The Dream escrita por Nappy girl


Capítulo 18
Capítulo 18




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— O que o Duque Granville disse está certo.– disse Isaac dentro dos meus aposentos. – Existe uma carta. – disse calmamente, enquanto eu desenho o espartilho de um vestido que estava inspirada a fazer.

— Os bandidos podem já se ter desfeito da carta. E mesmo que a encontrem, é difícil de identificar se quem seja. A não ser que a pessoa seja burra suficiente para deixar o seu nome ou iniciais escritas.

— Sim… Será muito difícil de encontrar o culpado. Mas desconfio de uma pessoa.

— De quem? – perguntou e eu apenas sorri, levantando o papel para observar o design que tinha feito.

— É muito cedo para anunciar em voz alta. Em breve descobrirá, Isaac. – Pousei os inúmeros papeis em cima da mesa, organizando tudo. Agora que tinha passado o dia todo a desenhar, decidi guardar tudo e voltaria mais tarde para rever tudo antes de ir para a parte de escolher tecidos.

— Senhorita? – Entra Alika pelo quarto adentro. – Trouxe-lhe uma carta. – Entregou-me um envelope negro com linhas douradas, fechado com uma cera vermelha com a letra K. Parece-me ser da madame Kingsley.

Abri a carta, vendo o papel. Depois de ter lido o conteúdo todo, uni as sobrancelhas. Apercebi-me de que existiria um baile na mansão de madame Kingsley para celebrar a vinda do seu novo filho. Hoje à noite. E eu só estava a receber o convite agora. O que estava longe de ser comum. Costumava-se receber convites com 2 semanas de antecedência.

— Irmã! Pronta para irmos ao baile? – questiona Theresa, entrando pelo quarto adentro.

— Acabei agora de receber o convite.

— Agora? Eu estava a falar com a mãe e já sabemos sobre isto há semanas. – Ela sorri e eu apercebi-me de que a Marquesa Stirling provavelmente tinha informado todos os da família dela. Só me deu a carta hoje, no próprio dia. Era uma forma muito indireta de dizer que se não tivesse pronta, não precisava de ir, não me queria ver nem pintada de ouro. – Talvez mãe lhe tenha dado agora, por causa do choque todos que teve com os assassinos.

— Pronto… – Guardei a carta. – Terei de ver o que utilizarei para hoje à noite.

Depois de algumas horas, decidi o que faria em termos de roupa. Já não utilizava um vestido grande e vistoso há algum tempo. Depois de me apertar dentro do espartilho, coloquei um vestido cor bordeaux, a parte de cima justa, mangas descaídas abalonadas e, estando apertado na cintura, a saia estava grande, rodada e pesada. Coloquei saltos altos e vários acessórios de ouro. Fizeram-me um penteado, colocando o cabelo todo para cima, fios de cabelo a caírem graciosamente e estava pronta.

— Devia existir forma de capturar estes momentos! – diz Alika, suspirando, feliz pelo resultado final.

Desci as escadas, vendo a família toda junta, até irmão Edward que tinha o braço enfaixado ao peito. Theresa, alguém que já não via a algum tempo, tem um ar desolado, ar de poucas palavras, segurava o braço de Duque Granville que pela primeira vez tinha o cabelo escovado, penteado para trás. Olhei para o anel oferecido por Príncipe Ashar que tinha colocado no dedo.

— Boa noite a todos. – cumprimentei com uma vénia.

Ninguém me responderam, continuaram a conversar entre si, aguardando a presença de Marquês Stirling. Eu voltei-me para as minhas empregadas que ajeitavam o meu vestido e cabelo enquanto aguardavam. William escondeu-se por trás das saias da mãe e não me tinha dito nada.

— Boa noite, madame Eleanor. – diz Duque e eu apenas sorrio após cruzar o olhar com o dele.

— Todos prontos? – pergunta Marquês Stirling

Partimos nos nossos coches, chegando à mansão de Kingsley. Estavam a chegar diversos coches e eu mantive a mão em cima da de Isaac que me acompanhou para subir os degraus para entrar na casa. O corredor e a sala de baile eram enormes, marido de Kingsley trabalhava para a família real, iluminados com a luz das velas por todo o lado.

— Estarei por perto. – disse Isaac, indo-se embora, ficando na posição onde estavam outros cavaleiros.

— Madame Eleanor. – Vi uma rapariga da mesma idade do que eu, cabelo ruivo ondulado com olhos castanhos-claros, pele cheia de sardas. Utilizava uma peça que reconheci logo como sendo da boutique Leylan. Gola alta com pérolas, as mangas largas compridas, vestido cheio de camadas finas, feito de cetim de boa qualidade. Não tinha o volume que era comum em muitos vestidos, mas era elegante.

— Princesa Victoria! Muito feliz pela sua presença. – Cumprimentamo-nos e eu fiquei feliz por ela ter aceitado o convite. Era filha da família real, uma das minhas clientes número um da Leyland, das minhas coleções e neste momento estava a atrair a atenção toda para o vestido, criação especial minha.

— Já não a via há imenso tempo!

— Princesa Victoria. Eleanor. – Chegaram mais duas pessoas que fizeram vénias. – Agora que a vejo, Eleanor, soube recentemente que o seu pai vai lançar uma nova coleção.

— Sim, de facto estamos também muito contentes com o design. A ideia foi da minha querida irmã, a Theresa. – Sorri na direção dela que ainda estava presa ao braço do Duque e ela parecia incerta, estes momentos sociais eram muito a cara dela, mas sorriu de volta. – Porque não vem aqui, Theresa?

— Boa noite, madames… – disse timidamente. Ela nunca foi uma pessoa muito social. Sempre ficou nervosa nestas interações. Eu apenas bebi um gole do champanhe para conseguir disfarçar o pequeno sorriso que tinha nos lábios. Por trás dela, Duque Granville..

— Não fique tímida, irmã Theresa. Junte-se a nós. – convido e ela aproxima-se de mim, fazendo-me enrolar o braço em volta dela. – Estamos aqui a falar da coleção que Pai vai lançar. Não quis revelar muito sem trazer a estrela número um.

— Sim, exato. Parece ser muito interessante os pendentes coletáveis. Como foi que pensou nessa ideia? É que de facto nunca tinha ouvido falar de algo assim.

—   O meu pai sempre nos pergunta na mesa de jantar as nossas ideias quando pretende lançar uma nova coleção. Então apenas surgiu, digamos assim, Pensei no que gostaria de comprar ou receber por parte de um parceiro e pensei em como queria ter diversos tipos de pendentes na pulseira. Fazer combinações queridas. – Sorriu, sempre com olhos postos no chão.

— Incrível. – Parecem impressionadas, trocando palavras entre si. Ela parece mais relaxada, feliz com o que ouve e o corpo parece menos tenso.

— E também vai estar na parte de design? E no plano de negócios? E a seleção os materiais? – Fazem diversas perguntas, uma atrás da outra. Theresa fica cada vez mais nervosa e eu bebo um gole de champanhe.

— Eu… Eu vou estar envolvida em tudo. – falou e eu tive vontade de rir com a tamanha mentira que contava.

— Sim, é verdade. Em tudo… – Sorri e fiz logo uma pergunta: – E é verdade, como vão fazer para patentear o produto? Não cheguei a falar com o Pai sobre isso.

— Pa… Patentear? – interrogou, olhos azuis arregalados. Parece não saber o que é. O que significa. – Ah… Eu… – Todas as nobres têm o olhar em cima dela, esperando uma resposta.

— Eu pensava que o Pai te tinha dado a documentação para ler relativa à patente. Não aconteceu? – Honestamente, ainda estávamos a escolher as peças. Impossível falarmos da patente nesta fase.

— Eu… – Fica nervosa, brincando com os dedos e alguém diz:

— O meu pai também patenteou a tapeçaria que tínhamos. Mas fez demasiado tarde. Tanto que ainda teve uns charlatões que tentaram vender peças que eram criação dele. Acham normal?  É melhor patentearem desde início. – comenta senhorita Charlotte.

— A sério? Realmente o mundo é loucos. – diz princesa Victoria.

— Nem me digas. O pai agora está à procura de ver se muda de fornecedor por causa disso. – comentei e olhei para a Theresa. – Não é, Theresa? – Ela encarou-nos a todas, assentindo com a cabeça.

— Sim, no outro dia, o Marquês falou comigo também sobre isso. – diz Duque, colocando a mão nas costas de Theresa. – Apesar de estar agora a entrar para a família Stirling, tenho acompanhado os negócios e é muito interessante a forma como operam. Sou um homem da guerra, este mundo é novo. Estamos neste momento a conversar com o possível novo fornecedor. – Theresa fica mais tranquila com a presença dele e as orelhas até ficam ligeiramente vermelhas. Enquanto Duque responde, mantem sempre contato visual comigo, os olhos esverdeados intensos sobre mim, quase desafiantes.

— Vou buscar algo para petiscar. – digo.

Peguei numa pequena tosta com paté de atum para comer.

— Madame Eleanor? – Olho para trás, vendo outras pessoas próximas de mim.

Com o tempo, fez-se outro grupo que falou entre si e eu andei no meio da multidão, indo para a casa se banho que era num corredor mais quieto, sem ninguém. Lavei as mãos, ajeitando o vestido à frente do espelho e sai da mesma. Arregalei os olhos, vendo Duque Granville. Ficamos por algum tempo a estabelecer contato visual.

— Veio para conversar comigo? Outra vez? – Cruzei os braços. – Se não fosse meu futuro cunhado, diria que está apaixonado por mim.

— Você vai continuar a fazer o que quer independentemente de qualquer conversa. Vim lavar as mãos. – Passa por mim e eu questiono:

— Qual é a sua definição de felicidade, Duque Granville?

— Não a tenho.

— Acha que se casar e celebrar o acordo connosco, será feliz? – Olhei por cima do meu ombro e ele pousou a mão em cima da maçaneta.

— Seria mais feliz se tivesse uma cunhada normal. – Eu rio daquilo que diz. Foi inesperado e estranho.

— O que é ser normal? Toda a gente é única. Até pessoas nobres e boazinhas como você, Duque. – disse com imenso sarcasmo.

És um reflexo. – Eu uno as sobrancelhas, não percebendo o que quer dizer.

— Um reflexo seu, Duque? – questionei. Não me responde. – Nós não somos parecidos. Nem de longe, nem de perto. Eu sou do tipo que se mete a sua vida, senhor Granville. – Pisquei o olho, dando costas. – Espero que se divirta muito hoje, Duque.

Ouvi um estrondo. Arregalo os olhos, a parede ao meu lado foi perfurada por uma flecha.

— Mas o que é isto? – gritei e quando olhei para a direção de onde veio a flecha, atiraram outra.

— Cuidado! – grita Duque, cobrindo-me com o seu corpo.


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