Metamorfose escrita por RobbieDawson


Capítulo 4
Capítulo 04 - A Negociação


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, gostaria de me desculpar pela demora de publicar o capítulo. A razão disso ter acontecido, foi devido a problemas no meu notebook e também por conta dos meus estudos. Caso isso venha a acontecer de novo, nos próximos capítulos, é devido a isso (estudos).
Espero que gostem da leitura! ♥



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Com o decorrer dos dias, eu fui, gradualmente, me acostumando com a minha nova rotina acadêmica. 

Apesar do alvoroço que foi lidar com algumas burocracias de viés institucional, como registrar-me na biblioteca da escola para assim conseguir reservar os livros didáticos utilizados em sala de aula, ou então, procurar por materiais escolares, como cadernos e canetas, sendo estes, ofertados pela própria bibliotecária, o restante do meu tempo na 'Sweet Amoris' ia, de certa forma, bem. 

As aulas são bastante dinâmicas e envolventes, e a maioria dos meus colegas, bem acolhedores e gentis - por mais que haja uma minoria não tão agradável assim de se conviver. 

Fora isso, tanto eu, quanto Rosa, tínhamos criado rapidamente novos vínculos de amizades. Já estávamos até andando com um grupo de meninas depois das aulas, meninas estas de diferentes personalidades e aptidões. 

Kim, que é a mais velha do grupo, é uma Doppelgänger, assim como Priya. Ou seja, ambas as garotas são capazes de se transformar em outras pessoas. No entanto, elas ainda sentem bastante dificuldade de transmutar, o que pode ocasionar resultados um tanto quanto tragicômicos - o que nos diverte um bocado. 

Além delas, há também Violette, uma menina introvertida e meiga, que possui deslumbrantes cabelos violetas. 

Violette é uma Ninfa, portanto, ela se comunica com os elementos da natureza e é capaz de manipulá-los a seu favor. 

A exemplo disso, numa tarde de sexta-feira em que tínhamos que visitar os clubes da escola que oferecem atividades extracurriculares, Violette mostrou para mim um pouco de suas habilidades quando estávamos presentes no clube de Jardinagem. 

Ela recolheu uma flor do tipo margarida, e a fez murchar e desabrochar em questão de segundos.  

“É preciso ter muita técnica para fazê-lo!”, ela me disse com uma tremenda falta de ar, enquanto limpava uma linha de suor que escorria de sua testa. 

Não preciso nem dizer o quão abobalhada eu fiquei assistindo o seu truque de manipulação temporal. O fato dela conseguir manusear flores, e de uma forma tão específica, é motivo de causar inveja em qualquer um. Mas ela não é a única por aqui que é capaz de usufruir da natureza e seus componentes.

A última integrante do nosso grupo, é Iris, a garota ruiva com quem tive um breve contato no dia em que cheguei aqui.

Iris, que é uma Sereia, também possui uma conexão muito forte com a natureza, especialmente, com a água. Mas ao contrário de Violette, ela não pode fazer muito, além de respirar debaixo d’água. 

Além disso, ela é capaz de vocalizar perfeitamente. As melodias que soam de suas cordas vocais são tão puras que parece até que estou na presença de uma profissional da música, mas o que esperar das Sereias e dos Tritões, se não os seus encantadores cânticos, não é mesmo? Mas seja o que for, são esses os detalhes que estão tornando tudo tão maravilhoso por aqui.

Isso faz com que eu reflita um pouco sobre a minha vida, visto que, por muito tempo eu só tive Cindy e Isabela comigo, afinal, foi com quem cresci em Collingwood, entretanto, essa mudança tão repentina de moradia, por mais difícil que tenha sido, acabou sendo um efeito positivo para mim, já que, eu não tinha contato com outros humanos-mestiços antes, e isso, de certa forma, me trazia a sensação de incompreensão, e até mesmo, não pertencimento. 

Talvez até por isso eu esteja sentindo essa conexão tão especial por essas meninas, que em tão pouco tempo, tornaram-se grandes amigas. 

E por falar em conexão especial, ultimamente eu tenho tentado conversar com o garoto de cabelos prateados desde a nossa intensa troca de olhares no anfiteatro. Contudo, quando estou perto dele, sinto-me estranhamente mais tímida e retraída, de modo que acabo ficando estagnada e sem saber, sequer, o que falar. Além do mais, a única informação que sei sobre ele é o seu nome: Lysandre. 

E eu reconheço que, pelo tempo que passou, eu já deveria ter tido a coragem de puxar um papo com ele, porém, quando penso na possibilidade disso acontecer, eu travo. E para piorar a situação, nós continuamos a manter as nossas trocas de olhares, seja na aula de ‘Educação Física’ ou na de ‘Saúde e Curandeirismo’, sem contar, nas vezes em que nos esbarramos fora do ambiente de aprendizagem.

Ademais, não demorou muito para que Rosa e as outras percebessem nossos flertes silenciosos. 

É claro que elas não perderam a oportunidade de me provocar com piadinhas inocentes aqui e ali. No entanto, todo esse clima bem-humorado, ainda assim, não me dava coragem o suficiente para enfrentá-lo.

Na perspectiva de Priya, toda essa dificuldade que estou passando é uma mera questão de alinhamento de objetivos, e para ela, mais cedo ou mais tarde, eu conseguirei superar essa barreira imaginária que acabei criando entre nós dois.

Lembro-me que, ao ouvi-la dizer isso, a questionei: 'Mas o que posso fazer para me ajudar?'. E ela respondeu com a sua paciência inabalável: 'Dê tempo ao tempo'. Após isso, o assunto morreu ali mesmo.

Embora eu saiba que Priya esteja certa, não posso negar que manejar a minha própria ansiedade tem sido o aspecto mais desafiador dessa situação, afinal, sei que não posso controlar os meus próprios sentimentos. 

Mas mesmo assim, ruminar sobre quando será o dia em que ele, ou até mesmo eu mesma, irei quebrar essa tal barreira que tanto criamos, é o que tem feito os meus devaneios cada vez mais frequentes, e junto com eles, vem a idealização desse tão aguardado dia que parece nunca chegar.

                                                            [...]

Com um apito velho em mãos, ouço o professor Boris assoprá-lo com força, tendo a intenção de dispensar a turma que seguia de forma diligente as suas orientações quanto aos exercícios físicos que deveriam estar sendo postos em prática naquela tarde de quarta-feira.

—Saiam! Agora! -Ele berrava, nos enxotando deliberadamente, indicando o fim da sua aula. 

—Kentin e Morgan, recolham todas as bolas e as joguem no cesto. Vamos! -Ele exigia com uma pitada de irritação em sua voz, assustando os referidos garotos, que prontamente o obedeceram.

—Por que ele está agindo desse jeito? -Kim, que parou ao meu lado, indagou, cruzando os braços.

—Eu não faço ideia! -Digo passando a mão no cabelo e sentindo a oleosidade dele devido ao acúmulo de suor. 

—Acho que tem a ver com a pegadinha que pregaram mais cedo, lá nos dormitórios dos professores. -Manifestou Priya, com um olhar curioso, aproximando-se de nós duas.

—O que fizeram nos dormitórios dos professores? -Perguntei, curiosa. 

—Aparentemente, implantaram uma bomba de tinta numa sacola plástica e ela explodiu, sujando todas as paredes e o teto do lugar. -Explicou Priya, fazendo uma careta de preocupação. -A diretora está uma fera! 

—Eu não a julgo por ficar assim! -Rosa, que vinha carregando uma bola consigo, comentou, sendo seguida por Violette e Iris. -Se alguém destruísse as roupas dos meus funcionários, eu também ficaria transtornada!

—Espera aí! -Kim arqueou uma das sobrancelhas, confusa. -O que isso tem a ver com “roupas”? 

—Acontece que a sacola foi posta na frente do quarto do professor Boris. -Priya esclarece a dúvida de Kim. -Ouvi dizer que ela ficou completamente destruída e a tinta sujou o quarto inteiro dele.

—Isso é horrível! -Comentou Violette em seu tom de voz baixo e usual.

—Pois eu achei hilário! -Kim pontua, soltando algumas risadinhas. 

—Isso porque não afetou você! -Rosa falou com certa seriedade. 

—Olha, eu estou apenas tentando encarar todo esse dramalhão de uma forma mais otimista. -Kim se defende, porém ainda mantendo um clima de descontração em sua voz. -Além do mais, eu acho que não precisamos nos preocupar tanto assim, afinal, estamos sob a proteção de uma diretora que, literalmente, faz uso de magia. Logo, tudo isso será esquecido e se tornará uma memória distante e engraçada. 

—Se você diz… -Rosa profere, não sentindo muita confiança na outra. 

—Até que Kim pode ter razão! -Afirmou Iris, considerando o ponto de vista controverso. -A diretora achará um jeito de contornar toda essa infeliz algazarra. 

—É claro que ela vai! -Kim reitera com firmeza. -Se até o nosso uniforme de Educação Física, é mágico. -Disse referindo-se ao fato dos uniformes terem aparecido, um dia, dentro dos armários que compõem o vestiário feminino. 

—Bem, seja o que for, espero que não sejamos vítimas dessa babaquice. -Proferiu Rosa enquanto afastava-se gradativamente na intenção de devolver a bola que ela ainda trazia consigo. 

—Ela leva o assunto “roupas” muito a sério, não acham? -Interpelou Kim, achando graça na reação de Rosa. 

—A fashionista interior dela está de luto com o horror que foi causado por essa tragédia. -Disse eu, dando uma risada de leve, o que fez as outras meninas rirem junto comigo. 

—Estão, por acaso, me ridicularizando? -Rosa retornou, agora, de mãos vazias, e fingindo-se de brava. 

—Jamais! -Priya responde com um riso comedido. 

—Ei! -De repente, uma voz grave invade os nossos ouvidos, arruinando nosso singelo momento de descontração. -O que vocês ainda estão fazendo aqui na quadra? Saiam! Anda! -Bradava o professor Boris, gesticulando com uma de suas mãos. 

—Estamos saindo, professor! -Disse Iris tentando acalmar o homem que mantinha seu mal-humor irrefutável. 

—É melhor irmos depressa! -Violette murmura com o rosto vermelho, claramente sentindo-se amedrontada devido à forma grosseira do professor estar agindo.

—Tem razão! -Eu digo iniciando a caminhada em direção ao vestiário, que fica há alguns metros de distância das arquibancadas.

Quando nos aproximávamos da entrada do vestiário feminino, uma mão fria, de repente, me impediu de continuar. 

Ao virar-me, vejo uma garota totalmente estranha para mim, apoiando-se em um de meus ombros.

Ah! -Ela exclamou fingindo-se de surpresa. -Jenna Torres! 

Erhm… é Jéssica Lopez!

—Claro! -Ela sorriu de um canto dos lábios para o outro. -Eu estava brincando! -Disse falsamente constrangida pelo engano.

—Com licença, mas quem é você, querida? -Rosa indagou tão atônita quanto eu. 

—Desculpe-me pela falta de educação. Deixe-me me apresentar! 

A garota de curtos e ondulados cabelos arroxeados retirou de sua bolsa um cartão, com um design evidentemente profissional, e que continha o seu nome redigido nele.

—Eu sou Peggy Chandler. -Disse entregando-me o seu cartão. -Sou uma aluna do segundo ano e faço parte do Clube de Jornalismo e Teatro da ‘Sweet Amoris’. 

—E você veio aqui nos oferecer algum tipo de ‘workshop’? 

A pergunta de Kim quase me fez gargalhar, pois eu não sabia se ela estava falando sério ou apenas caçoando de Peggy.

—Não, querida! -Peggy a respondeu com o sorriso mais falso que eu já vi. -Eu vim aqui porque estou recrutando novos membros para ingressar nos meus clubes. E eu sei que vocês tem até o início de outubro para submeter a inscrição em algum deles, então, eu fiquei sabendo que a nossa Jessica aqui ainda não faz parte de algum deles. Achei que ela poderia se interessar no que eu tenho a propor para ela.

Quando Peggy terminou de falar, eu a encarei, sentindo-me desconfiada de suas verdadeiras intenções, no entanto, não podia negar que fiquei bastante intrigada com sua abordagem nem um pouco indiscreta, ainda mais, quando era difícil entender o que a motivava vir logo atrás de mim, já que haviam tantos outros alunos disponíveis para ela fazer o mesmo. 

Logo, eu sabia que naquele momento eu só tinha duas opções. Ou eu a ignorava, ou então, me permitia ouvi-la. Como não tinha mais nada a perder, decidi que seria melhor dar uma chance a ela. 

Com isso, acabei aceitando o seu pedido, mas antes, informei-lhe que iria tomar um banho e trocar de roupa. Peggy assentiu e avisou que estaria me esperando em um dos assentos das arquibancadas. 

Sendo assim, após o banho, me despedi das meninas, que disseram que estariam no refeitório aguardando a hora da janta.

—Encontro vocês lá! -Falo acenando para elas e me juntando a Peggy, que escrevia fervorosamente em um pequeno bloco de notas.

—Tem certeza que quer conversar aqui? -Pergunto olhando ao meu redor, temendo a presença do professor Boris. 

—Não se preocupe! -Peggy diz notando a minha inquietação. -Os professores estão ocupados demais resolvendo a bagunça no dormitório deles.

Ah! -Exclamei, compreendendo. -Então você também ficou sabendo da pegadinha?

—Claro! -Peggy fala, dando de ombros. -Afinal, fui eu a responsável por ela!

Imediatamente, eu deixo uma tosse nervosa escapulir da minha boca, chocada com a confissão da mesma. 

—E agora você deve estar se perguntando o porquê de eu estar lhe dizendo isso, não é mesmo? 

Ainda perplexa pela confissão da mesma, eu assenti silenciosamente, sem tirar os olhos dela. 

—Digamos que eu acredito que toda boa negociação precisa ser benéfica para os dois lados, não concorda? E para isso, há de haver confiança.

Peggy fala, ainda sem se importar com as minhas expressões de espanto.

—Negociação? -Indago, confusa.

—Sabe Jessica, durante todos esses meses em que me dediquei a escrever artigos para o jornal da escola, eu aprendi a ser cada vez mais observadora e cautelosa. Além do mais, foi graças às minhas habilidades de investigação que descobri que a diretora pode estar escondendo o segredo de alguém que interessa tanto a mim quanto a você.

—Do que você está falando? -Pergunto, um pouco temerosa de saber a resposta.

—Estou falando do seu crush… o Lysandre. -Quando ela cita o nome de Lysandre, as minhas bochechas automaticamente ficam coradas. -Acha mesmo que não percebi o climinha frouxo de romance entre vocês dois? 

A sua provocação me pegou desprevenida.

—Sim! Mas e daí? Qual o problema disso? -A minha indignação soa como um grito esganiçado, o que parece estar divertindo Peggy, que mantém um sorriso casual de lado. 

—Nada! Nada! -Ela fala, erguendo os braços. -É que eu acho curioso que… de todos os novatos daqui, ele é o único que possui um tutor e tem aulas particulares na sala da diretora Shermansky. Esquisito, não é mesmo?

—Do que você está falando? Seja direta e reta! -Falei me impondo, irritadiça. 

—Tudo bem, Jessica! -Peggy arruma a própria postura e passa a me encarar com mais seriedade. -Eu quero que você me ajude a descobrir se Lysandre é, no final das contas, um Feiticeiro. 

—O quê? -Eu sinto o meu peito inflar de indignação. -Por que eu faria isso?

—Eu imaginei que você diria algo assim. -Ela sorri de forma vitoriosa para si mesma. -É por isso que tenho uma proposta a oferecer.

—Proposta? -Questiono. 

—Veja, além de ser redatora chefe do clube de Jornalismo, eu também faço parte da equipe de roteirização do clube de Teatro, um clube que eu sei que Lysandre fará parte. 

—E como você sabe disso? -Pergunto, com mais desconfiança.

—Eu o ouvi falar com o seu irmão mais velho, Leigh, no almoço de ontem. Eles têm interesse em trabalhar juntos, por isso, Lysandre se juntará ao Clube de Teatro. E eu, como uma líder nata e de muita influência, posso facilmente lhe colocar em uma das nossas produções. Quem sabe eu possa até mesmo encaixá-la como uma de nossas protagonistas e fazê-la atuar ao lado… dele. 

Ao escutar a oferta de Peggy, fiquei completamente sem palavras.

O meu rosto, que já estava quente, ficou queimando, e as minhas bochechas rosadas, tornaram-se muito mais ardentes do que antes.

A ideia de contracenar com Lysandre me deixava com o coração na boca, todavia, isso fazia eu me questionar: será que eu deveria realmente aceitar essa proposta? Por um lado, eu sabia que seria errado invadir a privacidade de alguém desse jeito, mas por outro, a minha paixonite por ele me colocava numa posição de vulnerabilidade tão grande que eu não sabia diferenciar mais a razão da emoção.

—Certo…, mas se eu aceitar…, como isso vai beneficiar você? E o mais importante, como eu saberei se posso confiar em você?

—Ora, Jessica! Não é óbvio? -Peggy solta uma risada esdrúxula. -Você ficará ao lado do seu namoradinho e eu escreverei o maior artigo de todos os tempos. Assim, ficarei marcada para sempre na história da ‘Sweet Amoris’ como a melhor repórter investigativa que essa escola já viu, afinal, fazem mais de 100 anos desde que a instituição não acata um Feiticeiro como parte de seu corpo discente. Isso aqui não será apenas histórico, será também revolucionário. Um estudante que é capaz de conjurar magia. Já estou até imaginando o título da manchete. Ai! Ai! -Peggy suspira com um ar sonhador. 

—Certo…, mas como eu vou saber se você não irá me jogar debaixo do tapete? Até agora você só está falando, falando e falando, mas sem dar uma prova concreta de que posso confiar em você. 

—E ter admitido que fui eu quem armou a bomba de tinta, não é o suficiente para comprovar a minha confiança? Eu, literalmente, estou colocando a minha reputação e formação acadêmica em risco.

—E como raios isso poderia provar a sua confiança? -Questiono Peggy. 

—Jessica…, reflita mais um pouquinho. Por que você acha que eu fiz isso? 

A pergunta de Peggy me deixou, mais uma vez, em silêncio. Eu simplesmente não conseguia entender como funcionava a lógica na cabeça dessa menina, mas de alguma forma, eu sabia que ela arranjaria um jeito de justificar a sua estupidez.

—Eu não faço ideia!

—Ora, bobinha! Para tirar todo o foco da diretora e invadir a sala dela. Acorda!

—Você…, quer invadir a sala da diretora? -Declarei consternada pela falta de noção dela.

—Claro! -Peggy responde sem dar muita importância para a gravidade daquilo. 

—E você não pode fazer isso sozinha? -Sugiro, começando a me arrepender de estar ouvindo-a.

—Se fosse simples assim eu já teria feito antes…, mas o problema é que para entrar na ala do Diretório Acadêmico, você precisa ter uma autorização. E normalmente, o colégio permite aos calouros a solicitarem uma reunião de orientação com a diretora. E é aí que você entra no meu plano. 

—Então… você quer que eu peça uma reunião com a diretora e vasculhe a sala dela?

—Basicamente. 

—Eu… não sei. Isso parece perigoso! -Um pouco retraída, me afasto de Peggy. -Você já tentou falar com o irmão dele, o Leigh? Quem sabe ele seja um Feiticeiro também. 

—Sim! Eu já tentei, mas ele não me dá muita abertura. E não. Ele não possui traços mágicos. É um simples Minotauro. Mas e então…, você vai me ajudar? 

—Eu…

—Pense bem, Jessica! -Peggy sorri para mim. -É uma troca justa. Você me ajuda e eu te ajudo. No fim, nós duas ganhamos. Você o seu romance, e eu, a minha fama. E então… vai aceitar?

Peggy indaga, estendendo a sua mão para mim.


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