Terapia de sangue escrita por Carmen Rey
Notas iniciais do capítulo
3 de maio de 2022
miúda essa estranheza
a cartilagem, a costela
na curvatura dos ossos tão bela
a destruição de Vossa Alteza
eu bebo de fonte rápida qualquer
sem respirar e erva daninha
na garganta qualquer espinha
não engole uma migalha sequer
por favor, me deixe bela, agora
me deixe Vossa Alteza nesse espelho
eu limpo o sangue do meu joelho
até purgar de novo outra hora
por favor, me deixe estática, no eterno
me deixe morta nesse mausoléu
com vômito e sangue rasgado céu
e com amor e lápis deleite inferno
ela-eu pede com cuidado
com a mão trêmula e dente pútrido
o corpo inútil sem súdito
mas com o pranto abençoado:
me deixe sumir
sem reservas, não mereço
uma flor enquanto padeço
enquanto me sinto partir
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