Ars Olins, estado de guerra escrita por MT


Capítulo 1
Prólogo - Não pretendo trabalhar para você


Notas iniciais do capítulo

Em um misto de fantasia e ficção cientifica começamos por aqui, sente-se no seu cômodo favorito, chute as crianças para fora da sala(não literalmente) e esteja com uma bebida relaxante a disposição pois o show está para te mergulhar em um trama cheia de reviravoltas!



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Erwin Smith era incomparável sob os céus. Um homem de um país medíocre qualquer, abençoado por genética ou… deus? Não teve uma resposta conclusiva sobre o responsável e isto pouco o importava. Matara bestas selvagens antes de aprender a andar, conhecia todos os caminhos das ilhas do país de Gales e media distâncias tão precisamente quanto uma máquina até na época em que não sabia mais que somar e subtrair. Em vinte anos de sua existência havia transformado seu pequeno país subdesenvolvido em uma economia emergente com previsão de ser potência em sete anos.

Agora, do meio dos céus, como uma divindade cujos pés pisam no vento do mesmo modo que na terra, encarava o negrume navegando com a marca rubra de Marte atada a pele. Embarcações cargueiras, porta aviões e navios de guerra. Trinta no total.  A sete quilômetros de cruzar a fronteira marítima de Gales.

Guerra.

Ventos frio balançavam-no as roupas, o sol brilhava só no azul de cima e o odor salgado do mar inundava o ambiente. 

É comum um grande número de pessoas na internet achar que guerras são coisas do passado ou de lugares distantes demais de si. Mas países pequenos sabem não estarem na mesma posição. Sete do nosso tipo foram engolidos por uma grande nação na última década

E o responsável por fazê-lo cinco vezes marcha para cá.

Desceu sobre o navio na ponta dianteira da formação. O som dos calçados contra metal foi suave, mas o ar percorreu ruidosamente a superfície da extremidade do veículo. Era uma belonave com dez canhões a esquerda e direita de sua longa estrutura, revestida com matriz escura, único material capaz de resistir a duas ogivas nucleares em sequência. De suportar a temperatura de treze mil graus celsius. Erwin sorriu. Testou pressionar a estrutura com sua habilidade especial. O metal cedeu o ''zero vírgula três milímetros'' como pretendeu que fizesse enquanto os tripulantes vinham.

A embarcação era ocupada por dois mil soldados armados e treinados se o contorno de suas figuras podia ser confiado. E pode, esse detalhe nunca mentiu para mim antes.

O som das botas contra metal anunciou a marcha e as silhuetas tornaram-se progressivamente mais claras conforme se aproximavam. Eles pararam a três vírgula três metros de Erwin. Vestiam uniformes de placas negras sobre tecido vermelho com a logo do país de Marte, uma auréola com asas e olhos, no centro. Rifles pretos pairavam-lhes com os cabos rubros ligados ao braço e lateral esquerda do peito. Não me interessam. A comandante da frota, irmã do rei Antares, era responsável pela liderança militar. Apelidada de ''demônio fora da ilha''. Grandemente abordada nas mídias por ações polêmicas antes e depois de tomar o cargo atual. Vanguarda soava como o que seria esperado de alguém que tão proativamente se envolveu em conflitos. Por isso estou aqui.

Iria falar com Ars Olins.

Fitou os sujeitos que se puseram a sua frente. Altos, baixos, com barba curta ou nenhuma. Mulheres, homens. Fechou os olhos atrás do óculos escuro de lente redonda e ergueu as mãos em sinal de rendição.

— Vim conversar com Ars. Sou Erwin Smith do país a leste daqui, Gales. Um conjunto de ilhas cheias de montanhas e cabras - disse amigavelmente, o dedo apontando para trás de si e um sorriso curto na boca. - Tenho uma criação de cem delas e faço dez quilômetros de corrida toda manhã. Meu vizinho diz que sou praticamente uma cabra.

Riu sob a vista de bocas e olhares duros de soldados armados. Parou rapidamente. As palavras de Evaristo bateram à porta. ''Como comediante é um maravilhoso exemplo de humildade''.

Erwin Smith nunca foi humilde desde o momento do seu nascimento.

— Se retire do barco e esqueceremos sua impertinência - o homem na frente do grupo. Quatro pairavam à esquerda e cinco à direita dele, um passo atrás, com peitos subindo e descendo tenuamente ao ritmo da respiração. Dois do canto direito suavam e a imediatamente a esquerda deslizava o dedo pelo gatilho da arma.

Baixo e musculoso, bigode loiro e íris castanhas, o da dianteira cuja voz era grave.

Energia mágica fluiu pelos tubos até as armas e estas foram apontadas a Erwin, um homem magro, com cabelo negro curto nas laterais e dotado de tranças rentes a nuca em cima que desciam à traseira da cabeça. Usava uma camisa preta, grossa e de gola e mangas altas.  No canto esquerdo do tecido sobre o pescoço trazia o broche formatado no símbolo do redemoinho que representa Gales.

Erwin tem orelhas longas e pele escura, as íris por trás dos óculos são azuis. É um elfo. O sorriso dele morreu, as mãos baixaram e foram aos bolsos da calça. Viera ter certeza das intenções da chegada desse poderio militar tão próximo de Gales.

E se necessário, eliminá-lo.

— E então, Ars? - falou alto e andou para frente. Da proa para o piso prateado do barco, as ondas soando ao fundo em conjunto com o vento. Havia o toque de peixe, água e sal para onde quer que cheirasse.

Um gatilho foi pressionado. O estouro ecoou pelo ar. Súbito agitar, comprimir e lançar. O projetil seguiu na direção da cabeça nua do elfo negro. Era um dos rifles militares projetados para perfurar estruturas de alta resistência, como corpos reforçados por mana(energia mágica), armaduras e também mostraram-se capazes contra tanques com blindagem de titânio de até vinte centímetros de espessura.

Levou menos que um piscar para a bala estar a uma mão da bochecha dele e de pôr a voar para todos os lados carne, ossos e sangue. Uma esfera escura, coberta de faíscas alvas, do tamanho de uma unha, ao alcançar seis centimetros da face do elfo negro, do matar de Erwin Smith, era possivel vê-la. Morte, vida lançada para cima sem ninguém para pegá-la, súbita demais para protestos, silencioso chegar do silêncio final.

Há cinco centímetros de apagar o representante de Gales... era impossível detectar qualquer movimento do projétil. Parara no ar a frente da face dele.

— Um desperdício de munição - os olhos azuis encontraram o atirador. Um robusto rapaz sem barba com metade da cabeça coberta por um elmo atado por tiras a garganta e queixo, de pé no canto da formação do lado direito.

O baixo que tinha a dianteira pousou a mão no aparelho do ouvido.

— Entendido. Enzo escolte-o até a cabine - ordenou. Ainda fitando as lentes redondas do óculos de Erwin. - A comandante Ars Olins o espera.

Aquele imediatamente à esquerda dele do sujeito no centro deu um passo à frente. O pomo de adão subiu e desceu.

— Siga-me, senhor - disse à Erwin. Os demais abriram caminho.

Cinco caças estavam estacionados na pista de pouso, máquinas triangulares com propulsores a traseira e em baixo capazes de alcançar mach nove pelo que o elfo lera em um jornal no setor de curiosidades. Duas trilhas amarelas com lâmpadas de mana vermelha embutidas faziam o perímetro da área para a de locomoção de pessoas e demais veículos. Erwin atravessou a esquerda de uma delas com Enzo a dianteira. Técnicos averiguavam a aeronave no final da trilha, um grupo de militares treinava no espaço entre esta e a penúltima e sete indivíduos carregando equipamentos de limpeza faziam o trajeto contrário ao do elfo.

Chegaram a estrutura sobre o convés e sete metros da borda traseira do navio. Um retangulo negro como a blindagem da embarcação, alto, com janelas carmesins o fitando de cima e um traço vermelho horizontal próximo a borda inferior. O brasão de Marte, círculo escuro com asas e olhos vermelhos, grande na frente.

Enzo bateu na porta, ela deslizou para o lado e Erwin entrou.

Ela estava sentada. Cabelos longos e negros, íris escarlates como os mutantes das histórias, vampiros. Usava uma boina preta de curta aba vermelha, com um círculo dourado no centro do boné do qual asas despontavam da extremidade exterior e com olhos de metal no interior.

Cheirava a fogo. Calor. É esquisito

Os olhares encontraram-se. Arrepios o subiram pela espinha. Por um momento a sala pareceu prestes a entrar em combustão. ´´Ela quer, furiosamente, me matar`` veio à mente dele quase por si só. Erwin engoliu em seco. Diante dela pairava uma mesa com tela digital contendo o mapa da área. Haviam hologramas da frota de Marte indo em direção às forças militares de Gales, um punhado com dez unidades terrestres e três embarcações muito inferiores ao que Ars Olins trazia dispostos ao redor das ilhas, em ritmo constante.

A terra vermelha da guerra domina um terço do mundo. Recente e subitamente os responsáveis por um quarto dele morreram. Plantas, animais, pessoas, bactérias. Ninguém assumiu a autoria ou trouxe uma resposta satisfatória para o que houve. Estudiosos de geopolítica falaram sobre a chegada de uma nova guerra mundial e religiosos asseguraram que a ilha das lendas, Inferno, ascendera do submundo com seus onis, vampiros e licantropos.

Nada disso vale algo

Um senhor em um terno de mordomo o saudou inclinando o tronco. Movimentos fluídos e passos inaudíveis. Ele puxou-lhe uma cadeira acolchoada e marrom. O velho usava monóculo e bigode branco. Seu núcleo de mana, a esfera formada por pequenos pontos de energia movendo-se dentro de cada ser vivo e geralmente localizada no abdômen ou centro do peitoral, era maior que o coração e as fagulhas se moviam rapidamente. Já a de Ars... era esquisita. As partículas pareciam perfeitamente paradas e cobriam do peitoral até toda a cabeça. Com a herança genética dos elfos, ''olhos superiores'' que o permitiam ver a energia mágica mesmo em pequenas quantidades ou escondidas através de pele, carne e ossos das pessoas, Erwin nunca enxergou nada como ela.

Sentou.

— Quais suas intenções com Gales? - Erwin.

Os olhos rubros não cederam um milímetro do encarar. O canto direito da boca subiu. ''He'' a escapou.

— Não é tão impressionante quanto dizem - a mulher.

Rude! Eu sou muito impressionante. Respirou fundo.

— Ainda assim, se suas intenções não me agradarem, terá toda a sua frota mandada para casa ou pior.

Ela soltou um riso breve, o tronco encontrou o apoio de costas da poltrona e o punho a sustentou a bochecha. As sobrancelhas de Erwin subiram num salto súbito, tencionaram, relaxaram e ele a observou quietamente.

''Senhorita'' escapou ao idoso que tossiu com o punho fechado à frente da boca logo em sequência.

Ars fez uma careta e os olhos foram da esquerda para cima e depois a direita antes de voltar a focar no elfo. Os lábios recuaram a uma quase linha.

— Minhas intenções são simples - o timbre gélido. - Há sete anos um meteoro de matéria escura afundou a ilha de Birmingham em Gales, mas por conta da aproximação de uma guerra entre os maiores países do mundo pelo direito de possuí-lo foi firmado um trato onde se comprometiam a não pegá-lo. — apontou o indicador ao elfo. — Eu estou indo tomá-lo. Não fique no caminho. Isso é tudo.

— Compre-o. Não é como se nós de Gales tivéssemos como manusear aquela coisa - Erwin, um ligeiro toque de tensão tomando os músculos ao final. Não se trás tantos navios de guerra para uma compra amigável, ela não vai só dizer ´´é, vou comprá-lo, boa ideia, gato!``.

O canto esquerdo da boca de Ars subiu.

O estômago do elfo remexeu-se de leve. A sala estava quente. Suor começava a descer pela pele.

— Gales será parte de Marte - ela. Silêncio, o ruído das ondas e do vento não os alcançava na sala fechada, prateada e adornada com duas mesas laterais além da central com o mapa. - Fim.

Erwin soltou o ar pela boca, os óculos desceram até a metade do nariz, deixando-a encarar-lhe o azul diretamente. Pousou ambos os braços na mesa, cobrindo parte do mapa digital, rápido e firme, a imagem da região de Gales tremeu e o som do baque preencheu o cômodo. Energia mágica expandiu-se para fora do corpo do elfo e ocupou o aposento.

Destruiria cada pessoa ali se isto significasse manter o povo de Gales seguro. E não vira nada capaz de dissuadi-lo de ser capaz disto.

Ars tamborilou com dedos os braços da poltrona. As partículas de energia mágica dela começavam a se mover. Lentamente. Liberava ondas de calor ao fazê-lo.

O velho afrouxou a gravata, suor descia-lhe a face. Erwin conteve o impulso de enxugar a própria transpiração.

— Converse com a câmara de parlamentares e o primeiro-ministro. Se eles docilmente aceitarem ser parte de Marte, não irei dizer nada. Caso contrário... tenha certeza que eles terão todo o meu apoio na resistência a qualquer ataque - sugeriu, ameaçou, a observou manter o sorriso e o tranquilo encostar na poltrona. O fitar duro de uma fera caçando dela destoando disso.

— A aceitação é irrelevante - Ars, fechando os olhos e dando de ombros. - Eu falei ''será'', mas isso foi só uma ligeira modéstia. No momento que decidi que Gales é nosso - o deixou voltar a vislumbrar o carmesim das íris. - ele é.

— Dê meia volta - Erwin. Tom frio e alto.

Ars inclinou-se sobre a mesa, devagar, e cruzou os braços sobre ela. As mãos de Erwin se foram a meio caminho de fechar, mas não piscou ou fez qualquer outro movimento.

— Eu estava esperando você dizer - ''he'' soltou e continuou. - Mas é medíocre do início ao fim - lábios tornaram a dureza de uma linha. Tirando da face qualquer tom amigável. - Você já perdeu. Abaixe sua cabeça, maldito vira-lata. Já estamos em Gales. Cinquenta militares de grau S divididos em grupos de cinco chegaram como turistas naquelas ilhas na última semana. Não erga essa cabeça tão alto. Eu poderia destruir a porra daquelas rochas cheias de gente daqui se bem quisesse.

Por um momento foi como se os músculos, assim como a bala mais cedo, precisassem percorrer uma distância infinitamente maior do que tinham para chegar no resultado. Uma solitária gota de suor frio deslizou-o pelas costas do pescoço. Considerando que grau S eram seres com poder explosivo capaz de arrasar bairros e alguma habilidade incomum... misturados a população... cerrou os dentes. Respirou e recostou-se na cadeira.

— Está blefa... - um holograma saltou no espaço à frente de Ars. Erwin fitou.

Vestindo uma camisa branca de mangas e uma calça amarela, gordo, moitas de cabelo branco apenas nas laterais e olhar baixo, com a igreja de Le Fay as costas dele, Garfield Pico foi reproduzido pelo aparelho. Estava acompanhado de um sujeito alto e robusto cuja mão pesava-lhe sobre o ombro.

— E-eles estão a-aqui... Ci-cinquenta e-e espalhados nas a-áreas mais cheias... - disse o primeiro ministro ao lado do homem alto no holograma. A ́´língua escolhida'', dialeto usado para relações internacionais, ainda não era seu forte.

Um arrepio voou-lhe pelo corpo. Erwin manteve-se sem um milímetro de movimento.

Ars fechou os olhos e voltou a encostar-se na poltrona.

— Como está o jardim? - o elfo negro perguntou. Semblante quieto.

— C-cheio daquelas f-flores... ''marcadores de bode''... e uma ou outra margarida - Garfield.

Era real. Ou o apertaram a ponto de descobrirem o código. De todo modo... sabia que Marte estava em posse do primeiro ministro.

— Entendeu? - Ars apertou um botão. Ligação encerrada. Ela sorriu, olhos o encarando, estendeu a mão com palma para cima rumo a Erwin e pôs uma perna sobre a outra. - Café? Nosso duelo foi breve, não há razão para guardarmos mágoas.

Mechas negras a caiam sobre a testa e a frente das orelhas. Vestia negro blazer sobre um quase cinza sueter e tinha um manto vermelho cobrinfo o apoio de costas da poltrona.

— Posso matar você aqui e agora. Não teria nem tempo de tentar fazer algo - Erwin, friamente com o rosto tensionado. Estudou o sorriso no rosto dela, o quase fechar de olhos vermelho como o sol no crepúsculo.

— Maldito idiota — Ars, subita, alta, clara e rapidamente. Os pelos do elfo arrepiaram. — Depois de todo o trabalho que teve impedindo investidas de grupos criminosos, abrindo áreas aptas à agricultura, organizando aquele escarcéu de líderes da antiga Gales, expulsando terroristas, correndo atrás de parcerias comerciais... lidando noite após noite com o estranho surto de monstros de poucos dias atrás. Para meus homens em questão de minutos reduzirem a população a um terço e suas terras a uma desolação negra... só porque acha que dou aquele grande de um valor a esta cabeça? Não se preocupe, eu garanti um meio seguro de minha morte ser imediatamente conhecida e o ataque iniciado - o dedo indicador dela deslizou pelo pescoço alvo até pairar na borda inferior da garganta. Tinha o queixo erguido. - Vá em frente.

Erwin usou sua habilidade especial para lentamente pressionar o pescoço branco de Ars além da gola cinzenta que ela puxara para baixo. A boca dela era uma linha reta e dura.

Ars Olins tinha vinte e um anos, participara da guerra pelo ninho de escorpiões ''Morte Amarela'', no conflito entre os Lazarenos e Arrozes e mapeara um terço da floresta dos sem rosto. Também matou dez mil traficantes espalhados pelo continente vermelho onde Marte tornara-se o único país ao engolir os três países ao sul no que ficou conhecido como ´´subjugação relâmpago`` ao terminar após demonstração do novo satélite feito para apagar possíveis asteroides, mas ainda perfeitamente capaz de varrer uma área de treze quilômetros quadrados a cada meia dúzia de horas. Tendo algo assim, ela nem precisaria ameaçar usando soldados… embora aquela arma ser acionada causaria um alarde entre os membros da ONU e talvez incitasse os demais países a se voltarem contra marte

Ars fora gravada chorando no casamento do irmão e ameaçando matar a família da esposa dele. Fora expulsa de três das cinco melhores escolas do mundo e o diretor do colégio militar ''Atenas'' foi preso ao ter um caso com Ars exposto. A imagem dela para o público era de um cachorro louco. ́ ́Demônio fora da ilha''. E sua resposta quando questionada um ''he'' desdenhoso.

— Obrigado por tudo, Alfred. Diga ao idiota do meu irmão que o perdoo, que o amo. E... Alfred, você foi um ótimo pai. Tive uma boa vida - ela, então baixou as pálpebras.

— Infelizmente não poderei dizer uma palavra ao rei Antares. Logo me unirei à senhorita para onde quer que a morte leve. Seus homens e mulheres nessa frota também o farão com prazer, aposto minha alma nisso - o senhor respondeu, também fechando os olhos. - Peço milhões de desculpas por minha incompetência.

''Hehe'' ela murmurou.

— Não precisa pedir desculpas por isso, velhote - Ars, sorrindo. - Você tem crédito o suficiente para um erro ou dois.

Suor descia pela tempora do elfo negro, a carne da mulher era esmagada centimetro a centimetro e os ossos dela começavam a ceder ao avanço da habilidade do elfo. Ars tossiu e as mãos apertaram os braços da cadeira.

O velho não movia-se.

Ars ficava com o rosto roxo. E nenhum sinal de que cancelaria sua ameaça de chacina para salvar a si mesma surgia. Ela vai morrer e Gales a seguir. Os punhos do elfo negro abriram e fecharam tensos.

Parou de comprimir a garganta da mulher.

— Vou querer o café - Erwin avisou forçando um tom relaxado na voz, então cruzou as pernas e virou o rosto rumo ao canto esquerdo da mesa. Estava empapado de suor. 

— Como desejar, senhor - Alfred sem qualquer tensão no timbre, girando-se imediatamente à bancada atrás de si.

Ars esfregava o pescoço, tinha o tronco dobrado para frente e arfava em meio a tossidos vigorosos. As íris foram a Erwin e a boca teve o canto direito a esticar-se para cima enquanto saliva a descia até o queixo.

— Que droga, estragou minha emotiva despedida de três linhas - ela, então riu.

— Ah, sério? -  Erwin, desinteressado, passeando a visão pelos quadros na parede direita, nos livros e caixas sobre a bancada. Imagens de pessoas. De Ars, do rei Antares, de outros vestindo uniformes militares de Marte.

Tornou a fitar a mulher de semelhança com as lendas sobre vampiros. Um e sessenta de altura. Atlética. Um rosto de traços harmônicos tocado pela franja. Que o derrotara.

Sorriu. Calor ia barriga acima e a baixo. Vampira de histórias sobre um exílio a mutantes ou não... a queria.

— O que realmente planeja? Não traria tantos navios só para me ameaçar com homens a pé que já estão em meu país - Erwin.

As xícaras de café foram servidas pelo mordomo. Primeiro à irmã do rei que recebeu também um lenço para a babá. O liquido na caneca era negro ébano, fumaça subia dele e o odor da bebida impregnava o ambiente mesclando-se ao de transpiração. Ars o encarou, então bebeu. O elfo negro pôs a mão a pegar a xícara logo após a receber. Quente. Recuou, a boca abrindo tenuamente por um momento.

Enquanto ela bebia e Alfred pedia desculpa por desconsiderá-lo ao entregar o mesmo tipo que dera a Ars.

— Já te contei - Ars. - Não há mais nada além da matriz escura. Embora a internet certamente irá apresentar meia centena de teorias conspiracionistas.

A viu sorrir.

— Exceto que queira trabalhar para mim. Sou uma fã dos seus feitos e a ideia do que posso fazer com suas habilidades... - Ars gargalhou. Pôs a bebida na borda da mesa. O recipiente com apenas vestígios de preto. - Me dá arrepios! Não estou certa, Alfred?

— Acredito que a senhorita avançaria muito mais rapidamente com a capacidade do senhor Smith de alterar distâncias.

— Pode apostar que sim - um largo sorriso mostrando todos os dentes. Então apontou ao elfo. - He. Estou feliz, Erwin. Deixarei que diga seu preço.

— Não pretendo trabalhar para você.

— Então eu decido matar todos os galeses.

Voltou a pressionar o pescoço dela.

— Tente.

''He'' ela soltou. Erwin parou.

— Quando estivermos atracados naquele arquipélago... O que acha que vai acontecer? - Ars, tom austero, a mão puxando a gola do suéter de fora do local do estrangulamento feito pela habilidade de controle espacial do elfo. - Todos estarão ainda mais ao meu alcance. Trabalhe para mim por riqueza e fama... ou para simplesmente impedir que civis morram em grupos de dez a cada ato de desobediência sua.

Os punhos dele fecharam e abriram. Os músculos tensos a ponto de veias saltarem.

Fechou os olhos.

´´Explodí-la em milhões de pedaços``. ´´Agora``. ´´Faça``.

Inspirou profundamente e expirou devagar.

A odeio. E quando conseguir pôr Gales a salvo, irei matá-la

— Estou satisfeita com minha vitória, te deixarei pensar nisso - ergueu a xícara na direção de Alfred. - Mais, por favor.

— Acredito que a senhorita tenha concordado em reduzir sua dose diária de cafeína.

Repôs a bebida de Ars enquanto ela falava sobre o quanto era uma ocasião especial e que se permitiria o excesso. Erwin Smith, incomparável sob os céus, foi derrotado duas vezes seguidas em um minúsculo espaço de tempo.

A conquista do mundo pelo país de Marte começava.





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Notas finais do capítulo

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