Título: Black Bird

Autora: Jee_kuran_95

Disclaimer: Naruto pertence exclusivamente a Masashi-san.

                  Não tenho quaisquer direitos sobre o anime/mangá.

                  História sem fins lucrativos u.u.

Classificação deste capitulo: +13

Capitulo VI: Rondo (Carrossel)

Black Bird

Se as pétalas de rosas brancas

Forem abertas uma a uma

Elas irão colorir as memórias daqueles dias?

Iluminadas pela paz,

A noite que as faz florescer

É doce e dolorosa

E fará tudo ficar...

...Colorido.

'Sasuke?' chamou pelo irmão de seu quarto, tendo a leve impressão por um momento indefinido que sua mente o enganara ao sentir o chakra do mais novo perto dele. Vaga impressão. Sentiu novamente, desta vez, aproximando-se de seu quarto.

Passou a mão pelos cabelos soltos e sentou-se na cama, ainda aturdido pelo momento de antes, em que se deixara levar por lembranças de alguns anos atrás.

Flash Back On:

'Algum problema, Itachi-san?'

'Não me chame assim' murmurou o garoto, transparecendo desagrado. 'Não gosto quando você impõe distância entre nós. Me chame de Itachi, onegai (por favor).'

O Uchiha virou-se da lado, gostando do contato que seus corpos faziam um com o outro. Podia ter apenas 12 anos, mas algumas coisas já começavam a tornar-se evidentes para ele. 

Sentiu a mão delicada de Sayuri - já havia se acostumado a chamá-la daquela forma - em seus ombros e deixou-se relaxar, sentindo como a presença da garota o fazia bem. Fechou os olhos, deixando-se escorregar pela árvore até estar sentado.

A morena agachou-se a sua frente, preocupada com seu estado de espírito e levou suas mãos ao rosto jovial notando mais de perto que embaixo de seus olhos algumas olheiras de faziam presentes.

Itachi repousou seu rosto em sua mão direita, deixando-se ser acariciado pela esquerda desde abaixo do lóbulo de sua orelha, até a curva de seu pescoço. Arrepiou-se com o toque, não demonstrando.

Abriu os olhos, pegando-a de surpresa quando a puxara para si, fazendo com que a pequena caisse por entre suas pernas, enquanto este a abraçava pelos ombros. Ela riu, sua respiração quente, encontrando o pescoço alvo do moreno.

Estreitou-a em seus braços, num abraço quase sufocante.

'Anata ga inai to sabishii desu (Sinto sua falta)' sussurrou em seu ouvindo, sentindo como a mesma estremecia. Isto o agradou, sentindo seu ego inflar mais. Beijou a base de seu pescoço. 'Anata ga hitsuyou desu (Eu preciso de você) - concluiu, trazendo-a para mais perto de si, se é que era possível.

Como se seguisse um fio luminoso

O tempo flui tranquilamente

Enquanto pessoas vão e voltam

Eles estão renascendo.

Ele sentiu-a abraçar-lhe pela cintura, acomodando sua pequena forma a dele. Suas palavras, expressando o sofrimento que sentia.

'Não posso ficar.' sua voz, embargada denunciava que as lágrimas de tristeza queriam sair. Nunca a vira chorar a não ser, naquele dia... 'Pelo menos não mais... Talvez um dia, eu volte a Konoha e, possamos nos reencontrar.'

Ela levantou sua cabeça de seus braços, sorrindo lindamente para ele. Os olhos negros desolados, pareciam mais escuros enquanto pensavam na possibilidade de nunca mais vê-la. Nunca mais... Tocá-la.

'Suki da (Gosto de você)' disse ele, em uma confissão que nunca antes lhe foi premitida. 

'Watashi wa no tame ikite imasu (Eu vivo por você)' ela declarou com simplicidade. Sabia que ele ainda não conseguia pronunciar a palavra que ela tanto desejava mas sabia da intensidade dos sentimentos dele.

E isto bastava para ela.

Pegou novamente o rosto dele em mãos e aproximou seus rostos. Ela sorriu por um momento ao roçar seus lábios e deixou-se levar, sentindo-o relaxar em seus braços e aprofundar o beijo casto.

O último que tiveram antes que ela partisse.

Flash Back Off:

'O que quer?' perguntou o mais novo, adentrando o quarto. As palavras não foram rudes, como era de se esperar dele o que surpreendeu um pouco a Itachi, senão foram apenas uma indação sem emoção. Mas, ele podia ver que, no fundo dos olhos de Sasuke havia algo quente.

'Queria apenas perguntar como foi sua conversa com Sakura' disse, levantou-se e cruzando os braços, pondo-se a observar com mais afinco as expressões do mais novo.

Algo no rosto do garoto de 15 anos mudou, o rasgo de um sorriso satisfeito levantando a ponta de seus lábios, de maneira quase imperceptível e seria, se ele não fosse um bom observador e não conhecesse o mais novo do modo como conhecia.

'Foi... Tediosa e interessante. Não consegui descobrir muito sobre ela para formar uma opinião concreta sobre quem ela é.' respondeu tentando parecer indeferente, mas a emoção continuava em sua voz.

Itachi vacilou por um instante.

'Só isso? Nada mais?' perguntou novamente, sentindo como sua própria respiração se agitava, controlou-se. 

O silencio se espalhou no quarto, enquanto Sasuke ia sentar-se perto da janela, olhando para o jardim glorioso da casa princiál do Clã Uchiha. Os olhos negros como carvão, pareciam queimar fazendo o moreno de cabelos longos sentir-se um pouco perturbado com isso.

Uma parte de sua mente indagava que Sasuke parecia ter gostado da rosada mais do que devia, enquanto a outra lutava contra essa ideia absurda que ele mesmo criara. Sasuke não poderia estar gostando dela tão rápido. Mal se conheciam!

Seu sorriso é um calor

Que derrete o meu coração

Como um sonho frio

Que tive de algum lugar

Mesmo agora, este momento

Sendo cortado pelo Sol poente

Nossas sombras se sobrepõem.

'Ela é interessante Itachi, mais nada.' repetiu novamente, irritando-se com a insistência do irmão. Porque tanto interesse em saber o que ele achava da garota Haruno?! 'Ela será uma boa companheira de time. É apenas isso que importa.'

E em sua mente, Sasuke tentava se convencer de que era apenas desta forma que ele começara a ver a rosada. Como uma boa companheira de time.

oOo♥oOo

Penteava os longos cabelos, passando a escova entre eles com delicadeza e suavidade. Olhou-se no espelho sorrindo para sua própria imagem de maneira triste e cansada.

Lembrou-se de algumas horas atrás, quando havia visto Naruto e os outros no campo de treinamento do Time 7 - ou melhor, time Kakashi afinal já eram Chunnin a algum tempo assim como alguns outros de seus antigos de classe na Academia.

Entristeceu-se mais, ao lembrar também que, em nenhuma vez ele havia olhado para ela, como se a mesma não existisse. 

Largou a escova na penteadeira, olhando pela janela de seu quarto a sua esquerda onde, com o vento, algumas pétalas de Sakura's caiam elegantemente sobre o jardim verde, colorindo o ambiente a seu redor, tornando-o quase que demasiado delicado.

Três batidas tímidas na porta alertaram-na da presença de alguém mais perto dela.

'Entre' disse, com voz fraca demais.

'Com sua licença, Hime-san (princesa)' a empregada da casa, Mizukiaji entrou, fazendo uma profunda e bonita reverência para a herdeira mais velha do Clã Hyuuga principal, fazendo ficar vemelha, extremamente envergonhada com o tratamento.

'Não há necessidade disso, Mizuakiaji-san. Me chame apenas de Hinata'  falou brevemente ela, ouvindo a outra falar sussurrante Sabe que não posso, Hime-san, seu pai me mataria se eu tivesse estar intimidade com a senhorita além de que castigaria a você também. Ignorou-a. 'O que houve?'

'Hinata-sama, seu pai a aguarda na sala de reuniões.' disse a empregada, fazendo uma mesura e retirando rapidamente ao ouvir a resposta da menina Sim, diga-lhe que esou indo.

O que será que otousan (papai) quer comigo? pensou, perguntando-se maneira desconfiada. Levantou-se de onde estava, ajeitando o simples kimono azul marinho que levava, bordado com pequenas rosas em prata e saiu do quarto, passando pela casa rapidamente.

Atravessou o último corredor, deparando-se com a sala pouco mais a frente onde, de portas fechadas, podia-se ver um dos Hyuuga do Clã Secundário de vigia. Este, parecia apenas estar esperando-a pois olhou para si, reverenciando-a e abrindo rapidamente as portas.

Havia alguns anos que não entrava na sala de reuniões e não fazia também muita questão de estar naquele lugar, que sempre trazia-lhe más recordações de como era castigada e punida por seu pai por ser uma vergonha para o Clã, sendo que sua irmã, cinco anos mais nova, conseguia derrotá-la facilmente.

Aproximou-se da mesa, surpresa por encontrar seu primo Neji ali e revenciou seu genitor e sentou-se com maestria e elegância - pelo menos isto, não lhe faltava - pensou com amargura a Hyuuga.

Inclinou levemente a cabeça para seu primo, em cumprimento mas este nem se dignou a olhá-la. Sentiu diminuida e humilhada no mesmo instante.

'Hiashi-sama' começou Neji, com sua voz profunda e gélida. 'Aconteceu algo?'

'Tenho que concordar com meu Neji-san, meu pai, porque nos chamou aqui?' quase arregalou os olhos, intrigada com sua própria coragem em cortar a fala de seu primo e perguntar de maneira tão direta aquilo a seu pai,

'Quietos os dois' chiou Hiashi, irritado. 'Acalmem-se e meu escutem. Fui informado pelos conselheiros que Haruno Sakura voltou a Konoha e será companheira de time dos garotos Uchiha e Uzumaki' continou olhando para os dois com olhos estreitos. 'Algum de você já teve a oportunidade de vê-la?' perguntou, em seguida olhando para Hinata, como se esperasse que ela soubesse de algo.

A morena espantou-se e, ao abrir os lábios para negar-lhe e dizer que nem ao menos sabia quem era ela, Neji a interrompeu.

'Tive a oportunidade de vê-la à algumas horas.' disse o rapaz de olhos incrivelmente bracos e sérios. 'Se estamos falando da mesma pessoa... Haruno-san tem olhos verdes e cabelos róseos?' perguntou, mesmo já sabendo a resposta.

'Exatamente' os olhos de Hiashi faiscaram, um sorriso apareceu em seus lábios. 'A última herdeira do Clã Haruno, já que, seu irmão mais velho desapareceu à alguns anos. quando todo o clã foi... Massacrado brutalmente.' disse. 'Sakura foi a única sobrevivente e até hoje não se sabe como.'

'Desculpe meu tio, mas o que exatamente temos a ver com isto?' perguntou o moreno, cuzando os braços indiferente enquanto sentia uma irritação crescente subir-lhe. Revirou os olhos internamente irritado. 'O que quer de nós?'

'Quero que vigiem-na, principalmente você Neji' dirigiu-se ao moreno mais serio do que nunca. 'A menina Haruno é um perigo para si mesma e para a Vila e ela sabe que muitos a estaram vigiando e cuidando seus passos. Todos tentaram aproximar-se dela mas a mesma confiará em poucos.'

Como destinos que se cruzam entre si

Infinitos e distantes, sem limites e profundos

Eu finalmente os agarrei

Novamente, e novamente

E os perdi de novo, e de novo.

Às vezes somos capazes

De finalmente nos encontrarmos

Então, assim como o céu anseia pela terra,

E as flores anseiam pela chuva,

E a noite pela manhã,

Eu anseio tanto

Para que dois corações se tornem um.

'Conquistem sua confiança.' concluiu sem mais explicações, deixando os dois confusos. 'Ela será necessária para muitos de nossos planos e, Neji...' o mais velho virou-se para o sobrinho, com um olhar paternal de quem dá um aviso para o próprio filho. 'Não tente passar por cima dos Uchiha's. Você não tem poder suficiente para enfrentar os filhos de Fugaku.'

O moreno arqueou uma das sobrancelhas com rapidez, para logo em seguida franzi-las de maneira estranha e pensativa.

'Porque eu passaria por cima deles?' perguntou. 'Posso não gostar deles e do modo arrogante como parecem sempre ser superiores aos outros shinobis da Aldeia, mas nem por isso eu me daria ao trabalho de bater de frente com eles.' concluiu  de maneira arrogante e fria.

Hiashi riu, levantando-se e indo até onde eles estavam, do outro lado da mesma, aproximou-se do sobrinho, colocando uma das mãos em seus ombros dando leves batidinhas.

'Você entenderá com o tempo o que eu quis dizer' disse sábio, com astúcio que irritou o mais novo mas que mesmo asim manteve-se calado. Hiashi virou-se novamente, vendo como a filha mantinha-se acuada em si mesma e suspirou, sua voz tornando-se mais dura do que desejava ao falar.

'E você Hinata.'

'Sim, meu pai?' sua voz tremeu e amaldiçoou-se por isso, podia sentir cada pelo de seu corpo eriçar-se em medo.

'Torne-se amiga de Haruno-san.' disse o homem, com voz distante. 'Será uma boa oportunidade, talvez a menina Haruno lhe ensine a como ser forte e bela como ela mesma é. Talvez ela possa fazer com que você tenha força e beleza e não seja tão fraca como é.'

Hinata sentiu as lágrimas acumularem-se em seus olhos. Estava sendo comparada a uma garota que nem ao menos conhecia!

O olhar de Neji queimava sobre ela mas não virou-se, mantendo-se firme.

'Sim, eu serei um orgulho para você meu pai. Espere e verá' disse fazendo uma mesura profunda ao patriarca. Este, suspirou e balançou a cabeça em negação.

'Assim espero, Hinata, assim espero.' fechou os olhos, virando-se de costas para eles e olhando os quadros antigos pindurados na parede da sala. Muitas gerações de Hyuugas ali presentes. 'Estão dispensados, já podem se retirar.'

A morena saiu rapidamente deixando que, agora, longe dos olhares dos dois homens, as lágrimas caissem livres por seu rosto, corado pela vergonha e a tristeza.

Não virou-se, afinal, sabia que seu sobrinho falaria, mais cedo ou mais tarde.

'O que pretende com isso, tio?' perguntou cruzando os braços e pondo-se de pé.

'Eu sei o que faço, Neji.' respondeu simplismente. 'Com o tempo... Com o tempo você entenderá tudo.'

oOo♥oOo

'Já se passaram tantos anos'

O rapaz de 25 anos parou, a capa negra agitando-se a seu redor com o vento que fazia naquele momento. Os cabelos castanho-avermelhados estavam cumpridos, logo pouco acima de seus ombros. Os olhos verdes uma vez alegres encontravam-se amargos pelo tempo.

Levantou seu braço direito, passando seus longos dedos brancos sobre a tatuagem em forma de dragão que ia da palma de sua mão, enrolando-se por seu braço até pouco acima do cotovelo.

Logo abaixo, um círculo redondo em branco estava desenhado. 

O símbolo do Antigo Clã Haruno.

Suspirou, descendo da árvore de onde estava e voltando a correr, na direção oposto na que se encontrava Konoha. Os muros altos da cidade desaparecendo no horizonte a cada passo, de maneira rápida e silenciosa.

A seu lado, a silhueta feminina apareceu, correndo com ele. Tinha cabelos longos, de mesma cor que os dele presos em um rabo de cavalo... Os olhos, cor de mel.

'Ela cresceu.' começou a falar a mulher, tinha pouco mais de 22 anos. Olhou para ele sorrindo amavelmente, os olhos inexpressivos, desprovidos da paixão de outrora. Vazios. 'Está uma linda mulher agora. Não acha... Daisuke?'

'Sim, está' concordou sem virar. 'E nós nos encontraremos frente a frente algum dia, Yue... Talvez., quem sabe...'

Movendo-se através do passar dos dias

A luz é branda e nublada

E além de minhas memórias,

O amor transbordou novamente.

Se eu posso caminha, através do seu tempo,

Eu quero me tornar uma sombra

Para protegê-lo

E mesmo se o vento,

Que sopra cegamente, nos alienar

Por favor, não se esqueça de acreditar.

'Não pude ver muita coisa, afinal não posso usar meus olhos... Sabe muito bem que estou ficando cega.' disse com meiguice a mais nova, pegando a mão de Daisuke e apertando-a gentilmente como em uma carícia. 'Como... Como está seu coração?'

'Amargurado' respondeu de imediato, o toque que eles compartilhavam logo tornando-se frio e distante. Ela não gostou desse fato mas ele não se importava. 'Ela deixou-se vagar em sua própria solidão e não é necessário um bom observador para notar isto, Yue.'

'Minhas habilidades estão se perdendo.' murmurou ela, incorformada com o tom de voz rude com que ela lhe falava, mas era verdade... Estava perdendo suas habilidades.

Seu corpo definhava aos poucos e, sabia que se não fosse por ele já estaria morta a muito tempo. Praticamente cega, fraca e, uma completa inútil.

'Mas veja por meu lado também. Sou em parte uma Haruno, lembre-se que temos apenas o mesmo pai meu querido, não a mesma mãe' lembrou-lhe deste fato, defendendo-se. Mas ele podia ver as segundas intenções por trás das palavras.

Sabia e ela já havia lhe dito a muito tempo, que ela o amava... Não somente como uma irmão deve amar a seu irmão mais velho senão de outra forma com a qual ele não podia corresponder.

Seu coração era inteiramente de sua irmão mais nova e ela sabia disso. Talvez, por esse fato a parte dela que amava de todo seu ser Sakura, fosse consumida pelos ciúmes e ódio por ele amá-la.

'Sim, eu sei mas isto não muda nada' ele disse, respondendo aos subentendidos da frase, não ao diálogo original que mantinham.

Yue suspirou, sentindo seu coração bater mais rápido com as palavras frias. Algo dentro dela, ardendo em melancolia.

'Sim' suspirou profundamente, desaparecendo junto as árvores com ele. 'Sim, eu sei disso.'

Como um brilho sem rumo,

Uma visão breve,

Com as ilusões a deriva

Mesmo quando eu vagava,

Finalmente chego em um lugar

Que não vai mudar

Mesmo se a escuridão roubar o Sol,

Mentiras se tornarem pecados

E o passado se separar do futuro

Como se eu estivesse por ai

Mas eu estou certo,

De que escolhi este lugar.

Se espalharmos,

As pétalas de rosas brancas, uma a uma,

Iremos ser tingidos pela suave manhã?

E seu eu renascer e florescer

Em seu coração,

O nosso amor vai se tornar realidade.

Continua no próximo capitulo...