Aquela tarde de outono parecia se arrastar... Principalmente pra certo exorcista...

– Não Lavi! – Pela centésima vez Allen negava. Não aguentava mais escutar a voz do ruivo. Ele tinha ido a cantina fazer... Fazer oque mesmo? Não se lemb-... Ah sim! Ele estava entediado e foi dar uma volta, só que encontrou Lavi, que o chamou para fazer companhia. Só que agora já estava a mais de meia hora sentado, cansado... E principalmente arrependido de ter topado com o mais velho. Este por sua vez se ajoelhava ao seu lado...

– Por favooor Allen! – Choramingava aos seus pés.

– Não Lavi! Isso é errado!

– Por que errado? O Yuu-chan esta em missão! E... E o que os olhos não vêem o coração não sente! – O tom divertido da frase, deixou o menor com um leve sorriso no rosto, não acreditando nos argumentos do amigo.

– Você acha mesmo que um bordão velho desses ia me convencer? – Dava leves risadas, enquanto o outro se levanta do chão aproximando-se de seu ouvido...

– Se não funcionar pode ser que outra coisa funcione... – Fala levando o nariz até a nuca pálida aspirando todo o seu cheiro, começava a distribuir leves beijos... De repente Allen o empurra, fazendo-o ficar longe.

– Sai daqui Lavi! Eu amo o Kanda, e não você!

– Allenzinho você nunca ouviu aquela frase “Se não há química tente a física!?”

– Hahaha... Essa foi péssima Lavi. – O mais novo se levanta do banco com um sorriso divertido, Lavi não tinha mesmo noção...

– Viu? Eu te faço rir! Aquele japonês só deve te fazer sofrer... – Falava tristonho, se pondo ao lado do menor, envolvendo seus ombros com um de seus braços.

– haha... Você esta enganado.

– Como você sabe? Pelo que sabemos foram ele e Rinalee SOZINHOS para a missão... – Sua voz tinha um tom de mistério e malicia, que fazia o menor começar a imaginar coisas.

–  ... A Rinalee é minha amiga ela nunca...

– Daria em cima do Kanda, que na mente dela é solteiro? – Adiantava-se, plantando cada vez mais a insegurança na cabeça do mais novo.

Allen se contorcia em pensamentos, enquanto Lavi ria de sua expressão séria.

– Mas...

– Mas eu me lembro que nem você e muito menos o Yuu! Contaram pra ela que estavam juntos... Fora que o Yuu não é lá muito confiável... – Sussurrou a ultima parte, firmando de vez a insegurança que pairava na cabeça pequena após tantas perguntas suspeitas. Será que Kanda era capaz? Allen realmente tinha parado pra pensar em tudo que Lavi dissera.

Aproveitando-se da desatenção do menor, Lavi pega um pequeno copo com água sobre a mesa e põem uma substancia desconhecida.

– Eu nunca tinha pensando nisso... – Diz um Allen totalmente alheio as ações do ruivo.

– Calma, não pense tanto... Toma essa água com açúcar... – Lavi entrega o copo ao seu “alvo”, que o leva até os lábios.

“Isso! Você caiu na minha!” – Pensava, já soltando fogos de alegria em seu interior. Porém seu sorriso logo se desfaz ao ver o menor retirando o copo da boca, com uma expressão menos tensa, acompanhada de um suspiro conformado.

– Não adianta... Eu confio no Kanda, ele às vezes age como um desgraçado, mas eu o amo.

“ARGHH! Que desgraçaaaa!!!” – Nessa hora Lavi se contorcia por dentro, mas não deixava o outro reparar.

– He he he he. Você me convenceu Allen-kun! Acho que o único lugar que vou dormir com você é nos meus sonhos. – Ria forçado, dando um passo para o lado, se afastando do pequeno.

– Ai,ai... Vou pro meu quarto, até mais! – Allen fala sem paciência depois de escutar Lavi e sua imaginação fértil.
O ruivo fica lá parado só olhando o menor sair da cantina.

­OoOoOOoOooOOoOooOoooOooOOooOoOOoO

– Como foi à missão? – Da um leve selinho no parceiro.

– Foi normal... – O mais velho se senta na cama, e começa a tirar os sapatos.

– Normal? Normal como? – Allen se escorava em uma das paredes do quarto, enquanto olhava para o mais velho.

– Oque você tem?! Eu já disse normal! Quer dizer que não teve nada demais! – O tom de voz do mais velho se altera um pouco, afinal Allen nunca o enchera com essas perguntas.

– Tudo bem, não fica nervoso... – O pequeno se desencosta da parede e vai até Kanda, sentando em seu colo. O moreno envolve sua cintura possessivamente, enquanto sente seu pescoço envolto pelos braços do mais novo. Não esperaram muito até começarem um beijo lento e apaixonado.

– huuum... e... a Lenalee...? – O menor falava entre o beijo.

– Oque? – Kanda parti o beijo, encarando Allen com uma cara de duvida.

– hehehe... – Ria tentando camuflar o nervosismo.

– Você falou Lenalee?

– É...Foi! Como ela esta?

– Hummm ela ta normal, como sempre... – Encarava Allen desconfiado... Ele estava agindo muito estranho.

– AH!QUEBOMEUTEAMOMEDAUMBEIJO! – E rapidamente agarra o pescoço de Kanda beijando-o afoitamente, este por outro lado arregala os olhos com a atitude sem lógica do mais novo, tinha algo errado com Allen... Separa o beijo e encara o pequeno.

– Oque você tem? Aconteceu algo? – Falava com a mesma desconfiança de minutos atrás.

– Não... Não foi nada...

– Tem certeza?

– NÃO! – Responde rapidamente, sem encarar o moreno.

"Sabia...” – Oque foi?

– O mesmo de sempre... Lavi e suas investidas. – Matinha o tom de voz baixo, ainda enlaçado ao pescoço do maior.

– DE NOVO!!! – Agora Kanda se exalta! Não era a primeira vez que aquele ruivo tenta algo com Allen!! Remexia-se com raiva tentando se levantar da cama, queria ir atrás do maldito coelho e fatia-lo por inteiro! Mas o menor não deixa. Se acomoda melhor no colo do mais velho e tenta o acalmar.

– Calma... Dessa vez ele nem passou o dia enchendo o saco, só bastou dizer que confiava em você.

– E por que não confiaria? – Questionou em um tom ríspido.

"Não é isso..." pensou Allen, na verdade ele não conseguia tirar da cabeça a conversa com Lavi, sabia que o ruivo era muito brincalhão, mas todas aquelas questões mexeram com seus pensamentos... Contudo preferiu continuar a manter segredo do moreno... E começa a trocar de assunto sorrateiramente...

– Não esquenta! Você sabe como o Lavi é!

– É... – O mais velho suspira conformado, e vira o rosto para o lado parecendo ainda meio nervoso e cabisbaixo. Allen vendo a expressão de seu amado começa a distribuir vários beijos em seu rosto, e lentamente vai o empurrando de encontro à cama deitando-se sobre ele.

– Eu senti saudades... – Diz abaixando os beijos até seu pescoço, fazendo o mais velho suspirar.

– Hum...também... – Percorre as mãos por todo o corpo do menor de uma maneira afoita, afinal passaram três -diga-se de passagem- longos dias sem se verem, se tocarem... E aquilo mesmo não aparente aos olhos dos colegas da ordem, era visível nos dois... Cada toque... Caricia apressada e afogueada pelo desejo, era também carregado de saudades.

– Vamos... huuhnn.. tirar .. o atraso?? - Gemia no ouvido do mais velho, fazendo o revirar os olhos.

– ... Cla-claro-o..!! – Segurava a cintura pequena com força, deixando Allen colado a si. Este gemia longamente, antecipando a noite que teriam...Onde matariam aquela falta um do outro...