JORNADA

Parte I

Você parece estar em uma corrida sem juízo,

Indo de encontro com as portas do paraíso.

Até um Senhor te avisar, sereno,

Que talvez não seja seu tempo,

Só que claramente você o está perdendo...

E, daqui a pouco, estará sem alento.

Vivendo entre acampamentos abandonados,

Com a energia minguando de seus olhos cansados.

Onde você perdeu seu antigo brilho?

Para onde levaram os teus sonhos?

Vagando para longe e sem destino,

Engolindo orgulho, mágoa e cinismo.

À procura de vida nas perdas de algum caminho.

E ainda quando se desenhar uma longa e infindável estrada,

É difícil encontrar um motivo para a jornada.

Os pensamentos chegam durante à noite...

Questionando fins e começos de uma expedição,

Mas tudo o que resta são dúvidas e confusão.

Você pode fingir que a morte não te assusta,

Ou que acha essa vida curta e suja.

Algo ainda ecoa em seu peito?

Parece tão vazio e incompleto,

Quanto procurar motivos nesse mundo desperto.

Como você perdeu tudo isso?

O que aconteceu com o seu passado?

Caminhando entre ermos campos solitários,

Alheia ao que deixou ou o que segue à frente,

Apenas para poder se perder novamente.

E ainda quando se mostrar uma longa e infindável estrada,

É difícil encontrar uma razão para a jornada.

Eu escutava pela minha porta vocês três,

Brincando de alguma brincadeira que eu não sei,

Gritando e discutindo algo entre vocês,

Não pela primeira vez.

Você quase soa como se os odiasse,

Ou é isso o que suas palavras parecem dizer.

O vazio que a permeia ainda não vai doer,

Mas começará assim que crescer.

~Gabriel.