Utopia escrita por dastysama


Capítulo 28
Capítulo 28 - Dois Corações




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– O que achou de sua noiva? – perguntou o Senhor Baumgärtner para Will – Não achou que é uma boa escolha?

– Não entendo por que tenho que casar tão cedo sendo que Heinrich ainda nem casou.

– Você sabe que terá que ficar aqui, cuidando dos negócios da família. Terá que casar, constituir uma família que honre o nosso nome, por que não compreende isso?

– Por que não é o que eu quero! Por que eu queria ser como Heinrich, poder ir embora daqui para outro país onde não preciso ficar participando dessas festas onde as pessoas na sua frente te tratam bem, mas nas suas costas são as primeiras a te apunhalarem.

– Mas você não é Heinrich, quando vai aprender a não viver à sombra do seu irmão? William, você vai se casar com Meredith Gottwald e vamos anunciar o noivado hoje à noite. Se quiser honrar sua família, faça o que eu mando, que é o melhor para todos.

O Senhor Baumgärtner se afastou furioso, enquanto Will apenas ficou parado, sabendo que não poderia fazer nada quanto ao seu futuro. Ele estava preso naquele lugar para sempre, mesmo sabendo que um dos seus sonhos era viajar pelo mundo, sem dar satisfação a ninguém.

– Boa sorte, acho que vai precisar – disse uma voz atrás de si, Will se virou e viu que se tratava de Johanna – Deve ser tão difícil ser da alta sociedade, não é mesmo? Enquanto uns não querem casar outras pessoas dependem de um casamento, como se fosse à única mudança de vida que pudesse agarrar.

– Não é difícil ser da alta sociedade, o difícil é aceitar certos fatos. Temos muitas responsabilidades e famílias a honrar – Will disse enojado ao falar isso.

– Pensei que o mais importante para você era honrar sua família e ter uma reputação. Foi o que você me disse na primeira vez que nos vimos.

– Eu também pensava, mas o que adianta tudo isso, afinal? Heinrich, por exemplo, está na Hungria, mas vai saber o que está fazendo? Talvez nem esteja mesmo na faculdade e meu pai pensa que está formando um grande filho. Não duvido nada, afinal meu irmão nunca foi muito dedicado.

– Talvez seja por isso que seu pai o manteve perto dele, ele sabe que você é o único que pode cuidar dos negócios da família. Se Heinrich era um problema, então está explicado por que ele foi mandado para longe.

– Então eu deveria ter desandado um pouco mais, talvez eu tivesse a chance de ser mandado para longe. Mas acho que não valeria à pena, eu não teria te conhecido e isso foi uma grande mudança para mim – Will disse lançando um sorriso maroto para ela, a deixando rubra.

– Se você não se recorda, Senhor Baumgärtner, eu posso te fazer lembrar como meu tapa dói. Por que não deixa seus caprichos de lado e segue com sua vida, em vez de ficar atormentando a minha?

– Atormentando a sua? – ele disse rindo – Você que veio falar comigo, se você não se recorda, minha cara. Não é a minha culpa se você gostou do beijo que lhe dei aquele dia e não é a minha culpa se você se recorda sempre do meu rosto quando está prestes a dormir.

– Como pode saber isso? – ela disse caminhando até ele com raiva, segurando um leque em suas mãos em posição de ataque. Ninguém percebera o burburinho que acontecia no corredor do Salão de Festas, estavam tão preocupados com seus próprios interesses que não se deram conta – Como ousa dizer isso? Você não me conhece para alegar isso sobre mim!

– Como eu sei? Por que é o que está acontecendo comigo e tenho certeza que é o mesmo que se passa com você, se não, não estaria nessa festa hoje. Por que você odeia a alta sociedade por não participar dela e agora está no meio deles.

– Eu preciso me certificar que Gustaf não seja corrompido por você, apesar do modo cruel que você o trata, ainda assim ele o admira. Por um momento eu também pensei que você poderia ser diferente do que falavam sobre você, mas eu estava errada, você é exatamente como dizem.

– E o que dizem sobre mim, então?

– Que você é um sem coração, um hipócrita, que se acha superior aos outros e que pisa nas pessoas como se elas fossem vermes, que não se importa com ninguém além de si mesmo e do seu bem estar. Honrar sua família? Você quer apenas honrar a si mesmo com seu poder.

– Então o dinheiro que lhe dei pelo quadro mostra o quanto eu não importo com ninguém além de mim mesmo? Ou estou errado que esse vestido você comprou com meu dinheiro? – Will disse vitoriosamente quando a viu vacilar – Johanna, se você quer me machucar, precisa de muito mais. Só não entendo por que tenta ser tão cruel comigo, quando na verdade quer ser o contrário.

– Hipócrita! – ela exclamou se afastando – Volte para sua maldita festa que eu já vou embora.

Quando ela ia voltar para o salão de festas, Will puxou seu braço para o mais longe possível dali. Apesar de Johanna começar a espernear, ele não soltou o braço dela até que ele não pudesse mais ouvir aquela sinfonia. Ambos ficaram em um corredor vazio, onde não se ouvia nada, além de algumas vozes ao longe.

– Me solta! – Johanna exclamou, puxando o braço – Não toque em mim!

Will soltou o braço dela na mesma hora que ela puxou, a garota acabou vacilando e quase caiu no chão, se ele não tivesse intercedido e a segurado. Ambos sentiam a proximidade um do outro e Johanna teve vontade de fugir novamente, mas Will a segurava firmemente, a impedindo de se movimentar.

– Falei para não me tocar – ela disse com raiva.

Mas ele calou a boca dela quando ouviram passos no corredor, a puxando rapidamente para longe dali, ele abriu a porta de um quarto e fechou logo em seguida, tomando o máximo de cuidado para não ser descoberto. Só soltou Johanna quando não se ouviu mais nenhum barulho no corredor.

– Se pegarem você comigo, nós dois estaremos em maus apuros – ela disse tentando abrir a porta.

– Não me importo – Will disse segurando a mão dela – Não dou a mínima para o que eles vão pensar. Apenas fique aqui comigo, vamos ficar longe daquela maldita festa, como você disse.

Johanna parou, encarando-o perplexamente. Ela não compreendia o porquê da mudança repentina dele, não parecia mais a mesma pessoa que conhecera no primeiro dia. Will apenas passou seu braço em volta da cintura dela, para ela ficar mais próxima dele enquanto ele beijava aqueles lábios novamente. Com mãos hábeis, Will tirou o cardigã dela para poder olhar para aqueles ombros nus novamente, enquanto descia os beijos dele pelo pescoço dela.

– Não podemos – ela sibilou, tentando o afastar.

– Por que não? Eu te amo Johanna, você não sente o mesmo por mim?

– Você me ama? – ela perguntou incrédula – como você pode me amar? Eu sou uma meretriz e você um duque.

– E o que importa títulos que nos dão? Não quero saber de reputação hoje, não quero que ninguém me imponha coisas que não quero fazer! Não quero ficar naquela festa ao lado de Meredith Gottwald, quero ficar ao seu lado.

Então sem esperar uma resposta dela, ele voltou a beijar e dessa vez foi correspondido. Ele arrancou seu casaco sem ao menos tirar seus lábios do dela, enquanto as pequenas mãos dela ficaram espalmadas sobre o peito de Will, sentindo as batidas de seu coração abaixo dos seus dedos. Ele a amava. Foi o que ele dissera, mas será que era verdade? Johanna não fazia ideia do que pensar e sentir, mas ali, nos braços dele, parecia que nada mais importava.

Dedilhando suas costas, Will começou a desamarrar o espartilho, descendo seus lábios pelo pescoço de Johanna até chegar ao seu colo enquanto ela segurava os cabelos negros dele firmemente. Ele conseguira finalmente se livrar do espartilho, a deixando nua da cintura para cima, onde ele tomou com suas mãos seus seios.

Will deitou Johanna cuidadosamente na cama macia e puxou a armação de metal da saia ao mesmo tempo em que retirava sua camisa bem passada, a deixando no chão sem se importar um momento sequer. Seus lábios envolveram um dos mamilos dela com sua língua tenra, a fazendo gemer com seus toques ardentes e voltou aos lábios dela logo em seguida, a fazendo cravar suas unhas em suas costas.

Finalmente Will conseguiu se livrar de suas calças, segurou firmemente as coxas de Johanna, analisando com desejo cada parte do corpo dela, desde sua pele alva até seus olhos acinzentados que brilhavam como brasas. Ele a penetrou cuidadosamente, pois havia a barreira da virgindade dela, deixando o caminho mais estreito.

Johanna gemeu de dor, fazendo Will se preocupar se não estava a machucando, mas quando a expressão de dor foi tomada pelo êxtase, deixando as faces dela mais corada, ele não hesitou mais a preenchendo com sua paixão proibida e avassaladora. Quando finalmente terminou, Will deitou seu corpo sobre o dela, ambos ofegantes e os corpos cobertos de suor.

– Nós vamos fugir daqui, Johanna – ele sussurrou no ouvido dela – Você não vai ser uma meretriz e não vou ser obrigado a ficar aqui para sempre. Não vou deixar que a olhem com maus olhos novamente.

Lágrimas começaram a rolar pelos olhos dela, lágrimas de dor que ela nunca havia chorado antes. Ela aprendera a engolir as lágrimas com o passar do tempo, ela sofrera tanto e parecia que esse sofrimento nunca iria acabar. Mas agora nos braços dele, com as palavras de amor que nunca ouvira, ela precisava chorar, apenas para se sentir mais humana.

– Vai ficar tudo bem – ele disse beijando os lábios dela novamente enquanto ela o envolvia.


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Notas finais do capítulo

Jesuuuuuuuuuus que capítulo difícil de escrever '-'
Sempre é difícil escrever capítulos assim né, espero que ficou bom realmente de um jeito não vulgar. Lembro que quando escrevi fiquei um tempão impacada HUASUHASUHASHUASHU.
Antes que perguntem: Por que afinal a Johanna trata Will mal?
Simplesmente por que ela tinha toda uma ideia sobre a aristocracia, ela via seu irmão sofrer na mão deles. Imagine de repente, tudo que você acredita simplesmente mudar? Foi isso que Will fez, ele mudou a imagem que ela tinha da aristocracia, por isso ela o tratava mal, sua mente estava uma confusão. E pode-se notar que ela é tão hipócrita quanto ele. O século XIX é uma verdadeira confusão HUDAHUHUSHUAHUSHU.



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