Sábado, no endereço e horário certos, praticamente a turma inteira estava presente: Miguel, seu irmão e a filha; Lyla, Peter e Mayday, Jessica e o marido, a tia de Hobie — e é claro, os anfitriões. E já que era onde Pavitr morava, os Cabeças-de-Teia não faltaram: apenas estavam se divertindo no quarto, enquanto os adultos reuniam-se na mesa rotunda e cheia de delícias. Gabi e Mayday, por sua vez, brincavam no quintal com uma bola leve.

Miguel considerou que a grandeza da festa pararia aí, mas vieram mais alguns parentes de Jess e do marido. Depois, conhecidas da tia Maya. Na cacofonia, um receio somado à esperança acelerou seu peito. Como quem nada quer, aproximou-se do marido de Jess — que ajeitava a enorme pilha de presentes:

“Sabe se a Felícia vem?”

“Quem? Ah. A platinada. Não, viajou pra Boston pro casamento. O Matthew buscou ela ontem.”

De novo, o som da campainha ressoou. Miguel disse em alto e bom som que atenderia, deixando o restante dos convidados livres na conversa. Ficou feliz de ver que, de novo, Hobie Brown estava atrasado. Pediu para ele dar uma última tragada no cigarro que trazia na boca antes, pois tia Maya não gostaria daquilo.

Depois dele entrar, Miguel ficou um pouco para fora. Tragou ele mesmo o resto do cigarro que tirou de Hobie, aliviado e irritado pelo sabor da nicotina — algo que inundou-lhe a boca de amargor e de madorna.

Casamento, um tal Mathew e Boston. Quis chutar algo.