Utopia escrita por dastysama


Capítulo 1
Capítulo 1 - Saída de Emergência


Notas iniciais do capítulo

Depois de 6 meses sem postar fanfics, estou de volta, até que fui rápida, em? Vocês vão notar diferenças de Angels Don't Cry para Utopia por que ela é escrita em 3ª pessoa. Achei que ficou bem escrito até.
Como vão ver aí em baixo, a época que se passa a fanfic é na época das stalkers e que o Gustav se meteu em uma briga, se lembram? Entãoooo... espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/81561/chapter/1

– Precisamos de um tempo – disse Bill Kaulitz tomando um longo gole de café, apesar de bastante quente, ele gostou da sensação quando o líquido desceu por sua garganta – É sério, não dá para finalizarmos o CD se não ficarmos em algum lugar em paz.

– Como se fosse fácil achar algum lugar em que não vamos ser incomodados – disse Tom jogado no sofá de couro confortavelmente, pensativo, dava para perceber o cansaço graças a algumas olheiras abaixo dos seus olhos.

– Não importa, nem que tenhamos que ir a alguma ilha secreta ou até ficarmos no subsolo de alguma cidade. Precisamos se esconder por um tempo – disse Bill aborrecido finalmente percebendo que seu café precisava de mais açúcar.

– Bem... Podemos viajar para algum país que não somos tão famosos – disse Georg sentado ao lado de Tom, tão desanimado quanto os outros – Ou quem sabe se esconder na casa de alguém onde nunca ninguém vai desconfiar.

– É, mas aonde? Não conheço nenhum lugar bom o suficiente, além de que não podemos gastar muito.

Ninguém parecia ter idéia nenhuma, todos ficaram em silêncio, olhando para Bill como se ele soubesse da resposta. E era claro que ele não sabia, se não, não teria perguntando. Mas não era fácil achar um bom lugar, afinal não era só colocar na internet e pesquisar algum hotel cinco estrelas. Eles precisavam de um esconderijo, como se fossem crianças e precisassem de um quartel general.

– Eu conheço um lugar, não sei se é bom – disse Gustav um pouco hesitante, mas ao ver os olhos de Bill brilhar de esperança, ele prosseguiu sem medo – Tenho uns tios que vivem em uma cidadezinha, eles são escritores e coisas do tipo, escrevem novelas e peças de teatro. Então optaram por uma cidade antiga com poucos habitantes para poderem ficar mais inspirados. Quem sabe isso não seja bom para nós também? Além de que posso pedir ajuda para minha prima para comprar mantimentos, assim não precisamos ficar saindo nem chamando atenção dos outros habitantes.

– E onde fica esse lugar? – disse Bill percebendo que aquela idéia era ótima, como que Gustav nunca comentara isso antes? – Seria ótimo encontrar um lugar desses!

– Chama-se Aach, é um lugar legal para se viver segundo meus tios – disse Gustav dando de ombros – Podemos alugar uma casa lá.

– Tem garotas gostosas lá? – perguntou Tom dando um sorriso malicioso.

– Não vamos para transar, Tom – disse Bill – Quanto menos chamarmos atenção de garotas melhor.

– Tudo bem, eu aguento – disse ele revirando os olhos – Mas quanto tempo vamos ficar por lá?

– Quanto for necessário, precisamos de inspiração, de algo novo! Talvez quem sabe não consigamos em algum lugar calmo? Se os tios de Gustav conseguem, podemos também.

Bill se levantou e tomou o resto do café que estava no copo, ele se sentia melhor agora. Eles iam ter as merecidas férias que se resumiam em descansar e esquecer os maus bocados que se meteram, como aquelas stalkers malditas ou a briga que Gustav havia se metido. Precisavam finalizar o seu novo CD, já tinham várias músicas, mas Bill ainda procurava por algumas novas, algo diferente do que geralmente cantava.

– Vou ligar para os meus tios – disse Gustav – Para ver se tem alguma casa que poderíamos alugar por lá.

– Mas será que vamos conseguir ficar em algum lugar sem que descubram sobre nós? – disse Georg passando a mão pelos cabelos lisos, talvez tentando alisá-los mais ainda.

– É claro que alguém do lugar deve nos conhecer – disse Gustav – Mas se não sairmos muito e evitarmos chamar atenção, talvez ninguém nos reconheça. A população se resume em duas mil e poucas pessoas, não são tantas.

– Amei a idéia – disse Bill – É na Alemanha, não precisamos gastar tanto com condução e se tapearmos os paparazzi e jornalista, vamos viver em paz por um tempo. Mesmo que nos descubram, acho que vai demorar um pouco.

Isso soou como um alívio para todos, mesmo aqueles mais safados que necessitam de certo glamour e atenção, ou aqueles que amam sair de noite e se aventurar em baladas ou mesmo aqueles que preferem estar com a família. Não importava a fama naquele momento, apenas ficar um tempo fora seria ótimo para todos. E a inspiração vinha em primeiro no caso, eles precisavam estar em sintonia para finalizar o novo CD, não era algo fácil e não acontecia de um dia para o outro, levava tempo.

Só de pensar em acordar todo dia tarde em alguma casa enorme – pelo menos era o que eles esperavam –, viver em uma cidade pacata e quem sabe com uma paisagem bonita já fazia qualquer um sorrir. Seria ótimo ficar inspirado enquanto se via um pôr-do-sol ou apenas ver o céu de noite, cheio de estrelas. Chega de glamour por um tempo, depois voltariam com suas vidas normais.

Gustav pegou seu celular e começou a procurar na agenda o número de seus tios, se retirou da sala para melhor poder conversar com eles, afinal não queria deixar os outros muito esperançosos, talvez não desse certo o plano. Dirigiu-se para a sala ao lado, se sentou em uma das banquetas que havia perto de um balcão e esperou que alguém atendesse ao telefone.

– Alô? – disse uma voz que era vagamente conhecida, fazia tempo que não se falavam – Quem é?

– Biene? – perguntou Gustav percebendo que era a voz de sua prima, isso fez que várias lembranças da sua infância voltassem a sua mente. Fazia tanto tempo que não se falavam por causa da fama e agora lá estava sua prima, do outro lado da linha, há quilômetros de distância, quem sabe fazendo o que da vida? – Sou eu, Gustav, como está?

– Gustav? – ela exclamou do lado, o tom da sua voz descrente e feliz ao mesmo tempo. Gustav não acreditava que era iria ficar feliz, por um momento jurou que a garota iria gritar e não falar com ele, mas ela era sua prima, não faria isso – Quanto tempo, Gott! Eu estou ótima, estou fazendo uns cursos de História, você não tem idéia de como a história local daqui é fascinante! E você? O que conta de novo, em Senhor Popstar?

– Bem, vamos fazer um novo CD, mas nos falta um pouco de privacidade, você deve ter uma idéia de como é nossa vida. Passamos por maus bocados...

– Eu sei, quando vi a notícia que bateram em você eu quase morri! Tentei ligar para todos os números de celular que você me passou, mas nenhum atendia. Acho que você mudou novamente e não tenho o número. Tive que acompanhar tudo pela internet e mandei e-mails para a sua mãe pedindo mais informações.

– Foi terrível, mas já passou, isso que importa – ele suspirou, pensando se pedia ou não o favor, afinal será que ele só ligava para ela para pedir coisas e não para uma simples conversa? – Biene, preciso de um favor seu. Se quiser, pode desligar agora na minha cara, por que faz tanto tempo que não nos falamos.

– Está tudo bem, não vou desligar, não sou tão má assim! O que você quer, Gust? – ela disse rindo e chamando ele por seu apelido que falavam desde pequenos. Biene também era o apelido dela, seu nome verdadeiro era Sabine e ela nunca se identificou com o nome de verdade, preferia o apelido.

– Precisamos de um lugar para ficar por um tempo, minha banda e eu. Como eu disse estamos fazendo um novo CD e queremos algum lugar para treinar e criar novas músicas, então me veio à cabeça Aach. Queria saber se tem alguma casa aí para alugar, por que parece ser um lugar calmo aí e com pessoas que não vão nos perseguir tanto.

– Claro, conheço uma casa ótima aqui! Ela é tão linda e antiga, vocês vão amar! Eu estava estudando um pouco ela, afinal pertenceu a uma família muito rica do século XIX. Ela é bem espaçosa e está em ótimas condições já que o último dono a reformou.

– Ela não é mal assombrada, é? – Gustav perguntou já que casas antigas sempre traziam histórias muito estranhas e ele não estava a fim de encontrar coisas que desconhecia e que entravam em conflito com seus pensamentos.

– Não, o último dono a abandonou por que precisou fazer transferência de trabalho para a Rússia, então vendeu para um cara daqui que a aluga para visitantes e outras pessoas que queiram passar as férias. Se quiser, já falo com ele hoje e te dou a resposta.

– Isso seria ótimo! Não vemos a horas de se mudar para aí! Principalmente eu, por que vou ver você de novo, faz tanto tempo! Você deve ter crescido muito.

– E você engordou, Senhor Gust! Quando você vir para cá, vou fazer você perder todo esse peso, não vai parar quieto em nenhum segundo! Já eu não mudei muito, continuo normal como sempre! Estou dando aulas de história para as crianças do jardim da escola daqui, sei que não sou formada, mas estudo tanto e já fiz tantos cursos que com a falta de professores, me chamaram. Não consegui resistir e aceitei.

– Uou! Pensei que você fosse nerd, mas não tanto. Vou tomar cuidado quando falar com você para não cometer erros bobos na frente de uma professora.

– Não seja bobo, não sou tão inteligente assim! Bem... Agora tenho que ir, preciso dar aula para os meus anjinhos. Hoje enterrei alguns ossos em um terreno e vamos escavá-los, fingindo serem ossos de dinossauros. Vai ser incrível!

Gustav não conseguiu impedir de rir, ver Biene de manhã cavoucando um terreno para enterrar ossos de galinhas e outras coisas só para deixar crianças felizes era algo bem típico dela. Ela vivia querendo inovar, isso desde pequena quando tentava inventar as brincadeiras mais absurdas só para não virar cotidiano. Decididamente ele sentia saudades dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!