Hunted escrita por autorasantiis


Capítulo 1
Prólogo




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Os olhos verdes se fixaram no teto, permitindo que as lembranças entrassem em fluxo na sua mente, não precisava de uma penseira para aquilo, aquelas eram as lembranças que mais lhe afetavam, porque ele sabia, mas ainda assim optava por não ir atrás daquilo e se sentia um covarde.

Dumbledore lhe confiou algo importante, algo que ninguém nunca saberia, bem, talvez Hermione, ela era inteligente demais. Mas ainda assim, era dele a missão de encontrar o fim para aquela guerra.

A ordem já havia perdido muitos membros, e Harry se quer chegara perto de derrotar Voldemort.

Ele lembrava de quando havia ouvido a profecia “um não pode viver, enquanto o outro sobreviver”. E já deveria ter imaginado que naquele momento estava sendo mais do que caçado, aquilo precisava acabar de uma vez.

— Se pensar demais assim vai explodir o resto de neurônio que lhe resta – o ruivo diz, adentrando o quarto e mirando o moreno sobre a cama.

— Talvez assim eu não precise correr atrás de você-sabe-quem— ele suspira e se senta na cama, mirando Ronald a sua frente – o que tem pra mim?

— A nova sede está pronta, todos os feitiços estão reforçados e está apta para receber todos os membros espalhados – Rony diz com calma, enquanto olhava Harry com desconfiança – você não estava pensando nisso.

— Não importa – ele se levanta e caminha até a cozinha, onde sabia que todos estariam.

“O santuário sagrado não pode ser violado, mas você precisará, será a sua salvação, caso chegue no extremo e Voldemort tenha dominado tudo”.

Não, ele não podia, não deveria considerar aquilo, estava fora do seu alcance, era suicídio, ele não sabia quais os custos que aquilo teria, não podia se dar a aquele luxo.

“O preço será alto Harry, pense com cuidado, mas será a maior arma que terá contra ele, eles o protegerão, eles o levarão até o fim disso”.

Não havia mais horcruxes, nem mesmo ele ou Nagini, ambos haviam sido destruídos em Hogwarts, Nagini por Neville e ele pelo próprio Voldemort. Lembrava quando havia se descoberto uma horcruxe que o próprio Voldemort nunca tivera a intenção de criar, mas havia posto diante de si e a destruíra.

“Zara é uma mulher justa, apesar de fria e calculista, ela não recusará lhe ajudar, dê a ela a minha moeda, ela saberá porque está lá”.

Ele não queria, aquele preço era alto demais, mexer com coisas que estavam distantes do seu mundo não era seu intuito, mas talvez fosse sua única opção.

— Hermione – ele chama, fazendo a mulher se virar confusa para olhá-lo – precisamos conversar.

— Harry, agora não dá – ela tinha muitas coisas a resolver ali, os papéis sobre a mesa, indicavam que ela deveria estar montando algum plano de fuga para eles, não poderiam simplesmente aparatar dali para outro lugar, era impossível, a segurança da casa dos Black não permitia.

— É urgente – o tom dele a fez parar tudo e olha-lo novamente, ela sabia que ele nunca usava aquele tom se não fosse necessário.

Era o mesmo tom que ele usou quando descobriu o romance proibido dela. Hermione engoliu em seco e assentiu, tratando de suspirar e deixar tudo ali para outro momento, não tinha outra opção senão acompanhá-lo. Não havia feito nada demais, mas Harry parecia ter algo importante para falar e sabia que aquilo não deveria sair de seu círculo, que se resumia a ela, Gina, Luna, Neville e Rony.

Os três caminharam até o quarto das meninas, onde Gina e Luna estavam deitadas, haviam sido torturadas em uma batalha recente contra dois comensais e haviam sido salvas por um triz. No caminho eles acabaram achando Neville, que os seguiu sem dizer nada.

Assim que entraram no quarto, os olhos de Gina se voltaram para ele, os dois haviam brigado e até aquele momento não haviam feito as pazes, mesmo Harry tendo se preocupado com ela, não fez menção de procurá-la.

— Como estão? – foi Rony quem perguntou, se sentando ao lado da irmã, mas ela não tirava os olhos do Potter, queriam dizer algo, mas nada vinha a suas mentes.

— Melhor, a senhora Weasley vem aqui todo dia – Luna diz com calma, não tinha mais aquele tom sonhador em suas palavras, havia perdido anos atrás, a guerra a mudara, mudara a todos.

— O que estão fazendo aqui? – Gina pergunta, desviando o olhar para o irmão, que sorri e ajeita seus cabelos com ternura, haviam perdido Fred anos atrás em uma tentativa de enfrentarem Voldemort em Hogwarts, mas havia falhado miseravelmente, ter Gina salvo ali, era a única coisa que amenizava sua dor.

— Não sei também, Harry quer dizer algo – Ronald diz e todos voltam seus olhares pra Harry.

— Sabemos qual é o plano dos comensais, e sabemos quando, por isso vocês irão para a nova sede, sem mim – Harry diz e todos se espantaram, ele por acaso havia ficado louco?

— Harry...

— Eu sei Mione – ele a interrompe e suspira – é mais seguro para mim, mas não pra vocês, Luna e Gina estão machucadas, precisam ir antes, nós não temos pó de flúor suficiente e alguns terão que achar rotas de fuga que com certeza você já está montando, mas eu preciso fazer outra coisa.

— E não pode compartilhar conosco? Somos seus amigos – Neville diz, visivelmente irritado com aquela ideia estupida de Harry.

Era claro dizer que ele estava certo, afinal, se o Potter morresse, Merlin saberia o que Voldemort faria a todos eles.

— Eu sei que é difícil aceitar, mas preciso que confiem em mim e aguardem o meu retorno – Harry suspira e fecha os olhos – vou fazer algo que deveria ter feito a muito tempo.

— Enfrentar você-sabe-quem? – Luna parecia apavorada e nem notara que havia forçado seu corpo a se sentar, logo grunhindo de dor e tendo Neville a ajudando a voltar para uma posição confortável.

— Não Luna – Harry nega com um sorriso tranquilo nos lábios – nós iremos ganhar essa guerra, e há algo que eu posso fazer, algo que vai garantir uma vitória nossa.

Ninguém ousou dizer mais nada, se Harry estava tão confiante, eles precisavam acreditar, precisavam confiar de que ele estava tomando a decisão mais correta em prol daquela guerra e do bem estar de todas aquelas pessoas que estavam sendo massacradas pelos comensais.

— Podem me deixar a sós com a Gina? – Harry pede e todos eles assentem, bem, Luna não poderia sair dali andando, mas Neville fez questão de carregá-la dali, para que ela pudesse ver outras coisas.

Depois que Hermione fechou a porta, Harry apenas caminhou até a cama e se sentou ao lado da ruiva, que o olhava sem expressão.

— Fui um tolo, e peço desculpas – ele suspira e foca seus olhos nos dela, sentia tantas coisas, mas era tão difícil dizê-las – me desculpe Gina, por minha causa...

— Não foi culpa sua – ela suspira e nega – sabíamos os riscos, e tudo bem, é uma guerra, estamos todos fadados ao fracasso, a dor, a tortura, não importa como seja.

Ele apenas assente e leva sua mão à barriga dela, sentia tanto pela briga, sentia tanto por não a ter protegido, sentia tanto por ter sido um covarde.

— Ele está bem – ela diz colocando a mão por cima da dele – não fizeram mal a ele.

— Eu deveria tê-los protegido – Harry suspira, agora alisando o rosto dela com ternura, ainda se sentia culpado e era por causa daquela culpa que não havia estado ali nos dias anteriores – me perdoe.

— Pare de se culpar pelo que não está no seu controle – ela diz segurando a mão dele, o forçando a abrir os olhos e encara-la – eu não sei o que precisa fazer de tão importante, mas seja o que for, por favor, volte para nós, o nosso filho não pode crescer sem um pai.

— Eu prometo que voltarei para vocês – ele se abaixa e deixa um beijo na testa dela – estou com tanto medo Ginny.

— Eu sei, e tudo bem ter medo, é o que nos impulsiona – ela segura o rosto dele próximo ao dela e sorri fraco – transforme o seu medo em coragem Harry, não seja o eleito, ou o nosso salvador, seja apenas o que você quiser ser.

— Eu quero ser um pai, um marido, um amigo digno, mas para ser o homem que eu quero ser, antes, eu preciso ser aquele que esperam que eu seja – ele suspira e deixa um selinho nos lábios dela – vou acabar com isso, e não se preocupe, eu sumirei por alguns dias, mas lhe prometo, eu voltarei.

Ela não disse mais nada, apenas assentiu, faria o que era necessário.

“Os caçadores da Inquisição são cruéis porque tiveram a sua história roubada por pessoas como Voldemort, se precisar jure lealdade a eles e terá a sua vitória”.

E ele teria, acabaria de uma vez por todas com aquele que não deve ser nomeado.


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