Antes do para sempre escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, eu queria agradecer profundamente ao comentário da Arizona, uma das autoras que eu mais respeito e acompanho desde que me entendo por gente aqui no Nyah, ela começou a ler, favoritou e comentou, estou completamente animada por causa disso!! Seja muito bem vinda, muito obrigada pelo seu comentário, não sabe como me deixou feliz!!!!



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Quando marcas de estria começaram a dar sinais de aparecer, não é como se eu tenha me incomodado muito. Mas comentei com Delly e ela recomendou um óleo, que Peeta buscou dois dias depois de um trem de suprimentos da Capital, mesmo que eu só tenha comentado.

— Por que você faz essas coisas mesmo sem eu pedir? — pergunto, mas sinceramente agradecida, abrindo o vidro com um alívio. O fato de não me incomodar muito não significa que não me incomoda totalmente. Peeta conseguiu se livrar de praticamente todas cicatrizes, enquanto eu ainda tenho marcas por conta da minha imprudência.

— Pensei que iria fazer você se sentir melhor — responde, pegando Butter no colo. — Quer que eu passe em você mais tarde?

Assinto. É claro que quero que ele passe. Eu me sinto um pouco insegura fazendo coisas para mim grávida. Não é algo que eu saiba verbalizar muito bem.

— Poderia passar agora? Essa bebê está um pouco animada demais hoje, talvez você a acalme — ele abre um sorriso lindo. Todos seus sorrisos são lindos, mas esse, fazendo referência à nossa filha? Simplesmente incomparável.

Me acomodo na cama, com Butter vindo passar o rabo espetado no meu braço, e deixo que suba até meu ombro. Se ela não continuar assim depois do nascimento do bebê, irei ficar um pouco magoada.

— A gente precisa pensar em nomes. Só faltam 6 semanas para ela nascer — Peeta diz, enquanto subo a minha blusa, deixando minha barriga enorme exposta para que ele possa passar o tal óleo. — Sua barriga está linda. De verdade.

Eu sei que está mesmo. Ainda que haja dias que ela se posicione de maneira diferente, é possível ver que está uma barriga bonita, grande e redonda. Não sei como pude ficar sem aceitar essas experiências por tanto tempo. Bem, na verdade é claro que eu sei, mas afasto logo esses pensamentos.

Peeta basta tocar em mim que a bebê começa a se mexer. Toca perto da minha costela e logo podemos ver claramente um pézinho. Caímos na risada, mesmo eu sentindo dor por toda essa agitação.

— Podemos aproveitar nossa revisitação ao livro de memórias para procurar um nome — sugiro, quase gemendo de tão bom que é o óleo e o cuidado das suas mãos. — Obrigada por estar fazendo isso.

— Você sabe que é o mínimo que eu posso fazer. Amo você de todas as formas, querida. E acho boa a sua ideia, desde que ela não seja chamada de coentro — isso me pega tão desprevenida que eu chego a fazer um barulho de porco na risada.

— Você é completamente incorrigível — murmuro, fazendo carinho em seu cabelo, pela posição que está fazendo massagem na minha barriga. — Eu estava pensando em algo relacionado ao mês do nascimento dela. Não sei, estou com poucas ideias.

Assente, paciente, e com uma expressão tão leve, que eu quem gostaria de poder desenhar e tornar eterna essa imagem.

— Preciso montar a cômoda que já vem com um trocador, além da cadeira de balanço. Tenho alguns trabalhos inadiáveis na padaria, para depois que ela nascer eu fique livre para cumprir meu papel. Sabe o que é melhor? Decidirmos quando vermos ela. É uma responsabilidade bem grande, né?

Concordo dessa vez. De fato, é o mais prudente. É uma tarefa muito difícil escolher o nome para um bebê. Eu mal consigo interagir com ela assim.

— August não é nome de menina, por exemplo, nem March, que é o mês que ela vai nascer — ele acrescenta. — Tem que ser um nome bem feminino. Porque eu vou deixar tudo o que for dela cheio de coisas rosas e roxinhas, flores, não me interessa mais nada.

Sorrio porque sei que é a mais pura verdade. Suspiro, mas com contentamento. Depois que termina de aplicar o óleo na minha barriga, massageia meus pés inchados e doloridos, sem que eu peça absolutamente nada.

Depois que terminou, foi tomar um banho para poder fazer a janta. Com a sua ausência, fiquei alisando minha barriga, sinceramente impressionada com o desenvolvimento que tive nesses últimos meses. Existe um bebê dentro de mim. Agora, nessa reta final, ela pode nascer se quiser, porque está apenas ganhando peso, mas não corre mais riscos de algo não se formar ou coisa semelhante.

Uma ansiedade me toma conta de repente, pensando em inúmeras coisas terríveis que poderiam sim acontecer até que ela nasça. Vou ficando com falta de ar, me arrumo melhor na cama e nada. Toco minha barriga bem no meio, como algo instintivo, e a bebê coloca sua mão bem onde está a minha. Parece que está se esticando, sinto uma pressão enorme, mas a coincidência me faz ficar um emocionada.

Fecho os olhos, colocando a outra mão sobre a minha barriga, fazendo carinho. Desejo que ela se acalme, para que eu possa me acalmar também, e… isso dá um pouco certo. É claro que ela continua se mexendo, e é o que deve acontecer mesmo por pura segurança, mas eu fico consideravelmente mais calma.

Escuto o telefone tocar, mas nem faço muita força para atender. Peeta o faz no quarto toque. Não consigo ouvir muito bem, mas parece que é uma boa notícia. Assim que a ligação termina, posso ouvir seus passos subirem a escada. Butter entra no quarto antes dele, e já corre para o meu colo, o mais próximo do pé da minha barriga para proteger a bebê.

— Annie disse que vem com Finneas depois de amanhã para nos ajudar — avisa, sorrindo. — Pediu para perguntar se você quer comer alguma coisa de lá.

 

— Gostaria muito de atum e as frutas cítricas que tem lá nessa época do ano. Ouvi alguém dizer sobre cupcake de blueberry e fiquei com curiosidade — respondo, deslizando meus pés para fora da cama, tirando Butter de sua posição confortável. Peeta ri sinceramente, vindo estender as mãos para me ajudar a levantar. Acabo rindo da situação também.

— Vou ligar agora mesmo para ela — me responde, com um casto beijo na minha testa. — Não acha mais fácil eu trazer sua comida? Pode ficar na rede que tem no meu ateliê.

— Eu não sei o que faria sem você — digo, aliviada de não ter que descer os degraus até a cozinha. — Só vou precisar usar sua mesa, se eu me deitar na rede, dessa forma, não acho que levanto facilmente.

Só precisa colocar seus lápis e tintas em um canto. A pilha com as folhas e telas rapidamente é ocupada com o corpo gordo de Butter, que fica me vigiando atentamente. Sua cadeira é extremamente confortável e giratória, o que aumenta muito o meu conforto.

Sobe com nossos pratos, bebidas e até sobremesa, sem se incomodar em nada nas viagens que teve de fazer.

 

— Acho que ela vai nascer antes do tempo que a médica disse — falo, enquanto dividimos o pequeno bolo red velvet com cream cheese que ele mesmo preparou. A minha mão que não uso para usar o garfo, está fazendo carinho em minha barriga, que está um pouco mais baixa. — Não dou mais de 2 semanas. Ela tem mexido muito.

 

— Sério? — parece preocupado. — Eu estava pensando justamente nisso quando te trouxe para cá hoje — explica. — Não gosto quando vem alguns sentimentos assim. Me deixa nervoso. Pensar que alguma coisa possa dar errado.

Percebo sua ansiedade nitidamente no tom de voz e comportamento. É possível ler as outras pessoas facilmente quanto mais se convive com elas. Peeta é uma pessoa que é bem transparente, mas quando quer é impenetrável pelo seu alto dom de ser um excelente ator.

— Não precisa se preocupar, a médica disse que é apenas uma data estimativa mesmo. A bebê está bem. Está tão bem que eu nem durmo mais direito — olha para mim, procurando por alguma mentira ou disfarce, mas não há. — Peeta, eu também tenho medo de algo acontecer, mas isso é normal. 

Dá um suspiro, cobrindo o rosto por um instante com as mãos, então me olha. Procura uma das minhas mãos e a envolve com as suas. É muito impressionante que sempre estejam quentes, como se representasse literalmente o conforto que é estar ao lado dele.

— Você tem que me avisar se sentir qualquer coisa fora do normal. Estamos entendidos? 

Sorrio, assentindo. É um pedido honestamente tosco e quase patético depois dos nossos 15 anos de relacionamento, na minha opinião. Absolutamente tudo eu o confidencio. Peeta sabe que eu não sou de muitas palavras, mas quase todas que digo são confidenciadas para ele. E será assim pelo resto de nossas vidas.


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Notas finais do capítulo

Bem, gente, eu não sei até onde eu vou com essa história. Infelizmente muitas coisas tem acontecido e tirado meu sossego, pois no mês que vem é a perícia da minha mãe -- perícia que eu espero muito que aconteça, porque pode ser que eles simplesmente cancelem o benefício, e Deus me livre --, além disso eu tenho que escrever minha monografia para concluir a faculdade e então estudar para passar no mestrado. Não vou jamais largar essa história, porque é uma das poucas coisas que ainda me causam um pouco de alegria, saber que Posso escrever o que eu quero, e é um verdadeiro escape. Mas não sei até onde eu vou com ela. Talvez eu simplesmente encerre com o nascimento do primeiro bebê ou dê continuidade. Só estou avisando para não pegar nenhum de vocês de surpresa.
Espero que estejam gostando tanto quanto eu. Um forte abraço, e para quem acompanha ASDH, esse fim de semana estarei atualizando!



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