Margaery Tyrell: A Rosa Dourada de Highgarden 🌹 escrita por Pedroofthrones


Capítulo 7
À Beira da Loucura




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 Margaery não sabia há quanto tempo estava presa. Uma quinzena? Uma volta da lua? Duas? Era impossível dizer... Parecia ser sempre de noite em sua cela. Poderia ter se passado seis voltas voltas da lua ou um ano inteiro, não faria diferença alguma. Era sempre noite. Sempre a mesma noite. Eternamente.

Os empregados de Essos iam e vinham. Com comida, vinhos, água para tomar banho. Não falavam com ela e ela não falava com eles. De que adiantaria tentar falar com aqueles seres primitivos de outras terras? Nem deviam saber falar a língua comum e eles eram apenas ex-escravos inúteis que Daenerys havia salvado. Não tinham serventia para nada. No máximo para tirar o trabalho de westerosis que serviam na fortaleza e serem mais bocas para alimentar.

Era assim tão difícil ter deixado eles onde estavam? Do jeito que parecem imbecis e lerdos, tenho certeza que os mestres deles eram benevolentes até demais.

Os únicos westerosis que ela via eram as septãs que vinham visitá-la em certos momentos –ela tentou memorizar quais eram os momentos de rezar para ter uma noção de tempo, mas não sabia em quais horas haviam começado, pois parecia ser sempre perto da hora do lobo para ela–, mesmo quando ela estava dormindo era obrigada a acordar e rezar; tal qual quando era prisioneira no septo de Baelor. As septãs mudaram constantemente, demorando dias até Margaery rever a mesma septã novamente.

Ela tentou obter respostas das septãs; se sua família estava bem, se estavam vindo para corte, quanto tempo esteve presa, até mesmo em qual período do dia estavam.

Nada. Não obteve nenhuma resposta delas. As bruxas velha apenas diziam que vieram para rezar com ela.

E ela rezou. Rezou e cantou todas orações que sabia, sua língua estava até inchada e seus joelhos voltaram a doer.

Ela também era obrigada constantemente a ler a estrela de sete pontas. Também foi obrigada a ler em voz alta e transcrever todos capítulos do livro sagrado--demorava tanto para escrever tudo, que quando terminava muitas vezes tinha os dedos doloridos e cheios de tinta. Já sabia de cor todo o livro sagrado. As septãs sempre diziam o que achavam de seus trabalhos de costura, textos transcritos e canções –canções essas que já estavam ficando desafinadas e as costuras começavam a ficar desconexos e quase não seguiam um padrão–, mas nunca mais do que isso.

Era uma situação horrível; sem companhia, sem músicas, sem família, sem notícias, nem mesmo tinha o direito de saber quanto tempo estava presa.

Posso ser julgada por regicídio e pela quebra dos sagrados direitos dos hóspedes a qualquer momento e esses infelizes não me dizem nada!

Isso se ela já não estivesse sendo “julgada” sem saber… Podiam entrar a qualquer momento e arrastá-la até a boca fumegante de um dragão.

Eles não se atreveriam, disse a si mesma, o povo plebeu me idolatra. Precisam de mim.

O povo gritou o nome dela quando o Alto Septão tomou-a como prisioneira; porém nada disso a salvou…

O mesmo povo que elegeu este Alto Septão, pensou. 

O que faria? Tinha algo que ela pudesse fazer? Tudo estava perdido. Todos os planos eram uma mentira e seus irmãos ou estavam mortos ou com seus próprios problemas para lhe ajudar. Estava presa naquela torre alta, nas mãos de dois tiranos.

Margaery se lembrava de antigas canções e historinhas infantis de donzelas presas em altas torres, sempre havia um cavaleiro galante para salvá-las.

Mas ela sabia que na vida real era um tipo de conto bem diferente: ninguém veio resgatar as irmãs que Baelor Targaryen prendeu na arcada das donzelas, assim como ninguém salvou a rainha Alicent de sua cruel prisão domiciliar, onde ela ficou até sua sanidade se esvair de seu corpo e uma misericordiosa praga de inverno dar fim ao seu sofrimento.

Ninguém salvou sua filha também, se lembrou. A trágica rainha Helaena, após perder seus dois filhos, se jogou de sua alta torre e acabou ela mesma com o próprio sofrimento ao cair nos espinhos do fosso da fortaleza de Maegor.

A ideia de tirar a própria vida ainda dava calafrios em Margaery; era muito extrema e o resultado final poderia não ser tão libertador assim. Não que ela pudesse tentar imitar o trágico gesto da falecida Helaena, mesmo que ela quisesse, pois a janela de seu aposento continha barras.

Além da Sagrada Estrela de Sete Pontas, Margaery leu todos os livros que sua confortável cela tinha: desde simples histórias de cavaleiros, até livros que contavam algumas histórias sobre as grandes casas de Westeros. A da Campina era interessante, principalmente na parte dos Gardner como reis… Mas ela começou a chorar quando leu que a casa morreu pelos dragões de Aegon I e suas irmãs-esposas e o intendente Tyrell virou o dono da região após abrir os portões e se ajoelhar. Ela jogou o livro na lareira após isso.

Claro, ela já sabia de toda aquela história, mas não suportou ler aquilo. Ela nem leu nada sobre dorneses e Targaryen, apenas rasgou as folhas e as jogou nas chamas.

Não foi a primeira e nem a última vez que ela chorou. Era uma rotina cair em lágrimas a qualquer momento. Em vários momentos ela acordou chorando.

Ela tinha livros e mapas geográficos também, todos enfadonhos. Mas, em um dado momento, percebeu que já estava relendo todos eles.

Willas iria adorar, pensou, é o tipo de leitura que ele ama. Seu irmão já teria lido e relido livros mais complexos que aqueles que ela tinha. Ele sempre lia para ela quando era pequena.

Ao se lembrar do irmão, ela olhou para o teto de seus aposentos. Seu amado irmão tinha desenhado estrelas no teto dela uma vez, e explicado sobre todas as constelações do céu. Eram bons tempos, mas já pareciam fazer séculos…

Tomara que ele esteja cuidando bem da nossa avó e de nossa mãe.

A amada mãe de Margaery, Allerie, tinha perdido dois filhos e um marido, e corria risco de perder a filha, caso Margaery fosse morta. E, dependendo do que Euron, olho de corvo, faria, ela poderia perder o irmão e os sobrinhos. Pobrezinha, Margaery nem sequer pode estar com ela nesses momentos difíceis.

Se a tempestade da qual Willas lhe disse em uma das cartas fosse real, a frota Redwyne estava destruída, e o sobrinho de sua avó Olenna, morto. Nada impediria os homens de ferro de saquear a Campina à vontade.

Claro, as cartas que leu poderiam ser uma mentira, e seria muito estranho que em um momento de vitória, uma tempestade surgisse do nada e destruísse uma das maiores frotas de Westeros… Mas como ela poderia saber? E por qual motivos mentiriam para ela, se nada disso mudaria os planos de sua falsa fuga e captura? 

Se isso for verdade, o sacrifício de Loras foi em vão e ele não salvou ninguém.

Ainda era difícil acreditar que seu irmão havia partido para sempre. Em um momento era um dos espadachins mais proeminente de Westeros, amado por todos, com um grande futuro pela frente.

E ele terminou morrendo em agonia em uma cama, totalmente desfigurado e por um ataque bem-sucedido que não trouxe nenhuma glória para ninguém.

Renly, Loras, Mace, Joffrey, Garlan… Todos mortos, mesmo quando pareciam estar no auge de seu poder. Como folhas no outono, todos caíram um por um.

Ela passou a tentar se distrair com o tabuleiro de cyvasse que tinha em sua cela. Passou a jogar as peças sozinha, lutando contra ela mesma. Volta e meia ela se perdia nas próprias jogadas, afinal, como ganhar de um jogo que você sabe todos os movimentos que fará? fora que começava a se sentir estúpida fazendo aquilo…

Ela começou a andar de lá para cá em sua cela, quase sempre os servos e septãs a olhavam fazer aquilo como se tivesse perdido a cabeça e estivesse delirando. Margaery apenas os ignorava e continuava o que estava fazendo, até se cansar. 

Mas se cansou disso também, cansou de andar em círculos, cansou das costuras, das canções, do cyvasse e dos livros… Já não aguentava mais. Não Suportava mais.

—Onde está o Rei e a Rainha Targaryen?–questionou um dia, quando estava farta de esperar–E a princesa Arianne? Ela deveria me dar notícias!

Era inútil. Os guardas imaculados pareciam de pedra, os servos nem deviam entender uma palavra do que ela dizia–ou a ignoravam–e as septãs ou eram reclusas ou a repreendiam.

—Por favor–ela implorava, diga aos reis e ao Alto Septão que eu serei boa! Eu prometo! Vou ser boazinha dessa vez!

Ela já havia se ajoelhado, chorado e agarrado às saias de diversas septãs em sinal de desespero. Implorando por piedade.

—A senhorita devia rezar pelos deuses!–disse a septã Unella, quando ela perguntou incessantemente sobre sua família.

—Eu imploro a eles para que um dia a obriguem a andar nua, tal como Cersei!–ela disparou de volta. Aquela era uma das velhas que mais detestava; era uma de suas carcereiras no Septo de Baelor e foi ela quem examinou as intimidades de Margaery, cutucando-a com aqueles dedos enrugados. 

Quando nada disso adiantou, Margaery gritou muito, para ter alguma reação. Porém, já estava quase sem voz naquela altura e não conseguiu durar nem um dia.

Mas não desistiu: rasgou todos os livros que tinha e os jogou na lenha para o fogo que aquecia o seu quarto. Ela também se recusava a comer e jogava qualquer vinho que lhe era trazido na latrina de seus aposentos–latrina, que logo foi selada e ela teve que usar um penico. Mas ela passou a jogar vinho no chão, tapetes e alguns empregados e septãs. Ela passou a jogar as peças de cyvasse neles também.

Uma vez, ela riu como uma louca, para assustar uma septã que havia dito que ela perdeu o juízo. A septã saiu correndo e isso fez Margaery rir mais e mais, não conseguindo parar. Ria como uma bruxa malvada de um conto de fadas, chegando até a se questionar se não estava mesmo caindo em oura insanidade.

Apenas quando as lágrimas vieram e seus risos viraram soluços.

Margaery rasgou os vestidos que tinha e jogou as linhas de costura no fogo; até jogou o conteúdo de seu penico em septã Unella, aquela velha desgraçada com dedos duros como madeira.

Uma vez ela pegou uma faca que veio com a comida e rasgou o colchão e travesseiros que tinha e jogou as penas pelo quarto.

Mas foi tudo em vão. Ninguém nunca veio. Os empregados apenas recolhiam toda a sujeira que ela fazia, fazendo-a se sentir uma criança estúpida.

Seu colchão de penas foi substituído por um de palha velha, sem travesseiros. Nenhum livro ou linha de costura lhe foram trazidos, a comida agora era apenas um prato de aveia e mingau com um jarro de água. Nem mesmo se atreviam a lhe trazer facas ou mesmo garfos, apenas uma simples e grande colher de madeira. O tabuleiro de cyvasse e suas peças também foram retirados.

Até a poltrona lhe foi tirada e colocaram um simples e desconfortável banquinho de madeira no lugar.

O tapete manchado de vinho também havia sido retirado —o que era até um alívio para Margaery, pois ele estava começando a feder, impedtiando todo o lugar, e ela sentia que iria sufocar ali dentro—, assim como alguns candelabros de ferro com algumas velas também. Ela os havia derrubado em uma de suas confusões e eles os levaram e deixaram apenas algumas tochas na parede e a lareira, deixando o quarto mais frio e escuro. A janela havia sido selada também, mesmo que ela nem a abrisse.

Todas as suas roupas rasgadas foram levadas e ela teve que usar uma simples roupa de lã no lugar, que pinicava horrores.

Agora, a bela e aconchegante cela em que estava se tornou cela fria e decadente. Um cubiculo sem graça.

—Desculpe-me, por ter-lhe assustado–disse Margaery para a septã que havia assustado antes; ou pelo menos achava que era a septã–Por favor, diga-lhes que sinto muito por tudo e… –abaixou a cabeça e ficou vermelha–Pergunte-lhes se poderiam abrir a latrina novamente. Se você quiser e puder, é claro…

Era um tanto humilhante para ela ter que ficar com penico cheio de seus excrementos. Antes eles trocavam rápido, mas após as confusões que ela causou, os empregados vinham menos frequentemente para trocar o penico, que agora transbordava em fezes e urina. E ela não tinha mais velas aromáticas para disfarçar o cheiro. 

A septã pode ter tido muita pena de Margaery, pois, fosse ela ou não a mulher que ela assustou antes, o penico foi levado e a latrina foi aberta novamente.

Agora ela tomava banho com menos frequência, tinha menos empregados, pouca comida, nenhum livro ou costura para passar o tempo, mas tinha mais lágrimas para chorar. Eles também demoravam para acender as tochas apagadas e alimentar a lareira.

Ela passou a ficar mais tempo deitada, com o prato de mingau esfriando e sendo levado por outros empregados. Margaery inicialmente ignorava as septãs, até que elas começaram a bater com varas de espessuras finas em nela até que se levantasse e fizesse o que elas mandassem.

Por que não me matam logo? Que motivos eles tem para me torturar assim?

—Margaery?–chamou a velha Septã Unella uma vez, enquanto Margaery estava enrolada no cobertor velho–Devo usar a vara em você, filha?

Suspirando, Margaery empurrou o cobertor para longe e se levantou.

—Não, Septã Unella—disse com a voz triste e embargada—, não será necessário.

Foi então que elas ouviram um barulho alto que as assustou e ambas viraram a cabeça em direção ao som.

Um gato preto e velho e com um buraco na orelha havia pulado na mesa do aposento de Margaery e para na frente do pote de mingau. O animal olhava fixamente para as duas.

Foi um dos gatos que dei para o Tommen?, se questionou. Não parecia ser. Era muito velho.

—Quem deixou esse animal pulguento entrar?—Gritou a septã, irritada com o susto.

O gato virou os olhos para a velha irritada e depois deu um salto para fora da mesa, o que fez ele esbarrar na borda do pote e o fez voar contra a cara enrugada da velha septã. Aveia e mingau foram espalhados por suas vestes.

Margaery deu um sorriso ao ver aquilo. Estava fraca e triste demais para rir, mas o gato velho conseguiu tirar um sorriso de seu rosto.

Enquanto o pote caía da cara da velha Unella e se espatifava no chão, o gato corria para a porta de seus aposentos e, antes de sumir de vez, se virou e olhou novamente para Margaery.

—Por que está sorrindo, Lady Margaery? —perguntou a septã irritada, enquanto tentava tirar o acúmulo de mingau das vestes—O que tem de tão engraçado?

Margaery parou de sorrir e abaixou a cabeça.

—Nada, Septã Unella.

Alguns dias após o incidente do mingau, Margaery decidiu se levantar da cama e ir até o pequeno banco de madeira para comer o mingau deixado lá. Seu estomago já estava muito vazio.

Ela levou a colher de madeira cheia até a boca. Estava frio, mas ela já estava a muito tempo sem comer, então nem reparou.

Pelo menos é comida de Westeros, pensou.

Os dias e noites pareciam cada vez mais longos para Margaery. Não tinha mais alegria nenhuma para ela. Não tinha os pais, os irmãos, as primas… Nada. Ela não conseguia ver mais motivos para sequer abrir os olhos ao acordar.

Começou a soluçar e sentir as lágrimas correrem pelo seu rosto. Já nem tentava impedi-las. Estava tão farta de tudo aquilo. Tão cansada.

Quando ela se recompôs, percebeu que duas servas estavam entrando, provavelmente para levar o prato de comida embora. Estranhamente, eram servas Westerosi, não de Essos. Um jovem fechou a porta atrás de si.

Margaery se levantou da mesa enquanto uma das servas pegava o prato.

Foi então que a outra serva atrás dela a pegou de surpresa por trás e, antes que ela pudesse reagir, tomou sua cabeça com as mãos e deu uma rápida torcida em seu pescoço. Margaery ouviu um som baixo de estalo, parecido com o que sua prima Megga fez ao cair da torre. 

A jovem só teve de soltar um leve som de surpresa –ou susto– e pareceu dormir quando sua cabeça virou para o outro lado.

Margaery deu um som assustado quando viu a jovem agarrar o pescoço da outra, nem tendo tempo de reagir ao homicídio na sua frente. Mas tinha a voz fraca e imediatamente levou as duas mãos para a boca para não irritar a assassina à sua frente.

Com a torcida rápida no pescoço, a empregada pareceu cair no sono e a jovem que segurava a sua cabeça entre as mãos pousou-a suavemente no chão. Sem barulho nenhum. Foi tudo muito rápido.

Um sono eterno, pensou Margaery.

A assassina soltou a cabeça da jovem e, se levantando, virou-se para Margaery.

Margaery estava quieta. Havia um certo nervosismo se contorcendo em seu estômago, mas ela manteve a calma.

Que diferença faria se eu gritasse? Ou ela me mataria ou eu seria salva e iria para uma prisão pior.

A jovem levou um dedo até a boca:

—Shhhhh…—Ela se virou para ver se alguém estaria na porta. Nada.

—O que você quer?— perguntou Margaery de forma bem baixa.

—Se troque—disse a assassina, se agachando e despindo a jovem morta.

Margaery não sabia se devia confiar naquilo, poderia ser uma armadilha…

Mesmo que seja, minha punição seria a morte, o que já é melhor do que ficar aqui.

—Me ajudem a me vestir—disse Margaery, caso algum dos guardas estranhasse a demora, embora eles nem deviam entender o que ela falava—Essa roupa está me incomodando, andem!

Após se disfarçar, ambas vestiram o corpo morto da jovem e colocaram no colchão de palha e cobriram com um cobertor.

Margaery pegou o pote de mingau e respirou fundo. A jovem desconhecida abriu a porta e saiu, com Margaery a seguindo logo atrás. 

Ela fechou a porta ao sair e fez de tudo para não olhar para os homens de chapéu pontudo que faziam guarda. Quando os guardas cruzaram as lanças, Margaery levou um susto, mas conseguiu se manter.

Ela seguiu a jovem por alguns corredores, sem questionar, até que ambas já estavam nos jardins da fortaleza. Margaery estava nervosa, mas tudo parecia calmo demais.

E então, ambas ouviram um grito de uma mulher apavorada ecoar de longe. Margaery reconheceu o grito, já tinha ouvido a mulher que gritava assim antes, quando agarrava em desespero o corpo de seu filho que morria em seus braços.

—Vamos!—Disse a jovem na sua frente, começando a correr.

Margaery jogou o prato de mingau para longe e correu atrás da jovem, enquanto  o tenebroso grito ainda ecoava.

Ambas pararam quando chegaram ao bosque sagrado. A garota que ela seguia botou a mão dentro da boca da árvore coração.

Só então a jovem desconhecida se virou e falou:

—Tome—ela disse, mostrando um rubi para Margaery. Ela tirou tão rápido da árvore e Margaery nem pôde perceber--Coloque! Rápido!

—O que é?—questionou, nada parecia fazer sentido.

—Pegue!—mandou a jovem, que tirava uma espada curta da boca da árvore.

Assustada, Margaery pegou o rubi da jovem pelo cordão e o colocou no pescoço.

Foi então que as sombras surgiram e dançaram em volta delas, o rubi brilhou mais do que nunca e, quando deu por si, tudo sumiu.

A jovem misteriosa a olhava com um pouco de surpresa no olhar.

—O que foi?—questionou Margaery.

Quando deu uma olhada para si mesma, percebeu que tinha algo estranho com ela. O cabelo, as mãos… tudo parecia não pertencer a ela.

—O que você fez? O que fez comigo!?

A garota misteriosa balançou a cabeça.

—Não importa agora. Não temos muito tempo, venha. Rápido.

Sem ter opções, Margaery a seguiu. Quando deu por si, elas estavam descendo uma escada em caracol enorme e atravessaram um pátio rodeado de enormes paredes. A jovem assassina deu um empurrão e entrou num breu sem nem uma vela. Margaery hesitou por um instante e então a seguiu, deixando o pote de mingau de lado. 

Lá dentro, ela se viu perdida andando em frente. Apenas ouvindo os passos da garota, que andava calmamente na escuridão.

—Senhoras—Uma voz jovial surgiu, um garoto saiu de uma passagem escura e iluminou o caminho com uma tocha que trazia na mão.  

A luz tremeluzente da tocha cegou Margaery por um tempo, com ela instintivamente apertou os olhos e levantou um braço e cobriu os olhos com uma mão.

Quando seus olhos conseguiram se adaptar à luminosidade, ela conseguiu enxergar o rapaz a sua frente… E foi como ver um fantasma.

Os cabelos negros como tinta, os profundos olhos azuís, o proeminente queixo quadrado duplo e aquele sorriso jovial no rosto… Era como se seu falecido marido estivesse de volta.

Margaery soltou um suspiro.

—Meu senhor?

A garota e o jovem a olharam com confusão, como se fosse uma criança estúpida.

—Viu?—Disse o garoto com a tocha, tinha o sotaque da baixada das pulgas—Não é a primeira que me chama de “senhor”. Elas me adoram!

Ele tinha o mesmo sorriso relaxado e presunçoso que o de Renly, mas não era ele. A idade já mostrava isso, mas os músculos e o sotaque também. De fato, também não tinha a beleza de Renly. Eles eram parecidos, mas não eram a mesma pessoa. Seu marido estava morto.

—Gendry!—disse a jovem irritada—Era para você nos esperar lá fora!

O garoto ficou com um semblante sério.

—Esqueça, minha senhora—disse o jovem—Não veio nenhum navio.

A garota pareceu confusa e irritada.

—Onde está o estúpido navio então?

O jovem deu de ombros.

—As viagens demoram nesse clima, Arya. Teremos de esperar.

Aquele nome… quem poderia ser Arya? Lhe pareceu importante, mas não conhecia nenhuma. Teve que fingir não prestar atenção quando a jovem Arya olhou para ela, mas parece que não conseguiu enganá-la.

—Não diga mais nada—disse Arya, irritada—Vamos voltar para a taverna.

O garoto assentiu e se virou, mas antes que ele e a garota a levassem por mais algum lugar, Margaery ficou onde estava.

—E as minhas primas?— Questionou—Vocês já as resgataram.

Os dois jovens se olharam.

—Nossa missão era resgatar você—respondeu Arya—Suas primas eram apenas uma possibilidade.

Aquilo a irritou. Não poderia deixar suas primas, eram como suas irmãs. Não poderia deixa-lás com aqueles monstros. Poderiam até tortura-lás para saberem se elas sabiam algo da fuga de Margaery... Isso se elas já não estiverem mortas.

—Eu não irei a lugar nenhum sem as minhas primas e até me dizerem para onde vamos.

—Ah, vai sim—disse Gendry—Viemos de muito por você. Não vai estragar tudo agora.

—Não seja estúpida! —disse Arya—Vai querer ficar aqui e continuar confinada? E, mesmo que queira, acha que vamos deixar?

Margaery deu um passo para trás. A garota era mais jovem e menor do que ela, mas o garoto era maior e mais forte.

—Vamos–disse o jovem que atendia pelo nome de Gendry, estendendo a mão—, não quer fugir desse pesadelo.

Margaery deu um rodopio sobre si mesma e começou a correr. A garota a agarrou, ela podia ser ágil, porém ainda era uma garota pequena e magra. Margaery torceu o braço e se soltou da mão dela.

Ela correu pelos corredores, ouvindo os passos atrás dela. Não conseguia ver nada.

Ela virou para a esquerda e continuou andando no que era um labirinto. Esbarrou em alguma coisa grande. Quando tateou, percebeu que era um crânio de dragão. Os usurpadores não deviam ter levado todos pelo visto.

Margaery pensou em ficar ali agachada. Ela não ouvia passo nenhum vindo atrás dela. Talvez, se esperasse ali, seus olhos se adaptassem à escuridão.

Mas foi uma vã esperança, pois antes dela mesmo tentar se agachar, sentiu uma pontada fria atrás da nuca.

—Você vem conosco—disse a garota que atendia pelo nome de Arya atrás dela, segurando a pequena espada.

Margaery se virou lentamente. A jovem à sua frente parecia invisível para ela, assim como a sua espada. Mas podia sentir a ponta fria da lâmina em seu pescoço.

—Se veio me resgatar, você não ousaria me matar—Desafiou Margaery. Mesmo que a jovem a matasse, ela não se importaria; estava farta de tudo aquilo.

—Não vou matá-la—disse a jovem—Mas posso ferir e incapacitar você, não dúvide disso. Você vem comigo, querendo ou não.

—Por favor—Implorou Margaery—Eu só quero rever minhas primas.

—Eu não estou aqui pelas estúpidas das suas primas. Vamos.

Margaery se viu obrigada a fazer o que ela disse. Que escolha ela tinha? A jovem achou rapidamente e em silêncio, nem sequer parecia ser afetada pela escuridão.

Elas encontraram o jovem com a tocha pouco depois.

—Para onde nós vamos?—Perguntou Margaery, derrotada.

—O plano inicial sofreu um contratempo—Disse Gendry—Vamos ter que esperar só mais um pouco. Mas fique tranquila, você já está a salvo.

Antes que Margaery pudesse fazer mais perguntas, ela foi surpreendida por uma mordaça em sua boca. Ela tentou se debater, mas Gendry largou a tocha e foi até ela e segurou as suas mãos, enquanto Arya amarrava a corda em sua boca. 

Sem que pudesse fazer nada, Margaery foi derrubada, batendo a cabeça no chão, e o jovem que lhe lembrava de Renly tirou uma pequena corda do bolso e amarrava com força seus pulsos; enquanto Arya colocava algum tipo de saco em sua cabeça e apertava um pouco seu pescoço. 

Ela tentava gritar desesperadamente, mas apenas a corda em sua boca a fazia soltar apenas sons fracos, e a corda que prendia o saco em seu pescoço era frouxo o bastante para deixá-la respirar, mas machucava sua garganta, deixando a desesperada, achava que logo iria morrer sufocada. Seus pulsos também doíam.

Tão rápido quanto a agarravam, seus algozes rapidamente se levantaram e largaram se debatendo no chão.

Vão me matar, pensou desesperada, ou pior, vão me ferir para não fugir!

Se sentia frágil e exposta, temendo que a qualquer momento a lâmina da assassina penetrasse o seu corpo ou que o garoto desconhecido abusasse dela. Todo esse desespero a fazia se remexer mais, fazendo as cordas parecem estar ficando mais apertadas, machucando ainda mais seus pulsos e seus pescoço.

A dor na cabeça era como se um sino tocasse em sua nuca. Será que seu sofrimento nunca teria fim?

—Tem certeza disso?—Perguntou Gendry calmamente, enquanto Margaery se debatia no chão e chorava, apavorada.

—A estúpida não cala a boca.

—A “estúpida” está apavorada e nós viemos resgatá-la, lembra? Que tipo de lady não ajuda a outra?

—Não me chame de Lady!—Disse Arya com uma voz irritada—Vamos, levante-a e venha comigo.

Gendry segurou os punhos de Margaery e a obrigou a levantar, tentando ser delicado.

—Vamos—disse Gendry—Logo estará livre desse inferno, eu juro. 

Margaery começou a chorar, mas fez o que lhe era pedido e começou a andar. Um pé de cada vez, estava com certa dificuldade, pois estava tremendo de medo e nervosismo, não ajudava não estar vendo nada. Quando o calor da tocha sumiu e ela não viu nenhuma luz através do tecido velho do saco, ela deduziu que eles haviam apagado a tocha.

Foi uma longa jornada, Gendry inicialmente a segurava com delicadeza pelos ombros com suas mãos grossas e cheias de calos, depois, provavelmente irritado pelo passo lento, ele a soltou e a puxava pela corda em seus pulsos, o que machucava um pouco.

Ela podia sentir os ratos e insetos passando pelos seus pés, principalmente o esquerdo, pois havia perdido o sapato quando tentou fugir da grupa. Em um momento, ela sentiu um bicho subir correndo pela sua perna e entrar em seu vestido; isso a fez ficar nervosa e se remexer, mas se controlou. Não sabia se era coisa da sua cabeça ou não, mas tinha mais medo de Arya do que dos insetos e ratos. Mil vezes mais.

De repente os jovens pararam e Gendry a empurrou para deixá-la encostada numa parede. Sua mão, por sorte, estava acima de seus seios. Ela podia sentir os bichos nas paredes rastejando embaixo de suas costas. Margaery percebeu que os dois jovens também estavam grudados na parede.

—Acha que o plano está indo bem?—Disse uma voz na escuridão. Tinha um sotaque forte. Não era de Westeros.

No entanto, ela reconheceu a outra voz:

—A rainha Daenerys tem se mostrado muito desagradada com o seu consorte e vice-versa—Disse lorde Varys—; mas sim, tudo ocorre como o planejado.

—Acha que ela suspeita de algo?

—Daenerys pode não gostar de Aegon, mas ela pensa que ele é o sobrinho dela; sua última chance de continuar a casa Targaryen. Se ela tem alguma suspeita da verdade, deve omitir até de si mesma.

O estrangeiro bufou.

—Como ela quer continuar a casa Targaryen se ela mesma parece ser infértil?

—Acalme-se, meu amigo—Disse a Aranha—Logo é possível que ela dê a seu amado companheiro, e a você, um neto.

Margaery quase caiu ao ouvir aquilo. Por sorte, ninguém pareceu ouvir. Ficou tão chocada que pareceu que a corda em seu pescoço ficou mais firme e ela estava sendo enforcada.

—E se ela não o fizer?—Indagou o homem com forte sotaque—O que acontecerá?

O risinho de Varys ecoou no local.

—Nós iremos esperar que ela resolva a nossa guerra com seus dragões, e depois, nos livraremos dela. Já jogamos esse joguinho antes. Tenho até uma nova esposa em mente

—Os dragões a protegem, assim como todo o restante do exército dela. E as visões de Benerro…

—Nós daremos um jeito—garantiu Varys—A maior parte deste exército deve morrer quando for para o sul. E nem os dragões podem salva-lá de um mero envenenamento, confie em mim. Foi fácil matar Kevan e Pycelle, vai ser ainda mais fácil matar essa menina metida a conquistadora e nos livrarmos de sua fé vermelha irritante.

Seu desgraçado…, pensou Margaery. Apertando as palmas das mãos e sentindo a dor com as unhas cravando em sua carne.

—Eu espero—Respondeu o outro homem, suas vozes pareciam ecoar mais e mais, estavam se afastando—Foi você? Que se livrou do menino?

—Não, mas tenho minhas suspeitas.

—O povo não vai gostar disso…

—O povo nunca gostou de Cersei e seus filhos incestuosos. Eles podem reclamar, mas logo irão esquecer ou aceitar. A fé está do nosso lado.

Depois de um tempo, suas vozes se extinguiram e seus passos também. Gendry lhe deu um puxão e ela voltou a andar.

Quando pareceu que eles saíram, ela sentiu uma brisa fresca no corpo e neve nos pés. Também podia ouvir o som do mar.

—Cuidado aqui—Sussurrou Gendry—Os degraus são muito finos.

Degraus?, pensou apavorada. Como ela iria descer uma escada naquele estado? Ainda mais com neve?

—Vamos logo!—Gritou Arya. Pelo som, já tinha descido vários degraus.

Margaery tentou se manter firme; esticou um pé e tentou sentir o degrau, sentiu que era mais seguro usar o tato com o pé descalço. A primeira coisa que sentiu foi neva, demorou até finalmente sentir a pedra do degrau.

Depois de fixar o pé no gélido degrau, Margaery tremeu pelo frio e tentou o mesmo com o outro. Parecia demorar horas para fazer aquilo.

—Permita-me, minha Senhora—disse Gendry atrás dela.

Ela a pegou grosseiramente pela cintura e levantou, fazendo-a se sentir leve como uma boneca de pano. Depois a virou e a jogou por cima de seu ombro, como se ela fosse um saco de batata. Seus pulsos e pescoço ardiam mais ainda quando o sangue pareceu voltar a circular melhor por eles; apesar dessa dor, ela podia respirar melhor e voltar a enxergar 

Ele a segurava desajeitadamente enquanto descia os degraus. O corpo de Margaery balançava e parecia que logo iria cair. Depois de um tempo, ele finalmente a colocou no chão e a puxou pelas cordas no pulso e a fez andar mais e mais.

Finalmente, depois de um tempo, eles tiraram o saco e as cordas Margaery quando ela prometeu ficar quieta.

—Ande calmamente—Ordenou Arya.

Margaery não sabia como, mas logo foram parar nas ruas de Porto Real, saindo de um beco qualquer e andando no meio de uma das ruas. Ela até pensou em largar a dupla sinistra, mas não teve coragem para isso. Afinal, o que ela faria depois?

—Vamos logo–disse Gendry—Logo é o horário de recolher. 

Eles andaram pelas ruas de paralelepípedos cobertos de neve. Margaery quase caiu uma vez ou outra. Ela percebeu que nenhum dos plebeus olhava para ela. Ignoravam-a completamente, mesmo tendo-a visto tantas vezes e a saudando.

Não me reconhecem, pensou.

Eles entraram pelos fundos de uma taberna.

Lá dentro, algumas pessoas já estavam virando as cadeiras e fechando a porta da frente do local.

—Cresci aqui—Disse Gendry—Era aqui que minha mãe conhecia e seduzia homens para viver.

—Entendo—Disse Margaery, se perguntando por quê ele achava que se importaria em saber.

—Gendry!—Um homem careca o chamou—Já retornou! Que bom! Vamos subir!

Margaery seguiu todos que subiram as escadas. Quando chegaram no quarto que ela imaginava ser do dono, uma moça gorda subiu a porta.

—E Jeyne?—Questionou o velho.

Arya balançou a cabeça em negação. Isso fez o velho homem ficar com um semblante triste.

—Oh, minha pobre, pobre Jeyne…—Começou a chorar.

A mulher gorda colocou a mão no ombro dele.

—Nós sabíamos do risco—Disse tristemente—E ela também.

Arya e Gendry trocaram um olhar frio um com o outro.

Foi a menina que ela matou, percebeu Margaery, mas não disse nada. Porém, logo entendeu que nenhuma daquelas pessoas sabiam realmente no que estavam se metendo, e Arya e Gendry pareciam querer que ficasse assim.

—Quem é essa?—Perguntou o careca barbudo, secando as lágrimas—É umas das primas de Margaery?

Arya se virou para ela. Todos a observavam.

—Tire o Rubi—Ordenou Arya.

Margaery tinha até esquecido que usava aquilo.

Quando o retirou, passando o fino cordão pela cabeça, as sombras apareceram e dançaram em volta dela novamente.

Seu cabelo voltou a cair em cascata castanha mais clara e cheia de cachos.

—Pelos Deuses…—Disse o estalajadeiro careca.

—Oh—A mulher gorda suspirou e caiu de joelhos—Rainha Margaery!

Margaery ergueu o cordão e olhou para o rubi. Ele brilhava.

—Vocês a trouxeram mesmo!—Disse o careca—Deuses os abençoem!

—Só existe um Deus!—Corrigiu Gendry e apontou para o rubi—Aquele salvou minha senhora e fez o rubi que salvou a senhora Margaery! A luz do Deus vermelho nos guiou!

—Mas não trouxe o navio a tempo…—Reclamou Arya.

—Arya, já disse, o clima…

—Será que vocês vão me dizer o que está acontecendo?—Questionou Margaery, farta de ser ignorada—Quem são vocês? Enviados de Benerro em um plano secreto? Vão me levar para Highgarden? Ou para algum lugar de Essos? Exijo respostas!

—Você não tem o direito de exigir nada—Disse Arya—Mas acho que já pode saber…

O jovem se ajoelhou na frente dela.

—Vossa graça—Disse o jovem, colocando uma mão no peito—, eu tenho a honra de ser Sor Gendry. Eu e a minha colega fomos enviados até aqui para lhe resgatar da fortaleza vermelha e levá-la para longe.

Um cavaleiro, pensou, como nas histórias.

—Levar para onde?—Quis saber—E por ordens de quem?

A jovem riu.

—De minha irmã, é claro.

E então, a jovem fez um mero movimento com os dedos no rosto e seus longos cabelos castanhos se encolheram, sua face ficou maior e seus olhos cinzas.

Margaery deu um passo para trás, assustada com a pequena jovem na sua frente.

—Quem…?

—Minha irmã sansa nos mandou—Respondeu Arya, que acabou adquirindo um sotaque nortenho.

—Nossa rainha nunca esqueceu os dias de sua amizade, minha senhora—Disse Gendry, se levantando.

—Sansa!?—Margaery ficou surpresa. Jamais esperaria um resgate vindo dela—Ela vai me levar para a casa?

 

Mas sim... Sansa tinha uma irmã sumida, se lembrou. Roose Bolton tinha uma garota que fingiu ser Arya da casa Stark.

E era falsa mesmo, a verdadeira está aqui!

—Não seja estúpida—Disse Arya—Você não vai para a casa! É a nossa prisioneira agora!

—Sua prisioneira?—Indagou Margaery—Acha mesmo que eu…

A jovem sacou uma pequena espada escondida na manga e pareceu jogar no rosto de Margaery, parando pouco antes de tocar a ponta em seu nariz e fazê-la quase cair para trás de susto. Todos na sala —exceto Gendry— ficaram surpresos.

—Isso não foi um pedido—Disse Arya—Quando nosso navio chegar, você vem conosco, querendo ou não. Agora ponha o rubi de volta no pescoço. Os guardas podem vir procurar você, e não quero que eles lhe encontrem.


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