O Bando Vizinho escrita por Adnoka


Capítulo 35
ΑΩβ 34. — Em três, dois, um!


Notas iniciais do capítulo

Aviso: As falas dos lobos deles estarão entre aspas.

Esse capítulo mexeu um bocado comigo, enfim, espero que curtam amores!

Boa leitura!



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Eles já estavam juntos antes do casamento afinal, já eram um bando consolidado, eles já eram marcados e até filhotes eles já tinham, mas qualquer um que visse os membros do bando Lee juntos depois que se casaram entendiam que agora eles estavam ainda muito mais ligados, unidos mesmo, e que o amor parecia estar infinitamente maior entre eles.

...

Seis meses depois.

— Mamãe, mamãe! — O Jinho chamava o Changbin que estava se preparando para ir dar sua aula.

— Oi amorzinho, o que você quer?

— Quero você mamãe, fica comigo?

O Changbin o olhou com ternura, era quase impossível resistir ao seu filhote.

— Hum… sua mamãe está indo trabalhar Jinho, que tal você ficar com o papai Jinnie?

— Não papais mamãe, eu quero só as mamães.

— Só suas Mamães? — ele sorriu — Então você não quer só a mim?

— Não, quero mamãe Channie e mamãe Hannie também.

— E sua mamãe Jin? Não quer ela também amorzinho?

— Siiim quero ela, ela já ta comigo mamãe.

— Ah, entendi, é uma convenção das mamães?

O pequeno olhou confuso.

— Començão mamãe?

— Convenção, pequeno, é como uma reunião.

— Ah, sim, pode ser, então.

— Fofo, tá, eu vou ficar com você e suas mamães.

— Ebaaaa! — Ele disse sando pulinhos de alegria.

— Mas só um pouco está bem? Preciso ir trabalhar.

— Ta tudo bem mamãe.

Quando ele chegou no quarto não eram só as mamães reunidos, mas os outros filhotes também estavam lá.

— Olha só a alta cúpula do clã toda bem aqui.

— Oi Binbin, — O Chan falou sorrindo — O Jinho te convenceu mesmo a vir, ele sempre consegue o que quer né?

— Parece até o Felix, não é bebê? — A Jin-ah falou tendo um Jinho se jogando nela e a abraçando.

— Ele nem sempre consegue o que quer Channie, e eu só vou ficar um pouquinho, eu combinei isso com ele antes, não é Jinho?

— Sim, minha mamãe tem que trabalhar.

— E você vai deixá-la ir pequeno? — O Han perguntou sorrindo, sabendo que quando o Changbin quisesse ir, a manha iria começar.

— Vou sim, mamãe, eu pometi.

— Um ômega de palavra? Realmente filho do Bin.

A Bookie estava brincando com o Bin-ho toda entretida.

— E esses dois? O que estão fazendo tão quietos?

— Eu estou ensinando o Bin-hozinho a montar blocos mãe.

— Ah e ele está aprendendo?

— Está sim, ele é muito esperto.

— De fato, ele é mesmo.

O Changbin já estava sentado todo coladinho na Jin-ah, o Chan e o Han também estavam bem pertinho deles, era quase um aninhado de ômegas e betas.

— Caiiiuuu… — o Bin-ho falou levando as mãozinhas para cima e sorrindo, o que fez a Bookie sorrir e fazer carinhos no irmão mais novo.

— É você derrubou tudinho Bin-hozinho, vamos começar de novo?

— Siiim dimovu!

— Fofos demais meu deus, e olha só como a Bookie cuida dele, sinceramente eu não aguento.

— Quem aguenta minha ômega excelente?

...

Eles ficaram ali brincando com as crianças até que o Changbin decidiu que precisava ir, mas enquanto conversavam algo aconteceu e o fez mudar de ideia na hora.

— Mamãe Jin?

— Oi Jinho.

— Agora é a sua vez!

— Ué Jinho, mas agora sou eu que rodo a roleta. — O Chan falou sorrindo — Você vai pular minha vez querido?

— Não mamãe Channie, não vez do jogo, vez do bebê.

A Jin-ah fingiu não ouvir, e seus três maridos notaram sua tenção, então o próprio filhote ficou de frente para a ômega e segurou seu rosto com aquelas mãozinhas fofas, a fazendo sorrir gentil para ele.

— A mamãe Jin vai trazer irmãozinhos para nós.

— Eu vou Jinhozinho? — Ela perguntou curiosa para entender seu filho.

— Vai sim mamãe, irmãozinhos para nós, mais irmãozinhos para gente brincar.

— E ele fala no plural, — O Han falou sorrindo. — Quando for a hora Jinho ela trará os irmãozinhos para vocês.

A Jin-ah não queria, mas acabou olhando para o Han com uma feição de quase repreensão, mas o beta continuou sorrindo.

— Eu também quero mais irmãos, mamãe Jin. — A Bookie falou sorrindo — e o Bin-ho também quer né, Bin-hozinho?

— Quer nenê?

— Isso, mais nenéns para brincar.

— Quelo nenéns!

O Changbin estava angustiado, na verdade, o Chan e o Han também, mas era o ômega que estava mais, desde que voltaram da lua de mel a Jin-ah foge quando os assuntos gravidez, filhos e afins apareciam, o que fez todos seus maridos evitarem falar sobre esses assuntos com ela por enquanto, mas ali eram as crianças, eles não podiam os repreender por falar de irmãos.

— Vocês três são os amores da minha vida, — A Jin-ah falou olhando para seus filhotes. — Por que não pedem irmãos para o papai Innie?

— Papai pãozinho, mamãe Jin.

— Nossa, o pãozinho ensinou mesmo vocês a chamá-lo assim?

— Nós não mamãe, só o Jinho, eu chamo de papai Innie, e o Bin-ho de papozinha.

— Aí, caramba, quero morder meus filhos. — O Chan falou.

— Então morda Channie, não passe vontade.

O beta avançou na Bookie e no Bin-ho e começou a fazer cócegas nos dois e o Jinho não havia soltado o rosto da ômega, ele agora dava beijinho de esquimó em sua mamãe.

— Vai ser a mamãe Jin primeiro, papai Innie depois com os irmãozinhos, tá bom?

A Jin-ah sorriu, não tinha como sorrir apesar do medo que lhe acometeu.

— Tá bom meu amorzinho, agora faz carinho na mamãe Bin, ele tem que ir trabalhar.

O Jinho se jogou no colo do Changbin que o encheu de bitoquinhas.

— Não vou mais trabalhar, vou pedir para o Rony me substituir.

— Jura mamãe?

— Juro meu amor.

— Ebaaaaaa — O Bin-ho gritou fazendo todos rirem.

— Não precisa ficar por mim Bin, vá trabalhar, na volta você fica comigo.

— Não minha princesa, vou ficar com você desde agora. — Ele apertou discretamente a mão da ômega que sorriu de forma singela para ele.

Eles ainda brincaram mais um pouco até que ouviram a voz do alfa líder adentrando o cômodo de baixo.

— O papai Lino chegou!

— Lindo papai! — O Bin-ho sempre chamava o Minho de lindo.

— Mamães podemos descer para ir abraçar o papai?

— Claro que podem, meus amores, vem comigo, vou levar vocês. — O Han falou se levantando já, o Jinho saiu dos braços da Jin-ah, mas antes deixou um beijinho na bochecha de sua mãe.

— Até logo, mamãe.

— Até amorzinho.

Eles estavam saindo, o Bin-ho parou e soltou a mão do Han, em seguida correu até a Jin-ah e se jogou no colo da ômega todo desajeitado e então ele simplesmente começou a beijar a barriga dela, inúmeras vezes deixando todos ali boquiabertos pela atitude do filho mais novo deles.

— Mamãe, nenéns… mamãe, nenéns!

A Jin-ah não sabia como agir, ela sabia que era impossível ela estar grávida, pois eles nem estavam tentando engravidar no momento, fosse ela ou o Innie, mas aquilo mexeu demais com ela que já estava mexida e quando ela olhou para a Bookie a menininha simplesmente piscou para ela e abriu um enorme sorriso o que foi o determinante para lágrimas rolarem os rostos da Jin-ah, do Chan, do Han e do Binnie.

— Vamos Bin-ho, vamos abraçar o papai lindo.

O menino correu para segurar novamente a mão do Han.

— Fique bem coraçãozinho, depois encontro vocês.

O Han saiu com as crianças e o Changbin junto ao Chan ficaram olhando para a ômega.

— Não me perguntem, sério, eu não faço ideia do que rolou aqui.

 Ela secava suas lágrimas e os dois ali com ela seguraram em suas mãos, eles ficaram sentados ali de frente um para o outro e depois de um tempinho o Changbin resolveu falar.

— Princesa, você sabe que por nós está tudo bem, não é? Sabe que jamais iremos querer algo que você não queira, jamais vamos amá-la menos ou mais por coisas assim.

— O Binbin tem razão fofinha, também não sabemos de onde as crianças tiraram isso, mas enfim são crianças, às vezes nem foi nada de mais para elas também.

— Apesar de eles parecerem sentir algo que não sentimos? Parecia que eles sabiam algo que nós não sabemos amores.

— E se for isso mesmo, meu amor? E se eles sentirem que você está mais pronta do que imagina para isso?

— Eu não sei de nada Binnie, sério, eu deixei isso cair no esquecimento, para mim já tenho os meus filhos e está tão perfeito assim sabe? Para que mexer nisso agora?

— É como eu disse antes, minha princesa, se você não quer, não tem nem que pensar em nada disso.

A Jin-ah olhava para seus dois amores ali com ela e o Chan a trouxe para mais perto aninhando ela nele enquanto ele acarinhava seus cabelos.

— Podemos não falar mais nisso por enquanto?

— Claro que sim, minha princesa.

— Claro fofinha.

Ela chamou o Changbin para se juntar a eles e ele foi ficando bem abraçadinho a eles.

— Vocês podem?

Ela não precisou dizer mais nada, os dois liberaram seu cheiro para ela e ela aproveitou cada segundo do conforto que aquilo lhe proporcionou.

— Nós te amamos muito fofinha.

— E eu amo vocês demais fofinho, obrigada por me entenderem meus amores.

...

— Eles falaram isso para ela, Hannie?

— Sim Linnoyah, e foi algo tão natural deles que nem a coraçãozinho pôde fazer muita coisa.

— Nossos filhos já sentem que algo virá, não é comum, mas a conexão deles com ela é forte demais, afinal ela é excelente para eles também e como uma ômega com todo esse poder no bando não me impressiona nada eles sentirem algo assim, só me preocupo com a cabecinha dela.

— Pois é amor, deixei ela com o Binbin e o Channie, depois vou abraçar ela bastante, mas conhecendo como a conhecemos tenho certeza que levará um tempo para ela estar pronta para falar disso com a gente, e é muito provável que ela fale com você primeiro, na verdade, com você e com o Minnie, ele sempre a acalma bem.

A vontade do alfa líder era correr para ficar com ela, mas ele sabia que ela não poderia estar em melhores mãos no momento, então se aquietou.

— E vem cá esquilinho, o Jinhozinho falou nenês? No plural amor?

— Sim amor, e não só ele, o Bin-ho também e acho que foi isso que mais a assustou.

— Bom, vamos deixar nossa gatinha assimilar, ponderar e se sentir pronta para falar com a gente né?

— Vamos, sim, amor.

— Você sabe se o período dela está próximo? Eu sempre lembro dos períodos de todos, mas agora me deu branco.

— Hum… — O Han apertou seus lábios e olhinhos para tentar lembrar o que o Minho achou muito fofo e sem resistir deu um breve selar nele que sorriu. — Acho que menos de um mês amor, ou um mês certinho, não tenho certeza.

— Nossa, já? Eu estava crente que… não, você tem razão amor, será em um mês certinho.

— Muita pressão, melhor não falarmos nada mesmo com ela.

— Exato amorzinho.

...

Uma semana depois.

— Não acredito que vocês me trouxeram aqui, — A Jin-ah estava feliz, pois o Innie e o Jinnie a levaram de surpresa no café favorito deles. — Vocês são os melhores alfa e beta do mundo todo, sabiam? Eu estava mesmo querendo um bom café.

Ela deu selares nos dois que a abraçaram com carinho.

— Tudo para a minha ômega linda, cheirosa e gostosa.

— Tudo pela minha perfeição de vida.

Eles entraram, fizeram seus pedidos e ficaram no seu lugar favorito no estabelecimento.

— Meu doce?

— Oi lindeza.

— Posso perguntar se está tudo bem esses dias? — Ela que tomava seu Mocha de chocolate branco, fingiu não entender a pergunta e eles notaram. — É que eu estou te achando meio aérea, o que, na verdade, te deixa ainda mais linda, mas enfim, também estou notando que você está muito colada no Minnie e sabemos como ele acalma você, seu período está chegando, é por isso que está assim?

— Vocês já me conhecem bem, não é mesmo?

— É o que se espera não? Nós te amamos e queremos sempre o melhor para você perfeição minha, então é claro que precisamos te conhecer bem, para que você não precise enfrentar nada sozinha.

— Innie eu te amo — O beta já ia ralhar — Ah, eu amo tanto o meu pãozinho Innie.

Em algum momento ela havia decidido de juntar o Innie ao apelido de pão, o que o próprio Jeongin estava decidindo se curtia ou não mesmo achando ela ainda mais fofa e perfeita, chamando-o assim.

— Você escapa por que é muito esperta, mas deixa eu pegar esse Innie aí, vou dar um pau nele.

— Vontade de me agarrar a vocês dois e não largar mais — O Hyunjin falava após uma boa golada do seu Iced Americano — Mas vamos manter o foco, Jinjin, amor, você precisa de algo? Precisa de nós?

— A pergunta é quando eu não estou precisando dos meus maridos né? E o que seria de mim sem vocês? Poxa, vocês são mesmo tudo de bom, mas assim Jinnie lindo, eu estou sim com muita coisa na cabeça, só preciso conseguir assimilar, mas prometo que eu vou e assim que conseguir falo com vocês está bem?

— Jura de dedinho?

— Juro de dedinho amores.

Eles entrelaçaram os dedos mindinhos dos três em um ato extremamente fofo, se encarando enquanto faziam e sorrindo juntos em seguida.

— Essa noite vamos dormir com você na casa dois?

— Sim, as crianças estão com o Minnie e o Lixie, os Chans vão dar aula e depois se juntam a eles, o Min volta hoje do plantão e o Hannie está compondo loucamente.

— Ele vai lançar uma cantora nova né? Fiquei sabendo e estou muito orgulhoso dele.

— Sim pãopão, ele está tão feliz q...

— Pera, não, calma aí, lindeza.

A Jin-ah encarou o alfa sem entender.

— Sim meu lindo, ela quando se empolga lança um pãopão para acabar com a minha vida, olha como eu tô… — Ele mostrou as mãos no ar — tô tremendo Jinnie.

— Ah, seus bobos, parem com isso, que susto Hyunnie, pensei que tinha feito algo grave.

— Mas você fez algo gravíssimo amor, vai por mim, eu estou prestes a atacar você aqui mesmo e tenho certeza que nosso beta me acompanha nessa.

— Ah, não tenha dúvidas Hyunnie mozão.

— Dois bobos, meu senhor.

O Hyunjin sorriu, ele amava deixar a Jin-ah ruborizada e era exatamente assim que ela estava, se sentia tão quente que pegou o copo de Iced dele para tentar esfriar suas bochechas e os dois ali amaram a fofura da esposa deles.

— Okay, vamos embora, se ficarmos aqui vou acabar sendo preso por atentado ao pudor.

— Céus…

— É para lá que pretendemos te levar daqui a pouco perfeitinha.

Eles se levantaram, pegaram uns cookies para levar e foram para casa.

...

Na semana seguinte.

— Então Jin-ah, o mais importante é você se abrir para os seus maridos, eles já sabem de alguns de seus receios pelo que me diz, mas eles precisam conhecer a fundo esse seu medo e vai por mim isso ajudará tanto a todos vocês.

— Você acha mesmo Dra. Karin? Porque eu acho mesmo que vou ferrar tudo.

— E por que você acha isso Jin-ah?

— Por que eu já tive essa conversa com eles algumas vezes, trazer isso de novo assim? Não parece que eu não melhorei nada em todos esses anos?

— Não, não parece Jin-ah, antes vocês falaram de hipóteses, planejamentos futuros que poderiam ou não darem certo, mas agora chegou a hora de falar no presente e em como isso te toca no agora.

— Certo, eu acho que entendi, vou pedir uma reunião com o meu bando e seja o que os deuses quiserem.

— Hum, que tal fazer isso de forma mais informal?

— Como assim Dra.?

— Bom, sabemos que esse assunto é importante o suficiente para uma reunião, mas não seria mais confortável que o assunto surgisse em um momento mais descontraído para vocês? Você não se sentiria mais à vontade assim? O que me diz?

A ômega nitidamente ponderava sobre o proposto.

— É parece ser melhor sim, vou tentar desse jeito, então Dra.

— Fale com eles Jin-ah, pelo que me diz deles, você tem sorte de ter parceiros de vida tão dedicados, e eu não tenho dúvidas de que eles irão te ouvir e te acolher.

— Mais uma vez né?

— Sim, mais uma vez, e acredite em mim Jin-ah, não há problema algum com isso.

A Jin-ah sorriu e a Dra. sorriu gentilmente em retorno.

— Obrigada Dra. Karin, como sempre a Sra. é um bálsamo para minha vida.

...

Na noite seguinte.

— Nossa noite de cheiros e sabores! Ah, como eu estava com saudades disso. — O Felix se servia com a comida japonesa que estava toda exposta de forma belíssima a mesa. — Isso parece estar delicioso.

— Prontinho, filhotes roncando já, e aí o que eu perdi?

— Eu acho incrível o dom que o Innie e o Hannie têm de apagar aquelas crianças.

— Ué Binbin, banho tomado, buchinho cheio, uma boa historinha contada pela doce voz do Hannie enquanto estão deitados em mim? Até você dormiria.

— Touché, meu amor.

— Mas convenhamos que nossos filhotes são uns anjinhos também, então não temos problemas para fazê-los dormir.

— Você diz isso agora Lixie, lembra da fase “não quero” da Bookie?

— Nossa sim! Tudo que a gente pedia, ela dizia “não quero” e para dormir era um chororô danado.

— Só dormia com a mamãe Jin.

— Fazer o quê? Eu tenho o dom para acalmar crianças.

A Jin-ah sorriu um pouco mais timidamente, eles jantaram e na hora dos sorvetes os assuntos estavam mais fluidos e eles mais relaxados.

— Ah, mas não é como se eu fosse engravidar Minnie, eu ainda acho que nem vou, sabia?

— Mas porque você pensa assim Innie?

— Ah, não sei, é claro que se acontecer, aconteceu e tudo bem, eu vou adorar, mas se não também não me fará falta.

— E ele não está errado em pensar assim, não é? — A Jin-ah aproveitou o gancho. — Digo, acho que é o mesmo comigo, eu não quero ficar pensando em gerar, se vier bem, mas se não…

Todos eles a olharam quase que simultaneamente e ela sorriu por ter a atenção deles daquele jeito.

— É gatinha, você e o Innie estão certos.

— Não levem isso tão a sério okay? Mas é que se eu ficar pensando nisso eu provavelmente abrirei uma grande brecha para um possível surto e não quero isso.

— Certo meu amor, nós entendemos seus receios, mas quero que se você precise conversar, por favor fale com a gente, está bem?

— Sim amor, mas nós já falamos sobre minhas neuras em relação a isso, não quero ser um disco arranhado nesta questão.

— Hey, nada a ver docinho, se aparecer algum problema, dúvida ou algo que a incomode você precisa por para fora, e sabe que estamos aqui por você.

— É, eu sei, vocês são tudo de bom para mim, e já que tocamos nesse assunto posso pedir que vocês não criem muitas expectativas por conta do que as crianças me disseram?

— Gente, — O Felix olhou confuso — O que as crianças disseram?

— Ué, vocês não falaram com os outros sobre isso meninos?

— Só falei para o Lino coração, e decidimos não tocar no assunto com os demais até que você quisesse falar com a gente sobre isso.

— Ah… entendi, obrigada por isso coração, bom, pãozinho, Lixie, Jinnie e Minnie — Ela sorriu pela sonoridade engraçada de falar os apelidos deles assim, ela sempre ria disso e eles se juntaram a ela com risos fáceis. — Em resumo, o Jinho encafifou que eu serei a próxima a engravidar, a Bookie só disse também querer irmãos, mas me confirmou compactuar da ideia do Jinho de que eu serei a próxima a engravidar piscando para mim de um jeitinho fofo e o Bin-hozinho simplesmente ficou alisando e beijando minha barriga várias vezes.

— Uau, e como não me falaram disso antes? Pelo que vejo seremos papais novamente em breve, por que vocês sabem que as crianças sentem isso né?

— Então pãozinho, é justamente isso que me assusta, sabe? Vocês criarem expectativas demais e acabarem se frustrando. — Ela abaixou a cabeça e decidiu prosseguir. — Eu nem sei se serei capaz de gerar amores, vocês sabem meu histórico, meus medos e minhas dores sobre isso e sinceramente, eu ainda acredito que de tanto eu pedir para que se eu fosse causar sofrimento a um filho meu que eu nem tivesse um, e de fato não tive até hoje, o que prova que posso botar tudo a perder com um filho gerado por mim e eu não quero fazer um filho meu sofrer como sofri nas mãos da minha mãe de jeito nenhum, eu prefiro morrer.

Ela colocava suas questões para eles e todo o bando a entendeu perfeitamente, deve mesmo ser difícil esse medo todo de uma projeção ruim para um filho, sendo que tudo o que ela viveu em sua infância só a traumatizou, mas eles não queriam que ela enxergasse assim, então tentaram levantar outros pontos para ela.

— Sabe florzinha, se nós chamarmos nossos três filhotes aqui agora e perguntarmos para eles, o que eles acham da mamãe Jin deles eles irão tecer os mais sinceros e belos elogios para você amor, eles te amam loucamente e nós vemos como você os trata, não existiria mãe mais maravilhosa.

— O Minnie está certo Jin, minha fofa, inclusive eu me espelho muito em como você é com as crianças para tentar ser um bom mamãe para eles também.

— Channie, amor, você é perfeito com eles.

— Nós tentamos princesa, e sim, eu também a observo muito com nossos filhos e me inspiro muito em como você é perfeita com eles em tudo Jin.

— Eu a entendo um pouco, — O Innie fala e todos se voltam para ele. — Ela não tem o peso de ter gerado nossos primeiros filhos, então ela faz o seu melhor, mas fica em paz por não carregar com eles tudo o que viveu com sua mãe e seu ex babaca, e se pensarem bem isso faz sentido, mas perfeitinha, se você engravidar todos nós estaremos com você nessa jornada, segurando sua mão, caminhando ao seu lado e você mesma vai perceber que pode ser algo excepcional em sua vida, então por favor não se cobre assim está bem?

— Quando foi que nosso bebê cresceu tanto assim? — O Chan falou o abraçando. — É exatamente isso fofinha, e tem mais, você é muito além do que tudo que jogaram em você por toda sua vida, você é uma pessoa incrível, é bela por dentro e por fora, doce e carinhosa entre muitas outras coisas, então por mais que sua mente queira sabotar seus pensamentos sobre gerar nossos filhotes, nós estaremos ao seu lado para te lembrar sempre que mãe linda você já é.

— Mas é claro que não vamos focar nisso como uma fixação lindeza, não se preocupe conosco nesse sentido, por favor, nós queremos o seu bem acima de qualquer outra coisa.

A Jin-ah ia ouvindo com carinho cada um deles, e isso estava mesmo a reconfortando e ela pensou em como a Dra. estava certa, sem o peso de uma reunião era só mais uma conversa carinhosa entre eles.

— Inclusive, entendo a pressão que está sentindo por seu período estar chegando coração, mas tenho certeza que se quiser um ciclo de carinhos apenas será perfeito para todos nós também.

— Eu amo os ciclos de carinhos — o Changbin falou sorridente — parece que ficamos ainda mais íntimos do que se estivéssemos em ciclos penetrantes.

— Falar ciclos penetrantes nunca perde a graça né? — O Felix diz se divertindo — Só a gente mesmo para dar nomes assim.

A leveza do Felix fez todos sorrirem, e o Minho estava olhando todo bobo para o seu bando, ele sempre pensava no quão sortudo ele era por ter membros tão maravilhosos.

— Jin, você está mais tranquila agora?

— Acho que sim Lino.

— Quero que saiba que tudo o que eles disseram é verdade, tudo mesmo, então vamos só deixar as coisas tomarem seu curso natural, se tiver que ser será, e eu não tenho dúvida alguma de que será incrível para todos nós, mas principalmente para você amor, mas se não tiver que ser, também não será e não há problema algum nisso, continuaremos a viver como estamos e está perfeito para mim.

Todos começaram com um “e para mim também” e a Jin-ah sorriu.

— Vocês não existem! Sério, vocês são ótimos para mim em tudo, obrigada pelo papo, foi reconfortante.

Ela parou um pouco e pensou que ela poderia olhar com leveza para tudo aquilo, ela os tem ao seu lado em qualquer situação e isso era o mágico em pertencer a um bando tão bom quanto o dela, então seja o que for, ela sabe que conseguirá enfrentar junto a eles.

— Quero mais calda de marshmallow no meu sorvete!

O Han falou já indo pegar e todos acabaram pegando mais da calda com o sabor da ômega o que a fez suspirar por eles pela milésima vez naquela noite.

— Te amo florzinha. — O Seungmin que estava mais perto dela sussurrou e ela sorriu.

— Também te amo meu mar.

...

Na semana seguinte, a Jin-ah foi a uma consulta de retorno com o Dr. Hyungsik.

— A que devo a honra da minha madrinha estar aqui? Temos um bebê a caminho?

— Não seja bobo, Dr. Hyungsik, eu vim para trazer os exames que me pediu e para perguntar se teria algo que eu poderia fazer para preparar meu corpo para uma gravidez.

— Ah, então é apenas a intenção de um bebê, que bom Jin, isso vai ser incrível.

— Vamos com calma tá, nem sabemos se posso mesmo engravidar, tome aqui os exames.

Ele os pegou e os abriu.

— Mas pelo que vejo você está em perfeitas condições Jin, então o que precisa agora é apenas relaxar.

— Está realmente tudo bem comigo?

— Sim, está amiga, e pelo que vejo aqui seu período está bem próximo, isso explica o cheiro tão acentuado.

— É, no fim dessa semana praticamente já entro no meu ciclo.

— E pretende tentar uma gravidez?

— Não sei… — Ela mordeu seu lábio em receio e o Dr. seu amigo quis a ajudar.

— Quer um concelho?

— Por favor, Hyungsik.

— Não pense Jin, apenas deixe rolar, fale com seu lobo, veja o que ele quer, entrem em acordo e sinta seu bando, quando estiverem no seu lugar de conforto, não pense demais, e se você tiver que engravidar, você irá, e se não for a hora daqui a dois meses você poderá tentar se quiser.

— Fico tonta só de pensar nisso.

— Como eu disse Jin, não pense.

— Obrigada Hyungsik, principalmente por manter isso em segredo, eu não queria que eles soubessem que eu estava fazendo os exames para não aumentar as expectativas deles sabe?

— Não me agradeça amiga, aqui sou seu médico e temos responsabilidade ética, então eu jamais falaria algo mesmo.

— Tão profissional, bom, vamos almoçar?

— Pensei que não perguntaria isso nunca Jin, estou faminto.

— Eu também.

Os dois almoçaram e o Hyungsik ainda a aconselhou mais, o que deixou a ômega bem mais tranquila.

...

O ciclo da Jin-ah chegou e como sugerido pelo seu amigo médico, ela não pensou demais, mas conversou com seu lobo.

— Tá lobo, acordamos no ciclo, tem algo a me dizer?

Ela se sentiu meio boba, mas seu lobo estava atento a isso.

“Você não é boba, pare com isso”

— Certo, desculpe, mas e aí, como estamos para esse ciclo?

“Vamos começar com carinhos? Quero senti-los primeiro”.

— Nossa, nós pensamos igual mesmo, pois é assim que quero também.

Ela levantou e foi tomar um banho, estava sozinha na casa dois do bando justamente por eles saberem que ela entraria em seu ciclo, então quiseram deixá-la à vontade para preparar seu lugar.

Durante seu banho ela começou a sentir sua dor incômoda.

— É, mas pelo visto meu corpo vai querer muito mais que carinhos, aí…

“Só para te acalmar, saiba que estamos prontos!”

— Estamos mesmo lobo?

“Sim, mais que prontos para gerar”

 — E você quer gerar lobo?

“No fundo, você sabe que nós dois queremos sim.”

Ela sorriu, e uma única lágrima rolou seu rosto.

— A parte do sem expectativas foi para a casa do chapéu mesmo né?

“Só estou te tranquilizando, se pegarmos barriga é porque estava na hora, e estamos prontos para isso”

— Okay, sem pressão, obrigado por me tranquilizar lobo.

“Obrigado por me perguntar”

...

Ela estava pronta, seu ninho tinha o dobro de panos e ela estava louca para ter a todos de seu bando ali com ela, as crianças dessa vez ficaram com os pais do Changbin que queriam levar seus netos para conhecer seu rancho o que daria tempo suficiente para o bando se dedicar todo a ômega excelente deles.

Já dentro do seu lugar de conforto, ela mandou uma mensagem para o alfa líder.

Celular do Minho:

“Estou pronta alfa

mande o ômega, depois os betas

 e os alfas venham por último por favor

quero ficar com todos, mas venham nessa ordem

E por favor cheirem a blusa favorita

de vocês e a tragam para mim sim?

Estou os esperando”

O Minho leu e se sentiu ansioso, ele ainda sentia borboletas no estômago nos ciclos de todos os seus e dessa vez não fora diferente.

— Bando, nossa ômega nos espera, vamos na ordem que ela pediu e peguem a blusa que mais amam e cheirem ela para levar até nossa amada.

— Quem vai primeiro amor?

— Você mesmo Binnie, ela quer o ômega, os betas e por último os alfas, mas ficaremos todos juntos, é só a ordem de ir que foi estabelecida por ela.

— Está bem, vou pegar minha regata preta do dia em que nos conhecemos.

— Nossa, eu me derreto todo quando eles falam daquele dia, eu fui, eu tava, eu vivi aquilo com o Binbin.

— E você virou o pãozinho dela, nossa, estou apaixonado.

— A melhor coisa sobre nós, Jinnie, é que sempre nos sentimos como se estivéssemos apaixonados. — O Félix falou e lhe deu um selar.

— Minha estrelinha tem razão.

...

Aquele ciclo da Jin-ah durou seis dias, foi incomum, pois o período dela sempre foi no máximo quatro dias, mas nenhum deles achou ruim, muito pelo contrário, eles aproveitaram bem.

Os dois primeiros dias foi um ciclo de carinhos, a ômega estava extremamente manhosa, mas ao final do segundo dia a Jin-ah sentiu seu lobo intensamente, seu corpo começou a dar fortes indícios de que precisaria mudar o ritmo do ciclo e as dores que começaram a percorrer seu corpo de forma bem mais intensa só diziam que ela precisava mesmo deles dentro de si.

E ela teve isso pelos próximos dias, naquele período ela foi atada por todos os alfas e betas mais de uma vez, e todas às vezes de forma tão intensa que eles achavam que nunca mais conseguiriam se desgrudar, aí então tudo foi se acalmando e no último dia do ciclo da ômega eles focaram mais em cuidados a sua amada e novamente, carinhos.

...

Último dia do ciclo.

— Coma minha vidinha, você precisa ficar forte para quando sairmos do seu ninho de amor.

Ela abriu a boca e o Felix lhe alimentou.

— Tão perfeita minha flor, coma tudo e te encheremos de beijinhos.

— Pronto, seu cabelo está todo penteado gatinha, e preciso dizer que está lindo.

— Ela é toda linda, o docinho mais lindo do mundo todo.

Os alfas seguiam a mimando, aguardando os betas e o ômega voltarem, eles só poderiam deixar de vez o lugar de conforto dela todos juntos na manhã do dia seguinte, pois foi assim que ela pediu, então eles dormiriam ali mais uma noite.

— O que foi florzinha? — O Seungmin a encarava com amor.

— Eu estou bem, muito bem na verdade, mais que bem eu diria.

— Isso nos deixa muito feliz meu bem, não é meus alfas?

Um “é sim alfa líder” foi dito pelos demais ali.

— Com certeza ficamos super felizes, e agora que você já comeu tudinho vamos levá-la para a cama, que tal?

— Ah, podemos ver a lua da janela mais um pouco meus alfas?

— Claro que sim florzinha, mas quando formos para a cama, se quiser, podemos deixar as cortinas bem abertas para continuarmos a olhar lua, que preciso dizer, está tão bela quanto você, amor.

A Jin-ah se virou encarando seus alfas.

— Eu quero sim meu mar, quero ver a lua com meus amores a noite toda.

Eles deixaram selares nela e seguiam com os carinhos e quando os outros voltaram eles ficaram na janela com ela mais um tempo e depois foram todos se aninhar na cama.

“Acho que vamos gerar Jin-ah”

Ela ouviu seu lobo tão forte que arregalou seus olhos.

“ — Será lobo?” — Ela o respondeu mentalmente.

“Está sentindo? A lua está nos abençoando.”

Ela fechou seus olhos e sentiu, era como se a luz da lua a estivesse tocando.

“Viu, está em nós, teremos filhotes, assim como nossos outros filhotes sentiram”

O corpo da Jin-ah se arrepiou, ela estava em êxtase e todos os membros do bando sentiam que algo ali estava mudando, então a Jin-ah abriu os olhos, encarou a lua e uivou.

Seu uivo foi tão lindamente sonoro e potente que todos os seus amados se sentiram arrepiar, e sem que notassem seus lobos os tomaram e eles se puseram a uivar também para aquela lua que os estava contemplando orgulhosa.

Eles sentiam que mudanças estavam vindo e nada poderia os fazer mais feliz naquele momento.

Os uivos seguiram por mais um tempo, não muito, mas o suficiente para que a lua se alegrasse com o júbilo que aquele bando estava sentindo.

“Agora é só esperar confirmar alfa, mas nós teremos mais filhotes.”

O lobo do Minho falou dentro de sua mente, ele estava convicto, não deixando dúvidas no coração do alfa líder.

— Obrigado lua, por nos iluminar de forma tão intensa.

E assim todos bem aninhados tendo no centro uma ômega extremamente feliz, eles pegaram no sono com a janela aberta e a lua os guardou por toda aquela noite.

...

Depois daquela noite, eles apenas esperaram a confirmação da gravidez da ômega deles.

...

Algum tempo depois

A Jin-ah resolveu fazer o teste de farmácia, por estar enjoando só de pensar em chocolate que era uma das coisas que mais amava na vida.

— Já se passou cinco minutos, princesinha.

— Eu não quero olhar Binbin, não quero.

— Quer que eu olhe? Ou prefere que o Channie olhe?

— Olha você Bin, e você fofinho, me abrace por favor.

— Vem cá, minha fofinha, respire fundo, estamos com você.

Eles se abraçaram e o Changbin respirou fundo.

— Okay, lá vou eu.

Ele entrou no banheiro e deu um gritinho, e na mesma hora o Chan e a Jin-ah começaram a chorar.

— Estamos grávidos princesa! Estamos sim!

A Jin-ah quase explodiu de tanta alegria e os três se envolveram em abraços, beijos e muito choro.

— Não acredito, eu não consigo acreditar.

— Mas é verdade, princesinha, olha aqui.

Ela pegou o teste que marcava um belo de um positivo e isso a fez chorar ainda mais.

— Meu Deus, estamos mesmo grávidos, meus amores.

— Eu acho que vou desmaiar, — o Chan falou sorrindo bobo — Eu estou ouvindo mesmo a fofinha dizer “estamos grávidos amores”? Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida.

— E você vai contar quando para todo o bando?

— Agora mesmo, eu não quero e nem consigo esperar.

— Certo.

— Reúna eles na sala para mim príncipe? Por favor?

— Claro, meu amor.

...

Todos na sala, o Minho quase não foi pego pelo Changbin, pois estava indo para o seu plantão, ele já havia se despedido de todos antes da Jin-ah ir fazer o teste, então o Changbin teve que correr para pegá-lo antes que ele se fosse.

— Aconteceu algo Binnie?

— Só entre por favor Minho.

— Você está me assustando amor.

— Vamos alfa, venha logo.

...

— Eu não faço ideia de como dizer isso a vocês, então eu vou soltar de uma vez, sinto muito pela falta de jeito.

Todos eles estavam muito tensos, nenhum deles estava pensando em uma gravidez, eles nem sabiam de seus enjoos, os únicos que acompanharam ela foi os seus Chans como ela mesma os chamava, então eles se preocuparam com sua fala.

A Jin-ah, vendo que ninguém iria a interromper, respirou fundo e encarou um a um ali sem nada dizer, ela simplesmente não conseguiu falar, então com os olhos cheios de lágrimas ela levou suas duas mãos ao seu ventre e as lágrimas rolaram por todo o rosto da ômega.

Seus maridos a encararam por um instante e a ficha deles foi caindo um por um e a emoção tomou aquela sala em proporções imensuráveis então algo inusitado aconteceu, e os três filhotes correram até a Jin-ah e a abraçaram, eles sorriam e choravam de felicidade o Bin-ho beijava a barriga da ômega com muito carinho.

— Nenês, mamãe tem nenês.

A Bookie beijava a bochecha da Jin-ah e o Jinho a abraçava sem querer soltar e os rapazes naquela sala decidiram que observar aquela cena era o maior presente que eles já tiveram nessa vida, então apenas deixaram acontecer enquanto as lágrimas os tomavam.

Depois de um tempo a Bookie olhou para seus irmãos.

— Vem maninhos, vamos deixar nossos papais e mamães abraçarem a mamãe Jin também.

Ela pegou o Bin-ho que ainda beijava a barriga da ômega e se afastou dali com eles.

— Podem ir papais e mamães.

— Obrigado filhota.

E eles foram, um a um, todos juntos, eles não falavam muito mais que, “eu te amo tanto” ou “eu estou muito feliz” e todos eles a beijaram com muito carinho e depois de um tempo assim ela foi colocando as mãos deles em seu ventre e quando havia ali oito mãos em sua barriga ela finalmente falou.

— Meus amores, nós estamos grávidos.

E naquela noite o Bando Lee foi tomado por uma enorme alegria, eles pareciam viver mais um lindo sonho.

...

Três meses depois.

— Estão prontos para ver o bebê de vocês?

— Sim Hyungsik mais que prontos, agora anda logo com isso pelo amor de Deus.

Eles sorriram, o alfa Minho estava tão nervoso que parecia que era ele deitado na maca para o exame.

— Amigo, já é a terceira vez que você passa por isso, se acalme.

— Não vou julgar o Linnoyah, eu estou para morrer também.

— Lino, Lixie, se acalmem por favor, vocês estão me deixando nervosa.

— E não só a ela, eu estava quieto até agora, mas com esses dois assim agora parece que vou explodir.

— Um mar revolto dentro do meu consultório, estou perdido. — O Dr. colocou o gel na barriga da ômega que sorriu pela estranheza que sentiu.

— Nossa é mesmo quentinho, sempre que fiz ultrassonografia o gel era geladinho.

— Mas aqui Jin, seu médico é evoluído. — Ele sorriu de lado. — Bom, vamos lá.

Ele colocou o aparelho sobre o gel e começou a olhar o útero da ômega.

— Meu Deus, eu já posso surtar também?

— Muito me estranhou você não ter sido o primeiro a surtar Jinnie, inclusive achei legal virem os quatro alfas com ela.

— Iriamos vir todos, mas o Han tinha reunião com os artistas de sua produtora, o Innie um paciente para remoção dos cisos e o Channie e o Binnie ficaram com as crianças.

— Entendi, é justo — O Dr. e amigo do bando seguia olhando sem nada dizer, até que os encarou. — Ouçam as batidas.

Ele os colocou para ouvir os batimentos cardíacos e uma emoção estranha os invadiu.

— Nossa, que lindo, parece uma bateria de escola de samba. — O Felix disse batendo palmas em alegria.

— Forte né?  Nosso filhote já é bem forte! — O Minho chorou, levando os outros alfas a chorar também.

— Gente, parece tão descompassado, o bebê está bem mesmo Hyungsik? — O Hyunjin perguntou e todos pararam para prestar atenção no Dr. que seguia com um semblante neutro.

— Nosso lindo tem razão, eu diria até que tem mais de um coração batendo aí dentro.

Nesse momento eles lembraram de como as crianças se referiam a gravidez da ômega, era sempre “os nenéns” e então o Dr. Hyungsik pediu que eles olhassem a tela e começou a desenhar um círculo indicando o embrião.

— Aqui temos o bebê, — ele sorriu e continuou — e aqui temos mais um, — ele olhou para a Jin-ah sorrindo — E bem aqui mais um…

Os alfas já estavam quase desmaiando e a Jin-ah estava boquiaberta, ela estava em choque, na verdade.

 — São três, Dr. Hyungsik? Meu Deus, como iss… — Ela falava assustada, mas o Dr. e amigo do bando a cortou.

— E aqui temos o último.

Um silêncio tomou o consultório; nenhum deles olhava para outro lugar que não fosse aquele monitor com quatro círculos desenhados.

— Vocês estão bem amigos? Alfas eu sugiro que sentem estão brancos como papel.

O Seungmin que estava segurando a mão da Jin-ah esse tempo todo simplesmente se jogou na cadeira sem soltar a mão de sua amada.

— Quadrigêmeos… — O Hyunjin falou baixinho. — Pelos deuses, nossa ômega está esperando quadrigêmeos!

A Jin-ah se pôs a chorar, ela estava sem saber o que pensar e olhava para seus alfas em busca de saber se eles estavam contentes com a notícia, mas ainda não conseguia realizar o que eles sentiam, até que a conexão entre eles a fez sentir exatamente o que cada um deles estava sentindo e ela desabou ainda mais em um choro feliz, eles estavam extasiados de tanta alegria e elas o sentia intensamente.

— Alguém me belisca por favor, — O Felix pediu e o Minho deu um beliscão de leve nele. — Aí, é real.

— Eu já posso gritar Dr. Hyungsik?

— Pode sim, Minho.

— QUADRIGÊMEOS!!! NOSSA ÔMEGA ESTÁ ESPERANDO QUATRO FILHOTES! EU SOU O ALFA MAIS FELIZ DO MUNDO!

Ele realmente gritou e em seguida ele deu selares em seus alfas e por último em sua ômega.

— Linnoyah eu estou esperando quatro filhotinhos, eu acho que vou ter um treco de tão feliz, — ela olhou para seus alfas — Quatro bebês, meus alfas, aconteceu, estou grávida e de quatro bebês! Eu amo muito vocês!

Ela ouviu um belíssimo “eu te amo” de cada um deles e todos choraram mais, até o Dr. Hyungsik se juntou a eles em um choro emocionado pelos seus amigos.

O Dr. Hyungsik fez medições, depois algumas anotações, e ele liberou a Jin-ah para sair da maca.

— Uau, quanta emoção para essa manhã em meus amigos, mas agora vamos à parte técnica de tudo okay?

— Certo Dr. Hyungsik.

O médico sorriu por achar que sua amiga brilhava ainda mais que o normal.

— Você está ainda mais fofa Jin-ah, vamos lá, uma gravidez assim é de fato uma enorme dádiva, mas os cuidados terão que ser, bem, como dizer da melhor forma? Quadruplicados? — Eles sorriram, ainda estavam assimilando. — Vou pedir uns exames mais específicos para avaliarmos todos os ângulos dessa gravidez, pois saibam que gravidez assim ocorre de uma em um milhão, não é nada comum mesmo para seres como nós, onde o mais comum seria ter gêmeos, em pessoas multigêneros como nós, é até mais comum que ter um único bebê, mas quadrigêmeos é uma loteria até para nós.

— Então eles correm riscos? Digo, a Jin e os bebês?

— Não exatamente riscos, Minho, mas com certeza é uma gestação bem mais frágil, porém não se preocupem a Jin está saudável e vamos cuidar de tudo bem de perto, então ela passará pela gestação da melhor forma.

A Jin-ah estava apavorada, mas tão feliz que só sabia sorrir.

— Dr. Hyungsik?

— Sim mamãe.

Ela sorriu ainda mais.

— Quadrigêmeos significa que quatro óvulos meus foram fecundados por quatro espermatozoides diferentes ou o óvulo fecundado se dividiu em quatro?

— Sua pergunta será melhor respondida pelo exame que lhe pedirei, esse exame vai nos dizer se seus filhotes são gêmeos multi monozigóticos, dizigóticos ou vai nos dizer que você é de fato uma ômega raríssima que dará à luz a gêmeos multi heterozigóticos.

— Que na nossa língua significa? — O Seungmin perguntou e eles sorriram.

— É a forma de fecundação, vamos saber se um óvulo se dividiu em quatro, se quatro óvulos foram fecundados, e no caso mais raro, se quatro óvulos foram fecundados por quatro espermatozoides diferentes, o que abriria a hipótese de ela ter, por exemplo, um filho de cada um de vocês.

— Eu estou tonta, isso é mesmo possível Hyungsik?

— É algo raríssimo Jin, tão raro quanto o fato de serem quadrigêmeos, mas sim isso é possível.

— Eu acho que vou desmaiar. — A Jin-ah falou e de fato seu corpo amoleceu na cadeira, mas eles a seguraram com firmeza não a deixando cair. — Meu Deus, que loucura, isso porque eu era convicta que jamais teria filhos.

— Amigos, a lua e os deuses os abençoaram, parabéns de verdade, vou passar os exames, você terá que começar com suplementos vitamínicos desde já e por favor evite se forçar muito está bem? Seja com coisas, muitos afazeres e afins, ou emoções fortes, tá bom? A partir de agora seja cautelosa e não se jogue além dos limites okay?

— Pode deixar Dr. Hyungsik, vou me cuidar direitinho, eu prometo.

— E nós vamos cuidar bem dela também Hyungsik, não vamos deixá-la se sobrecarregar com nada.

— Eu sei, conheço vocês muito bem, vou falar para o meu Jeff ficar de olho na irmãzinha dele também.

— Não sei se estou preparada para virar um cristal na mão de todos vocês.

— Você já é a nossa joia rara vidinha.

— Sim docinho, nós só vamos cuidar um pouco mais de você lindeza minha.

...

Já em casa eles contaram a novidade aos demais.

— Meus deuses! Eu não estou acreditando nisso. — O Changbin falou já chorando. — Eu esperava dois, as crianças já tinham nos avisado que eram os nenês, mas quatro? QUATRO Jinjin? Isso é surreal de tão bom!

— Você gostou mesmo Binbin?

— Se gostei? Eu estou eufórico, agora olhe para eles e sinta como estamos, princesa.

— Minha perfeitinha tem quatro pãezinhos no forninho dela, que demais!

— Aí Innie, você não existe bebê raposa, vai querer dizer que os quatro são seus?

— Pode até não terem sidos colocados para assar por mim, mas serão meus pãezinhos, entende Channie?

— Sim amor, entendo sim, eles serão meus fofuchinhos também.

— Meus coraçõezinhos… — o Han enxugava as lágrimas — Estamos vivendo um sonho.

— Chola não mamãe Hannie, nun podi chola.

— Estou chorando de alegria, meu Bin-hozinho.

— Tá feiz mamãe?

— Estou, sim, amorzinho.

— Ah, tão podi chola tá bom.

— Tá bom, meu amor.

— Mamãe Jin tem quatro bebês na barriguinha dela?

— Sim Jinho.

— Eu acertei então.

— Acertou?

— Uhum papai Lino, eu falei para Bookie e para o Bin-ho que eram quatro nenês.

— Falou mesmo papai.

— E vocês, meus filhotinhos gostaram de saber que terão quatro irmãozinhos?

— Claro que sim mamãe Jin, vai ser muito legal, e eu vou cuidar muito bem deles.

— Claro que vai Bookie, você é protetora igual o seu mamãe Channie.

A alfa sorriu feliz.

— Eu também vou cuidar deles, eles vão ser bem pequenininhos né?

— Uhum vão ser, sim, meu amor.

— Eu vou te ajudar com eles, Bookie, vamos cuidar muito deles, tá bom?

— Ta, sim, Jinho.

— Nenéns! Vamo bincá nenéns? Vamo sim né, mamãe?

— Com certeza Bin-ho meu amorzinho, vocês vão brincar muito

— Ebaaaaa!

Todos sorriram, o bando estava crescendo, e eles estavam tão felizes que mal podiam se conter.

— Nossa nova jornada promete ser emocionante, e eu vou amar fazer parte de tudo isso, sou um alfa privilegiado e eu amo muito meu bando.

— Nosso bando te ama muito alfa, na verdade, nós nos amamos muito e sim, isso vai ser incrível para todos nós.

— Eu tenho uma pergunta que preciso fazer fofinha.

— Pode falar Channie, meu amor.

— Como você está se sentindo amor? Como é saber que você é a mãe de quatro lindos filhotinhos?

— Confesso que a primeira coisa que pensei foi que todos no passado erraram sobre mim inclusive eu mesma quando me deixei ser tomada por aquele medo absurdo de que eu não podia engravidar ou de que se eu desse à luz eu iria fazer meus filhos sofrerem e se ressentirem comigo como se eu só pudesse ser mãe dos filhos não gerados por mim entendem?

— Entendemos sim amor, mas e agora?

— Agora eu estou me sentindo no céu, tudo isso está muito além do que um dia sonhei para minha vida, e agora sei que eu vou amar muito meus filhos gerados por mim, assim como amo meus outros filhos, eu não os farei sofrer, pelo contrário, eu sei que posso enfrentar o mundo para fazê-los felizes e dar a eles todo amor e carinho que precisam, me sinto grata, pois eles terão os melhores irmãos do mundo e eu sei que cuidarão muito bem deles, e muito feliz, pois eles terão os melhores papais e mamães que poderiam ter e a partir de agora eu irei encarar com todo amor do mundo tudo que me espera com a certeza de que não estarei sozinha, pois tenho a sorte de fazer parte do melhor bando que existe.

— Eu quero te abraçar lindinha. — O Hyunjin foi até ela e a abraçou. — Você tem noção de como estamos felizes em te ver assim? Você está radiante meu amor e nós que somos os sortudos aqui por ter você.

— Os mais sortudos de todo o mundo, pois nossa perfeição vive ao nosso lado nos fazendo entender como o amor é de verdade a cada dia que passa.

O Minho observava bem a todos, ele registrava em sua mente aquele momento sublime com fosse um retrato do qual ele jamais deixaria cair no esquecimento.

— Vamos tirar uma foto juntos?

— Eu estava só esperando você pedir por isso minha estrelinha brilhante, precisamos registrar esse momento.

Todos se arrumaram, as crianças pararam de brincar e se juntaram a eles bem animadas, pois amavam tirar fotos, então o Felix arrumou o celular no pedestal que eles tinham, colocou o temporizador e correu para se juntar a eles e assim que chegou o Bin-ho se jogou no colo dele fazendo o alfa sorrir.

— Esse é meu filho que ama tirar fotos com seu papai Lixie! — Ele beijou o bebê beta, que sorriu alegre, derretendo ainda mais seu coração. — Todos digam Bando Lee em três, dois, um!

“BANDO LEEEEEEEEEEEE”

As vozes de todos se misturaram naquela sala e eles tinham os sorrisos mais iluminados em seus rostos e seus corações transbordavam alegria e amor e ali eles registraram um dos momentos mais felizes do Bando Lee.

ΑΩβ


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Notas finais do capítulo

Não sei muito o que dizer, apenas sentir. Esse capítulo me deixou emocionada, quando eu estava fazendo a revisão chorei umas três vezes rs.

Na questão dos bebês sim serão quadrigêmeos por que sim, (tem motivo, próximo capítulo falaremos dele).

Sim, as crianças realmente sentiram, as três.

E sim, ela ficou muito insegura e com muito medo quando as crianças falaram com ela mas é pelo enorme medo que ela tem de ser para seus filhotes como a mãe dela foi com ela, então tentem entender ela tá?

E foi isso, a Jin-ah engravidou (quem aí ficou feliz por ela?), eu fiquei muito.

Tenham uma semana incrível amores!

Se cuidem direitinho e bebam bastante água tá?

Beijoka da Adnoka!



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