POV Bella

O tempo passava muito rápido, já fazia um mês que minha vida mudou completamente. Nunca pensei isso, mas como uma palavra vira sua vida de pernas para o ar. Agora eu estava solitária em um dos apartamentos mais chiques de Nova York com roupas rasgadas e velhas, descabelada e o pior: esperando a morte.

Nesse mês que estava passando, pensei muito, acho que até demais. As ligações de amigos e pessoas mais próximas enchiam as chamadas de meu celular, me perguntando o que havia acontecido e como eu estava. Não fazia questão de responder. Já a família, eu falava que precisava de um tempo para refletir e ajustar minha vida. Meu plano saiu magnífico, todos ficavam preocupados, mas relevavam.

Eu estava, simplesmente, pronta emocionalmente para morrer.

Lavava algumas louças do café da manhã, e ouvi passos chegando a e depois três batidinhas na porta, me assustei. Respirei fundo, limpei minhas mãos cheia de sabão e abri a porta. Quando vi uma pessoa grande, muito forte e com um cabelo bem raspadinho encostado na lateral de minha porta, era Emmet. Ele não estava nos melhores dias dele, estava com uma cara de desprezo e acanhado.

Entrou e sentou na minha poltrona, olhei para ele, tentando refletir o estava acontecendo, sentei-me no sofá e olhei para ele, e com uma voz calma disse:

- Emmet, o que aconteceu? O que está fazendo aqui?

Ele me encarou feio, levantou-se e parou na minha frente e disse, eu um tom quase de grito:

- O que aconteceu, Bella? Nada, só minha irmã que enlouqueceu!

Agora estava começando a me irritar aquela fúria dele e falei:

- Não enlouqueci! Só quero um tempo para mim, refletir.

Ele fingindo que não ouviu aquela minha frase, continuou:

- Você largou o emprego, não tem mais contato nenhum com seus amigos e agora, sua família não existe mais né? Bella, estou muito triste com você, pois você sabe que eu, mamãe, papai e até a ranzinza de minha esposa, estaremos sempre ao seu apoio.

Agora suas palavras estavam mais leves, mas sua face ainda estava à mesma. Olhei para ele e disse:

- Eu sei. Por favor, está acontecendo muitas coisas comigo, a ultima coisa que esperava era te magoar, Emmet. Você foi a pessoa que mais me apoio nessa minha breve vida. – Me calei, com algumas palavras amais poderia contar a ele todo o meu segredo.

Ele olhou para mim, agora com uma cara de dó, ajoelhou em minha frente e falou:

- Bella, se você não quer me contar tudo isso, tudo bem. Mas sinto que você precisa desabafar com alguem, e já pensei numa solução. Vá se trocar, arrumar seu cabelo e por uma maquiagem.

Eu contrariada disse, com leveza para não trazer de novo ao seu rosto aquela fúria:

- Maaaas... Emmet, não posso – Nessa hora minha cabeça caiu, e pensei, que se eu não aceita-se  Emmet ia ficar ainda mais triste e magoado, e era possível ele nunca mais querer ver minha cara. Olha para ele, e sussurrei:

- Tudo bem – Nessa mesma hora ele me levantou e me deu um abraço, era tudo que eu precisava naquele momento, ele me apertava também que eu choramingava, mas ao mesmo tempo, parecia um abraço de despedida e para esconder toda a magoa, ele me soltou e deu um empurrão para eu ir me arrumar.

Estava pronta em menos de dez minutos, tinha escolhido uma calça jeans, uma camiseta xadrez e apenas dei algumas escovadas sobre meu cabelo, não fiz questão de me maquiar, não ligava mais para isso, minha aparência não era ótima, mas dava para deixar de ser o centro das atenções por alguns instantes.

Emmet estava vendo seu seriado preferido, quando se levantou, olhou-me para mim dos pés a cabeça e exclamou:

- Fabulosa. Essa é a minha Bella. – eu soltei um sorriso, e disse, fingindo que estava animada:

- então... Vamos?

Ele pegou minha mão, me jogou para fora do apartamento, trancou e me deu as chaves. Até sair do apartamento, ninguém mencionou nada, e nem puxamos assuntos, apenas trocava- mos sorrisos, sorrisos preocupados com sorrisos falsos.

Começamos a caminhar pela as ruas, senti-me livre aquele instante, parecia antigamente, quando acordava e saia de casa, com uma alegria e animo para enfrentar todos aqueles momentos do dia. Ele vendo que nenhuma palavra sairia de minha boca, falou:

- Todos estão com saudades de você.

Eu dei um sorriso com esperança, e perguntei:

- como estão todos? Mamãe?Papai? e Rose?

Ele que não esperava que saíssem palavras de minha boca, se animou, deu um pulinho de leve e continuou:

- Eles estão ótimos, estão com saudades, mas ótimos, Mamãe está fazendo um curso de confeitaria, e os bolos dela está cada dia melhor; Papai está querendo parar de trabalhar na fabrica, e abrir uma loja de material de construção; Já Rose, está como sempre, ranzinza e mal educada, mas estamos tentando melhorar isso... Só que tenho certeza que nunca vai acontecer isso – ele riu. Após ouvir tudo aquilo, um sorriso veio ao meu rosto, eles estavam ótimos e felizes, e isso que importava, mesmo com a tristeza em meu peito de não poder ficar mais com eles, estava relaxada em saber que todos não se preocupavam tanto comigo, com exceção do Emmet.

Chegamos ao um prédio, bonito, limpo e muito bem arrumado, olhei para cima e vi uma, mas como estava sem óculos não consegui ler. Entramos e fomos recebidos por uma mulher muito bem arrumada, e com uma facilidade de conversação, ela nós disse que era para nós esperarmos e logo seriamos atendidos. Fiquei assustada, onde Emmet estava me levando? Levantei-me e fui ao mural atrás de mim, para ver se poderia descobrir alguma coisa, já que Emmet não falava de jeito nenhum.

O mural era todo branco, com varias fotos e diplomas. Vi todas as fotos e todos os diplomas, até que uma coisa me chamou a atenção. No centro do mural, havia um cartão igual a que o homem de me salvou naquela noite terrível me dera. Arregalei meus olhos, e na hora vi que Edward Cullen, o homem que me salvou, ia ser em alguns minutos, aquele que iria ouvir todo minha historia fictícia, porque não iria contar para ele, todo o meu segredo, pois mesmo ele dizendo que tudo que eu falasse iria ficar em sigilo, saberia que iria contar para Emmet, já que os dois eram amigos de longa data.

Ouvi uma porta de abrir, e ouvi uma voz calma e leve dizer: Próxima... Isabella Swan.

Tremi, aquela era a hora de conhecer o cara que me salvara daquela noite, e relembrar tudo aquilo que tentava esquecer todos os dias.