Bill disse bravo ao ver que ele parecia extremamente tranquilo quando na verdade ele sabia tudo sobre aquela maldição dos Baumgärtner – Ela comprou um barco e vai navegar naquele maldito lago em que todas as descendentes dos Baumgärtner morreram.

– Mas o que? – Eleazar exclamou fazendo o cigarro cair da sua mão – Está brincando? Como você sabe sobre isso?

– Como eu sei apesar de tudo que você tentou esconder? Tive uma ajudinha. Não acredito que pensou que escondendo o passado poderia manter Biene protegida.

– Olha, Senhor-astro-do-rock, se Biene quisesse fazer um barco e navegar naquele lago, eu saberia. Ela simplesmente não pode construir sozinha um e carregá-lo nas costas até lá.

– Fester Wald construiu para ela. Não sei por que ela não te contou, mas talvez ela saiba mais do que aparenta. Só sei que nesse instante ela pode estar naquele maldito lago e corre perigo.

– As xícaras dizem o contrário – ele disse bravo, desafiando Bill – Ás vezes parece que elas alertam algo, logo mudam totalmente. Hoje mesmo de manhã vi que há proteção rodeando Biene.

– Então serei eu que a protegerei – Bill retorquiu, dando as costas para Eleazar e voltando para o carro. Ele abaixou o vidro do carro e gritou – Eu sei que ela corre perigo! Se eu fosse você, não duvidaria disso depois de tudo que aconteceu.

O carro arrancou pelo asfalto e partiu para longe da cidade até chegar à grama e cascalhos. Bill sabia exatamente em que parte do lago Biene estaria, não havia dúvidas de que a clareira seria o lugar onde ela tentaria navegar. Quando percebeu que não dava mais para avançar com o carro por causa das árvores, ele o abandonou com a chave na ignição.

Na clareira, Bill procurou por Biene em todos os cantos, mas não havia sinal dela. Será que ela já havia entrado no lago? Será que estava se afogando? Será que chegara tarde demais? Foi quando olhou para o lago e notou uma movimentação. Bill correu para direita, descendo o morro que ficava perto do lago e notou que um pequeno barco de madeira escrito Utopia do lado se distanciava da margem.

– Ei, Bill! – Biene gritou quando o viu – Consegui! O barco está pronto! Quer navegar também?

– Biene! – Bill gritou colocando suas duas mãos do lado do rosto para que ela ouvisse melhor – Volte agora!

– Já estou indo! – ela gritou animada, virando o barco com os remos.

Quando o barco virou completamente, ela puxou a corda do motor, mas no mesmo instante ela se rompeu. Biene ficou completamente surpresa, ela pagara caro naquele motor e ele já quebrara! De repente percebeu que o motor estava com cheiro de queimado que vinha das diversas faíscas que saía da corda que se rompera e talvez tivesse danificado algo dentro dele.

– Oh, Gott! – ela gritou se afastando do motor que cada vez mais ficava em chamas – Lá se vai quinhentos euros.

Então o motor explodiu.


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Notas finais do capítulo

Então, se eu demorar a postar, não se preocupem, por que é falta de tempo mesmo. Como a fanfic está chegando ao final, não tem por que eu pará-la agora. Só vou postar de fim de semana e vão ser poucos capítulos, por que ainda tenho que escrevê-los (e encontrar tempo para isso). Espero que entendam. Se eu demorar muito, esperem capítulos depois do feriado de 7 de Setembro. Por que talvez eu tenha tempo de sobra nesses dias