Insensível. escrita por hikcchi


Capítulo 10
Capítulo 10.




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— O Seijuro se tornou capitão da equipe de basquete!? — Surpreendeu-se a garota de cabelos azuis, em um breve instante de choque.

— Foi uma surpresa para nós também, Hi-chin. — Respondeu o mais alto do grupo, saboreando o lanche que havia comprado.

— Pensei que isso já era do seu conhecimento. — Estranhou Midorima, enquanto dirigia seu olhar à garota.

— Não… Não o vi durante a semana. — Revelou ela, mudando o foco do olhar para o caminho à frente.

— Agora que é capitã da equipe de torcida, aposto que está sobrecarregada. A Huryocchi vai nos esquecer. — Lamentou Kise, fazendo uma careta manhosa e se divertindo.

— Deixe disso, Ryota! Ainda ajudo todos quando precisam, certo? Embora… As habilidades de todos têm melhorado muito rapidamente…

— E isso não é bom? — Questionou Kuroko, ao seu lado.

— Com certeza é ótimo, Tetsuya. — Sorriu, embora seu semblante denotasse preocupação. — Mas, fico surpresa por Nijimura ter renunciado à liderança, ele é muito competente. Será que Seijuro conseguirá lidar com isso?

— Não há motivos para se preocupar. — Redarguiu, Midorima. — Akashi vem de uma família renomada, que o inscreve em cursos avançados para poder um dia sucedê-los. Ele unirá o time.

A garota concordou com Midorima no final, mesmo que ainda estivesse um pouco relutante.

— Midorimacchi, você também parece vir de uma família de destaque. — Afirmou o loiro.

— Não como Akashi. Deixando isso para lá, Murasakibara, por que você não para de comer enquanto caminha?

— Eh? — Atsushi encarou-o. — De forma alguma. Se te incomoda, eu continuo.

— O quê? — O de cabelos verdes não gostou nem um pouco disso. Em seguida, os dois trocaram palavras desagradáveis no meio do caminho.

— Eles não se dão bem? — Kise analisou os dois colegas discutindo.

— Não é tão ruim assim… — Aomine o respondeu.

— Desde que os conheço, eles são assim. — Murmurou, Hikari.

— O que acontece é que Midorima é tenso demais, enquanto Murasakibara é relaxado demais. Eles nunca se gostaram muito e isso tem piorado nesses últimos meses. — Resumiu Daiki.

— Então é isso… Mas, eles têm jogado muito bem ultimamente.

— Eles aprimoraram suas habilidades de forma notável. — Concluiu, a menina. — Pergunto-me se isso possui algum limite. — Refletiu, enquanto parara no meio da calçada para observá-los. — Se todos continuarem melhorando, em breve se tornarão… Imbatíveis?

 

 

 

* * * * * *

 

 

 

— Foi o sexagésimo ponto marcado pelo Aomine neste jogo! — Exclamou alguém que assistia à partida, tão impressionado quanto os demais ao redor.

— Dai… — Sussurrou Momoi, sem reconhecer mais o amigo de infância.

Hikari observava, inquieta. O crescimento de Aomine era evidente.

Desde que se tornou capitã, suas responsabilidades dobraram, mas suas habilidades também se fortaleceram. As análises que realizava para levá-los além do esperado e cálculos elaborados para reduzir as falhas; certamente, o conhecimento da garota havia aumentado, mas ela não se sentia empolgada com aquilo.

Às vezes mal os reconhecia. E não era apenas Aomine que estava mudando gradualmente: Murasakibara, Kise, Midorima e até mesmo Akashi.

Era nítido o destaque em quadra, mas não esperava aquele nível de habilidade tão de repente, modificando, inclusive, quem eles eram. Ela não tinha mais interesse em observar ou participar daquilo. Um peso esmagador parecia se abater sobre seus ombros, sem que conseguisse identificar exatamente o motivo.

Ao final do jogo, o placar revelou a superioridade avassaladora: a equipe Teiko havia marcado 132 pontos, contra 38 do adversário.

Diante desse cenário, Daiki Aomine era quem pouco a pouco começava a perder a motivação para jogar basquete, considerando-se imbatível.

 

 

* * * * * *

 

 

 

Kuroko percebeu imediatamente a mudança em Aomine. Sempre estiveram muito próximos, a luz sempre acompanhada de sua sombra fiel.

Num dia qualquer, o garoto de cabelo azul-claro foi procurá-lo. Talvez Daiki apenas precisasse desabafar. Contudo, a luz parecia estar em algum lugar distante.

Tetsuya chamou três vezes, até que finalmente o mais alto percebeu a sombra ao seu lado.

— Por que você parece tão distraído ultimamente? — Perguntou.

— Não é nada. — Respondeu Daiki, exausto.

— Você está numa boa fase, Aomine.

— Sim, acho que sim. Ei, escuta… — Começou a falar, mas desistiu... — Deixa para lá.

— Tem certeza? — Questionou Kuroko, observando alguns estudantes que passavam por ali.

— Desde que adotou seu novo estilo, tem encarado mais as pessoas, Tetsu.

— Sim. Eu as observo. É para o meu…

Antes que pudesse continuar, Momoi já havia o derrubado.

— Tetsu! — Disse ela, abraçando o garoto.

— Você anda grudada nele ultimamente, Satsuki. — Aomine avaliou a situação.

— Não consigo evitar!

— Me solte, por favor, Momoi! — Suplicou Kuroko.

— Você acabou interrompendo a nossa conversa. — O mais alto se aproximou dos dois.

— Desculpa…

— Ah! Certo. Ei, Momoi — O rapaz de cabelos azul-claros se aproximou, encarando-a por alguns instantes antes de prosseguir. — Momoi, quando alguém olha para você, você tende a olhar de volta imediatamente.

— O q-quê! — Ela ficou surpresa.

— Todos têm seus próprios hábitos e reações. Eu os observo e analiso. Isso é vital para atrair a atenção de alguém. Huryome me ajudou nisso.

— Compreendo. — Respondeu, Aomine. — Ela fez um bom trabalho.

— Sim. — Tetsuya sorriu. — Apesar de não vê-la há um tempo.

— Hika diz estar ocupada com outras coisas. — Sabia que não era apenas isso que impedia a amiga de comparecer aos treinos de basquete. — Mas, ela também prometeu que, quando puder, estará lá!

Daiki soltou um suspiro. Não podia negar que a tampinha de garrafa havia o ajudado bastante.

— Ei, aí estão vocês! — Exclamou Kise, cheio de animação. — Que tal irmos tomar sorvete no caminho de casa? — Ele estava acompanhado de Midorima e Murasakibara.

— Sim, boa ideia. — Concordou Aomine.

— E você, Momocchi? Quer vir também? — Perguntou o loiro.

— Agradeço o convite, mas não posso ir… Tenho que levar esses dados de jogos para o Akashi.

— Akashi anda te pedindo muitos dados. — Observou Midorima, olhando para as folhas que ela carregava nos braços.

— Pelo visto, sou boa nisso. — Riu ela. — Até mais, pessoal!


Todos se despediram dela antes de seguirem para a sorveteria, juntos, como bons amigos.

 

 

 

* * * * * *

 

 

 

O suco gelado de maçã descia pela garganta, trazendo uma sensação refrescante. A doçura da fruta, misturada na bebida gelada, proporcionava um sentimento agradável. Mesmo como líder, ela não havia abandonado o hábito de permanecer até tarde na quadra externa. Isso já se tornara um dos seus propósitos: estar sempre disponível para auxiliar a equipe, apoiando a todos, mesmo que isso significasse, às vezes, não dedicar atenção a si mesma. Entretanto, ela encontrava tempo para colocar em dia suas próprias questões nos momentos de solidão.

Ela inspirou profundamente.

— Já faz um tempo desde a última vez que te vi, Hikari. — Começou a falar enquanto se aproximava da garota. Ela já imaginava que ele viria, pois o havia avistado no corredor que levava à quadra externa. — Você não tem aparecido nos treinos de basquete. Por quê?

Ela permaneceu calada por alguns minutos, sem compreendê-lo. Ele agia como se nada tivesse acontecido.

— Vocês progrediram. — Foi a resposta final. — Acredito que não precisem mais de mim.

— Isso não é verdade. — Rebateu Akashi imediatamente. — Ainda temos um longo caminho pela frente.

— Aonde você quer chegar com tudo isso?

— Estou apenas seguindo o lema da escola. Além disso, sabemos que quanto mais poder, maior é a vitória. É o que mais importa agora: vencer.

Aquela aura estranha estava presente novamente. No entanto, depois de alguns momentos, começou a se dissipar gradualmente, como a névoa diante dos primeiros raios de sol.

— Hika, eu ainda preciso da sua ajuda. Por favor, participe dos treinos de basquete, não nos deixe. — A cortesia voltou, junto ao sorriso acolhedor. — Se cometi algum erro ou fui rude de alguma forma, peço desculpas. Espero que possa me perdoar, não foi minha intenção. Sua presença é fundamental não só para a equipe, como para mim.

Huryome o observou. Será que ele poderia ser duas pessoas ao mesmo tempo, ou era apenas uma impressão dela?

 

 

 

* * * * * *

 

 

 

— Satsu.

— Hika! — Momoi abraçou sua amiga com entusiasmo. — Pensei que você nunca mais ia aparecer por aqui! Por favor, não suma assim de novo! — Pediu, com voz chorosa.

— Desculpe por isso. — Ela respondeu, retribuindo o abraço calorosamente. — Trouxe algumas coisas que podem ajudar o time. Acredito que também serão úteis para complementar suas informações.

Após refletir, a garota de cabelos azuis decidiu ir para o treino de basquete. Ela havia, de certa forma, feito as pazes com Akashi, mas ainda estava pensativa sobre a personalidade que ele vinha demonstrando nos últimos dias.

— Você sempre tão dedicada. — Satsuki sorriu. — Obrigada.

— Não há de quê. — Observando a quadra, ela notou a ausência de um dos amigos. — Onde está o Aomine?

— Ele anda faltando nos treinos. — Disse a de cabelos rosa, visivelmente abatida. — Já faz alguns dias que isso vem acontecendo.

— Como assim? Ele sempre foi o mais animado para jogar! Por quê?

— Não faço ideia do que está acontecendo. Estou muito preocupada com ele… — Desabafou.

Huryome colocou a mão no ombro da amiga, tentando confortá-la, embora também estivesse perturbada com a situação.

— Ele só aparece nos jogos oficiais. Acredito que ainda esteja ansioso pelo Torneio Nacional de Basquete do Fundamental.

— Espero que sim, Satsu.

— De qualquer maneira, estamos felizes por você estar aqui. Olhe, o Akashi está te olhando.

— Hm? — Quando sua atenção voltou para a quadra, pôde ver os olhos rosados a observando.

Hikari recordou o dia anterior; parecia que Akashi havia mudado por um momento, e ela ainda não tinha certeza se era apenas uma sensação passageira ou se havia mistérios ocultos por trás daquele olhar fixo.


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