S. Valentim Incomum - Wolfstar escrita por Sandra Longbottom


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi! Mais um projeto que iniciei. Tem como casal principal Sirius Black e Remus Lupin (Wolfstar), com o tema do dia de S. Valentim. Terá cerca de dois capítulos. Se não gosta, por favor, não comente. Se gosta, tenho todo o prazer em ler seus comentários e de responder. Bjs :D



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O Salão Principal estava apinhado de crias de coruja das torres, filhotes das corujas do castelo, entregando cartas apaixonadas.

As paredes, normalmente austeras, estavam decoradas com fitas e balões em forma de coração. Havia espalhado no chão pétalas de rosa, deixando o ambiente ainda mais romântico.

 

Dumbledore se encontrava em seu lugar, observando animado a interação entre seus alunos. Todos pareciam felizes. Mas não era bem assim.

 

Sirius observava, com um misto de raiva e tristeza, o ambiente apaixonado que se tinha instalado na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Até a decoração o enjoava.

 

Era o dia mais aguardado pelos casais de namorados, o dia de S. Valentim mas, para o primogênito renegado da família Black, seria o pior de todos.

 

Seu namorado de longa data, Remus, era um lobisomem. Toda a escola sabia de sua condição graças a Snape - maldito narigudo - e o tratavam como um leproso.

 

Mas não era culpa de seu namorado. Tinha sido Greyback a mordê-lo. Se um dia o encontrasse, o mataria com suas próprias mãos.

 

Terminou de almoçar e saiu do Salão Principal, em direção às enormes portas da entrada do castelo. James e Lily já tinham ido para Hogsmeade passear e Peter, pobre coitado, nenhuma garota queria sair com ele.

 

Olhou em direção aos campos onde, no topo de uma colina do vilarejo, se encontrava o Salgueiro Lutador. Remus o tinha proibido de visitá-lo naquela noite. Tinha sido uma das poucas discussões que tinham tido como casal, pois ambos eram demasiado teimosos.

 

Parecia que Moony - seu lobo interior - estava revoltado, mas não sabia o motivo. E Sirius podia ser seriamente machucado. Mas planeava visitá-lo na mesma. Não iria deixar seu namorado passar por mais uma lua cheia, ainda mais sozinho.

 

Avançou pelos jardins do castelo, repletos por uma neve fofa e espessa, em direção ao portão, onde havia carruagens prontas para levar os jovens namorados para se divertirem na vila.

 

Sirius entrou em uma delas, que avançou pelos caminhos de terra. Observou o céu escuro, estava um dia muito frio, mas Sirius estava suficientemente aquecido. Iria nevar em breve.

 

Suspirou. Aproveitara todo aquele tempo entre as transformações para ficar mais perto de Remus. Não tinha saído de seu lado por um momento.

 

Agora que Remus estava na Casa dos Gritos, se preparando para mais uma transformação, iria comprar um presente. Mas não sabia o que lhe oferecer.

 

Já lhe tinha oferecido de tudo: uma aliança para firmarem o relacionamento, os mais variados chocolates, sem mencionar os livros, e algumas roupas. Tudo o que Remus gostava. Queria oferecer algo diferente.

 

Viu a carruagem chegando à entrada da vila e se preparou para sair. Ao saltar para a neve fofa, resquícios da noite retrasada, olhou para todos os lados. Por vezes, os Comensais gostavam de se juntar e de atacar Hogsmeade e o Beco Diagon-Al, trazendo o caos a seus habitantes.

 

Aparatou no lado norte do Beco Diagon-Al, em frente a Gringotts, um edifício um edifício imponente de mármore branco por cima das lojinhas. Subiu as escadas brancas em direção às portas de bronze polidas, que eram guardadas por dois duendes de uniforme escarlate e dourado. Os duendes o cumprimentaran com uma reverência quando entrou e ele acenou em em resposta. Entrou no saguão, onde também tinha outras portas, de prata. Nessas portas estavam gravadas as seguintes palavras:

 

 

Entrem, estranhos, mas prestem atenção

Ao que espera o pecado da ambição,

Porque os que tiram o que não ganharam

Terão é que pagar muito caro,

Assim, se procuram sob o nosso chão

Um tesouro que nunca enterraram,

Ladrão, você foi avisado, cuidado,

pois vai encontrar mais do que procurou.

 

Dois duendes se curvaram quando ele passou pelas portas de prata e desembocou em

um grande saguão de mármore. Havia mais de cem duendes sentados em banquinhos altos

atrás de um longo balcão, escrevendo em grandes livros-caixas, pesando moedas em balanças

de latão, examinando pedras preciosas com óculos de joalheiro.

 

Havia ao redor do saguão portas demais para contar, e outros tantos duendes acompanhavam as pessoas que entravam e saíam por elas. Hagrid e Harry se dirigiram ao balcão.

Bom-dia – disse a um duende desocupado. – Vim sacar algum dinheiro do cofre 406.

O senhor tem a chave? - Sirius removeu a chave de dentro do bolso. O duende examinou-a cuidadosamente.

Parece estar em ordem. - Disse o duende, depois de observa-la atentamente - Vou mandar alguém levá-lo ao cofres. Sharptooth!

 

Sharptooth era outro duende. Acompanhou Sharptooth a uma das portas que havia no saguão. Sharptooth segurou a porta aberta para ele passar. Encontravam-se em uma passagem estreita de pedra, iluminada por archotes chamejantes. Era uma descida íngreme, em que havia pequenos trilhos. Sharptooth assobiou e um vagonete disparou pelos trilhos em sua direção. Eles embarcaram e partiram. A princípio eles apenas viajaram em alta velocidade por um labirinto de passagens cheias

de curvas.

 

Os olhos de Sirius ardiam no ar frio que passava rápido por eles, mas mantinha-os bem

abertos. Uma vez, ele pensou ter visto uma labareda no fim da passagem e se virou para

conferir se era um dragão, mas foi tarde demais – eles mergulharam ainda mais fundo,

passaram por um lago subterrâneo onde se acumulavam no teto e no chão enormes estalactites

e estalagmites.

 

Quando o vagonete afinal parou ao lado de uma portinhola na passagem, sairam. Sharptooth destrancou a porta. Saiu uma grande nuvem de fumaça verde e enquanto ela se

dissipava, Sirius ficou sem respirar. Dentro havia montes de moedas de ouro. Colunas de

prata. Pilhas de pequenos nuques de bronze. Olhou para a pequena fila de moedas que possuía, não era muito mas dava para sobreviver durante mais algum tempo.

 

Retirou um saquinho de pano e pegou em várias moedas, enchendo-o. Precisava de dinheiro para as próximas compras que faria. E teria de poupar até poder arrumar um emprego.

Depois de mais uma viagem no vagonete descontrolado, chegou à claridade do sol dolado de fora de Gringotes.

 

Avançou pelas ruas repletas de comerciantes e de jovens namorados, observando as lojas. Caminhava sem pressa. Teria tempo suficiente para fazer suas compras. Parou na DedosdeMel, onde comprou uma caixa de sapos de chocolate. Remus amava colecionar os cromos. Já tinha a maior parte da coleção e três vezes já lhe tinha saído Dumbledore.

 

Os cromos dos quatro fundadores de Hogwarts eram dos mais raros, e Remus ainda não tinha conseguido nenhum. Continuou sua caminhada, passando pela Zonko's, onde comprou bombinhas de mau cheiro. Seu estoque estava terminando e precisava de mais para sua próxima pegadinha.

 

Passou por uma pequena ourivesaria: "Joias Encantadas", uma loja modesta para pessoas que nao tinham muito dinheiro, mas que queriam oferecer presentes a sua cara metade. Sirius nunca tivera necessidade de entrar naquela loja. Seus pais podiam ser as pessoas mais esnobes, mas sempre tinham dado dinheiro a seus filhos, para mostrarem que os Blacks eram de uma estirpe superior.

 

Quer ele, quer Reg, tinham de andar bem vestidos, nem um buraco podiam ter em uma meia. Walburga ficava possessa de raiva quando via vestes mais desgastadas.

 

"Blacks são perfeitos" - Começava sempre com seu discurso - "Temos de mostrar a essa escória o quão superior a gente é. Não somos como aqueles traidores de sangue e sangue ruins."

 

Mas desde que tinha ido morar com os Potters, tivera de cortar nas despesas. Por mais que James e seus pais não se importassem de gastar dinheiro com ele, seu orgulho o impedia de querer abusar da boa vontade da família que o tinha acolhido de braços abertos.

 

Tinha juntado o dinheiro de suas mesadas ao longo dos anos. Sabia que sua mãe e seu pai, fanáticos por Lord Voldemort, iriam querer que seus filhos se juntassem aquele louco. E era o que teria acontecido, se não se tivesse revelado e fugido de casa. Sabia que sua mãe tinha queimado seu nome na tapeçaria.

 

Era um renegado mas seu pai, por qualquer motivo, não tinha retirado seu sobrenome. Senão seria um Sem-Nome, com menos direitos que um Squib. Não seria ninguém. Era o mesmo que ser um lobisomem, não teria direito a habitação, emprego, a seus próprios pertences.

 

Mas, naquele momento, com um pequeno saco de moedas em seu bolso, decidiu entrar. Sabia que Remus não se importava com aquelas coisas materiais, mas gostava que seu namorado tivesse um miminho. Era o que lhe dar naquele momento.

 

A sineta tocou quanto abriu a porta. A loja era pequena e escura, tenebrosa demais para os clientes, que preferiam luminosidade e espaço.

 

Olhou em redor, vendo as antiguidades. Pareciam banais. Nada lhe chamava a atenção. Estava pronto para se ir embora, quando uma voz rouca o abordou:

— Boa tarde, Sr. Black. - Sirius estacou, surpreso. Se perguntou como o homem sabia seu nome. - Vejo que um dos herdeiros de Orion e Walburga decidiu finalmente me agraciar com sua presença.

 

Sirius se virou, observando o rosto enrugado e os cabelos cinza do vendedor. Mas o que mais o tinha deixado admirado tinha sido a cor violeta dos olhos do homem. Só tinha havido uma família bruxa com essa cor de olhos, os Riverdell, mas já tinham sido aniquilados por Voldemort há muitos anos.

— Boa tarde. - Respondeu, se aproximando cautelosamente do balcão - Como sabe meu nome? - O vendedor deixou escapar uma risadinha divertida.

— Quem não conhece os Blacks? - Comentou, antes de ficar sério e perguntar - Que posso fazer pelo senhor?

— Estou procurando um presente para uma... - Hesitou, não querendo falar de Remus para um desconhecido - pessoa especial.

— Entendo... - Murmurou o vendedor, observando os objetos que tinha na vitrine - Um presente que possa andar sempre com a pessoa, mas que possa também ser escondido?

— Sim. - Respondeu Sirius, observando como o vendedor removia a varinha de dentro das vestes e convocava caixas em sua direção.

 

Viu alfinetes de variados tamanhos, cores e feitios. Até havia um cravejado a diamantes. Negou com a cabeça, queria algo mais requintado.

 

O vendedor afastou as caixas, colocando-as no lugar e convocou mais caixas, dessa vez com amuletos. Sirius semicerrou os olhos, não tendo a certeza se eram amuletos verdadeiros, embora parecessem. Mas não era nada daquilo que queria. Negou com a cabeça, queria alguma mais requintado.

 

O vendedor afastou os amuletos e convocou mais um conjunto de caixas, dessa vez com colares. Deu uma vista de olhos rápida, suspirando, sentindo a frustração o consumindo. Talvez não devesse ter entrado naquela loja. Não tinha nada que lhe chamasse a atenção.

— Um cliente difícil... - Murmurou o velho bruxo, de olhos brilhantes pela emoção. Há muito que não tinha um cliente assim - Gosto disso. Só um momento.

 

Se afastou para o armazém, onde vasculhou durante um longo tempo. Sirius ficou esperando, se assustando de vez em quando com os estrondos que escapavam.

 

Por fim, o vendedor saiu do armazém com uma caixa na mão e um grande sorriso nos lábios.

— Tenho essa peça guardada há tanto tempo que já nem me lembrava dela. - Começou, enquanto se dirigia para o balcão e Sirius o seguia - Meu pai e meu avô já a tentaram vender várias vezes, mas nunca conseguiram. Dizem que, quem toca nela, tem sensações... animalistas.

 

Abriu a caixa e Sirius arregalou os olhos, chocado. À sua frente tinha um colar com um poder indescritível. Era como se tivesse Remus a seu lado.

 

O fio de ouro era grosso, pendurando um talismã em forma de garra. Ao lado do colar se encontrava um simples anel de ouro.

— Esse anel tem uma ligação especial com o colar. - Informou o vendedor - Se um casal usar o conjunto ao mesmo tempo, sentirá o que o outro sente, onde se encontra e há o rumor de que, se a ligação entre esse casal for muito forte, até leem os pensamentos um do outro. - Sirius arregalou os olhos, espantado - É uma conexão inexplicável, pois ninguém sabe quem criou esse colar e o anel. Há vários rumores: desde um bruxo, apaixonado por uma criatura perigosa, o criou para ficarem juntos em todos os momentos. E também que foi um mago das trevas que queria controlar uma rainha Muggle e ficar no trono. Mas acho o primeiro rumor mais aceitável.

— Eu também. - Concordou Sirius, olhando o conjunto à sua frente. Sentia que era o presente perfeito. Era como se o rumor do homem apaixonado se encaixasse nele - Vou levar.

— Maravilha! - Exclamou o vendedor, encantado. Uma peça de valor inestimável, mas que nunca ninguém a quisera. Seu pai e avô sempre tinham ficado decepcionados quando não a vendiam. Que pena que não estavam ali para assistir aquele momento. Pegou em uma caixa de veludo azul, onde depositou cuidadosamente o colar e o anel.

— Qual é o preço? - Perguntou, tirando de dentro do bolso das calças seu saquinho de moedas. Esperava que não ficasse muito caro. Tinha uma quantia elevada consigo, mas não sabia se seria suficiente.

 

O vendedor ficou pensativo. Ao longo de todo aquele tempo, tivera vários preços na tentativa de vender. Observou o rosto jovem e ansioso. Aquela joia tinha um valor inestimável, mas não valia a pena ficar apanhando pó em um armazém velho. Mas era dos poucos pertences que mais valor tinha naquela loja.

 

Mas sabia, pelos jornais, o que jovem à sua frente tinha pedido tudo, mas não se sabia direito o motivo.

— Essas joias não tem um preço fixo. - Respondeu - Meu pai e meu avô cobravam variados preços e, embora sejam bastante antigas, vou cobrar um preço relativamente acessível.

 

Sirius suspirou, aliviado. Via que as joias não seriam um meros galeões, eram antigas e de grande valor. Mas, se conseguisse por um preço acessível, teria um presente surpreendente para seu namorado.

— Duzentos galeões. - Falou o vendedor. Seu avô já tinha cobrado mais de 10.000 galeões e seu pai quase 2000. E o preço que cobrava era bem inferior ao valor real da joia. Mas sabia que, se não a vendesse naquele dia, nunca mais a venderia.

 

Sirius hesitou, embora admitisse que não era um preço muito elevado para a joia que era. Não sabia se teria esse dinheiro com ele. Mas poderia ir a Gringotts se fosse necessário.

 

Ainda faltava algum tempo para terminar a escola e arrumar um emprego, mas sabia que era uma chance que nunca mais se repetiria.

 

Desamarrou seu saquinho de couro e abriu, contando cada galeão e knut que tinha. Não tinha a certeza de quanto tinha consigo.

 

Cada moeda que tirava, pousava em cima do balcão. Podia não ter tanto dinheiro como no passado, mas tentaria dar o mundo a Remus, tal como ele merecia.

 

O vendedor pegava nas moedas e as contava uma por uma.

— Duzentos galeões. - Acabou por dizer passado algum tempo, Sirius ficando mais aliviado por ter a quantia consigo - Perfeito!

 

Pegou nas moedas e Sirius observou, desanimado, o único knut que tinha sobrado. Mas era para Remus.

 

O vendedor pegou em um saco de pano com alças, onde colocou a caixa de veludo. Adicionou também um laço vermelho no saco e um kit de limpeza de joias. Juntou também um panfleto onde explicava a melhor forma de limpar joias mágicas.

— Obrigado pela compra. - Agradeceu o vendedor - E volte sempre.

— Obrigado pela atenção. - Respondeu Sirius, pegando no saco e saindo da loja. Observou o céu escuro e soube que viria mais uma tempestade de neve.

 

Decidiu regressar ao castelo, onde iria ajeitar o presente, antes de ir ter com seu namorado à Casa dos Gritos.

 

Se dirigiu para o ponto de encontro das carruagens e entrou numa, voltando para Hogwarts. Ainda tinha muito que planear para que aquela noite ficasse perfeita.

 

Continua...

 

 


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Notas finais do capítulo

Oi! Espero que tenham gostado desse capítulo. Sirius não quer deixar Remus sozinho naquela noite. Acham que ele deveria levar em atenção o pedido de seu namorado? Qual será a reação de Remus ao ver seu namorado junto dele? Espero ansiosa vossos comentários. Bjs :D



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