As estrelas no céu cintilavam como joias prateadas, a noite estava serena, e o vento fresco trazia uma suavidade ao ar, fazendo as folhas das árvores dançarem em um suave balanço. Jin estava deitado no peito de Namjoon, absorvendo cada segundo daquele momento encantador. Sentia que merecia ser feliz e estava disposto a se permitir isso. Não queria mais manter Namjoon tão distante; desejava tê-lo ao seu lado por toda a eternidade. Ficaram ali até o nascer do sol, contemplando a vista deslumbrante de cima da árvore.

— Ver isso com você torna tudo ainda mais belo, Joonie — Jin abraçou Namjoon com todo o carinho que sentia. 

— Podemos fazer isso todos os dias, ver o nascer do sol no alto dessa árvore. 

— Vou adorar ter essa vista linda com você ao meu lado todos os dias — Jin o beijou — Estou amando esse cenário, mas… o que acha de irmos para casa? 

— Para casa? — Namjoon ficou em dúvida se Jin tinha gostado ou não daquele encontro improvisado. 

— Sim, quero terminar esse momento romântico em um lugar mais… reservado. 

Namjoon sorriu amplamente, compreendendo as intenções de Jin. Eles retornaram ao castelo com passos apressados, ambos sorrindo como bobos e quase tropeçando para chegar o mais rápido possível. Ao chegarem, ainda era cedo, e todos continuavam dormindo. Namjoon trancou a porta de seu quarto e lançou um olhar sugestivo para Jin.

— Onde paramos? 

— Na parte em que eu vou te recompensar por ter sumido por tanto tempo. 

Jin sorriu e acariciou suavemente o peito de Namjoon. O coração de Namjoon acelerou involuntariamente; ele experimentava uma mistura de euforia e apreensão. Era sua primeira vez e não tinha certeza do que esperar, mas o sorriso reconfortante de Jin o acalmava. Era o homem que ele amava, aquele que o fazia sentir-se seguro e à vontade. Apesar de estar apenas começando a explorar a vida adulta, Namjoon tinha a convicção em seu coração de que seu amor genuíno por Jin seria suficiente para tornar aquele momento especial para ambos. Com os olhos fechados, Namjoon sentiu Jin beijá-lo, e com um desejo ardente que superava seus medos e incertezas, entregou-se ao amor que tanto almejava.

Os dois se envolveram em um momento íntimo e especial. A cada gesto, a cada carícia, fortaleciam o vínculo que já existia, agora marcado por uma intimidade que os conectava de uma forma mais profunda. No silêncio daquele quarto, eles se descobriram de uma maneira que ultrapassava a barreira do físico, tocando não apenas os corpos, mas também as almas que se entrelaçavam naquele momento de amor e entrega.

…

Jin e Namjoon estavam desfrutando de um relacionamento feliz, passando seus dias cuidando das questões do reino e suas noites entregues ao amor que compartilhavam. Certa tarde, Jin precisava colher algumas ervas e informou a Namjoon que estaria ausente por um tempo.

— Quer que eu vá com você, meu amor? — Perguntou Namjoon, suado e exausto de tanto treinar os novos guerreiros da guarda real. 

— Não precisa, Joonie. É algo rápido, não irei demorar.

— Tome cuidado e não vá para lugares perigosos. Sei que você é o Elfo mais poderoso de toda Amicitia, mas ainda assim prezo pela sua segurança. Tem muitos orcs rondando as florestas. 

— Obrigado por se preocupar comigo — Jin tocou seu rosto e lhe deu um beijo. 

— Volte logo, meu amor. Vou morrer de saudades até o seu retorno — Namjoon pegou em sua mão e sorriu.

— Não vai sequer notar minha ausência. Logo estarei aqui. 

Jin se despediu de Namjoon e saiu. 

…

Jin andava pela floresta com passos leves, como se dançasse ao ritmo de uma bela melodia, estava imerso em pensamentos amorosos. Seu canto ecoava pela floresta, impregnado de paixão e ternura, enquanto se deixava envolver pelas lembranças do rosto do amado Namjoon. Cantarolava alegremente, tão imerso em seus pensamentos que mal percebeu a aproximação de algo estranho. Foi apenas quando um jovem desesperado irrompeu em seu caminho, perseguido por uma terrível criatura de chifres e presas, que Jin despertou para a situação. Impulsionado pelo instinto de proteção, ele agiu rapidamente para ajudar o rapaz.

Com habilidade, fez raízes emergirem do chão para prender os pés da criatura, imobilizando-a. Em seguida, lançou um feitiço, transformando o monstro em uma majestosa árvore. O rapaz, agora seguro, olhava Jin com surpresa e gratidão, enquanto se recompunha no chão.

— Você está bem? — Perguntou Jin, estendendo a mão para ajudar o rapaz a se levantar. Ele segurou a mão de Jin, ainda trêmulo e com a respiração ofegante, claramente abalado pelo encontro com a terrível criatura que o perseguira.

— Estou bem, obrigado por ter me salvado. 

— De certa forma, somos irmãos — Jin olhou para as orelhas pontudas do rapaz, ele aparentava ter em média quatorze anos em idade humana — Não se vê muitos Elfos por aqui, o que faz aqui? 

O rapaz limpou a poeira de suas roupas, sua expressão era dócil e tranquila. Jin reconheceu nele as características dos Elfos daquela espécie, mas como eles geralmente habitavam as sombras das cavernas, era raro encontrar um deles tão próximo.

— Acabei me perdendo, não consigo achar o caminho de casa.

— De onde você é?

— De Hillvards.

— Não é muito longe daqui, se você seguir ao oeste chegará lá em alguns dias — Jin admirou os longos cabelos brancos e a pele pálida do rapaz, nunca tinha visto um Elfo Noturno de perto, eles eram muito diferentes dos Elfos da Floresta. 

— Obrigado mais uma vez por ter me salvado, e agradeço também pela informação, agora sei que direção devo seguir — O rapaz se aproximou e pegou um cantil de água em sua cintura — Fiz esse suco revitalizante e gostaria de dar a você, em sinal de meu agradecimento.

Jin sorriu, estava realmente com sede, pegou o cantil e deu um gole na bebida. 

— Isso é muito bom. É doce e refrescante, eu gost…

A expressão de Jin mudou drasticamente, e o rapaz sorriu maleficamente. O cantil que Jin segurava caiu no chão, e seus olhos perderam o brilho, sua expressão tornou-se vazia. O rapaz sorriu satisfeito, desfazendo gradualmente o feitiço que o disfarçava, revelando sua verdadeira forma: a de um Elfo Noturno alto, forte, imponente e destemido, aparentava ser um pouco mais velho que Jin.

— Como é agoniante se passar por um pobre menino indefeso e em apuros… isso cansa — O Elfo olhou para Jin — Demorei para te encontrar, mas valeu a pena, pois estamos juntos novamente. Te encontrei, meu amor.

O Elfo Noturno olhou para Jin, que permanecia sem expressão e sem dizer uma palavra. Ele gentilmente pegou o rosto de Jin e acariciou-o com ternura.

— Agora diga o que quero ouvir, Jin. Vamos, diga: “Kai, eu te amo”.

Jin o olhava hipnotizado, e então, disse:

— Kai, eu te amo.