Mamãe inexperiente escrita por Madoro to Amesu


Capítulo 1
Mamãe por um dia - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, já adianto que não há nada de fantástico e inovador nessa história também. Eu apenas queria escrever algo sobre essas duas há um tempo aqui no Nyah! e com o dia das mães chegando, não quis perder a oportunidade de prestar a minha homenagem a esse dia tão especial se não postando uma fic.
Confesso também que algumas fan arts me inspiraram, então, digamos que essa historinha nasceu da união do útil ao agradável, haha

Bom, então, sem mais delongas, desejo a todos uma boa leitura!



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A cena que estava presenciando em frente à porta de sua casa era cômica, para não dizer bizarra. Afinal de contas, não era todo dia que alguém se deparava com uma Tsurara bebê sendo segurada por seu marido em plena madrugada de domingo.

— O que você fez, Kaldo? – Perguntou a morena soando um meio termo entre sonolenta e repreensiva.

— Não fiz nada, juro! – Adiantou-se o albino em responder tentando apaziguar a raiva crescente no tom de voz da mulher, pois sabia o quanto Sophina podia ser assustadora quando se zangava, ainda mais em se tratando de sua melhor amiga.

— Então, por que ela virou um bebê assim tão de repente? – Tornou a questioná-lo a morena.

O homem, então, começou a contar sobre o incidente ocorrido naquela madrugada...

~*~

As badaladas do relógio na parede anunciavam a chegada da meia-noite no chalé do casal. Normalmente, a esta altura, a maioria das pessoas já se encontraria ressonando profundamente sobre os braços de Morfeu, mas esse não era o caso de uma certa azulada que, contrariando toda e qualquer lógica, estava mais energizada e focada do que nunca em uma pesquisa. Os incontáveis livros abertos e frascos de poções espalhados sobre sua escrivaninha denunciavam o quanto havia se dedicado naquele final de semana.

— Meu bem, vamos nos recolher? Descansar faz bem para o seu corpo. Eu sei o quanto esse projeto é importante para você, mas se continuar assim, temo que poderá adoecer... – Pronunciou-se seu marido preocupado.

Ele bem sabia que a saúde de Tsurara não era das melhores. Não bastavam os episódios comuns de hipotermia que a acometiam, ela também não parecia colaborar consigo mesma ao não respeitar os limites de seu próprio corpo, que praticamente clamava por um bom descanso há mais de uma semana.

Contudo, para o azar de Kaldo, sua esposa era tão fofa quanto era teimosa. Não importava quantas vezes ele tentasse convencê-la a se cuidar melhor, ela era simplesmente irredutível. Não que fosse ruim cuidar de Tsurara, pelo contrário! Nada o fazia mais feliz do que ver a alegria estampada no rosto de sua pequena e compartilhar de suas conquistas. O problema era que às vezes essa alegria parecia passageira ao vê-la agonizar tanto por ter seu estado de integridade comprometido graças à sua magia inata.

Por ter uma habilidade mágica oposta à de sua esposa, ele pensava que poderia ser capaz de resolver essa questão, trazendo para ela o calor que tanto buscava por praticamente toda a sua vida, mas aquilo, infelizmente, estava muito aquém de sua capacidade. Doía, doía demais vê-la naquele estado e não conseguir fazer mais do que o que fornecia. Às vezes se perguntava se aquele era um teste cruel à sua paciência quase infinita que a vida lhe impunha. Fosse qual fosse a razão para tudo isso, não a deixaria na mão.

— Só mais um pouco, querido, por favor! Eu estou quase acabando... – Retorquiu a azulada em um tom manhoso e insistente. Ela sabia perfeitamente que o albino não conseguia resistir a isso.

— ...certo, o que falta? – Suspirou Kaldo em derrota.

Logo após, a mulher esboçou um leve sorriso vitorioso antes de prosseguir:

— Apenas um ingrediente para esta poção. – Disse a menor já subindo no banquinho onde estivera sentada enquanto tateava as mãos perigosamente sobre a prateleira de cima, o que foi o suficiente para alarmar o homem.

— Deixa que eu alcanço para você, é só me dizer do que precisa! – Exclamou o espadachim já correndo em direção à esposa, temendo o pior.

— Não há necessidade, eu consigo me virar so-

De súbito, antes da azulada sequer ter conseguido completado a sua frase, o banco havia tombado para trás e Tsurara agora se via caindo com tudo de costas para o chão. Devido ao desequilíbrio que sofrera com a queda, o balançar frenético de suas mãos fez com que alguns frascos, que outrora se encontravam na prateleira de cima se destampassem e vertessem seus líquidos em cima dela.

Kaldo não esperou um segundo a mais e correu em disparada no intuito de segurar sua esposa. Entretanto, no segundo seguinte, sua vista foi tomada por uma névoa que insurgiu do contato dos líquidos mágicos com o corpo da mulher. Ainda assim, esticou seus braços sentindo logo mais algo bem leve aterrissar sobre eles.

Este “algo” não tardou em soltar um choro infantil pelo contato repentino com os braços do espadachim.

“Esse choro... parece ser de um bebê, mas eu e Tsurara não temos filhos... então, só pode ser-” – Após a névoa ter se dissipado, suas suspeitas foram confirmadas, pois ali em seus braços estava nada mais, nada menos que sua esposa revertida à forma de um bebê.

— Kaka! – Exclamou a azulada cessando o seu choro e abrindo um enorme e radiante sorriso ao reconhecer o rosto do marido, que a segurava gentilmente naquele momento.

O albino suspirou tanto pelo alívio, como pelo cansaço devido ao estresse provocado pela enorme descarga de adrenalina dos últimos acontecimentos.

— Ai ai, querida, você ainda me mata um dia...

— X –

Algumas horas haviam se passado desde o incidente e Kaldo continuava a buscar incessantemente por alguma informação útil acerca da condição atual de sua mulher. Até onde havia descoberto, a “bebêficação” era um efeito produzido pela combinação de algumas substâncias e a depender da quantidade adicionada de cada um dos ingredientes, o efeito poderia durar de alguns minutos a um dia inteiro.

Seu olhar se voltou à prateleira, onde, agora se encontravam frascos completamente vazios.

“Sem sombra de dúvida ela vai permanecer assim pelo restante do dia inteiro...” – Refletiu o homem, com uma crescente aflição em seu peito.

Ele havia sido escalado para uma missão junto de alguns outros colegas visionários naquele mesmo dia e isso o impediria de cuidar de Tsurara até o seu retorno. Não queria deixar sua esposa sozinha, ainda mais naquele estado tão indefeso em que se encontrava, porém pedir pelo adiamento também não era uma opção, restando apenas a alternativa de deixá-la sobre os cuidados de alguém e Kaldo já sabia a quem deveria se dirigir.

~*~

— Entendo. – Disse a morena após ouvir o relato de Kaldo, não se contendo em dirigir um olhar repreensivo à azulada pela confusão que ela causara, fazendo com que Tsurara cobrisse o rosto com as mãos em sinal de constrangimento.

Sophina estava à par daquela missão, pois seu marido também havia sido escalado para executá-la, de forma que agora a visionária encontrava-se sozinha em casa tendo que administrar a sua rotina, mas o fato de Kaldo estar agora depositando sua confiança nela para cuidar da esposa a deixava preocupada.

Por mais que ter a companhia de sua melhor amiga em casa não fosse algo que a incomodasse de forma alguma, ela não se considerava a pessoa mais “adequada” para gerenciar aquela situação. Afinal, ela era boa tão somente em cuidar de livros e administrar bibliotecas. Uma criança era algo bem mais complexo e completamente diferente!

— Kaldo, por que você veio até mim? Eu não sou mãe...tenho certeza de que outra pessoa seria bem mais adequada do que eu... – Proferiu a mulher deixando evidente a insegurança que sentia para consigo mesma em relação à própria incapacidade perante algo tão nobre e distante de si como a maternidade.

— Não, não seria porque vocês duas têm uma conexão especial, algo tão raro de se encontrar atualmente quanto um diamante bruto no meio da areia mais densa de um deserto. Então, sim, Sophina, eu tenho certeza de que você é a melhor pessoa para quem eu poderia ter me voltado. – Redarguiu o albino em sua típica expressão terna e elegante deixando claro, contudo, que tudo o que havia dito era a sua mais sincera opinião a respeito da mulher à sua frente.

A morena, diante da declaração, ainda não soube como reagir. Foi tudo tão repentino, que a deixou tonta e sem sequer saber por onde poderia começar. Todavia, antes que pudesse pensar em qualquer desculpa, sua linha de raciocínio foi interrompida pela alegria contagiante da azulada:

— Soso, Soso! Saudade! – Clamou Tsurara animadamente nos braços do marido.

Ah, o brilho naqueles olhinhos azuis tão profundos e belíssimos refletindo a pureza da alma de um bebê era simplesmente demais para a visionária resistir.

“Jogo sujo, Tsurara... vou me lembrar disso no futuro!” – Ponderou Sophina calmamente não podendo conter uma leve risadinha de escapar de seus lábios pela fofura da menor.

Dando-se por vencida, a mulher então esticou seus braços em direção ao albino, segurando a azulada em seu colo.

— Tudo bem, então, prometo cuidar dela. – Proferiu a morena enfim.

Pelo visto, teria um longo dia pela frente...


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Notas finais do capítulo

Sim, KaldoxTsurara e RenatusxSophina. Inusitado, no mínimo, não é? haha
Ainda assim, eu achei que valeria à pena arriscar uma dinâmica diferente daquelas que a gente vê normalmente no fandom de Mashle. Se der certo, talvez eu escreva mais fics envolvendo esses 4 futuramente :)

P.S. Esta será uma Twoshot, o que significa que o próximo capítulo trará a continuação e o final dessa fic.
Agradeço de antemão a quem leu até aqui. Kissus e até o próximo capítulo! ♥