Frenética escrita por AliceCriis


Capítulo 4
- TRÊS -




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- TRÊS -

            A garota não estava afim de olhar para a cara cínica de Dan; Simplesmente marchou – com suas botas de salto alto – pelo corredor com temor de encontrar algum babaca amiguinho do rapaz.

            - Hey! – uma garota ruiva gritou atrás dela – Ju!

            Junie parou para olhar para a garota que a seguia: Victória. Uma de suas melhores amigas. Victória correu em direção de Junie, mas não conseguiu parar; perdeu o equilíbrio e caiu de costas no chão.

            - Vick... Tome mais cuidado garota... – Junie riu pouco e ajudou a jovem se levantar.

            Victória tinha cabelos – muito – cacheados e ruivos. Olhos azuis como água límpida de um riacho, e um corpo magérrimo. Victória fora transferida da Flórida á algumas semanas, e logo encontrara Junie – que por sua vez transformou-se um uma grande amiga.

           - Por que está correndo tanto? – perguntou a ruiva, já em pé.

            - Ainda pergunta? – Junie estreitou os olhos para Victória, e ouviu mais alguém a chamar.

            - Ju?! – era Nathalie;

            - Aqui, Nath... – Junie levantou a mão em sinal de aviso de onde estava.

            - O que aconteceu? – perguntaram as duas amigas cercando Junie.

            Nathalie, Victória, Heidi e Renata – eram as melhores amigas de Junie. Heidi e Renata estavam viajando – NY – e voltariam depois de duas semanas. Ou muito talvez... não voltariam.

            - Dan... Aquele encéfalo... – Junie não soube direito do que falar mal o garoto, e falou a primeira palavra que veio á cabeça.

            - Junie... Encéfalo não é bem... Hm... Uma agressão verbal. – Ensinou Nathalie: com sua mania de corrigir as pessoas.

            - Dane-se... – deu de ombro Vick – Mas o que ele fez?

            - Cheguei atrasada, e tive de me sentar com aquele estrupício! – nestas alturas, elas já caminhavam para o ginásio para treinar natação: as melhores nadadoras da escola;

           - Espera aí... Mais você e Nathalie não sentam sempre juntas? – Vick interrogou.

           - É... mais eu não sei o que Peeter, meu cunhado do $$#¨#$%@$#¨ estava fazendo no MEU lugar, ou seja, ao lado de Nath. – almejou Junie.

            - Eu estava guardando seu lugar. Quando o metido do Mesen se meteu no seu lugar, colega... – desculpou-se a menina de olhos puxados.

            - Ok... Mais da próxima vez, se ele se atrever a sentar-se no meu lugar, ele terá sido castrado por minha gêmea... – Junie estreitou os olhos, furiosa.

           - Estão dois minutos e meio atrasadas meninas. – era o treinador Billy; Billy Jack. Tio de Junie.

           - Ah, treinador... Você também não! – Junie grunhiu e foi para o vestiário pisando forte.

            - TPM? – perguntou a Nathalie, depois de Junie desaparecer dentro do vestiário.

            - Você nem faz idéia, Treinador. – ela revirou os olhos e seguiu as duas amigas.

[...]

           Dan acabara de colocar seu capacete, e estava pronto para o treino; ele – como capitão do time de futebol, tinha que se empenhar ao máximo para os jogos e afins, mais não era o que ele queria. O futebol era um meio de ser pai orgulhar-se dele, e outro: conseguir irritar Junie Stoller.

           - Ei, Withlock! – chamou o treinador.

           - O que foi dessa vez, treinador? – pediu Dan bocejando, irônico.

            - Sua vaga de capitão da partida, está por um fio garoto... – o treinador usou um tom cortante e forte – Tome cuidado, ou o McCarty toma o seu lugar fácil, fácil!

            - Jhonny? Jhonny o cabeça de melancia pra capitão do time?! Ora, é claro que o amendobobo, vai fazer uma liderança mil vezes melhor que a minha. – pausou pensativo – Quer saber, treinador? Dê a vaga ao McCarty se acha que ele é o merecedor do cargo; Estou fora dessa. Não me venha pedindo pra voltar. Vou fazer parte do time de natação; - Dan jogou o capacete na frente do treinador, e correu para o vestiário; onde estava Peeter.

           - Dan, Brow? O que você ‘’ fazendo? – perguntou estranhando o amigo tirar o uniforme do time de futebol.

           - To fora, Peeter. To fora desta DROGA! – exasperou Dan. Nesse súbito momento ele vira que nada no futebol o realmente agradara. – Eu não sou feito pra isso, amigão... Jhonny será um capitão melhor que eu... Ao menos, eu acho. – Dan sorriu e colocou sua roupa da escola. Calças Jeans e camisa social cor azul e dourado, enfim estava pronto. Caminhou apressado pela escola, procurando habilmente a diretoria.

           Encontrou a porta de madeira entre aberta.

            - Diretor Arwin? – chamou Dan com sua mesma apatia.

            - Entre, filho... – disse o professor com a voz distraída.

            O garoto, afastou a porta e entrou na sala, irônico e apático – como sempre;

            - Do que precisa garoto? – perguntou a Dan, enquanto assinava alguns documentos.

            - Eu quero trocar meus treinos do time de futebol, por os turnos de natação. – respirou fundo, Dan.

            - Senhor Withlock não é? – finalmente o diretor olhou para o jovem. Senhor Volturi, era pálido e tinha olhos negros, cabelos longos e lisos, e com o mesmo pigmento de seus olhos. – Não é o capitão do time?

            - Fatidicamente, era. – Dan deu de ombros.

            - Algum interesse na área dos esportes aquáticos? – perguntou o diretor, procurando a ficha do rapaz.

            - Digamos... Preciso pescar minha sereia... – Dan levantou os ombros e as sobrancelhas.

            - Garota não é? – pausou Aro, olhando para Dan de forma firme e concreta. – Não era seu pai o capitão do time de futebol?

            - Infelizmente. – sussurrou Dan em resposta.

            - Não quer seguir os passos do grandioso Harry Withlock? – perguntou interessado recostando-se em sua cadeira.

            - Nunca tive interesses firmes em futebol, sempre preferi pólo aquático; mais quero ir para a aula de natação, se não se importa. – Dan era frio e sutil.

            - Mas me conte meu jovem, quem seria a sorteada? – levantou os ombros, o diretor.

            - Ah... Acho que esta resposta é meio que... ‘pessoal’ demais para ser compartilhada com o diretor... – comentou Dan, fingindo a apatia.

            - Bom... Se não quer contar-me, vou ficar lhe devendo esta vaga, meu jovem. – revogou o diretor.

            - Tudo bem. – concordou o aluno, ele estava desconfiado das intenções do diretor... O que ele teria a ver com ele, ou sequer Junie? – pensou Dan – Nathalie Weber. – mentiu Dan.

           -Hm... A irmã de Angela, que é amiga de minha filha. – o professor avaliou. – Tome, esse é o seu passe, e logo seus uniformes estarão com você. Mas procure ficar fora de encrenca, ok? – perguntou o diretor levantando-se.

           - Tudo bem. – definitivamente, Dan era um exímio ator. Escondeu suas desconfianças e recebeu o papel do diretor. – Adeus, diretor. – terminou dando um ‘adeus’ quase grifado.

            - Até breve, garoto. – o diretor retrucou.

              Dan saiu da sala com calafrios. A cara branca do diretor era algo que sem dúvida daria pesadelos á uma criança menor – e com sorte, ele estaria livre do diretor em seus sonhos essa noite.

           Um miado que quase tirou Dan de seu corpo o atormentou de repente. Uma linda gata estava caminhando vagarosamente – e mais que preguiçosamente – em sua direção. Era uma persa, de pelos cinzas e uma mancha em forma de estrela no alto de sua cabeça. Um longo rapo, e um colar rosa com um pingente de diamante pendia em seu dorso.

            De repente, a gata lançara-se em sua direção, quase derrubando Dan. Depois do susto do pulo da gata ter sido superado, ele olhou em sua coleira rosa para saber seu nome.

Cécilys Monnotyêr – Residência Stoller & Stoller

           Como não a reconhecera? – ele se perguntava.

            Cécilys era a gata de Ju, o seu “xodó”. A gata também era conhecida por ser uma agente secreta do FBI – a gata sumia por mais de dois dias, e depois re-aparecia, sã e salva.

            - Quer que eu leve-a até sua dona? – perguntou Dan á gata em seu colo. A gata apenas ronronou e ele entendeu como um “sim”.

[...]

            - Está me devendo cinco segundo, Junie! – o treinador Jack, exigiu olhando em seu cronômetro.

           Para Junie, a coisa mais pura e digna de sua confiança, era a água. Submergir seu corpo nesta porção líquida, indefinível. Estar sendo coberta pela força e confiança do frescor da água. Era a única coisa capaz de acalmá-la. Desde criança, ela tivera este vício. Suas irmãs achavam exageradamente que ela não saíra de dentro da piscina.

            E de mesma forma, era assim de fato.

            - Treinador! – ela reclamou ajeitando seus óculos – eu consegui cinco segundos a menos do previsto!

            - Sua meta é menos cinco segundos! – mandou o homem – Vamos... Um. Dois. Três. Vai... – Junie impulsionou suas pernas, e as moveu veloz, cortando a água.

            - Vamos Junie... você consegue... – murmurou o treinador para si mesmo. Junie chegou á outra ponta e logo, estava na frente o homem á beira da piscina.

            - Dois segundos, Junie. – inebriou o homem – Aumentarei seu horário de corrida. São trinta e cinco minutos, não é? – perguntou ele de má vontade. 

            - São... mas... – ele a interrompeu.

            - Nada de mais! Tem de ficar em forma! – gritou e treinador.

            -Liga essa droga de cronometro! – Junie mandou, e depois se atirou para dentro d’água.

            A velocidade que ela atingira fora surpreendente. Três vezes mais rápida que a vez anterior. Suas amigas pararam no meio do percurso para olhá-la e as suas técnicas também. Seu técnico – Billy - sorriu de orelha á orelha.

            - E aí? – ofegou ela, recolocando-se na frente de Billy.

            - Menos 10 segundos... – gargalhou ele. – O estadual é nosso!

            - Ei... Não posso ter um dia de folga das corridas quem sabe? – pediu respirando pesadamente. Enquanto seus admiradores a aplaudiam nada hesitantes.

            - Menos cinco minutos, garota.  – concordou o técnico.

            - Só cinco minutos? – bufou ela espirrando água em seu treinador.

            Mas algo os impediu de continuarem a discutir.

            As postas do ginásio corcovearam, e deram passagem á um cara, com uma gata no colo, na primeira olhada Junie não acreditou, porém segundos depois, ela caíra na real.

            - Cécilys! – exclamou ela, pulando para fora da piscina. E foi apenas aí que ela notou quem segurava avidamente sua gata: Dan. – O que esta pensando? Como achou ela? E qual é a moral para pegar meu doce anjinho em seu colo irresponsável e cabeça oca? – Junie roubou a gata do colo do garoto com agilidade, fazendo a gata gemer de desprazer.

            - Hey... Ela que pulou em mim! – defendeu-se Dan. – E... Ela estava gostando de mim, ao contrário do que você faz!

            - Saia de perto de mim, e vá para sua horda de trogloditas! – respirou Junie afagando a gata – em palavras mais simples para que você as entenda, seria seu querido time de futebol.

            - Não sou mais do time... – Dan grunhiu.

            - Era irresponsável demais até para isso? – Deu de dedo Junie, na cara de Dan.

            - Ei, ei, ei! – grunhiu o técnico de Junie – Vamos parar com a discução. E você rapaz? O que está fazendo aqui? – perguntou o técnico.

            - Estou procurando o Senhor Jack... Ele será o meu técnico de acordo com o que diz aqui... – leu Dan.

            - Não! – Junie arregalou os olhos – Você é cara mais idiota que eu conheço! Você tem que estar no meio dos idiotas! Ser o capitão dos idiotas... - berrou Junie sacudindo a gata em seu colo.

            - O que faz aqui rapaz? Você sempre jogou futebol... É alguma piada? – perguntou o técnico.

            - Não...Não, apenas vi que preferia a natação. – deu de ombros Dan de maneira cínica.

            - Ora, se mande daqui garoto! – mandou Nathalie chegando ao meio deles.

            - É sério pessoal... Quero MESMO fazer aulas de natação... – bufou Dan.

            - Não posso revidar uma ordem de Arwin. Ao menos, me de isso. – grunhiu o treinador pegando o papel, mal educadamente das mãos de Dan.

           - Não quero mais nem saber... – Junie exasperou falando mal baixinho, e batendo os pés até o vestiário das meninas.

           - Junie... Acho que o treino de hoje acabou mesmo. Então. Evite a parar de correr... – aconselhou o treinador, mal sendo notado por Junie.

            Nathalie e Victória a seguiram impacientes.

            - Vocês acham que ele está falando sério? – perguntou Nathalie mordendo o lábio.

            - Pode-se esperar tudo do senhor surpresinha, ali... – comentou Vick.

            Junie simplesmente as ignorou. Apenas apertou sua gata – fugitiva – em seu colo, e rogou praga a Dan que morresse afogado, se isso fosse só mais um pretexto para incomodá-la.


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