O Bando Vizinho escrita por Adnoka


Capítulo 20
ΑΩβ 19. — Marcas


Notas iniciais do capítulo

Notas: "A marca originalmente só se quebra quando um dos dois ligados a ela morre ou quando há rejeição. No caso de rejeição, pode ser de forma tranquila caso seja uma marcação pacifica, ou extremamente dolorosa caso a marca tenha sido imposta à força."

Avisos: ⚠️ Neste capítulo há menções a violência (nada extremamente grave ou muito explicito mas há) ⚠️

Desejo uma boa leitura amores.



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Cidade central.

Assim como a Martha havia dito, a cirurgia não foi tão demorada, o que o Minho agradeceu internamente, pois ele estava ainda mais angustiado do que antes e algo nele gritava para falar com a Jin-ah.

...

— Vocês, como sempre, fizeram um ótimo trabalho aqui, tenho orgulho da minha equipe. — Ele falou tentando sorrir para sua equipe, mas não foi muito bem-sucedido pela tensão que levava e só a Martha pôde entender o porquê daquilo. — Obrigado a todos, levem o paciente para a UTI, ele deverá ficar em observação por vinte e quatro horas, coloquem na ficha dele todos os remédios que devem ser administrados a ele e estão dispensados.

Todos ali foram cumprir a última ordem do médico-cirurgião, deixando na sala apenas o Minho e a Martha.

— Amigo sério, duas coisas: primeiro, você precisa comer, então coma, segundo, vá logo ligar para a Jin-ah, pois você parece que vai ter um treco a qualquer momento e isso está me assustando.

— Martha, eu acho que tem algo de errado com a minha ômega... — Sua voz saiu tão baixa e preocupada que a Martha o segurou pela mão, sentindo logo que ela estava mais gelada que o comum.

— Vou com você para sua sala e não discuta comigo, vou ficar ao seu lado enquanto liga para ela.

E assim que falou, ela ainda o segurando pela mão, o levou dali para eles se trocarem e fazerem sua assepsia antes de irem para a sala dele.

...

Mid Vallien

Quando o Felix e o Jeff acordaram, a Jin-ah não estava mais ali e eles se desesperaram, o alfa ligou para o Minnie, que foi correndo ao seu encontro.

...

— Se acalme, minha estrelinha, não foi sua culpa — O Minnie tentava acalmar o Felix, que chorava copiosamente, tanto pelo nervoso quanto pelo desespero do que poderia estar acontecendo com sua ômega. — E Jeff, tome a água que trouxemos, você também precisa se acalmar, cunhado.

Como a universidade havia sido invadida e uma de seus funcionários levada, a instituição liberou alunos e funcionários pelo resto do dia e agora o Jeff estava na delegacia com o Felix, o Seungmin, o Changbin e o Kang, que acabara de chegar ali para prestar sua ajuda no que fosse necessário.

— Eu não quero água, Minnie, quero minha maninha de volta.

Ele tremia e tentava se controlar, mas em vão, e o Kang segurou suas mãos, as massageando no intuito de acalmá-lo, pois viu que o Changbin estava fazendo o mesmo com o Felix e aquilo parecia funcionar.

— Ela voltará logo, Sr. Jeff. Agora que pegamos o depoimento dos dois, vamos mandar equipes de busca por toda Mid Vallien e vamos acionar as cidades vizinhas também para ficarem em alerta.

— Obrigado Sr. Seojun — O Seungmin agradeceu — E por favor nos mantenha avisados.

— Com certeza iremos, Seung, vá para a casa de vocês e esperem notícias, filho. — O Kang olha para seu pai — Cuide deles, fique com eles e não os deixem fazer nenhuma besteira.

— Pode deixar, pai, não sairei do lado deles. — Ele fala, apertando ainda mais as mãos do Jeff.

...

Quando eles chegassem em casa, teriam que contar aos outros o que havia ocorrido e tanto o Seungmin quanto o Changbin já estavam preparados para o alvoroço que seria.

...

Na casa do Bando Lee.

— Como assim não consegue falar com a lindinha Lino? E o Lixie? Tentou o celular dele?

O Minho havia tentado de tudo para falar com a Jin-ah, mas em vão, e então ele decidiu ligar para o Hyunjin e agora eles estavam em uma chamada de vídeo; o Hyunjin completamente alarmado e um Minho em pânico do outro lado, mas tentando se segurar para não deixar o outro alfa ainda pior.

— Eu tentei, amor, mas só chama também, e para ser sincero, eu estou quase voltando agora mesmo e...

— A porta está se abrindo, Lino, acho que deve ser o Binnie.

Quando o Hyunjin viu todos os cinco entrando em casa onde tanto o Felix quanto o Jeff que deveriam estar com a Jin-ah apareceram em seu campo de visão seguidos do Kang com um semblante assustado, o Hyunjin perdeu a cor e começou a sentir seu corpo gelar e tremer o que ficou muito aparente para o Minho que se desesperou ainda mais.

— O que foi Hyunnie? Pelo amor de Deus, fala comigo, amor...

— Quem está com você na chamada Jinnie? É o Minho? — O Hyunjin acena que sim para o Changbin, mas sem nada dizer — Perfeito amor, chame os outros para mim, por favor precisamos conversar.

O Hyunjin já estava em pânico, mas fez o que seu ômega lhe pediu e, deixando seu celular na mão do Binnie, ele foi chamar os outros na casa.

...

— Binnie, amor, cadê a Jin-ah? — O Minho perguntou, tentando se controlar ao máximo, e o Changbin adiantou o assunto para o alfa líder por acreditar ser melhor já o liberar da ligação para que ele acionasse a polícia na Cidade Central.

— Amor, se acalme sim? Vamos trazê-la de volta o mais depressa possível.

— Binnie, ele vai marcá-la — sua voz saía trêmula pelo ódio que o estava tomando. — Eu vou matar esse imbecil.

— Lino, amor, olhe para mim — o Alfa o encarou — Pouco me importa se ele vai marcá-la ou não, agora só quero nossa ômega de volta e é o que vamos fazer, vamos encontrá-la e trazê-la novamente para perto de nós.

O alfa o encarou e acenou com a cabeça, e nisso o Hyunjin voltava com os demais.

— Vai lá, Bin, fale com eles e façam o que puderem para encontrá-la. Eu vou acionar a polícia daqui e, qualquer coisa, volto correndo para Mid Vallien.

— Está bem, amor, amo você.

— Te amo também.

A chamada foi encerrada e agora, com o Felix e o Jeff mais calmos, todos ali conversaram sobre o ocorrido.

...

No esconderijo

A Jin-ah calculou inúmeras formas de sair daquele quarto e tudo que tinha em resposta eram as falas irritantes do Park Seon mostrando a ela que ela estava mesmo perdida, sem nenhuma possibilidade de fugir dali.

— Adivinhe só ômega? — Ele fala entrando no quarto segurando um tripé e rindo descaradamente para ela — Está na hora de ligarmos para seu alfinha para que ele finalmente veja que você é somente minha.

— Park Seon eu lhe imploro, pare com essa loucura, me liberte por favor, isso não faz o menor sentido, pelo amor de Deus é apenas loucura sua.

— Você é minha, Jin, sempre foi e sempre será.

Os olhos dela se enchem de lágrimas, ela reconhecia bem o semblante que ele tinha agora, ele a humilharia, mais uma vez ele faria de tudo para que ela se sentisse um lixo como sempre fez.

— EU NÃO SOU SUA! NUNCA SEREI! — Ela se debatia sem sucesso em se livrar daquilo, pois estava muito bem presa.

— É a minha vadiazinha iludida, que acredita que o amor é para você, uma grande idiota é o que você é, você nunca será realmente amada e eu vou garantir que isso se dê de um jeito ou de outro.

Ele ia montando o tripé e colocou um celular ali, depois foi até ela lentamente e aquilo já estava a torturando demais.

— Por favor... — A Jin-ah falou sem forças — Então, apenas me mate de uma vez, Seon, se você não consegue me deixar seguir com a minha vida, para que me prender a você? Você não me ama, nunca nem se quer gostou de mim e essas foram as suas palavras, por longos quatorze anos você me aprisionou em sua teia de mentiras e, se isso não foi o bastante, acabe comigo de uma vez, liberte-me a mim e a você de uma vez por todas dessa sua doença.

Ela falou entre muitas e muitas lágrimas que rolavam pelo seu rosto sem um pingo de esforço.

— Matar você? Isso não seria divertido, — Ele se aproximou bem dela e começou a afastar seus cabelos lentamente de seu pescoço — Eu queria ter voltado para minha ex, ela não me quis e quando você descobriu tudo você me mandou ir atrás dela e como não fui você me disse para então ser o marido que você merecia e ainda me disse que minha ex me usou para massagear seu próprio ego, você me humilhou naquele dia, sendo sempre esse ser humano bonzinho que nunca gritava comigo, nunca pedia o divórcio não importa o quanto eu demonstrasse meu nojo por você, ou quantas vezes eu a abandonava para sair com os amigos, era sempre assim; quando eu voltava era recebido com amor e carinho, mesmo sem merecer e se isso não prova que você sempre foi minha eu não sei mais o que poderia provar.

— Eu lutei sozinha por nós dois por todos esses anos em que fomos casados e esse foi meu erro, mas eu estava no escuro, você sempre dizia me amar e antes de casarmos você era um verdadeiro príncipe comigo, você mentiu para mim, e talvez tenha mentido para si mesmo, mas isso não justifica isso que está fazendo agora, eu deixei de amar você assim que recebi uma mensagem enorme sua dizendo que  queria terminar comigo estando na sala e eu no quarto, você nem se quer me encarou, nem tentou me olhar nos olhos e me tratar com o mínimo de respeito, você não foi alfa para isso e aquela noite lendo aquela porcaria toda que você escreveu pude ver no que se resumia meus últimos quatorze anos de vida, todo meu amor por você se foi, então vamos acabar com isso e vá viver com a sua família Seon, você recriou sua história toda, então para que tudo isso agora?

Ele a ouvia, mas sem de fato escutá-la, ele já havia decidido lhe fazer mal e era isso que faria bem agora.

— Chega dessa ladainha toda, — ele se aproximou de seu ouvido e sussurrou — É hora do show. — Ela tentou o cabecear, mas ele já estava longe, ele foi até o celular e fez uma chamada de vídeo para o Minho.

— Jin, amor, onde você está? — O Minho parecia transtornado na tela que agora estava bem próxima da ômega.

— Linnoyah... — Ela chorava, mas o encarava nos olhos — Me perdoa amor, eu...

Um tapa virou o rosto da ômega e o Minho rosnou de ódio.

— EU VOU TE MATAR, SEU IMBECIL! SE AFASTE DA JIN-AH AGORA MESMO!

Ele usou sua voz de lobo, mas de nada adiantou.

— Você está muito longe alfa, mesmo que meu lobo queira se render, eu nem ligo, não há absolutamente nada que você ou seu bando de merda possam fazer. — Ele se aproximou da nuca da Jin-ah e seus olhos ficaram alaranjados — A única coisa que te resta agora é ver sua ômega ser minha novamente.

A Jin-ah se debatia e chorava, suplicava para que ele não fizesse aquilo, mas ele fez.

Olhando para a tela do celular, ele a mordeu bem no meio de sua nuca.

A Jin-ah gritou, ela sentia uma dor terrível, o “veneno” do alfa ia entrando em sua pele e o desespero a estava tomando... 

Ela sentia o local mordido queimar e ela não conseguia olhar para a tela do celular, o Minho, o seu alfa estava ali olhando tudo, ele urrava de ódio, mas impressionantemente não deixava de estar ali e ao fundo a Jin-ah podia o ouvir, ele pedia perdão por não tê-la protegido melhor, ele dizia que tudo ficaria bem o que a fazia sofrer ainda mais, pois em sua mente ela não via como aquilo poderia acabar minimamente bem...

— Eu te amo, Jin-ah, e nunca vou deixar você, não importa se esse idiota está te marcando, você sempre será meu amor, minha ômega excelente e eu sempre vou estar ao seu lado.

Ela o ouviu e chorou ainda mais, se permitindo olhar um pouco para o celular, mas logo foi interrompida pelo Park Seon, que a jogou com tudo na cama, se virando em seguida para ir falar com o Minho.

— Bom, nosso show acaba aqui, agora ela será para sempre minha.

Ele ia desligando a chamada quando pôde ouvir a voz do Minho.

— É O QUE VOCÊ PENSA!

Nesse exato momento a polícia invadiu o lugar fazendo a Jin-ah que se contorcia de dor por seu corpo estar rejeitando a marcação feita entender por que o Minho não saiu da chamada, não correu ou fez algo para encerrar a ligação, pois a polícia precisava da conexão para rastrear de onde a chamada estava sendo feita e como as delegacias das cidades vizinhas já estavam acionadas, a polícia de Green Ville foi informada do paradeiro deles e conseguiram chegar no local.

— Mãos ao alto! — O delegado Scott que era um alfa de pura linhagem deu seu comando usando sua voz de lobo o que fez o Park Seon se render no mesmo instante — Você está preso em flagrante por sequestro, coação e violência, e ainda atenuarão sobre você as leis sobre o uso forçado da sua condição de alfa, marcando uma ômega contra sua vontade, será detido sem direito a fiança já que essa é uma reincidência e você já tem uma audiência marcada, portanto você tem o direito de permanecer calado e tudo que disser será usado contra você no tribunal.

O Park Seon se desesperou e tentou fugir, mas logo foi impedido pelos outros policiais que também estavam ali.

— Não vai fugir mais Park Seon, vai pagar pelas merdas que fez.

Enquanto eles o prenderam, um policial estava soltando a Jin-ah, que tinha as írises em um tom púrpura. Ela estava se debatendo e seu corpo estava febril por estar rejeitando a marca que recebeu contra sua vontade.

— Tragam ela para o Hospital da Cidade Central o mais depressa possível, ela é minha ômega vou cuidar dela aqui. — O Minho, que ainda estava em chamada, disse os instruindo.

— Estamos a uns quarenta minutos daí, Dr., mas se prepare, chegarei em vinte ou menos, sua ômega está agonizando e isso é perigoso.

— Agradeço, policial, e por favor, a traga em segurança.

— Pode deixar.

A ligação foi encerrada, o Park Seon foi levado para a cadeia da cidade central e, em outro carro, a Jin-ah foi levada às pressas para o Hospital.

...

Mid Vallien

Assim que tudo acabou e o Park Seon foi preso, o Minho ligou para o celular do Changbin para avisar.

...

— Graças a Deus! — O Changbin fala, se sentindo aliviado. — Amores, o Park Seon foi preso e a nossa Jin está indo para o hospital.

— Hospital? A nossa vidinha? Como ela está?

Como ainda estava com o Minho no telefone, o Changbin acenou pedindo um tempo.

— Certo, amor, cuide bem dela e, se precisar, nós vamos aí ficar com vocês.

— Não acho que será preciso, no máximo amanhã de manhã eu retorno com ela para casa Bin, agora acalme a todos aí e cuide muito do Lix, estou sentindo-o muito mal.

— Sim, nosso príncipe está muito abalado, mas vamos cuidar dele, amor, não se preocupe com nada por aqui, apenas cuide da nossa ômega e voltem logo para nós.

— Beijo, amor.

— Beijos, Lino.

...

— Queridos, precisamos conversar. — O ômega fala assim que desliga a chamada.

...

— Ele, O QUÊ? MARCOU NOSSA PERFEITINHA? Ele é um alfa morto. Binbin, eu vou matar ele.

— Nós vamos matá-lo, Innie, esse filho da puta vai ver só, meu coraçãozinho deve ter tido tanto medo, precisamos ir para a Cidade Central e...

— Se acalmem vocês todos — O Changbin falou o mais manso que pôde, mas por dentro ele concordava com todos eles. Queria matar o Park Seon tanto quanto os demais, mas por ser o ômega do bando, apenas faria seu papel e traria ordem e clareza aos seus amados. — Ela está indo ficar com o Minho, amores, ninguém melhor do que ele para estar ao lado dela agora, e o Park Seon está preso sem direito a fiança.

— Ótimo! — O Channie finalmente fala alguma coisa — Matar aquele merda não é o suficiente, ele precisa pagar em vida pelo que fez a nossa fofinha.

— Eu concordo Channie, mas ainda quero quebrar a cara desse monte de merda.

— Até você, Jinnie? Vamos, amor, me ajude a acalmá-los sim?

— Não consigo, Minnie, olha como o Lix está? Olhem para o Jeff, eles não param de chorar, agora imaginem a cabecinha do nosso anjinho? A Jin precisa da gente e a gente precisa quebrar o Park Seon no meio.

— A justiça vai cuidar dele. — A voz grave do Felix saiu ainda mais grave — Não vamos precisar mover um dedo para que a justiça seja feita e ele pague por tudo que fez a nossa vidinha.

— Posso dar uma opinião? — O Kang perguntou meio tímido, mas foi permitido por todos que falasse. — Vocês precisam ficar bem o quanto antes, não apenas por vocês, mas sim e principalmente pela Jin, não se sabe o que isso tudo vai causar nela e mesmo sabendo que ela é forte, pois ela realmente é, o quanto isso tudo mexeu com ela? Gente, ela foi marcada contra a vontade, isso é horrível e sabe-se lá o quanto isso mexeu com ela.

— O Kang tem razão, amores. — O Minnie fala e faz um bico pequeno, de todos ele foi o que menos demonstrou, mas dentro dele tudo estava desmoronando, ele só queria estar com sua amada.

— E sabem, a Jin vai precisar muito de todos vocês, então peço que fiquem bem, eu os ajudarei com o que for preciso, mas por favor fiquem inteiros, esse pode ser o momento mais delicado que já viveram ao lado dela.

Todos ali ficaram muito sérios, mas a verdade é que eles entendiam exatamente o que o Kang queria dizer. Se antes a ômega deles teve que ser convencida de que era exatamente tudo do que o bando Lee precisava, agora todo o bando teria que ser para ela exatamente o que ela precisa...

Um lar, um recomeço, um lugar seguro e confiável, sua maior fonte de amor e cuidado e eles farão de tudo para serem exatamente assim para ela.

...

Cidade Central

Em exatos quinze minutos a viatura que trazia a Jin-ah parou na frente do hospital e sem cerimônias ou protocolos a ômega foi levada diretamente para um quarto especial que já havia sido preparado pela Martha.

...

— Dr. Minho? — O alfa estendeu a mão para o outro alfa em um breve cumprimento. — Delegado Scott Dr. juro que vim o mais rápido que pude.

— E eu lhe sou eternamente grato por isso Delegado, — Ele responde, mas mal consegue tirar os olhos da ômega, ela suava, agonizava e em momento algum abriu os olhos, estava torturante demais ver aquela cena. — Ela veio assim o caminho todo?

— Na verdade, está piorando Dr. — Ele olhou para a agonia do Dr. ali com ele e decidiu ser sucinto — Agora ela está gritando um pouco e parece que está alucinando muito também, é a rejeição da marca... — Ele olhou triste para a ômega e depois para o Dr. — Bom, eu vou deixar quatro policiais aqui, dois na porta do quarto e dois nos corredores, e também já vou deixar o cartaz do malfeitor na recepção e, por lá, os próprios seguranças do hospital farão seu trabalho.

— Eu agradeço novamente, delegado.

Os policiais foram posicionados e a Martha veio correndo assim que soube que a ômega tinha chegado.

— Minho como ela está?

— Está em rejeição, febril e alucinando, precisamos medicá-la e limpar o local da mordida, pois está infeccionando.

A Martha olhou atenta para seu amigo que mesmo com tudo se mantinha firme por sua ômega.

— Certo Dr. vamos cuidar dela, vou preparar um soro com antibióticos e uma dose de sedativo para ela.

— Obrigada Martha, ficarei aqui a observando e cuidando da mordida.

Logo a Martha saiu dali, mesmo eles sendo de outra área, eles poderiam cuidar dela e foi o que fizeram, o Minho a virou na cama para começar a cuidar da ferida, estava mesmo infeccionando, o que provava a forte rejeição do organismo da ômega e, enquanto começava a limpar ali, o alfa chorou.

— Eu não sou sua, Seon, eu nunca vou ser sua... — A Jin-ah falava em delírio — Eu já pertenço ao bando Lee, meu coração é deles e eu jamais serei de qualquer outro... — Sua voz saía fraca e ela chorava ainda sem abrir os olhos. — Mesmo que eles me rejeitem, eu não serei de mais ninguém.

Nesse momento, o Minho, sem pensar, liberou seu cheiro para que a Jin-ah pudesse se acalmar e, depois de um tempo, ela abriu finalmente os olhos.

— Oi meu amor, — O Minho falou enquanto a virava, ele já tinha feito o curativo na mordida e agora queria olhar nos olhos dela. — Estou com você Jin, e não sairei do seu lado.

— Minho... — Ela chorou ao olhar para ele e virou o rosto, ela estava envergonhada e isso a fez piorar. — Me perdoe...

— Amor, não se perdoe comigo, você não fez nada de errado, nada disso é culpa sua, entendeu? — Ele acariciava seus cabelos tentando a acalmar.

— Aqui Minho, — A Martha disse entrando no quarto — Trouxe tudo que ela irá precisar, agora se afaste um pouco para eu medicá-la.

Ele ia sair de perto, mas sentiu algo o segurar e quando olhou era a mão da Jin-ah o segurando.

— Não me deixa Lino... — Ela falou com seus olhos marejados — por favor...

— Fique ao lado dela Minho e não se atreva a sair. — A Martha disse se posicionando do lado oposto para administrar os medicamentos.

— Ficarei com você meu amor, o tempo todo estarei aqui.

Com o sedativo administrado, a Jin-ah foi automaticamente pegando no sono, mas sem soltar a mão de seu alfa.

...

Durante toda a noite o Minho ficou ao seu lado, monitorando sua febre que já estava quase extinta e verificando a mordida que mesmo tendo infeccionado aparentemente não deixará cicatrizes ali, pois ao que tudo indica o organismo da ômega e seu lobo estão eliminando qualquer vestígio do Park Seon, o que era surpreendente ao ver do alfa.

...

— Minha gatinha é tão forte, mas vá com calma, Jin, não se esforce muito, amor.

— Como ela está Minho? — A Martha entrou no quarto para medicá-la novamente.

— Bem melhor amiga, e veja isso, — Ele mostrou o local onde ela havia sido mordida — Não vai ficar nem cicatriz.

— Céus, essa ômega é forte mesmo, isso é impressionante, Minho, geralmente marcações feitas à força são rejeitadas mesmo, mas isso? Cara, isso é um fenômeno.

— Eu sei, ela é incrível.

— Ame muito sua ômega viu, ela vale a pena demais.

...

Pela manhã a Jin-ah já estava completamente fora do quadro infeccioso, sem febres ou alucinações e os exames feitos também estavam okay, nenhuma alteração foi constatada e ela não tinha nenhum vestígio da marca feita anteriormente, nem física, nem biológica e por isso ela recebeu alta tendo uma semana atestada o que ela não achou necessário, mas a psicóloga do hospital disse que todo o trauma que ela passou tinha sido intenso e que seria bom ela tentar relaxar um pouco, por isso ela a atestou em uma semana.

...

— Vamos amor?

— Minho, você ainda está de plantão por que não me deixou ir sozinha?

— De jeito nenhum eu vou desgrudar de você e a Martha já resolveu tudo para mim.

— É, eu sou um anjo, eu sei, mas Jin eu mesma não o deixaria ficar, então não se culpe, está bem? Outro plantonista está a caminho e isso não vai prejudicar em nada o Minho, ele é quase dono disso aqui.

— Obrigada por tudo Martha você é incrível. — A Jin-ah disse abraçando a sua nova amiga.

— Cara, eu a amo! Minho, já sabe, né?

— Vamos logo, amor, a Martha é doida para roubar você de mim.

A Jin-ah sorri pequeno e assim que se despede da Martha, eles saem dali.

...

A viagem de volta foi mais silenciosa do que o Minho esperava e, a todo instante, ele notava que tinha algo incomodando a ômega.

...

— Amor, você sabe que pode me falar qualquer coisa, não sabe? — Ela acenou com a cabeça apenas. — Palavras, amor, preciso que fale com seu alfa.

— Eu sei sim, Lino, é que eu estava pensando seriamente sobre algo, mas não acho que seja bom falar agora.

— Por favor, Jin, me deixe fazer parte do que te inquieta assim, eu quero te ajudar em tudo que for possível.

O silêncio tomou o interior do carro, o Minho dirigia super bem e a Jin-ah o estava observando, ela estava receosa com seus pensamentos, poderia estar se precipitando, mas quem poderia dizer se ela não compartilhasse aquilo com ninguém?

O Minho acariciou a perna dela e sorriu, e ao olhar para ele, ela decidiu falar de vez.

— A próxima vez que eu ficar de frente para o Park Seon, eu quero estar marcada por você e pelo bando todo Lino.

Aquilo o pegou de surpresa, mais uma vez Jin-ah mostrava sua força, a psicóloga disse que poderia ser o inverso, que ela poderia pegar uma aversão por marcas, mas não, sua ômega acabou de demonstrar que não vai deixar o Park Seon destruí-la novamente e isso deixou o alfa extremamente orgulhoso.

— Você é perfeita, sabia? E eu amo muito você! — Ele sorria largo e ela sorriu de volta — Teremos um tempo para acertar isso, amor, mas sim faremos assim como deseja, até porque é tudo o que mais desejamos também.

— Obrigada, alfa, obrigada por não me rejeitar depois de tudo.

— Amor, mesmo que a marca dele ficasse em você, eu marcaria por cima e a minha marca iria se sobressair à dele, o apagando de qualquer jeito. Você é a nossa ômega excelente, você é o nosso destino.

Ela sorriu e o beijou na bochecha.

— E vocês são o meu.

— Sim, amor, nós somos o seu!

ΑΩβ


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Notas finais do capítulo

A partir de agora tudo referente ao Park Seon será apenas mencionado, não trarei um capítulo com o julgamento dele, logo vocês ficarão sabendo o que rolou apenas por menções no próximo capítulo.

E sim ela conseguiu expurgar a marca por completo, é raro mas acontece.

Daqui para frente o passado da Jin-ah não vai mais atormentá-la (amém) um receio o outro apenas mas que vai ser superado tranquilamente com os amores dela a apoiando sempre.

Agora vamos ver o que essa história ainda reserva.

Então é isso.

Eu estava mal esses dias, por isso demorei com as att. (desculpem)

Se cuidem, fiquem bem e bebam água! Eu por aqui estou me cuidando também.

Beijokas da Adnoka.



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