Don't Remember Me escrita por MarianeSilva


Capítulo 2
Capítulo 1 - Adeus minha pequena


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Se você está lendo este capítulo, me deixe um OI! :B



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The Night We Met - Me ouça :')

É, vamos lá… Eu te fiz chorar? Desculpe! Eu sei que não foi fácil para você também, mas existem tantas coisas que precisa saber! O que houve depois do acidente? Certo! Preciso me concentrar, é tão difícil para mim, céus! Ainda sinto aquele nó na garganta.

Após o acidente, passaram-se longas 3 horas até retirarem meu corpo de lá. E subitamente, de forma inesperada, eu fui puxada! Para O Lugar, aqui mesmo! Em outro momento eu te conto como foi essa experiência. Enquanto eu já estava no Lugar, eu pude acompanhar aqueles que eu amo quase que de forma instantânea.

E foi assim que eu vi Leonard desesperado em casa, segurando o meu celular na mão e falando no celular dele enquanto isso.

— Eu tô falando cara, ela não é de fazer isso! Eu já liguei para a mãe dela, ela está procurando a Evie. Por favor, a Evie não é assim! — Leonard andava de um lado para o outro, visivelmente angustiado.

— Eu…- Leonard parou e colocou a mão esquerda sob a cabeça. — Eu estou com um pressentimento ruim…

— Leonard… — Meus lábios se mexeram de forma involuntária, enquanto em um sussurro eu disse o seu nome, rezando para que ele me ouvisse e fosse me salvar, como sempre fazia.

— Tá! tá bom… eu já liguei, eu registrei a queixa, eles disseram que ela provavelmente fugiu ou algo do tipo… — relatava.

— Eu… eu tô aqui! Leonard, por favor, eu estou aqui! — Eu disse em meio aos soluços que tomavam conta do meu ser. — Leonard…

Mas ele não me ouvia. Ele não me via. Ele não me sentia.

— Espera, tem outra ligação, eu te retorno tudo bem? Certo, obrigado amigo. — Mencionou desligando o telefone e atendendo a outra ligação.

— Alô? Ah, oi! Que bom que vocês ligaram, já se passaram 6 horas… vocês têm alguma notícia? Minha sog…Ahm, sim, posso comparecer na delegacia. Certo, vou anotar o endereço. — Leonard se apressou enquanto colocava o telefone apoiado entre o ombro e sua orelha, em busca de uma caneta e um papel. — Ok, certo, devo chegar em 40 minutos.

Como eu sei de tudo isso? Depois você vai entender, calma! Mas isso fazer parte do nosso processo… aceitar é o nosso processo, meu caro ouvinte. Naquela noite, Leonard e minha família chegaram por volta das 02h da manhã, e estavam esperando boas notícias na delegacia local.

— Tenho certeza que ela vai poder explicar, mãe — Meu irmão mais velho, Robert, tentava acalmar nossa mãe.

— Ah Robert, sua irmã nunca fez isso, eu estou tão assustada… — Minha mãe choramigava.

— Vai ficar tudo bem Dona Eva — Leonard abraçava minha mãe.

— A Evie é uma garota tão boa, tão forte, tenho certeza que tudo ficará bem! — Disse Amélia, minha sogra.

Após incansáveis 30 minutos de espera, pude observar Leonard com seu olhar atento e curioso, fitar o carpete antigo e empoeirado da sala. Em sua esquerda, havia uma cafeteira enferrujada, com algumas notáveis limitações. Alguns policiais tomavam café na velha cafeteira, claramente com certo conforto em te-lá ali.

— Leonard? — O delegado chamou em alto e bom-tom.

— Sim? — Leonard e Robert responderam.

— Vocês são os responsáveis por Evie Ashley Brown, a qual foi dada como desaparecida na data de 20 de dezembro de 2011?

— Sim! — Minha mãe disse na mesma hora com a voz embargada. O delegado a olhou com compaixão, e após 2 segundos de silêncio, prosseguiu: — Eu sinto muito… mas infelizmente a Evie sofreu um acidente… E… — As palavras fugiam, e o delegado tentava insistentemente se recompor. — Ela não resistiu.

— Mãe… — Eu disse com a boca seca.

Eu me lembro perfeitamente daquele grito. O grito da minha mãe ecoou por toda delegacia aquela noite, e seus joelhos perderam as forças. Ela caiu enquanto meu irmão e meu noivo tentavam segura-lá em vão, seu choro era ensurdecedor, estridente, grave, rasgando todo o seu peito com tanta dor e revolta. Minha sogra estava aos prantos e meu irmão mal podia acreditar no que acabará de ouvir.

— Ela… Ela ia me encontrar horas atrás, a Evie ia me encontrar… — Leonard disse em estado de choque.

— Eu sinto muito… vou dar um tempo para vocês, mas infelizmente alguém terá que fazer o reconhecimento do corpo… com licença. — O delegado disse tentando manter o tom de voz firme e forte.

Em fração de segundos, vejo Leonard correndo para fora da delegacia. Estava pálido, com os lábios roxos e vomitando tudo o que tinha comido no almoço daquela tarde em uma lixeira qualquer.

Leonard, me desculpe! Mamãe, me desculpe! Eu sou uma idiota…

Eu o vi encostado na parede da delegacia e lentamente escorregando para sentar-se do lado de fora, seus olhos estavam arregalados e sem aquele brilho que eclodia. Sua respiração era acelerada e ainda assim faltava ar, ele colocou uma mão na boca e seu corpo todo tremia de forma orquestrada, lá permaneceu por 3, 5, 10, 15, 50 minutos, 1h00 sem dizer uma única palavra ou esboçar uma única reação… foi quando eu o ouvi cantarolar baixinho:

— Olhe para as estrelas
... Olhe como elas brilham para você
… E para tudo o que você faz — Leonard cantarolou baixinho…

— Sim, elas eram todas amarelas — Ele sorriu, um sorriso fraco.

— Eu vim aqui, eu escrevi uma canção para você
e para todas as coisas que você faz
e foi chamada de Amarelo. — Continuou a mencionar um trecho da canção Yellow da banda Coldplay, nós amávamos aquela canção.

— A gente ia se casar, você é o amor da minha vida… isso, isso não pode ser verdade Evie, isso… — Pigarreou confuso. — cadê você Evie? Isso é um engano! EVIE ! — Leonard gritou e em um impulso se levantou do chão.

—EVIE! — Gritou, só que dessa vez com mais ar em seus pulmões, colocando toda força que podia resgatar.

— Evie… — Gritou com a voz embargada, e eu pude notar o nó em sua garganta enquanto colocava às suas mãos na cabeça e puxava os seus cabelos de forma agressiva.

Leonard gritava sem fôlego em uma vasta tentativa de me encontrar.

— Leonard! — Amelia gritava enquanto tentava o acalmar. —LEONARD! — Em um impulso Amélia o agarrou e o prendeu em um abraço. Leonard desabou. Eu o vi chorar aquela manhã toda em frente a delegacia no colo de sua mãe.

Minha mãe precisou ser levada ao hospital e medicada, era difícil demais acreditar que uma pessoa tão cheia de vida tinha partido.

Nas horas seguintes, todos os meus familiares foram avisados, e com tremendo choque, meus tios e primos de outras cidades começaram a se organizar para comparecer ao meu funeral.

Sinceramente, ouvinte? Eu não estava nem um pouco preparada para comparecer ao meu funeral.


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