Allen estava correndo pelos corredores da ordem atrás da menina.

– Rinalee!!!!!!! – “Droga! Onde ela estava?!” - Continuava a correr desesperadamente, olhando para todos os lados, até que avista de relance a silhueta da jovem do lado oposto ao que estava.

– Heeeey!! Rinaleeeeeee!!!!! – A garota viu Allen atrás de si, e voltou a correr, entrando dentro do quarto rapidamente. O mais novo após alguns minutos chega à porta do quarto, ofegante... Espera um pouco a respiração normalizar, e o nervosismo diminuir... “Vamos lá...” – abre a porta lentamente e entra.

O quarto estava escuro e silencioso, ele vê a garota deitada na cama de costas para ele. Fecha os olhos com força e novamente respira fundo...

– Rinali...? – À chama um pouco receoso, aproximando-se da cama e sentado na beirada, também de costas pra garota.

O silêncio já estava se prolongando... Até que a Rinalee finalmente encontra coragem para proferir alguma palavra.

– M-me... des-desculpe... – Estava extremamente envergonhada...

– hã?... – Continuava de costas.

– Po-por... t-t-ter...flagrado... vocês... – Allen da um pequeno sorriso e se vira para garota que continuava imóvel.

– Rina...Você não tem que se desculpar... Na verdade eu já devia ter te contado há muito tempo... – Dizia sincero, querendo que a amiga parasse de sentir aquela culpa. Ela se levanta e senta encarando o garoto, era visível que ela segurava o choro... Tudo bem que aquela cena no quarto tinha mexido com ela... Mas não era o principal motivo do choro... Afinal... Ela não tinha culpa de ter começado a desenvolver uma pequena paixão por seu colega...

– Vo..você.. ama..o Kanda?

A pergunta veio rápida, o deixando surpreso... Mas não com duvida da resposta...

– Amo. – Falou calmo, olhando nos olhos da amiga. Não queria a fazer sofrer... Mas tinha que deixar as coisas claras de uma vez... Kanda e ela mereciam isso... Percebeu a menina enxugar as lágrimas, deixando-o mais calmo... Logo em seguida ele sente a mais velha lhe abraçar, ficando um pouco sem reação, até envolver a outra em seus braços afagando seus cabelos delicadamente.

– Você esta bem...? – Perguntava baixo, continuando a leve caricia nos cabelos da garota.

– Vou ficar... Só vai levar um de tempo pra me acostumar... – Seria difícil tentar ver Allen só como um amigo... Mas também não iria negar o fato de que, também, demoraria a se acostumar com seu namoro com Kanda... Todos ficariam em choque...

– Sabe... Você e o Kanda viviam... Vivem brigando... – A garota separa o abraço olhando para Allen, que agora estava encarando o chão meio corado. Ela percebe e solta um pequeno sorriso... Realmente... Os dois não se suportavam... Se bem que Rinalee sempre estranhou esse ódio gratuito que um nutria pelo outro... Será que aquilo queria dizer algo?

– As brigas que vocês têm... São de verdade?

– Hn? – Allen a encara com uma cara de que quem não entendia a pergunta...

– ... Vocês brigam demais... Isso tudo é encenação... Pra ninguém desconfiar? – Ela sorri um pouco vermelha com a conclusão que tivera, vira um pouco o rosto evitando olhar o mais novo.

– Não... Todas as brigas são de verdade... – Allen não podia deixar de rir com a pergunta, relembrou varias discussões que tivera com o japonês, umas de meses, outras de semanas atrás... Por que discutiam tanto hein?... Talvez fossem as reconciliações... Faziam valer a pena qualquer briga... Sorriu mais uma vez com os seus pensamentos... Tudo bem... Rinalee não precisava saber disso...

– Allen!

– O-oi! – Nem percebera a garota o chamar.

– Quando você se descobriu apaixonado pelo Kanda?

– Ah... – Estava novamente com vergonha...

– Olha... Se não quiser responder eu entendo...

– Não, tudo bem... Eu não quero esconder mais nada de você... - Falava olhando fixamente para a parede. Aos poucos um sorriso brota em sua boca, ficando ali por bastante tempo... Parecia estar com o pensamento longe...

– ... No começo eu o odiava...Ele me chamava de Moyashi... E fazia questão de dizer na minha cara que odiava pessoas amaldiçoadas...

– Depois, com a convivência... Algumas missões juntos, eu percebia que às vezes ele se comportava de uma maneira diferente... Mostrava-se... Meigo e atencioso... Mas voltava rapidamente ao seu humor natural... Que era nenhum. – riram da ultima parte.

– E como você sabia que ele gostava de você?

– Sei lá... A gente estava numa missão, e sem querer a gente se beijou... – Falou sem se importar, não percebendo a cara que a menina tinha feito. ‘Sem querer?’ Como duas pessoas se beijam sem querer?? E principalmente... Como duas pessoas que se odeiam se beijam sem querer??... É... As coisas começavam a ficar claras pra a menina...

Allen percebendo a desconfiança da amiga, rapidamente corou e se defendeu.

– O-oque f-foi?... Foi sem querer MESMO!

– Calma... Eu sei... – Concordou, dando um pequeno sorriso, tentado não deixar o amigo mais envergonhado.

As coisas começavam a se encaixar... Claro que ainda gostava do pequeno, mas revendo o passado parece que tudo indicava a real situação... Não tinha como um fugir do outro, na verdade... Pareciam ser feitos um pro outro... Um pequeno sorriso surgiu com o pensamento, é... Com certeza...