Promete que não Me Abandona? escrita por kagerou


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

Hey! Cheguei com mais um capitulo para os meus leitores querido Sei que demorei. É é mas eu tenho outras fanfics que preciso terminar e é meio dificil atualizar sabe? :P mas aqui está! E vem com beijinhos -Q

Arigatou para os que acompanharam!

Kissus&evenMore!



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---#Na mesma noite#---

 

 

Mesmo com lençóis macios e um futon quentinho e fofo, a moça dos cabelos azuis não conseguia pregar os olhos para dormir. Lá fora, qualquer barulho da noite parecia passos do ruivo se aproximando mais e mais dela. Não que ela não gostasse dele – na verdade, dizer isso é uma tolice, já que esta completamente apaixonada pelo rapaz – ou não queria voltar á organização. Não, nenhuma dessas desculpas é boa o bastante para ser a rasão que Konan se distanciou.

 

Quer saber as reais intenções dela? Felicidade. Estava cansada de reprimir suas emoções naquele lugar e sentia que á cada dia que se passava, mais triste ficava quando via que Pain era inatingível. Um homem sem emoções e com certeza, não daria bola para os sentimentos da moça. Então se seria assim, ficaria longe dele e tentaria ser feliz de outro jeito – mesmo que sua vontade, sempre foi permanecer com o ruivo quaisquer que fossem os problemas, mas aquele problema se tornou apenas dela, e agora teria que resolve-lo sozinho.

 

Neste momento, ela sabia que provavelmente seria descoberta. Ele tinha uma grande persistência e cedo ou tarde, iria encontrá-la. E toda aquela fuga que planejou seria em vão, quando eles voltariam a Akatsuki e seus sentimentos seriam enterrados novamente por seu rosto gélido e o coração de pedra de Pain. Suspirou derrotada.

 

Mexeu-se no futon e levantou-se e foi para a cozinha beber um copo d’água. Enquanto abria o armário e pegava um simples copo de vidro com flores estampadas nele, ouvia sons lá fora. Enchia-o no filtro de barro quando escutou sons de passos na madeira, fazendo a ranger.

 

Era ele. Encontrou-a!

 

Tudo ocorreu rápido demais, deixou o copo tombar na pia e molhar o chão, enquanto era puxada para fora da casa. Quando se deu conta, estava em um abismo que conhecia muito bem. Ela, Pain e Yahiko haviam encontrado aquele lugar há muito tempo, quando saiam das províncias da Vila da Chuva em busca de comida e fugir do caos da guerra. Depois da morte do amigo, Pain ia lá apenas como um meio de ver a paisagem ampla. Aquele tempo havia acabado há muitos anos, e fora esquecido pelos dois, restando apenas um local de tristes lembranças.

 

Eram 3h00min da manhã e um vento forte começava a assoprar no céu novas nuvens carregadas ameaçavam desabar. Konan estava em um silencio. Um silêncio quase mórbido senão fossem os trovões anunciando a chegada da chuva. Não havia encarando o rosto de Pain ainda, e também não estava com coragem para isso. Já sentia um peso desconfortável no peito. Iria começar novamente aquela agonia.

 

Nem ele e nem ela iriam quebrar aquele clima tenso cedo. Havia coisas a ser ditas e perguntadas, de ambos os lados. Só falta um deles se pronunciar primeiro.

 

O céu começava a brilhar com os relâmpagos e os trovões ficavam mais fortes com o passar do tempo – que parecia passar lentamente para a moça – e quando ela estava buscando forças para falar...

 

- Qual o seu problema? – perguntou o ruivo ríspido.

 

Aquela pergunta tomou forma de uma adaga atravessando o corpo de Konan lentamente, só para causar mais dor. Ele era assim, não se importava com os sentimentos das pessoas – achava ela.

 

- Konan, o que se passou na sua cabeça quando desapareceu de uma hora pra outra? Não sabe os problemas que me causou essa sua pirralhice de sumir sem avisar.

 

Mais uma.

 

- Realmente... – uma pausa. Uma longa pausa onde ela esperava a adaga que iria ferir-lhe mais com as palavras dele. – Você é um problema.

 

E aquela doeu como nenhuma outra doeu antes. Então era apenas mais um peso morto? Depois de tudo o que ela fez para a Akatsuki e o próprio ruivo, ele a considera um problema? Apenas o aporrinhava. Sentiu o nó se formar na garganta, a fazendo ficar sem ar e com uma dor imensa no coração.

 

As palavras haviam sumido e dado lugar para as lágrimas sofridas de um amor inútil por ele. Inútil porque só foi usada por ele em todos esses anos. Não se passava de mais uma que apenas trabalhava para ele. E somente isso.

 

Escutou ele se aproximar e pousar sua mão pesada em seu ombro a fazendo contorcer os lábios, tentando guardar as lágrimas. Não queria chorar na frente dele, isso só iria aumentar sua agonia.

 

- Não quero que você faça isso novamente. Nunca mais. Me entendeu, Konan? – Seu nome foi proferido com certo desprezo, e não fez nada a não ser ficar em silêncio e sentir o nó subir ainda mais pela sua garganta.

 

- Quem se cala consente. Boa garota. – e se afastou dela, pisando firme pela terra seca do desfiladeiro, tendo o som das sandálias se arrastarem nas rochas abafadas pelos trovões. Logo iria chover, e Konan havia ficado completamente quieta com Pain perto de si. Havia sido fraca e tudo que ela mais queria dizer para o ruivo, foi enterrado com suas emoções novamente, deixado de lado tudo o que sentia por ele. Sua agonia nunca teria fim e iria agüentar aquela dor sozinha. Seu amor era a parte ruim da carne onde Pain descartava sem dó, jogando no lixo e ignorando completo.

 

Não.

 

Não iria passar por aquilo novamente. Estava cansada de sofrer e seria agora onde daria fim em tudo aquilo. Não sabia se ele continuava lá ou se já havia voltado para a caverna, mas iria falar aquilo guardado em seu coração sofrido, que juntou toda aquela amargura por tantos anos. Apertou os olhos com força e suspirou pesadamente. Daria um fim naquilo tudo e seria agora.

 

- Não! Estou cansada disso tudo, Pain... – iria soltar todas as suas emoções. Se ele daria bola? Não sabia, mas que se dane! Iria falar. Não escutava nada atrás de si e então resolveu continuar.

 

- Passamos dez anos juntos e nesses dez anos, tudo o que recebi de você foram desprezo e palavras rudes como se fosse um animal! – o nó entalou em sua goela e logo, iria chorar junto com a chuva naquela noite fria.

 

Sentia um peso em si. Um peso ruim e desconfortante e conhecia este peso muito bem. Ele ainda estava ali, e agora a olhava. Com aqueles olhos circulados e duros como sempre foram.

 

- E nesses dez anos, tudo o que juntei foi amargura e agonia, a das quais você me fez criar. E a cada dia as sentia aumentarem e me machucar mais e mais. E o que você fazia? Nada. Apenas me entristeceu mais enquanto eu sofria sozinha. – sentiu os pingos caírem em sua cabeça e no sobretudo e, logo vários deles caiam e molhavam a terra, e não percebia mais as lágrimas correndo no seu rosto. Dizer tudo aquilo era difícil, mas iria até o fim.  

 

Um trovão forte soou e ela continuou a liberar tudo o que sentia. Precisava soltar.

- Mas mesmo com tudo isso, Pain... – deu uma pausa e respirou fundo, para logo continuar – nunca deixei você ou a organização. Sempre busquei forças para continuar a te acompanhar e faria o impossível para ser útil a você – Hunf, aquilo soou tão dependente, mas ela se sentia assim naqueles momentos. Precisava dele ao seu lado para saber que tudo ficaria bem. E acreditava que ficaria. – Tirei forças da onde eu menos esperava, e quando me dei conta... Estava perdidamente apaixonada por você.

 

Silêncio, mas ela não ligou. Sentiu um peso enorme guardado por anos dentro dela se esvaziar, fazendo-a se sentir relaxada e respirar melhor, como se respirar antigamente sempre fosse algo difícil.

 

- Eu te amo... Sempre amei. Acreditei que te amar sempre me daria forças para estar de pé e agüentar todos os dias ao seu lado. Mesmo ele sendo inútil para você, foi precioso para mim. – e as lagrimas agora eram de puro alivio e alegria. Liberar tudo aquilo nunca foi tão bom.

 

A chuva agora caía por quilômetros e quilômetros de florestas e vilas que poderia estar naquele raio. Sentia os pingos da chuva se misturar com suas lágrimas e nem ligava para o peso extra de seu sobretudo. Estava anestesiada com a sensação de liberdade e alegria.

 

Havia dito todas aquelas palavras com os olhos fechados, e agora abria eles vagarosamente. A primeira coisa que ela viu? Foi algo realmente chocante. Foi o rosto de Pain se aproximar de seu rosto e seus braços longos e fortes rodearem a moça, indo por baixo de seus braços e a aninhando fortemente em seu peito.

 

Os olhos de Konan nunca estiveram tão arregalados como naquele momento. Pain... Estava a abraçando? Mesmo com a chuva, o corpo dele continuava quente, e seus braços a forçavam a ficar perto dele.

 

A sensação de estar ali, rodeada por Pain era simplesmente algo incrível para a azulada. Era de um aconchego enorme, e involuntariamente, seus braços encontraram brechas entre o ruivo, e o abraçou de volta. Chorava baixinho e sentia o cheiro amadeirado dele a entorpecer. Estavam em silencio, mas aquilo bastava para ela. Nunca esteve num momento tão intimo com ele.

 

Ele, porém estava com os olhos abertos, e fitando um ponto desconhecido na paisagem. Nunca pensou que a moça tinha isso guardado tanto tempo dentro dela, e até o chocou saber de seus reais pensamentos e emoções. Amor... Há quanto tempo não havia ouvido ou sentido aquilo?

 

E também não sabia por que a abraçara. Talvez para reconfortar a moça, mesmo sabendo que não iria a corresponder. Ou faze-lá parar de chorar... Ou talvez porque ambos precisavam daquilo.

 

Apenas a abraçou e gostaria de ficar assim com ela por um longo tempo. Mas então...

 

 

- Konan... – ele a chamou. O que ele iria falar?! Tinha algo a falar?

 

- Hai? – sim, tinha sim. Ela não foi à única. A apertou mais nos braços, procurando palavras para melhor se encaixar.

 

- É verdade? – calma... Ele ainda tinha que ouvir novamente aquelas palavras saindo dela. Não conseguia formular frases em sua cabeça.

 

-... Hai... – Konan também estava atônita, o abraço foi inesperado, e agora achava que seria descartada. Pain nunca foi bom com palavras. Lembrava quando criança que toda vez que iam pedir doces para outras pessoas, acabava se engasgando, suando frio e no fim, Yahiko que pedia os doces e ele ficava emburrado. Agir ao invés de falar sempre foi o forte dele.

 

Então agiria.

 

Afrouxou o abraço em Konan, a sentindo tremer e tentar se distanciar dele; ela ainda não estava segura. E muito menos ele no que pretendia fazer. Seu braços esquerdo ainda contornava os ombros da mulher, tocou com queixo com os dedos, vendo rosto molhado dela subir. Os azuis nos cinzas... Encaravam-se. A moça ainda sentia receio do que o ruivo poderia fazer a seguir. Apenas esperou uma reação dele – que não demorou a vir.

 

Sentiu os dedos dele alisarem os fios turquesas de Konan. Ao chegar perto do couro cabeludo. Macios como seda e cheirosos como as flores da primavera.

 

- Pain...? O que você... – e foi calada. Sentiu ser puxada por ele, e logo. Os lábios aveludados dele beijavam os seus que tremeram por um momento, mas logo foi embalada pelos movimentos suaves do homem.

 

Konan não soube descrever muito bem o que sentiu – e acho que até hoje, não poderia descrever o que sentiu naquele momento – foi algo completamente indescritível e bom demais. Seu coração batia com força em seu peito, e sentia Pain na mesma situação. O que seria aquilo?

 

A língua dele pediu passagem para Konan, que não cedeu ao calor que estava sentindo daquele beijo. Logo, o beijo estava em um ritmo envolvente. Uma sensação diferente fluía daquela dança em que os dois se encontravam. Se dependesse deles, ficariam ali juntos por muito tempo. A sensação ótima era o amor que haviam guardado por tanto tempo, e havia jeito melhor de mostrá-lo um ao outro do que aquele beijo?

 

Mas não dependia, e logo o ar se tornou necessário. Separaram-se, mas continuavam próximos, com as testas coladas. Konan inspirava o ar para dentro de seus pulmões e Pain apenas a observava. Ele sentia algo tomar posse de seu corpo, algo que o fazia ficar estranhamente bem, até um pouco bobo – ficamos assim quando amamos não é? – em si.

 

- Promete que não me abandona, Pain? – por fim, Konan disse, ainda olhando o peito do ruivo subir e descer, buscando ar.

 

Pain sabia que Konan o amava – e agora, era óbvio que a amava também. Sempre amou, mas esse sentimento ficou muito bem escondido atrás da sua rispidez – e ela temia ser abandonada novamente. Eles já tinham sido abandonados. Ficaram órfãos, foram largados nas ruas violentas do País da Chuva e perderam até mesmo um amigo. Foram pegos e abandonados quando crianças, e agora ela temia isso acontecer novamente.

 

- Hai... – suspirou. Tinha algo em seu peito e precisava libertá-lo também. – Konan...

 

- Hm? – perguntou, dando um fraco sorriso, porém muito feliz.

 

- Aishiteru.

 

E declarou seus sentimentos por ela também. Encostou a ponta do nariz no de Konan e fechou os olhos. Sentiu os músculos dela travarem, mas não demorou muito até algumas lágrimas aparecerem no rosto esbranquiçado dela. Enxugou-as com os dedos, e sentiu ela o abraçar, e por fim, dizer:

 

- Aishiteru mo. – mais lágrimas apareciam em seus olhos azuis, e Pain, abraçou-lhe a cintura, sentindo uma silenciosa lágrima escorrer em seu rosto.  

 

Amor. Amavam-se até o ultimo dia de suas vidas. E quando morressem, Deus e seu Anjo se encontrariam para ficarem juntos pelo resto da eternidade.

 

 

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

 

William Shakespeare.

 

 

 

 

Owari ♥


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Notas finais do capítulo

O poema de William foi algo pensado na hora do final. Queria deixar um poema cool mas cara... Como foi dificil achar um que fosse bom o bastante ._. tinha até um lá que o começo dele era ótimo pra essa fic, mas a ultima linha soou algo tão sem-graça que eu desisti e coloquei o William mesmo u.u

Pois é! O final chegou :( uma pena, eu gostei de escrever essa fanfic Acho que logo farei mais uma fanfic Pain~Konan! E vai ser algo bem grandinho hein

Até lá!
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