Jibbs Como Músicas escrita por Carol McGarrett


Capítulo 1
Gorgeous - Taylor Swift


Notas iniciais do capítulo

São os primeiros meses de Jenny no trabalho e, depois de muito negar, ela tem que aceitar que o chefe dela é, no mínimo interessante.
Nesta AU, nem tão AU assim, temos a participação da irmã de Jenny, Heather que acaba por ser a confidente da agente.



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— Jenny, você tem que aceitar que ele tem alguma coisa especial, ou você não falaria dele tanto assim!

— Heather, por favor, ele não tem nada de especial! Nada! É um misógino, chauvinista, que pensa que mulheres devem ficar em casa e nunca trabalhar armada.

— Jenny… pense bem. Algo tem aí.

Não… não tinha. O algo que existia era que eu tinha um chefe que não largava do meu pé e estava sempre me criticando. Os últimos seis meses da minha vida tinham sido os piores até agora.

Os meses foram passando e essa conversa com Heather não saía da minha cabeça. Definitivamente Gibbs tinha que ter algo de especial.

Com isso mente, passei a observá-lo mais atentamente.

E foi aí que começou o meu suplício. Uma outra forma de suplício.

Prestei tanta atenção que, com o passar do tempo, ele passou de uma pessoa misteriosa e interessante para um completo tormento. Porque tudo nele começou a me atrair.

Assim, comecei a procurar por defeitos. Todos temos defeitos e ele deveria ter algum.

E durante as várias horas em que eu era obrigada a passar do lado dele, fui descobrindo um aqui, outro ali…

O primeiro, o jeito como ele fala.

Claramente ele deve ter sido criado em uma cidadezinha do interior, daquelas onde todos conhecem todos, assim, o seu jeito de falar era, no mínimo, diferente.

E, depois juntou com o vocabulário dos Fuzileiros e virou algo único, do tipo que você leva alguns meses para se acostumar e precisa de um dicionário para entender.

Mas era algo que eu poderia me agarrar para que ele não me fosse tão atraente assim.

Então, um belo dia, depois de um caso particularmente complicado, eu acabei por fazer piada…

"You should take it as a compliment

That I got drunk and made fun of the way you talk

You should think about the consequence

Of your magnetic field being a little too strong

And I got a boyfriend, he's older than us

He's in the club doing, I don't know what

You're so cool, it makes me hate you so much (I hate you so much)

Whisky on ice, Sunset and Vine

You've ruined my life, by not being mine"

 

Acontece que a minha ideia extraordinária acabou sendo um péssimo movimento. Se eu quisesse que ele ficasse longe de mim, ou que pelo menos parasse de ser uma figurinha repetida em meus pensamentos, eu deveria ter ficado calada, pois foi eu fechar a boca e lançar um sorriso de lado, como que fazendo ainda mais graça, e Jethro chegou mais perto de mim. Bem perto, mais do que seria considerado apropriado para duas pessoas que trabalhavam juntas.

— E o que você quis dizer com isso, Jen?

O irritante apelido voltara e dessa vez não me deixou irritada, acabou por aquecer algo dentro de mim.

— Nada. - Tentei disfarçar, virando o meu rosto para o lado, para prestar atenção na conversa de Stan e Derek, porém a proximidade dele era tanta que eu não conseguia desviar os meus olhos.

— Jen… você sempre tem um motivo para suas frases de efeito… e qual é esse?

Dei de ombros, essa seria uma boa resposta.

Jethro apenas grunhiu e deu uma longa golada no bourbon que tomava, e mesmo assim não consegui desviar os olhos. Tinha algo de extremante sexy na maneira como ele levava o copo aos lábios, quase como se o beijasse.

Sacudi a minha cabeça. Eu estava ficando era doida, aquela conversa com Heather não serviu para mais nada a não ser me enlouquecer de vez. Além do mais, eu tinha um namorado, que andava sumido pelo Continente Europeu e não dava notícias há alguns dias, mas eu tinha um namorado.... não tinha? Pelo menos eu acho que eu tinha...

E a cada segundo que eu passava perto de sua presença sufocante eu ficava ainda mais inquieta, então, de supetão, decidi ir embora, dando a mais comum das desculpas: dor de cabeça.

Alguns dos presentes associaram a minha dor de cabeça ao álcool, outros somente ao fato de que eu estava realmente cansada depois de um caso difícil

Já estava do lado de fora do bar, procurando por um táxi, quando uma voz conhecida chamou meu nome.

— Vem, Jen, eu te levo para casa.

Na mesma hora congelei.

— Não precisa, Gibbs, eu estou bem o suficiente para chegar em casa. – Respondi e fiquei na ponta dos pés, torcendo para encontrar um táxi.

Nenhum apareceu e eu senti uma mão em meus ombros, me virando na direção de uma velha caminhonete estacionada debaixo de um poste e, depois senti que sua mão desceu de meu ombro até meu pulso. E a sensação que eu senti foi de estar eletrificada.

À meia luz, e estando um passo atrás dele, me dei a oportunidade de observar suas feições e, ali, eu tive que dar razão para minha irmã, ele tinha algo de especial sim.

Ele era bonito demais, tão bonito que chegava a ser falta de educação.

"You're so gorgeous

I can't say anything to your face

'Cause look at your face (gorgeous)

And I'm so furious

At you for making me feel this way

But what can I say?

You're gorgeous"

Gibbs me guiou até a caminhonete e ainda abriu a porta para mim, um gesto de cavalheiro que eu nunca imaginei que viria dele, agradeci e um tanto sem graça, subi na cabine.

Observei ele dando a volta e logo abrindo a porta do motorista, o cambalear por conta do joelho estava ali, mas agora não era outro defeito, era um charme.

Ele subiu e assumiu o volante, dando partida no veículo, o som do motor me assustou e eu fui dragada para o presente.

Ficamos em silêncio, o que não era novidade, normalmente, quando estávamos no mesmo carro, indo, ou atrás de uma nova pista para o caso, ou até mesmo para uma cena de crime, era assim que ficávamos, no trabalho era confortável, aqui não era.

Não era porque simplesmente eu não conseguia encontrar nenhuma palavra para iniciar uma conversa normal. Tudo porque eu estava embasbacada. Meses sofrendo na mão de meu chefe, meses reclamando dele ao telefone com minha irmã, para chegar à conclusão de que eu não o odiava tanto assim... eu o admirava e, com raiva de mim mesma por ter sido tão fraca, descontei nele.

Suspirei alto dentro do carro e tampei meu rosto com as mãos, era uma tentativa de tentar reaver o autocontrole sob minhas emoções e pensamentos, porém, mais uma vez, não deu certo.

— Sua dor de cabeça está tão ruim assim?

— Hum hum. – Murmurei, não confiava na minha própria voz nesse momento, afinal, dentro de meu cérebro o meu bom senso discutia com meu lado irracional, dizendo que eu nunca mais deveria beber e chegar perto de Jethro novamente.

  

"You should take it as a compliment

That I'm talking to everyone here but you (but you, but you)

And you should think about the consequence

Of you touching my hand in the darkened room (dark room, dark room)

If you've got a girlfriend, I'm jealous of her

But if you're single that's honestly worse

'Cause you're so gorgeous it actually hurts

(Honey, it hurts)"

— Não parecia que sua cabeça estava doendo tanto no bar... já que você conversou bastante com Ducky e Stan. – Ele falou um tanto azedo.

Relutante levantei meu rosto e observei suas feições, ele estava mais sério do que ficava dentro da sala do esquadrão.

— A bebida bateu forte. – Respondi.

Ele claramente não acreditou em mim e só levantou uma sobrancelha.

Decidi tentar ignorar a sua presença e onde estava, me concentrando em outras coisas, como traduzir o Hino Nacional para o francês, isso me manteria ocupada.

Dessa vez meu intento foi um sucesso e eu só fui perceber que já estava em casa quando senti o toque quente de sua mão na minha.

Levantei os olhos e encarei Gibbs, tentando entender o que ele queria.

— Chegamos, Jen. – Ele respondeu a minha pergunta muda, mas não afastou sua mão da minha. E, dentro daquele carro quase escuro, minha mente formulou diversas hipóteses para que eu estendesse o momento e a proximidade recém adquirida entre nós.

Estava quase cedendo aos meus impulsos de levar a minha mão ao seu rosto, quando meu cérebro gritou uma informação que eu ainda não colocara na balança dessa loucura que virou a mente.

E se ele tivesse uma namorada? Uma noiva?

Casado não era, não tinha aliança no dedo anelar esquerdo, mas a presença de uma namorada não é registrada com um anel.

Estreitei meus olhos enquanto ainda o olhava, minha respiração se prendeu na garganta e tardiamente me dei conta que estava com ciúmes da namorada de Gibbs.

Mas ele pode não ter uma namorada... — conjecturei mentalmente. O que seria pior ainda, pois me daria a esperança de que algo pudesse acontecer... e tendo em vista que ele é o meu chefe, não seria de bom tom.

Gibbs continuava na mesma posição, enquanto eu, a cada pensamento que rodava em meu cérebro um tanto afetado pelo álcool já tinha me afastado dele e estava para abrir a porta.

— Muito obrigada pela carona. – Falei o mais mansamente que consegui. – Até segunda. – Murmurei e caminhei com passos incertos até a porta, levando novamente a mão à cabeça. Ele deve ter achado que era por conta de minha desculpa esfarrapada, que eu não mentira afinal, mas, não era o real motivo. Eu estava me xingando a cada passo que eu dava.

— Larga de ser burra, Jenny! Você é só a colega de trabalho...

Só a colega de trabalho!!

Abri a porta e acabei batendo-a com mais força do que a boa educação permitia e mesmo dentro da minha casa eu continuei a me xingar, cada vez mais alto e mais insistente.

Era tarde, eu sabia, mas Heather iria escutar...

Corri até o escritório, peguei o telefone e disquei os números do telefone do apartamento de minha irmã.

Quatro toques depois escutei a voz dela.

— Quem é?

— Eu nunca mais te dou ouvidos, Heather! Nunca mais! Segui o seu conselho e agora estou ferrada! Ao invés de procurar algo bom no meu chefe, algo que pudesse me fazer entendê-lo melhor, acabei me apaixonando por ele. E a culpa é sua!— Vociferei e depois desliguei antes que ela tivesse a chance de falar algo.

Eu tinha dois dias para resolver a minha vida, procurar meu namorado desaparecido na Europa e esquecer o quão atraente era meu chefe.

Eu conseguiria fazer isso, sei que sim.

"Ocean blue eyes looking in mine

I feel like I might sink and drown and die"

Eu achava que conseguira me afastar dele, só achava, porque não consegui. Depois do incidente do bar, Gibbs ficou ainda mais no pé, às vezes um tanto protetor demais, principalmente se fôssemos invadir algum lugar, ou se eu era a isca para um determinado caso, noutras, ele era o maior insuportável do planeta, criticando minhas roupas, a forma como eu pegava na arma e até dos meus sapatos ele falou!

Um belo dia, ele estava em um péssimo humor, o que não era novidade, ele vinha de uma série de dias com um humor que estava fazendo qualquer um sair correndo, e cada um da equipe tentava, à sua maneira, não piorar a nossa situação, afinal, se isto acontecesse, a distribuição gratuita de tapas era garantida. Então, apareceu um caso, as duplas foram divididas, e como os outros dois membros da equipe são dois covardes de primeira, eles foram se unindo, restando Gibbs e eu, como a outra, tudo isso para ficar de tocaia, vigiando um apartamento.

Decker e Burley, muito espertos, ficaram com o turno da noite, colocaram a câmera para gravar e eu tenho certeza de que dormiram o tempo inteiro, pois quando chegamos para rendê-los, os dois estavam com as roupas amassadas e com caras de quem havia acabado de acordar.

Claro que Gibbs não gostou do que viu, e murmurando algo ininteligível, saiu para vistoriar nosso ponto de observação.

— Muito obrigada! – Falei sarcasticamente para os dois que já estavam acabando de juntar seus pertences nas mochilas. – Vocês dormem a noite inteira e agora sou eu quem tem que aturar o mal-humorado!

Eles deram de ombros e saíram em disparada pela porta.

— Eles já foram, Jen?

— Sim, acabaram de sair.

— Confira o que eles gravaram, porque ver, não viram nada.

E eu ainda teria que refazer o trabalho dos dois trapalhões... que benção.

A única vantagem de se trabalhar com Gibbs, mesmo com ele em um péssimo humor, é que ele é silencioso como um gato, não tem a necessidade de ficar falando, ou jogando conversa fora, ele fica quieto, observando o que tem que fazer e é isso.

Como fiquei responsável por ver o conteúdo da câmera, acabei que me esqueci de sua presença e, também, que estava ali a trabalho. Das doze horas de gravação, já tinha visto metade em velocidade avançada e nada tinha acontecido no apartamento do outro lado da rua até agora.

Dei um suspiro e ao levantar a cabeça para alongar o pescoço, acabei por me assustar com Gibbs, que me encarava, ao invés de olhar para fora.

Ele estava posicionado bem na fresta do voal da cortina, fazendo com que um halo de sol batesse em seu rosto, algo que não parecia incomodá-lo, porém, com a luz do sol acabei por perceber o brilho dos primeiros cabelos grisalhos em sua têmpora e, também, como o azul dos seus olhos ficava ainda mais claro, mais brilhante, como uma piscina em dia de verão, ou o Mar do Caribe cintilando com o nascer do sol.

E, eram estas ótimas alusões para o que eu via, porque eu juro, poderia observar aqueles olhos pelo resto da minha vida, ou melhor, eu poderia me afundar, me afogar e morrer ali dentro e, mesmo assim, não me importaria. Não me importaria nem um pouco.

— Jen! – Escutei ao longe, eu ainda estava me imaginando nadando no Mar do Caribe de seus olhos. – Jenny! – Eu queria mandar a pessoa calar a boca, para que eu pudesse desfrutar desse pedaço de paraíso. – Shepard!— Falaram mais alto e eu voltei ao presente.

— O que foi, Gibbs? – Perguntei a contragosto, ele tinha acabado de me tirar de um pensamento muito bom.

— Perguntei como estão as fitas?

— Ah, isso? Ainda não terminei. Estava descansando os olhos. – Acabei por soltar e eu não perdi o lampejo de convencimento em seu pequeno sorriso de lado e o brilho de seus olhos.

— Descansando? – Ele questionou, me testando.

— Sim, estou observando a tela deste computador desde que cheguei, mereço um descanso – Desconversei, afinal, ele jamais poderia saber o que eu estava fazendo de verdade.

— Espero que seu descanso imaginário em alguma praia no Mar do Caribe tenha sido o suficiente. – Gibbs falou e se levantou da cadeira à minha frente.

Eu congelei no lugar, como ele sabia o que...

— Eu falei algo alto demais? – A pergunta saiu antes que eu pensasse nas diversas implicações que esta frase me traria.

Gibbs deu um aceno de cabeça negando e eu pude respirar novamente, contudo, eu comemorei antes do tempo.

— Só a seguinte frase “É igual ao Mar do Caribe, e eu poderia me afundar, me afogar e morrer ali.”

Ele não estava perto de mim, e eu agradeci aos céus por isto, afinal, com que cara eu iria olhá-lo? Como eu posso ter falado isso em voz alta, com ele me observando? Como?

E algo dentro de mim me alertava que Gibbs sabia exatamente sobre o que eu estava falando.

E a prova veio horas mais tarde, depois que conseguimos fazer a apreensão das joias roubadas, Gibbs simplesmente disse, ao olhar uma esmeralda que estava na caixa de fundo aveludado:

— O verde da esmeralda sempre será mais bonito do que qualquer azul que esteja por perto. – E completou a frase olhando no fundo dos meus olhos: - Não é mesmo, Jen?

Consegui manter uma expressão neutra, mas não consegui conter o rubor que subiu em minhas bochechas, porque eu entendi perfeitamente o que ele estava instando, ainda mais quando fitava os meus olhos como se estivesse procurando uma resposta para sua pergunta.

Eu só dei um sorriso padrão, daqueles que não significam nada e saí da sala do esquadrão com a desculpa de ir pegar um café, discutindo comigo mesma em pensamentos:

 - Eu sou uma burra! Uma burra! – Ia murmurando! – É claro que ele iria descobrir! E ainda soltou a resposta bem na frente do time inteiro!

Já na sala de descanso, ignorei o café, era ruim de qualquer jeito, e me virei para as máquinas de comida e doces. Dada a situação, eu merecia um doce, então, peguei uma nota em meu bolso e me dei o luxo de comer um chocolate. O maior que tinha ali.

Estava sentada em uma das mesas que tem ali, em uma muito bem localizada, que eu poderia ver as duas entradas da sala, quando peguei meu celular e só digitei a seguinte mensagem

Precisamos conversar. Amanhã à noite na minha casa é cedo demais?

E enviei para minha irmã.

"(...)

You make me so happy, it turns back to sad, yeah

There's nothing I hate more than what I can't have and

You are so gorgeous it makes me so mad"

Heather chegou na tarde de sábado em minha casa e já foi logo reclamando:

— Eu não gostei do que você fez há dois meses, de ter me ligado no meio da noite, me xingado e depois desligado na minha cara!

— Eu precisava te xingar! – Falei da cozinha. – E seja bem-vinda!

Escutei ela murmurar algo, com certeza me xingando ainda e depois de tirar os sapatos, gritou:

— Onde você está que não está no escritório?

— Na cozinha! – Respondi.

Um pouco depois, escuto, já bem perto de mim:

— Céus, o assunto é sério! Você está até cozinhando!

Virei-me para a minha irmã.

— Você não faz ideia!

— Então, conte! Desde o começo.

E eu comecei a narrar o suplício que estava experimentando no dia a dia.

— Bem... temos um enorme problema aqui, Jenny. Você está irremediavelmente apaixonada por seu chefe.

Suspirei e apoiei minha cabeça na bancada.

— Eu sei...

— E como você vai resolver isso?

— Não sei... eu... eu não posso simplesmente chegar para ele e soltar:  e aí Gibbs, você tem namorada? Porque se não tiver, passa lá em casa! – Disse exasperada.

— Mas era o que você queria fazer... – Heather me leu direitinho.

Encarei minha irmã.

— Era. Era porque ele anda estrelando os meus sonhos frequentemente e não importa o lugar, sempre terminamos do mesmo jeito...

Minha irmã deu uma risada.

— Não é motivo para riso! – Reclamei e fui ver se o assado estava pronto.

— Não, não é... mas você ao menos procurou saber se tem uma mulher na vida dele...

Fiz uma careta.

— Atualmente, não. Mas ele já foi casado duas vezes.

Heather se engasgou com o vinho que tomava.

— DUAS? Onde você arranjou um cara assim? Ele é o que, o Anjo da Morte do Amor?

— Está mais para: o Bicho Papão mesmo. – Disse infeliz.

— Quando eu te falei para ver o que ele tinha de bom...

— EU SEI!!! Só que... você não entende... – Tentei argumentar. – Eu passo quase catorze horas perto dele todos os dias. Às vezes mais. Não é simples assim, observar de longe para analisar a pessoa.

— E você está furiosa, por quê? Já que você pode ficar perto dele... – Ela ria de lado, se divertindo às minhas custas.

— Porque eu não posso tê-lo! Não posso! Eu quero. Ah, como eu quero. SÓ QUE EU NÃO POSSO!

— E não tem nada no mundo que te irrite mais do que algo que você não pode ter...

— É. Exato. Nada. – Disse frustrada, ao bater a taça na bancada e espirrar vinho em nós.

— Mas não é só isso...

— Não, é a sensação. A sensação que tenho quando estou perto dele. Eu nunca achei que poderia ficar feliz em sair para trabalhar, só porque eu vou ver alguém...

Heather levantou uma sobrancelha.

— Jenny...

— E ao mesmo tempo em que isso acontece, eu fico, chateada, triste, porque sei que a pessoa é inalcançável. Eu me ferrei dessa vez, Heather, e eu sei disso.

— É, irmãzinha, você está ferrada... porque, você só tem duas opções, ou fala o que sente ou...

— Fico calada e carrego isso comigo para a eternidade?

— Não diria a eternidade, mas até você ter a oportunidade de sair da equipe dele.

Foi a minha vez de me engasgar, eu não me via longe do Gibbs... era doloroso pensar nisso.

— Pense pelo lado positivo... talvez, com você fora da equipe dele, vocês dois possam ter o que você quer, sem as amarras do relacionamento Chefe- Subordinada.

Essa era uma ideia maravilhosa...

Porém, como eu falaria para a minha irmã que não poderia acontecer tão cedo...

— Só tem um problema... – Eu comecei a trilhar o caminho mais fácil.

— Jenny! Pense em você...

— Eu acabei de aceitar uma missão infiltrada de um ano e meio na Europa...

— Não complete essa frase com o que eu estou pensando! – Heather me alertou.

— E Gibbs será o meu parceiro.

Minha irmã se levantou do banco, bateu a taça na bancada, me fuzilou com os olhos e, antes de sair me xingando porta afora, só me alertou:

— Você vai se machucar nessa brincadeira, Jenny. Vai se machucar muito. O problema que você é teimosa demais para perceber isso e, quando perceber, será tarde demais!

Ela me deixou sozinha em casa, suas palavras ecoando em cada cômodo.

E eu só saberia o real peso do que ela falara quando 18 meses depois, eu tinha meu coração partido em um milhão de pequenos pedaços em uma ponte em Paris.


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Notas finais do capítulo

Bem, primeiramente eu sei, quem ainda escreve sobre Jibbs em pleno 2023... pois é, aparentemente eu ainda não consegui seguir em frente e aqui temos a prova.
Espero que tenham gostado.
Já tenho outras duas escritas e devo postar o mais rápido que o trabalho me permitir.
Obrigada a quem leu, e até a próxima one.



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